sábado, 27 de julho de 2013

Liquidações no Japão




Aqui no Japão , como em qualquer outra parte do mundo, as liquidações são realmente "liquidações".  Nada de ficar enganando o consumidor com aquele famoso " até 50%". 
Neste final de semana passado fui a um novo Shopping Center de Shizuoka para aproveitar a liquidação da Zara e da H&M. Infelizmente, eu cheguei tarde e já não haviam mais peças bonitas e uma boa parte das lojas já estava com um setor todo de moda Outono/Inverno. 
Na Zara, uma calça jeans com strech que custava 8.000¥ (163reais) estava por 3.800¥ , (77reais) . Pena que nem o numero 38 e nem o numero 40 me serviram. Acho que engordei. O resto da loja não estava com descontos muito convidativos. Não para o meu bolso. 
Na H&M, encontrei preços bem melhores e até comprei uma blusinha de verão por uns 12 reais e um camisão super hiper verão por apenas 20 reais. Apesar de não estar habituada a usar cores tão fortes no verão, aqui pode. Adorei a minha aquisição. 
O único inconveniente das peças vendidas na H&M é que tanto as saias longas quanto os vestidos parecem que foram confeccionados para um público de estatura maior, tipo, europeu, e não para o público japones. Os vestidos longos eram longuíssimos e nenhum deles me serviu. Sobrava cerca de 50 cm no comprimento. 




quinta-feira, 25 de julho de 2013

Perigos no mar



Não sei dizer ao certo por quê tenho tanto pavor de entrar no mar. Adoro observar de longe a paisagem e caminhar na beira da orla, mas jamais teria a coragem de nadar , surfar, ou boiar nas àguas misteriosas do mar. Talvez seja um trauma adquirido na minha adolescência com aquela onda de filmes de terror aquático, tipo o Tubarão e Moby Dick , a baleia assassina. 
O verão japonês está apenas começando e eu estava animadíssima para enfrentar os meus traumas de adolescência e estrear a minha bóia em mares japoneses, mas...
Aos poucos vou compreendendo a falta de tesão dos japoneses em aproveitar o verão na praia. O verão japonês é bem diferente do nosso verão paulistano, a começar pela umidade do ar. O corpo fica literalmente grudendo e na praia o sensação é bem pior. 
Quando tem ventos fortes então, é uma maravilha. Corpo grudento e a areia que vem dando chicotadas na pele. Porém, o pior do verão japones ainda está por vir. São as famosas medusas japonesas que começam a aparecer aos montes em agosto, no auge das férias de verão no Japão. 
Santa ignorância a minha, sempre pensei que este tipo de coisa só existissem em filmes de ficção. 
Quase todos os meus amigos japoneses já foram um dia picados por uma medusa. Segundo um colega de trabalho japonês , a pele reage imediatamente a picada e se enche de inflamações dolorosas . 
Acho que vou trocar o mar pelos rios japoneses...


Nomura é uma medusa gigante que pode ser encontrada na costa japonesa e pode chegar a pesar mais de 200 kilos. Aiiii, Jesuissssss!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O melhor amigo do homem



Nestes  últimos dias tenho dormido muito bem e  profundamente , graças aos meus tampões de ouvido. Sonho quase todos os dias, ou melhor dizer, consigo me lembrar dos sonhos da noite passada e ainda perceber emoções nelas contidas com uma força tão real  que nem fora dos meus sonhos tive um dia  a oportunidade de vivenciar. 

Não me lembro de detalhes do meu sonho de hoje. Só me lembro da sensação: Amor . 
No meu sonho eu tinha uma cachorrinha e a havia perdido nas ruas. Procurei desesperadamente por ela até encontra- la sã e salva em uma residência que lhe deu acolhida. 

O momento do reencontro foi algo cinematogråfico , em camera lenta, corações pulsando, lågrimas que não paravam de escorrer  e finalmente o aconchego do abraço e os pulos de felicidade . 
Quem vive ou jà  viveu emoções  assim em sua vida, proporcionadas pelo seu " melhor amigo" , pode se considerar um felizardo por poder provar sensações tão puras. 

Mas por que é tão fácil amar à estes bichinhos e ser correspondido na mesma proporção ?
Porque caēs não pensam, apenas sentem. 

Um cão nunca vai te trair? Trai sim. Já fui trocada por outras pessoas dentro da minha própria casa. Mas a diferença é que eles sempre irão saber diferenciar o seu dono dos outros, e nós sempre os perdoaremos por estes " deslizes" . 

Eles nunca esperam nada de nós? Grande engano. Os caēs assim como nós seres humanos tem lá as suas expectativas na vida : um ossinho, um prato de ração com um molhinho diferente, um passeio no parque e um afago. Duvido que algum cão se apaixonaria por você se você apenas desse carinho e se esquecesse do estômago dele. Ele ama a quem o alimenta e protege. 

Mas se caēs também tem lá as suas expectativas e de vez em quando nos trocam por um osso novo, qual a fórmula deste amor tão  incondicional que funciona perfeitamente para o seu cão e o seu dono?

A resposta està  em uma simples palavra que muitas vezes nós seres humanos a julgamos ultrapassada para os dias de hoje: Lealdade. 


Hatiko  era o fiel cão de Eisaburo Ueno, um professor universitário japonês da  dècada de 30, que veio a falecer acometido por um ataque cardíaco. Hatiko continuou fielmente a espera-lo na estação de Shibuya - Toquio, mesmo após a sua morte durante toda a sua vida. 
Em homenagem a esta lealdade entre  o homem e seu " melhor amigo, uma estátua de Hatiko foi erguida na saída da estação de Shibuya. 

domingo, 21 de julho de 2013

Notas pelo mundo



Quando eu era adolescente, eu morria de òdio quando alguém me dava de troco uma nota de 1 real toda rabiscada e suja. Por muitas vezes eu não repassava a nota por vergonha de estar portando uma nota de 1 real tão suja. Aliás, todas as notas eram sujas e fétidas. O ùnico lugar onde te davam como troco alguma nota nova era nos Bancos. 
Nem  preciso dizer que cresci com a impressão de que o dinheiro era algo sujo e cheio de bactérias, né!
Quando começei a trabalhar conheci o talão de cheques e o cartão de crédito. Maravilha! Não precisaria mais tocar naquelas notas imundas que tinham um cheiro terrível. 
Quando viajei pela primeira vez ao exterior, conheci uma outra espécie de papel moeda. Verdinha, de um papel mais firme e com um cheirinho muito bom: o dolar. 
Viagens e mais viagens e fui conhecer o tal do yen japones, o euro europeu e o franco suiço. Todas estas notas tinham algo em comum: eram limpas e muito bem conservadas. 
Aqui no Japão as pessoas não aceitam com bons olhos uma nota de yen que esteja rasgada ou cirùrgica, aquelas cheias de remendos com durex. Para dizer a verdade eu nunca vi uma nota de yen cirùrgica por aqui. 
Viagens e mais viagens , idas e vindas  ao meu querido Brasil e lá fui conhecer a nova nota de 50 reais. Mais bem conservada e colorida. Tinha até uma mancha cor de rosa  na borda de algumas notas de 50 reais. Mas seria uma espécie de marca para diferencia- las? Sim, era uma marca feita por dispositivos anti- furtos. Nunca tinha visto algo igual em toda a minha vida. 
Eh, eu não sou deste planeta! Detesto dinheiro sujo, no literal sentido da palavra. 

