quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Contradições



Tudo, absolutamente tudo que eu me proponho a fazer com " paixão" acontece, sempre de forma aloucada, mas acontece. Resumindo em poucas palavras, é como se eu tivesse a capacidade de tornar os meus " sonhos" em realidade. O problema é que os meus sonhos se concretizam, mas não duram muito tempo.

Está aí o grande desafio da minha vida: a estabilidade.

Desde que eu regressei ao Japão , até mesmo antes de voltar ao Japão, eu tinha o sonho, ou melhor dizer, a ilusão de poder trabalhar e viver nas ilhas Okinawa , aquele paraíso nipônico com suas praias belissimas e clima sub-tropical. Brincava com todo mundo , dizendo que eu iria arrumar um trabalho em Okinawa e ir viver por lá. Obviamente que ninguém me levou a sério, como sempre. Imagine ir viver tão longe de tudo em uma parte do Japão que quase não tem ofertas de trabalho?

Normalmente, os  okinawanos saem de seus pequenos vilarejos para tentar a vida em outras regiões do Japão, e eu , como sempre na contra-mão, quero fazer o caminho inverso. 

Nesta semana o responsável pela contratação de estrangeiros para o tal Resort de Okinawa me mandou outro email , me perguntando se eu estaria disponível para o final de novembro. Fiquei super feliz e imediatamente liguei para ele. O mais estranho ē que o Hotel estå precisando de gente porque atē o final de dezembro mais 5 pessoas irão se demitir, mas o tal contratante me pareceu muito pessimista. 

De fato, o salårio é baixo demais, não existe comércio perto e começar a trabalhar sem experiência alguma em Dezembro não seria o mais indicado. Sem contar que trocaram o Gerente, e muitas pessoas estão se demitindo em função das mudanças que a nova gerência está empregando no Resort. Enfim, tudo de ruim. Mais de um motivo para eu não ir me aventurar em terras tão longinguas, e mesmo assim, uma voz lá no fundo me diz que eu " devo" ir. 

Será mesmo a minha intuição, ou a minha teimosia?

Sensações, nestas horas de grandes dúvidas, eu me apego a elas e me direciono por elas. As vezes eu acerto, as vezes não. 

No fundo, aquilo que eu quero e desejo são mudanças reais e concretas nesta minha nova empreitada em terras nipônicas , e aquilo que me move não são apenas os interesses e necessidades materiais, é muito mais pessoal. Dificil mesmo é fazer com que as pessoas entendam esta minha tresloucada decisão de optar por aquilo que parece pior e desvantajoso sob um aspecto financeiro.

Vou aguardar os acontecimentos até inicio de Dezembro, e se nenhuma outra quadratura impedir os meus intentos, vou deixar que a maré me leve . Se tiver que ser será. 

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