50 euros da União Europeia

 5.000 yens japones

50 francos suiços 


50 reais brasileiros 

sábado, 20 de julho de 2013

Agradecer a Deus



A minha vida já deu muitas voltas, e nunca , jamais pensei que um dia seria grata por estar no Japão. País que eu odiava pela sua mentalidade estreita. Talvez muito mais pela imagem que eu construî dos japoneses com a minha convivência infeliz com o meu pai , que era de origem japonesa. Sempre tive a ideia de que todo japonês era igual ao meu pai. Frio, mau humorado, autoritário, machista, preconceituoso, descrente de Deus, e exageradamente materialista, quase um egoísta. Ainda existem alguns japoneses assim por aqui, mas creio eu que é uma minoria. Pelo menos aqui em Shizuoka. 
A geração jovem é completamente diferente. Apesar de serem mais vazios, são mais livres e mais dóceis. 
Ontem, eu fui trabalhar ( sabadão) e meu colega japa estava trabalhando com o seu iphone ligado e assisitindo a programas de tv . Depois ele terminou todo o seu trabalho e saiu umas quinhentas  vezes para fumar até dar o seu horário duríssimo de 12 horas de trabalho. Ele trabalhou no minimo 6 horas e o restante ficou enrolando . Esta é a vida dura dos jovens japoneses de hoje. Ficam 12 horas no trabalho , mas trabalham mesmos apenas a metade do turno. Nem todo mundo vive nessa moleza, mas a grande maioria dos japoneses que recebem por hora trabalhada faz algo parecido. Principalmente os mais jovens. 
Enquanto eu digitava este texto, uma colega minha ( japonesa) de trabalho me mandou uma mensagem no meu facebook me perguntando se hoje eu comeria oniguiri ( bolinho de arroz envolto em alga) . Ela sismou de trazer oniguiri para mim todos os dias. E ainda me dou ao luxo de escolher oque ela vai colocar dentro do oniguiri. Eu adoro salmão. 
Quase todo final de mês o marido dessa minha amiga japonesa, me pergunta se eu não estou precisando de dinheiro emprestado ou se não estou passando algum aperto. Minha gente! é gentileza demais! Não estou acostumada. 
Como agora é verão, apesar de precisar trabalhar muuuito para quitar minhas dívidas, entre trabalhar e ir à praia, eu prefiro passar apertado e ir à praia. Às vezes minha chefe japonesa me chama para  ir fazer horas extras no meu dia de folga. Eu não vou! Mas nem por isso, ela fica com cara de M. 
Aqui onde eu trabalho, tenho dois dias de folga, e se eu vou trabalhar nos meus dias de folga, eu recebo 25% á mais pelo dia todo, e posso entrar a hora que eu quiser e sair a hora que eu quiser. Posso também  não ir, se eu quiser. Não existe outro lugar no Japão onde possamos ter tanta liberdade. Pelo menos eu não conheço. Rigidez? oque é isso? Aqui não existe!
Quando eu trabalhava no periodo diurno das 8:00 h as 17:00 h , eu chegava todos os dias atrasada, e nem podia dizer que era culpa do trânsito porque a distância que me separava do meu apartamento ao meu trabalho era um semáfaro. Recebia algumas indiretas nas reuniões matinais e só. 
Hoje, graças a Deus, eu entro à tarde e nunca mais me atrasei. 
O povo daqui de Shizuoka, quando se acostuma à você, mesmo sendo estrangeiro, te recebem como a um filho que retornou para casa. 
A minha maior felicidade desde que voltei para cá a Shizuoka, foi ouvir de absolutamente todos os meus colegas e chefes japoneses um calorozo : Okairiiii! que em japonês quer dizer : Bem vindo, de volta!
Muito obrigada meu Deus! E muito obrigada a este povo de Shizuoka que me acolheu tão calorosamente!
Hoje eu compreendo que precisei matar esta imagem "terrivel" que tinha dos japoneses na convivência com o povo daqui. Fechei mais um ciclo da minha vida :-)

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Meu stress de todas as manhãs



No começo achei até normal que muitas pessoas estivessem deixando o predio onde eu moro. Afinal, o Leo Palace é uma espécie de residência temporária para aqueles que estão na região à trabalho. 
No momento, em um predio que tem uns 20 apartamentos single, restaram apenas 3 moradores. Começei a achar estranho...
Mas por quê será que todo mundo debandou logo no início do verão?
Normalmente, uns vão e outros vem, mas já faz uns 2 meses que o povo anda debandando e nada de entrar gente nova nos apartamentos. 
Hà umas duas semanas atrás eu compreendi qual a razão...
No verão japonês uma verdadeiro enxame  de cigarras invade a cidade. Pior para quem mora proximo a áreas arborizadas. Justo atrás da minha janela tem duas árvores enormes no pátio de um colégio e um zilhão de cigarras estão concentradas nelas. 
A cantoria começa logo cedo, tipo umas 5 da manhã e vai até o entardecer, porèm a animação maior das cigarras é na parte da manhã. Justamente no horàrio que eu estou engatando o sono. 
E quem diz que eu consigo dormir com a cantoria das cigarras que pode atingir até 120 decibéis?
A minha sorte é que eu vivo no primeiro piso, imaginem se eu morasse no segundo piso, bem de frente com as àrvores? É impossível não estressar com tamanha cantoria que chega a ser estridente por vezes. 
O jeito vai ser esperar a época das chuvas, mas por enquanto , encontrei uma solução paliativa para o meu stress matinal: tampões de ouvido. 
Ahhh, estes japoneses pensam em absolutamente tudo !


quinta-feira, 18 de julho de 2013

É verão parte II



Já estamos na metade do verão japonês e 99,99% das minhas amigas japonesas se recusam a ir aproveitar esta delícia de tempo. A maioria prefere ir para os rios e cachoeiras para não ficar com o corpo grudento , mas para mim aquilo que interessa é a paisagem marítima. O céu azul se confundindo ao azul do mar. É lindo demais 
Uma amiga japonesa me disse que eu sou corajosa de ir a praia com este calor. Mas , pelo que eu saiba a gente vai a praia no verãozão e não no inverno. 
Tá sentindo calor demais? Se joga na água, ou só molhe os pés, como eu faço. Tenho medo de que o mar vá me engolir. Trauma de infância. 
Ainda bem que tenho uma amiga japonesa (raridade) que adora ir se bronzear e ainda vai de bikini brasileiro para a praia. Ela adora os brasileiros e o Brasil. Pegamos um solzinho á tarde e a praia estava completamente deserta . A praia só para nós. Delícia de vida. 
Ainda temos o mes todo de agosto para aproveitar o sol. Lá pela segunda quinzena de setembro o tempo já não é tão convidativo assim e aos poucos começa a mudar a estação no inicio de Outubro. 
Vamos aproveitar, porque tudo que é bom, dura pouquissimo!


 Sagara beach - Shizuoka- ken - Japan

Força de expressão e nada mais



Sabe aqueles momentos da vida que você tenta expressar uma coisa e as pessoas entendem uma outra totalmente diversa daquilo que você pretendia expressar?
Pois é, eu ando assim nos últimos meses . Deve ser a minha carga de expressão emocional exagerada. Vai saber...
Olha, as vezes eu acho que eu tenho que ir morar na Itália mesmo. Lá o povo é grosso, mal educado e super expressivo. As vezes dá até a impressão de que eles estão brigando com a gente , dependendo da forma que eles se expressam. E quando eles começam a gesticular demais? Parece que vão bater na gente. 
A primeira vez que eu fui para a Itália eu me senti ofendida um zilhão de vezes só de ver a cara de "nojo" dos atendentes de alguns negócios italianos. Tipo, parecia que era algo pessoal, mas não era.  E quando eles abriam a boca para falar alguma coisa? Nossa! eu ficava horrorizada com a grossura e a falta de delicadeza deles para com os clientes. 
Demorei um pouco para entender que esta era a forma natural do italiano se expressar. Nada pessoal. 
Eu me encontro meio assim. Falando pelos cotovelos e me expressando exageradamente. Daí uma coisa que é pequena acaba ficando imensa porque o lado de lá não consegue entender que é pura força de expressão e não stress , mau humor, autoritarismo  ou coisa do gênero. 
Eu sempre procuro me controlar bastante para não ofender ou assustar alguém com a minha " força de expressão" , mas ao mesmo tempo, esta sou eu. 
Não consigo me expressar sem soltar uma palavrinha mais áspera. Na verdade, se eu pudesse usaria o "vaffanculo" como vírgula em todos os diálogos, mas a boa educação e o bom senso não nos permite. Isto não quer dizer que estou querendo mandar todos para  aquele " lugar". É só pura força de expressão, minha gente sensível. 
Até a expressão do meu olhar é meio exagerada em certas circunstâncias, mas não é nada assim do tipo chamando para a briga. Longe de mim!
Mania terrível que algumas pessoas tem de julgar os outros pelo seu ponto de vista limitado. 
 Apesar de não aparentar, eu sou mesmo exagerada. Como na canção do nosso imortal Cazuza...
Quem manda ser e - xa - ge - ra - da!


Cazuza 

"Por você eu largo tudo
Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais

Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado" 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Estar só



Hoje estava lendo um texto na net que falava sobre a diferença entre a solidão e o " estar só" . Quem sente solidão pode senti-la até mesmo vivendo sobre o mesmo teto de uma numerosa família, ou sentir solidão mesmo vivendo um matrimônio de longos anos. Nesta  condição a solidão nos causa uma sensação de frustração. 

Para quem decidiu " estar só" por livre e espontânea escolha , a solidão tem um outro sabor. Os momentos de solitude servem para silenciar a alma, meditar, refletir, ler, criar, e se desenvolver emocionalmente  sem nenhuma influência  externa. Nestes momentos, acabamos por nos conhecer melhor ( autoconhecimento) e a descobrir facetas da nossa personalidade que até então estavam esquecidas em algum lugar, em segundo plano, sufocadas pelas exigências externas. 

Tem gente que quando decide dar o primeiro passo de " estar só" descobre  em sì , mil habilidades ocultas e pela primeira vez na vida consegue se olhar no espelho e se reconhecer. Alguns provam de tamanha liberdade que já não querem mais deixar de " estar sós". 

Poder " estar só" é questão de coragem, de enfrentar todos os dias a sí mesmo e adorar isso. É luxo para poucos , ter o seu " canto" privativo e poder pagar por ele. 

No texto que li , falava sobre o luxo de poder estar só. Devo admitir que este é realmente um luxo para poucos. Nem dividir o apartamento com outra pessoa para diminuir as despesas eu quero. É algo impensável. Adoro os meus momentos em silêncio na minha casa. 

Quando quero " não estar só" eu vou para a rua, ligo para os amigos. Sempre tem alguém disposto a fazer alguma coisa à dois, mas quando torno para casa eu quero mesmo é " estar só" . 

Quando eu começar a me incomodar de " estar só" , é porque a a solidão estará começando a invadir a minha alma. Por enquanto, eu me sinto muito bem assim, e o vazio que me rodeia é questão de espaço sem decoração e nada mais. 

O homem não nasceu para viver só. Mas bem que é delicioso ter o seu próprio espaço e dividi-lo apenas com quem foi convidado. 

Poder andar pelado pela casa era um sonho de adolescência. Esta é a melhor parte. 

sábado, 13 de julho de 2013

Amor à primeira vista

Falling in love com Robert de Niro e Meryl Streep. 

Quem nunca viveu esta emoção na vida não sabe o que está perdendo. É tiro e queda! Química total. 
Pena que em algumas fases da vida não estejamos prontos para viver tal emoção na sua plenitude. 

O amor à primeira vista nos tira do chão, nos arremessa a um mundo de emoções incontroláveis e desconhecidas. Emoções cruas nos dominam e a razão não tem mais o seu lugar seguro. 

Ele não escolhe o momento certo, nem o lugar, nem a  idade, nem menos a condição  social. Basta apenas um olhar e o feitiço está feito. 

Feitiço, talvez esta seja a palavra certa para descrever o " amor à primeira vista". Ele nos enfeitiça nos véus de Netuno. A impressão que nos dá é de que o universo está a nos provocar, criando coincidências inimagináveis. E a fórmula é sempre a mesma. Um encontro, um olhar e muitas coincidências. 

Para mim, esta é a expressão mais pura e crua do amor incondicional que não escolhe por quem vai se apaixonar.

As consequências de tal emoção dependem  apenas da nossa coragem de pagar para ver. Se deixar levar e não temer tamanha dependência emocional. 

O amor á primeira vista , por  vezes termina em algum ponto forçosamente. Coisas da vida. Mas a emoção nela contida é para sempre. 

E como esquecer juras e pactos de amor ?

Este texto dedico ao meu primeiro e ùnico " amor á primeira vista". Que Deus o bendiga, aonde estiver!

Facebook diminuindo distâncias




Não é nada fácil se aventurar a viver do outro lado do mundo sozinho, sem parentes importantes , e vindo do interior , mas trago de cabeça uma canção do rádio. Não sei por quê me veio esta musica antiga em mente?

Como eu ia dizendo, antes de ser interrompida por esta canção antiguissima  do Belchior, não é nada fácil estar longe da nossa terra, pior do que estar longe é já não ter mais aquele tesão de voltar um dia. Um dia eu voltarei, é claro, a minha familia e os meus amigos estão lá do outro lado do mundo. 

Gente muito querida  que deixei para trás , em algum portão de embarque internacional, de alguns nem esta lembrança eu tenho. Melhor assim. 

Nestas horas em que bate a saudade do lado de lá, o jeito é apelar para o facebook e o Skype. Imaginem se não existissem estes instrumentos de comunicação, como seria dura a vida de um viajante, sem notícias frescas, sem imagens e sem poder compartilhar momentos  do lado de cà?

Pelo menos para mim seria algo inimaginável. Com certeza a saudade e a solidão iriam bater de frente   e a vida aqui do lado  de cá seria insuportável. 

Muitas pessoas me perguntam se eu não me sinto sozinha aqui. Às vezes me sinto, mas nada que eu não possa controlar , entre estar sozinha  porque eu quero estar, e encontrar de vez em quando os poucos amigos que fiz por aqui. 

Quando não estou entre estas duas situações, eu me conecto no facebook e mato as saudades do povo de lá. Às vezes nem dá para sentir muita saudade porque alguns amigos estão sempre conectados. Talvez se não estivessemos tão conectados virtualmente , na vida real seriam poucas as oportunidades de estarmos verdadeiramente juntos. 

Santa internet, santo facebook e santo Skype! Amém!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Verão no Japão



O verão no Japão é bem diferente do verão brasileiro, a começar pelo clima. Aqui na região onde eu vivo o clima é considerado sub-tropical, mas para quem está acostumado ao verão seco de São Paulo, o calor do verão japonês é de amargar. 
Temperaturas que chegam a 38 graus de calor úmido. É impossível sobreviver a este verão japonês sem ter um ar condicionado em casa. 
Os ventos são fortes, como sempre, mas a diferença é que o vento não refresca ninguém. Normalmente os ventos são fortes e abafados por uma  onda de calor úmido que te fazem suar mesmo estando com o corpo parado. O pior desta sensação de umidade no ar é o efeito que ele faz no corpo: cansaço e corpo grudento. 
Eu como boa brasileira, vou sempre a praia quando começa o verão para pegar uma corzinha, ao contràrio das japonesas que se escondem do sol. 
Tem muito japonês que curte uma praia, a maioria são jovens ou surfistas. Estes costumam surfar até no Outono japonês, basta ter uma onda mais alta. 
A coisa mais dificil aqui é encontrar alguém que curta pegar um solzinho no verão japonês. A maioria das minhas amigas japas não curtem muito os estragos que o verão provoca na pele. Elas tem verdadeiro horror as manchas na pele. Outras se acham gordas demais, outras acham que estão muito velhas para ir a praia. Enfim, aquela mania de japonês meter limites em tudo. 
Por um outro lado existe uma cultura japonesa com relação a cor da pele alva. No tempo dos samurais , as mulheres de pele alva eram as de uma classe , digamos, elevada, enquanto as de cor mais escura eram as servas que trabalhavam nas plantações. 
No Brasil, ou em qualquer outro país mais ocidentalizado, ir a praia para se bronzear e exibir a cor do pecado durante todo o verão é a coisa mais normal. Usar bikini mesmo tendo mais de 30 anos também não é nada assim " coisa do outro mundo ", mas aqui , em algumas regiões , é algo fora do normal. 
Procuro sempre respeitar a cultura local para não me sentir um peixe fora d'agua, mas esta questão de evitar o sol em pleno verão...que me desculpem os japoneses mais tradicionais, mas eu vou me torrarrrrrrr, e de bikini. 

 Japonesas no verão

Brasileiras no verão

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Ídolos imortais


        Freddie Mercury - Queen 

Sou de uma geração que foi agraciada com musica de verdade, de conteúdo, ritmo , e harmonia. A musicalidade dos anos 80. 
Não só curtia bossa nova , como o velho samba canção e os fantásticos festivais de MPB promovidos pela Rede Globo. Sempre que eu podia ia assistir aos shows gratuitos na Cidade Universitária com bandas nacionais. 
Fazia parte do fã club do Queen e fui assistir pela primeira vez uma apresentação da banda quando eu tinha apenas 13 anos, no estádio do Morumbi, em São Paulo. Que tempo mágico! Para mim nada importava na época, apenas a música e o meu ídolo predileto: Frederick Bulsara Mercury. Até meu gato de estimação foi batizado de Fred em homenagem ao meu ídolo. Nem preciso dizer que sabia cantar absolutamente todas as musicas do grupo em inglês com uma pronúncia pra lá de britânica , mesmo sem entender a letra ne! Eu simplesmente sonhava com o meu ídolo Fred Mercury. 
A minha primeira decepção (idolos nos decepcionam tambem) , com o meu deus do rock, foi quando a imprensa noticiou que ele era gay, ou bissexual. Perdi  o tesão por ele, ao saber que ele comia da mesma fruta que eu gostava. Mesmo nesta nova condição continuei fiel as suas aparições públicas e a genialidade de suas musicas por um bom tempo. 
Novembro de 1991. O noticiário da tv Globo anuncia a morte dele. Meu mundo caiu! 
Desisti do fã club e aos poucos fui deixando de ouvir ( ouvia todos os dias) aquela fita K7 com as melhores musicas da banda Queen. 
 Não tinha mais graça curtir rock, o meu ídolo havia morrido como um mortal qualquer . Meu gato já tinha ido bem antes dele. 
O tempo passou, e eu só ouvia falar no nome do meu grande idolo do  rock no Programa do Pânico na tv, aquele tal Freddie Mercury prateado. 
Hoje por acaso fui parar em alguns videos antigos do youtube e lá estava ele,  Freddie Mercury imortalizado  em um video cantando Somebody to Love . Bateu uma nostalgia tremenda do meu tempo de fã da banda Queen, e ouvir " Somebody to Love" me levou em uma viagem no tempo. Senti os mesmos arrepios de anos atrás, querendo subir pela coluna ao ouvir novamente a poderosa voz do meu ídolo. 
Um idolo pode até morrer, mas a sua imortalidade se faz presente quando mesmo em um outro plano, ele consegue nos comover.
Meus únicos ídolos da adolescência : Freddie Mercury e Ayrton Senna . Nem preciso dizer que após  a morte dos meus dois ídolos eu já não  curto mais rock e nem assisto mais a Formula 1  nė!
Momento nostalgia. Não se fazem mais ídolos  como antigamente . 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Vênus em oposição



Outro dia eu estava lendo o mapa natal de um amigo . Ele não é feio, é simpático, trabalhador, inteligente,  e muito sorridente, mas o coitado não tem sorte no amor e já está chegando bem perto dos 40 anos sem nunca ter encontrado a sua cara metade. 
Analisei com cuidado os aspectos da sua Vênus. O pobre tem a Vênus na casa 12 , e para  piorar mais ainda a situação , a sua Vênus está em oposição à Jupiter.
Exemplos na vida ,como o caso do meu amigo , me fazem crer mais ainda de que o nosso destino está bem traçado, e o tal livre-arbítrio é questão de muita fé . 
Por coincidência eu também tenho a Vênus em oposição à Júpiter. Sempre considerei este aspecto como um mal pressagio para os assuntos do coração. Ou para ser mais clara, falta de sorte no amor. Menos mal que a minha Vênus está na casa 9 no meu mapa natal, mas isto não muda muito as tendências da minha falta de sorte no amor. E olha que eu tentei, mas sabe se lá por quê cargas d'agua os meus relacionamentos não seguem em frente. As rupturas são muito bruscas, impedindo que o relacionamento  se frutifique com o tempo. 
Em parte, compreendi que tudo se move em torno do meu caráter Capricorniano e das minhas emoções Escorpianas . Seca, profunda e explosiva. 
O meu pobre amigo me questionou se não teria um jeito de mudar este destino cruél. 
Ter até tem. Mas quem é capaz de mudar a sua própria essência ?
Mudanças no comportamento e no modo de encarar e sentir os novos relacionamentos que aparecem pelo nosso caminho seriam uma solução paliativa. Em um dado momento da vida a nossa essência se manifestará  no momento mais inoportuno. 
E então? qual seria a solução para os "azarados" no amor?
Sei lá! Se eu soubesse não estaria me questionando tanto até hoje. Lavagem cerebral poderia ser uma opção?
Para a grande maioria das pessoas, a felicidade está em poder compartilhar com alguém a sua própria vida, e de preferência que seja para sempre, mas nem todo mundo é agraciado com esta benção dos céus. O que fazer então quando a vida vai se tornando extremamente celibatária e não conseguimos mais ter controle sobre tais tendências?
Talvez uma boa solução seja a de mudar os nossos valores e compreender que nem sempre a mesma fórmula do amor funciona para todos. 
A sua vida afetiva pende sempre para o inusitado e a aventura? Então aceite-a e viva cada momento como se fossem únicos. 
Tá se sentindo sozinho demais em casa? Compre um animal de estimação. Você não pode imaginar do quanto estes seres são capazes de nos amar. 
Já passou dos 40 anos de idade e ainda gostaria de ter filhos mas não tem com quem fazer a sua prole? Adote uma criança abandonada, ou se transforme naquele tio (a) preferido (a) dos sobrinhos . 
Saia de casa, faça novas amizades. Inclusive aquelas que vem e vão. Desapegue-se do conceito " felizes para sempre" . Nada nesta vida é tão constante. 

Coisas do Japão


Hoje eu estava comentando com alguns colegas de trabalho japoneses que eu iria para a praia sozinha na minha folga, já que as pessoas normais folgam normalmente de sabado e domingo, e só eu folgo de quinta e sexta. 
Um deles me disse para eu  não ir a praia porque está calor demais. Whyyyyyy? E vai quando, na Primavera?
Outra japonesa comentou que o corpo fica muito grudento com o sal do mar. What is it?
Eu não sei quanto à eles, mas desde que eu me conheço por gente, eu vou a praia quando está aquele calor de rachar para  refrescar no mar e pegar um bronze. 
O pior comentårio que um japa fez , foi com relação a eu ir sozinha á praia. Claro que seria bem melhor ir em companhia , mas se eu folgo em  dias anormais, o jeito é ir sozinha. O meu colega de trabalho japonês me disse que se eu for a praia sozinha vão pensar que eu fui para me suicidar. Ahummmmmmm? Mas o local preferido dos japas para o suicídio não era nas linhas de trens?
Ás vezes eu me esqueço que eu estou no Japão e quero aproveitar o verão como se eu estivesse no Brasil. A louca aqui sou eu e não eles. 
Outro cuidado que temos que tomar ao ir á praia aqui no Japão é de nunca sair por aí em trajes de banho , ou seja, bikini só na areia da praia . Aqui não tem essa de pegar a bike e ir para a praia, mesmo que seja a apenas uma quadra de casa em trajes de banho. Nem com um shortinho e a parte de cima do bikini. Não que seja proibido, mas se você não quiser ser alvo de comentários e gente curiosa , é melhor sair de casa vestido dos pés a cabeça.
Aliás, ir a praia todo coberto , com calças longas, chapéu , tênis e sombrinha é a coisa mais normal por aqui. 
Nem todas as cidades de praia no Japão são assim. Tem gente que curte ir a praia e se bronzear, mas normalmente são os jovens de até uns 23 anos, mais ou menos. Depois desta idade dizem que não pega muito bem se bronzear muito. Vai entender!
Agora, o que eu faço? Vou para  praia sozinha me bronzear ou sigo o conselho  dos meus colegas japas e vou para um pachinko?
Pachinko é uma casa de jogos com maquininhas do tipo slot que fica lotado de segunda a segunda aqui no Japão e logo na entrada se sente um cheiro terrível de cigarro e cinzeiro com bicutas velhas . Imaginem o cheiro das salas para fumantes dos aeroportos internacionais. Imaginaram? É mais ou menos  esse o cheiro que faz nestes locais . 
Agora, não sei mais se eu vou ou não vou à praia sozinha para me bronzear. Será que os japas vão achar que eu estou depressiva deitada sozinha na areia da praia e vão chamar a guarda costeira?


Será que ela está passando mal com o sol? Ou será que ela está depressiva assim sozinha? Será que tá morta? Hummmm, muito suspeito!

domingo, 7 de julho de 2013

O que um homem vê em uma mulher


Queridas amigas despeitadas e desbundadas, infelizmente o homem é muito mais " visual" do que a mulher pensa. Esta é a conclusão que cheguei ao perceber que não dá pra competir , por exemplo, com as mulheres russas. Altas, louras, olhos claros e peitudas. Na visão do "macho" , elas são muito mais apetitosas e de aparência extremamente feminina. Apesar da frieza de tais "fêmeas", eles os "machos" preferem mulheres com formas e aparência de fêmeas. 
Aqui no Japão ocorre o contrário. Os japoneses preferem as "lolitas", garotas com aparência infantil , e de carater doce, vestidas e maquiadas como bonecas. Se tiver um peitão também ajuda. 
No Brasil, todo mundo sabe que a preferência nacional é a "buzanfa" e nem sempre o caráter importa. Pode ser doce e meiga, como agressiva . O gosto popular brasileiro é bem variado, mas se tiver uma bela buzanfa, ajuda e muito. 
No começo de todo relacionamento, enquanto a mulher busca qualidades no caráter do seu futuro pretendente, o homem está sempre se deixando impressionar pela aparência da sua "fêmea". 
Quadril largo e cinturinha fina é outra coisa que atrai os "machos".
Resumindo, se você não tem formas femininas , é reta e ainda por cima esconde a sua feminilidade  na forma de se vestir e se comportar, está fadada a ficar para "titia". 
Nem tudo está perdido. Ainda existem homens que valorizam muito mais mulheres de personalidade forte , inteligentes e nem um pouco femininas. Estes são uma raridade. Porém, no decorrer do relacionamento existe uma grave possibilidade de virarem apenas sócios na vida, ou pior, quase irmãos. 
O segredo de chamar a atenção de um "macho", independente das suas origens e cultura é sem dúvida alguma a feminilidade. Não tem peitão e nem bundão? Então, opte pela sensualidade. 
Mas aí você irá dizer: - Ah, nem todo homem pensa assim
É assim , sim senhora! Até mesmo o Senhor seu pai, quando viu a Senhora sua maē pela primeira vez, ficou mais impressionado com o tamanho da " buzanfa" dela do que o tamanho de seu cérebro. Vai por mim. 
- Ah, mas ela nem era gostosona assim
Se não era visivelmente feminina, em algum outro aspecto era. Não tenho dúvidas. 

Tá aí a nossa bela Roberta Close que não me deixa mentir. Pode até ser outro " macho", contanto que seja visualmente fêmea. 

sábado, 6 de julho de 2013

O óbvio


A cada dia fica mais difícil me satisfazer com relacionamentos superficiais. Claro que em alguns momentos até os relacionamentos mais supérfulos são necessários, mas creio que a questão não seja nem os outros. Sou eu mesma que me tornei extremamente exigente e seletiva. 
Se as pessoas não pensam como eu penso, já não me interesso em aprofundar nada. Dá uma certa preguiça social. Eh, isso! Estou com preguiça social. 
Na verdade , nem é uma questão de pensar igual, mas de ser interessante sob algum aspecto, de despertar o meu interesse por alguma coisa .
Nestes últimos dias estive com amigos, e foi muito agradável estar na companhia deles, mas não me basta apenas falar sobre as ocorrências do dia à dia, ou só ter uma companhia para comer fora. 
Preciso de gente que questione absolutamente tudo, e que tenha uma visão de vida além daquela da vidinha de sempre. Tá difícil! 
Eu sei que estou no lugar errado, mas também compreendo que esta é uma fase que terei que encarar e enfrentar  à longo prazo.  É o  tempo de encontrar a mim mesma antes de tudo. 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Reformas no apartamento



Aparelho de segurança com sensor ligado a todas as portas  e janelas da casa, até do banheiro. Vai saber pra quê?

A administradora do meu apartamento havia me ligado ha umas 2 semanas antes para me avisar de algumas reformas  no apartamento, ou instalação de algum aparelho . Para variar , não entendi direito.  
Hoje era o tal dia, e os técnicos vieram no dia  e na hora marcada, sem nenhum atraso. Eu, como estou de férias forçadas, nem lembrei desta pequena obra que eles fariam no meu apê.  Quando tocaram a campainha e eu vi no monitor um japa com cara de técnico. Eu pulei da cama! Eh! eu estava deitadona na minha cama , de pijamão e descabelada. 
Dez minutos foram o suficiente para me recompor e lá fui eu atender a porta. Dois japoneses ( até que eram bonitões) , uma maleta cheia de ferramentas e um aparelho estranho que ainda não entendi para quê serve.  
Só entendi que era um aparelho de segurança e que  se  eu quisesse  usa-lo teria que pagar uma taxa á parte. Aii! que saco! Nem sei pra quê serve o aparelho, e nem quero saber , ainda se fosse grátis eu até poderia me interessar. 
Agora a minha parede onde fica a tv está simplesmente lotada de fios e um aparelho enorme enfeitando a parede ao lado da minha cama, que nem sei direito pra quê serve e como se usa, e nem quero saber! Olha a quantidade de botões e kanjis nesse aparato. Tô fora!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Quanto vale o seu dinheiro


Por mais que eu passe apertado aqui no Japão, não é o mesmo aperto de "sobreviver" em São Paulo, então decidi fazer alguns cálculos para compreender o verdadeiro valor do meu suado salário aqui no Japão. Não é nem questão de falar mau do Brasil, um país que eu amo e que tem grandes potenciais de melhorar a sua qualidade de vida em um futuro próximo. Mas , uma vez que saímos do nosso país e conhečemos como funcionam as coisas em países mais desenvolvidos , fica difícil não fazer comparações. Claro que è um absurdo comparar um país de primeiro mundo a um outro de terceiro mundo, mas dinheiro é dinheiro em qualquer parte do mundo. Se o nosso Brasil é ainda um país de terceiro mundo, São Paulo não deveria ser tão cara, e se é cara, deveria justicar o alto custo de vida. 
Os valores japoneses: 

Vestiário: Roupas de marcas custam caro em qualquer parte do mundo com algumas variações, mas no Japão eu consigo comprar desde camisetas básicas  de boa qualidade , a vestidos por 10 dolares.  Nas liquidações japonesas de uma marca popular famosissima aqui no Japão podemos encontrar camisetas por até 4 dolares e de ótima qualidade. 

Acessórios: Bolsas de todo o tipo, ou comparáveis as bolsas vendidas nas Lojas Marisa de São Paulo que custam em media 45 ou 50 dolares, aqui no Japão custa em média 20 dolares. A procedência  é a mesma, China. Óculos de grife tipo Ray ban , ja comprei por 150 dolares no Japão e na Europa. No Brasil um óculos de sol da Ray ban do tipo  aviador não estava por menos de 250 dolares. Relógios de pulso e óculos populares  custam em média 10 dolares. O mesmo preço que se pratica no Dutty free da Argentina e a mesma procedência, China.

Aluguel: kitnet mobiliada com estacionamento para um carro, internet e tv a cabo por 420 doláres mensais, ( em Tokio o preço dobra) . Em São Paulo, uma kit mobiliada gira em torno de 400 a 500 dolares. 

Transporte pùblico: No Japão o transporte pùblico custa caro. Um trajeto de 25 minutos em um onibus japonês me custou 5 dolares. O trem normal de cerca 40 minutos de trajeto me custou  9 dolares. Um trem bala de Shizuoka à  Tokio custa em média 63 dolares para fazer um trajeto de  cerca 1:44 h . A distância em kilometros gira  em torno de 300 kilometros.  Aqui neste quesito é impraticável fazer uma comparação porque a qualidade em questão a horários e serviços oferecidos é bem outra. Mas existe a tal " muvuca" em Tokio na hora do "hush" , assim como em São Paulo. 

Comer fora:  Um  Mc fish  e um suco pequeno no Mc Donalds custa 3 dolares. Um prato de spagheti em um café restaurante , custa 7 dolares, um self service de sushi/sashimi custa 1 dolar por sushi. Um filet de frango grelhado com alguns acompanhamentos   e bebida á vontade, cerca de 12 dolares. Obviamente que existem restaurantes mais caros por aqui, mas eu só frequento os que não passam de 15 dolares o prato completo com direito a bebida. Em São Paulo, os prečos variam muito de região para região e do restaurante. Um comercial em uma lanchonete pode custar 6 dolares, ou um prato de comida em um self service custar 17 dolares o kilo. 

Vícios inùteis: Um maço de cigarros no Japão custa em média 4,5 dolares. Uma lata de cerveja 250 ml japonesa custa em média 2 dolares, dependendo da marca. Uma garrafa de vinho italiano ou chileno pode ser encontrado por 7 dolares ( vinhos novos) . 

O essencial: Luz, gaz, telefone custam caro aqui. Meu consumo de energia sozinha chega a 35 dolares em média, no inverno ele dobra de valor. O meu salário não. Linha de telefone com internet, cerca de 73 dolares mensais. A àgua , o valor é fixo de 21 dolares pagos de 2 em 2 meses. 

Carne: Aqui no Japão custa caro comprar carne em supermercado. Uma bandeja com um pedaço de bife custa 10 dolares. Existem outras opções de compras em supermercados brasileiros com carnes bem mais  em conta procedentes da Austrália. O sabor da carne deixa a desejar.

Frutas: Um absurdo de caro. Nem sei o preço porque não compro. 

O vilão do trabalhador : O valor mais absurdo que eu pago aqui no Japão é o da Previdência Social. E não importa se em um mês se ganha mais e em outro menos. Valor fixo total de descontos com a Previdencia Social , os impostos e o seguro desemprego:  378 dolares mensais. É quase o valor do meu aluguel mensal. 

Os valores acima estão baseados em uma média local. Mas em geral são estes os valores  praticados em cidades pequenas do Japão. Tokio, é outra história. O meu intuito não é nem o de comparar prečos e custo de vida no Brasil, afinal, o salário médio aqui é bem diferente do salårio médio brasileiro. Mas o interessante é que mesmo no sufoco eu consigo pagar todas as minhas contas e ainda me dar ao luxo de morar sozinha. Coisa impossível em São Paulo se o nosso salário não estiver acima da média. 

Em compensação a Saúde Pùblica é quase inexistente por aqui. Se vc quiser se adoentar, ( ninguém quer, of couse) espere até ter algumas economias. Uma internačão pode custar os olhos da cara. Normalmente se paga primeiro e depois o seguro devolve em média 70% do valor pago. Dentista? o seguro cobre também, mas vc tem que desembolsar um certo percentual à cada visita. Com a crise econômica e o povo sem dinheiro, alguns acordos também são válidos  para valores muito altos.

O interessante de viver dentro da economia japonesa é que existe saída para tudo, à partir do momento que aprendemos a economizar e procurar preços mais condinzentes com o nosso salário. Em contrapartida, no Brasil não existe esta opção. 

No Japão muitos profissionais de àreas distintas como a estética, os cabeleireiros e outros profissionais com formação técnica estão optando por trabalhar em fåbricas para poder aumentar os ganhos com horas extras. Ou trabalhando em dois lugares distintos , fazendo bicos nos dias de folga. Esta facilidade não existe no Brasil porque o sistema brasileiro não funciona desta forma. 

Industrialização sempre foi a chave para o avanço de qualquer país. Passou da hora heim, Brasil!

Bella giornata!


Ultimamente o único espaço onde falo e escrevo em português tem sido o meu blog e a minha pagina  do facebook. Restaram poucos amigos brasileiros por aqui e de vez em quando sinto uma falta imensa de poder conversar em portugues. 
Ontem foi um dia muito proveitoso e bilingue. Encontrei um amigo  italiano que não vejo hà anos, e parlamos muito em italiano. Ah! como eu amo ouvir esta lingua!
Mesmo  que  ele tenha estado o tempo todo reclamando do Japão e da cultura extremamente fechada e  sistemática do povo japonês, o diálogo fluia . Se fosse um brasileiro reclamando em português, talvez eu nem me interessasse tanto pelo assunto. Como era em italiano, ele poderia falar até sobre o seu time de futebol preferido que eu me interessaria do mesmo jeito. Claro que existe uma certa empatia entre nós dois, se não fosse assim , nem o teria como um amigo, mas poder falar e escutar esta lingua é sempre um prazer para mim. Como diz a Val Marchiori: Adooooro!!
A tarde, o meu amigo tinha um bello compromisso para ir no seu único dia de folga: um funeral japonês. Eu rezo para não ser convidada a nenhum casamento ou velório japonês. Aqui se paga para ir a um casamento, e se paga tambèm em um velório. Quanto mais próxima a ligação com o morto ou com os noivos, mais se paga. Melhor manter uma certa distância diplomática com certos costumes japoneses para não ficar no prejuízo. 
Meu amigo partiu " alegremente "para o velório e eu e uma amiga japonesa que faltou no trabalho por pura falta de tesão de ir trabalhar, fomos a Hamamatsu no Banco do Brasil .  Na volta ficamos passeando pela cidade para passar o horårio do hush dos trens . 
Todas as vezes que vou  a Hamamatsu tenho que passar pelo Italian Tomato, um café restaurante que é super barato e com um espaço bem pequeno e acolhedor.  Dá para ir sozinho sem se sentir sozinho, aliás, este restaurante é perfeito para quem está andando pela cidade sozinho e quer comer algum prato rápido e barato. Paguei mais ou menos, 20 reais  por um prato de pasta , um suco de laranja e um café expresso. Muito barato, por ser no Japão. Em São Paulo eu pagava  35 reais o kilo em um self - service. Sem o suco e sem o café. 
Por mim eu ficaria andando pela cidade o dia inteiro, mas os meus pés já estavam moídos e tinhamos que voltar para a cidade onde a minha amiga deixou o carro  antes de fecharem a farmácia. Eh, ela decidiu deixar o carro no estacionamento de uma farmácia para não ter que pagar . Japa esperta! Essa é das minhas !

 Italian Tomato - Hamamatsu - shi - Japan 

Starbucks - Hamatsu- shi - Japan 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Un gran vaffanculo



Para aquelas pessoas sem cérebro que se acham no direito de julgar os outros por apenas um "post". Um grande...




segunda-feira, 1 de julho de 2013

Era uma vez um desablog..,


Eu li não me lembro onde,  que escrever seria uma ótima terapia. Escrever imensos desabafos e dizer tudo aquilo que não podemos nem pensar em um dia falar para alguém sem provocar reações contrárias. 
Eu respeito o ouvido alheio e também tenho " semancol" . Se as minhas lamentações e as minhas opiniões não agradam a alguém, eu me calo. Tem sido assim, desde quando começei a escrever no meu "desablog". 
Tive períodos terríveis de ira e revolta com o mundo, mas também tive momentos de pura paz e interiorização. Tudo isso está registrado no meu Blog. No meu espaço. Fases, apenas fases de uma vida. 
Não sou mais a mesma de dois anos atrás, ou de quando comecei a escrever este Blog. Estou sempre vivendo experiências novas e aprendendo muito com a vida. Se evolui, eu não sei! Mas estou sempre em um processo de mutação interior. Às vezes volto ao ponto de partida, às vezes dou um passo adiante. Nunca sou a mesma de antes. 
Liberdade de expressão é algo primordial para mim, mesmo que eu não esteja sendo justa , ou coerente com alguma opinião que eu tenha expressado . Alguns  desabafos que escrevi no meu "desablog" gostaria de poder mante-los para mim mesma para poder analisar o progresso ou o retrocesso da minha evolução como ser humano. Porém..
Alguns posts eu decidi deletar. Quem fala o que pensa, ouve o que não quer. E este não era nem de longe o meu intuito quando comecei a escrever como forma de terapia. 
Estou aprendendo a filtrar os meus pensamentos e exterioriza-los apenas quando se tornam realmente concretos e não apenas reações cruas e instintivas. 
No momento, eu não uso apenas esta ferramenta para me expressar. Falo sozinha antes de escrever algo e assim vou filtrando aquilo que posso escrever e aquilo que não devo. Isto serve também para aquilo que eu expresso verbalmente. 
Para uma alma espontânea e agressiva como a minha, não é nada fácil ter que controlar a língua   ou o dedo ao digitar . Eu tento. 
Esta fase tem sido muito tranquila. Outras fases virão... nada é constante nesta vida. E se fosse, eu morreria de tédio. 

Fase mercuriana



Mercúrio
" Representa a inteligência, a comunicação, as trocas, a maneira que você possui de informar-se e expressar-se. Indica de que maneira você desliga-se da ignorância e atinge à compreensão. Ele está associado aos trabalhos do intelecto como escrever, ensinar e aprender.

Na sua pior utilização, surge o mentiroso, o ladrão, o superficial. Já em sua melhor apresentação, encontraremos aquela pessoa alegre, brincalhona, estudiosa, inteligente... "
por Cacá Travassos. 

Como uma boa Capricorniana da gema, a minha Vênus em Capricórnio nem se manifesta. Triste. 
Todos os aspectos que me regem no período atual estão concentrados em Mercúrio. 
Por mais que eu pense em tentar equilibrar um pouco mais a minha Vênus, este é um período totalmente solitário. 

Quero estar com alguém, poder compartilhar as minhas alegrias, os meus desejos, os meus planos para o futuro. Ao mesmo tempo , estou vivendo uma fase totalmente auto-suficiente , e neste período, não há espaço para um outro alguém. 

Querer não é exatamente poder. Queremos tantas coisas, desejamos tantas mudanças, mas na prática, este "querer" não funciona bem como imaginávamos. Deve existir o sentimento do querer, ou seja, querer por querer não nos leva a nenhum lugar. Eu quero, mas não sinto este querer do fundo da minha alma. 

Na realidade , eu meio que, aposentei as minhas chuteiras neste período. Calma, minha gente, é apenas um período. 

A minha concepção de relacionamento vai muito além daquilo que tenho encontrado pelo meu caminho. E olha que não foram poucos. 

Poder doar-se a uma pessoa e não esperar absolutamente nada dela e mesmo assim se sentir completo, seguro e pleno. Esta é a minha utopia de relacionamento. 
Creio que eu ainda não cheguei neste estágio. Sempre espero algo em troca da minha doação sim. Confesso. No mínimo, lealdade total. 

Talvez isso se deva ao fato de não ter encontrado ainda uma pessoa que mereça tal doação, talvez seja porque eu ainda não consigo me doar sem estar sempre com os dois pés para trás. Típica Capricorniana desconfiada. 

Existe uma dualidade em mim quando o assunto é relacionamento. No fundo da minha alma aquilo que é mais importante para mim em um relacionamento é a cumplicidade total e a confiança , ao mesmo tempo, por não encontrar tais qualidades essenciais  a um relacionamento eu acabo enveredando por outras áreas dos relacionamentos à dois. A segurança material, que seja no aspecto físico ou no financeiro. Não é bem isso que me preenche, mas é isso que tenho encontrado. 
Culpa dos meus desafetos? Em parte sim, e em parte não. Da minha parte falta poder desatar os nós da desconfiança eterna. 

Quem é que consegue pensar em dividir uma vida plena com alguém se não confia nela plenamente?
Temos que ter a consciência de que também precisamos causar tal confiança para que a reciprocidade se manifeste. Ahhh, muito complicado para o meu gosto!

Por enquanto , me deixo levar pelos meus aspectos em Mercúrio, não adianta em nada querer forçar um sentimento ( querer) que no momento não existe. 

Telefones japoneses


Quando eu me mudei para Shizuoka , eu havia pedido para uma amiga minha japonesa ir comprar um aparelho telefônico bem simples com os créditos que me restavam  no Point Card na cidade dela. 
Eu fui bem categórica quando disse a ela para comprar um telefone bem simples, daqueles de mesa mesmo e com teclado digital. Primeiro porque o meu credito restante nem dava para um aparelho telefônico melhor e segundo porque eu não entendo as mil e uma opções escritas em kanji. 
A minha amiga, muito prestativa foi lá comprar para mim o tal telefone simples. O telefone custou o dobro do valor que eu tinha de crédito e ela ainda me comprou um aparelho desses sem fio. Até aí tudo bem, fazer o quê?
Mas eu pensei que tivesse sido bem clara quando pedi a ela que me comprasse um telefone simples pela minha dificuldade em ler kanjis japoneses. Acho que ela não entendeu!
O aparelho segundo ela é bem simples. Tá bom, é simples , pequeno e prático sim. Para quem sabe ler o kanji, oque não é o meu caso.
Ontem tentei ligar para o Brasil umas quinhentas vezes e não completava a chamada. E eu vou lá saber que tem que mudar o tom do telefone para fazer chamadas com cartões telefônicos? Briguei com o aparelho por uma meia hora até perceber uma tecla escrita "tom" em katakana . Apertei e finalmente consegui mudar o tom de discagem e completar a chamada. 
Hoje, fui querer ligar para uma amiga aqui no Japão e o telefone estava travado. Creio que devo ter travado alguma tecla enquanto tentava descobrir como fazer uma chamada com um cartão telefônico.
Aperta tecla daqui, aperta tecla dalí e nada de dar linha. Sem querer bloqueei o teclado todo , mas eu só percebi porque apareceu uma chavinha no visor. E para desbloquear o teclado?
Aperta daqui, aperta dalí, até aparecer um número . Números são iguais mundialmente. Graças a Deus!
Consegui desbloquear o raio do aparelho telefônico apertando várias teclas, mas não me perguntem qual foi o procedimento. 
Aiii! Como é dura a vida de um analfabeto estrangeiro em terras nipônicas!

 Olha só que desespero este telefone básico todinho em kanji. Tem uns teclados em alfabeto romano, mas como fazer para mudar a opção????.