quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Oque dizer de Okinawa?



Estava pensando em um texto super hiper explicativo sobre Okinawa e suas ilhas paradisíacas, mas acabei desistindo. Ainda não conheci toda a ilha, e nem sei se terei tanto tempo assim. Afinal, eu vim para trabalhar ou fazer turismo?

Decidi postar algumas fotos , que creio eu, dizem muito mais do que palavras. Estas fotos são de alguns percursos que faço , como ir ao trabalho, ao correio, e algumas praias atrás do meu prédio e do meu trabalho. Nada de especial.

Agora é inverno aqui em Okinawa , e a temperatura gira em torno dos 19 graus. Todas as vezes saio com uma camiseta de manga curta e outra camisa por cima, mas na primeira esquina tenho que tirar a camisa por causado calor. Não parece inverno de jeito nenhum, parece a Primavera japonesa com calor durante o dia e um ventinho frio ao entardecer.


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Qualidade de vida



           
    
Qualidade de vida é ter o direito de respirar ar puro, é respeitar os limites do próprio corpo, é fazer oque se quer sem prejudicar o outro, é poder ir e vir com segurança, é ter saúde , paz espiritual e harmonia no convivio com o seu meio.

Poderia listar inúmeras condições para uma verdadeira qualidade de vida, mas isto depende de cada um. Para alguns a qualidade de vida poderia  ser representada por conquistas materiais, para outras uma vida familiar harmoniosa, para outros o contato com a natureza e assim por diante.

Para mim, a qualidade de vida resume-se em apenas uma palavra que engloba  absolutamente  tudo : a liberdade.

Liberdade de fazer as suas próprias escolhas e viver a vida da forma que mais se adapta as nossas necessidades. Fugindo de tendências, modismos e condicionamentos sociais. Não me refiro a ser um rebelde sem causa contrariando as normas e regras da sociedade onde se vive, me refiro a criar condições apropriadas para o nosso bem estar,  até mesmo dentro de regras rígidas , sem  fugir as nossas responsabilidades. 

Respeitar à sì mesmo em primeiro lugar, ou se amar, são requesitos primordiais para o nosso bem estar. Cuidar do corpo e da mente e aprender a respeitar os nossos limites físicos , prestando muita atenção a aquilo que o nosso corpo nos pede. Tendo sempre em mente  que a saúde e a disposição física é o nosso principal combustível para enfrentar um longo dia.

A mente. 
Não podemos nos esquecer dela, a nossa mente produz tudo aquilo iremos  viver em antecipação aos nossos atos. Portanto, nem preciso dizer : Mente sana, corpo sano.

Leia, medite, ouça música relaxante, ouça palavras otimistas e delete aquelas que só servem para acumular espaço inútil no nosso HD. A nossa mente é como a memória de um computador, se não limparmos  os cookies, os spywers e arquivos inúteis, com o tempo ele vai ficando lento e cheio de vírus. Aprenda a limpar os rastros de sua mente, e se for preciso, troque o sistema operacional.

A nossa casa. 

O nosso lar é a verdadeira extensão de quem somos. Nosso primeiro lar é o nosso próprio corpo, o segundo é a extensão dele. Manter a casa limpa e organizada é uma forma de respeitar a sí mesmo. Decore-a , perfume-a . Pense que você merece viver em um ambiente limpo , organizado e bonito.

A nossa criatividade.

A nossa criatividade está muito ligada a nossa coragem. Criar mentalmente inúmeras situações sem a coragem de empreende-las é criatividade inútil. Crie situações novas mentalmente e execute-as, uma à uma, mesmo que pareçam ser insignificantes ou impossíveis de serem aplicadas em sua vida. Crie meios, ferramentas, estratégias e siga em frente com coragem. 

Estas são apenas algumas condições para se obter bem- estar , e estar mais próximo de um mínimo de qualidade de vida. O resto vem naturalmente.










domingo, 21 de dezembro de 2014

A vida em uma ilha


Recém chegada a Okinawa , hà menos de uma semana e já parece que estou aqui hà meses. Ainda não tive tempo para sair e conhecer a região. Na verdade , creio que não hã muito para se ver a não ser o mar esmeralda . Muito lindo! É a primeira vez que vejo um mar tão bonito. 

A ilha é quase deserta, o número de habitantes não passa de 2.000 , e a região mais parece uma cidadezinha super hiper interiorana. A verdadeira atração da ilha é mesmo a natureza .

Outro detalhe interessante é a forma como esta gente de Okinawa se difere de todo o Japão. A cultura é diferente , as construções ( casas e prédios) são diferentes de todo o Japão. Quase tudo de concreto para suportar os frequentes tufões no verão, ou porque realmente é uma àrea que não se modernizou tanto quanto o resto do Japão. Para dizer a verdade, a impressão que tenho é a de que os habitantes das ilhas de Okinawa nem fazem questão de muita modernização. 

Visualmente, muitos okinawanos são diferentes dos japoneses . Algumas okinawanas que vi no aeroporto de Naha tinham feições de mestiças, os homens nem tanto.

Ainda não tenho muita idéia de como são os okinawanos. Teria que dar um giro por outras ilhas ou até mesmo em Naha para poder dizer com certeza, mas a princípio , me pareceram ser bem gentis . Como todo o povo japonês, eles são super tímidos e silenciosos . Não sei se existe diferença entre uma ilha e outra, ainda não deu para perceber . A ùnica coisa marcante por estes lados é que todo mundo se cumprimenta nas ruas. Pode ser uma característica desta ilha , não sei dizer.

O problema maior de viver em uma ilha é a locomoção. Não existem muitos ônibus e os horários não são fixos . Podem mudar os horários de uma hora a outra, principalmente no inverno. 

Viver em ilhas de Okinawa  é como viver em áreas agrícolas no interior do Brasil. muita plantação de cana- de - açucar , abacaxi , e muita estrada circundada por muita vegetação. 

Da janela do meu quarto o panorama é de pura vegetação. A noite ( de madrugada) se pode ouvir o mar e alguns sons estranhos que ainda não sei dizer se são pererecas, grilos, ou qualquer outro bicho estranho. Dizem que no verão costumam aparecer cobras venenosas pelas estradas. 

Outro animal famoso na região  e em extinção que habita estas ilhas é um tipo de gato selvagem . Dizem que existem apenas 100 . Até o momento só vi muita largatixa , passarinhos e um bichinho preto e pequeno que não sei oque era.

Não fossem as  suas belissimas praias de um verde esmeralda e seus corais, Okinawa seria apenas um ponto esqueçido no território japones. 

Dizem que os okinawanos não se consideram totalmente japoneses, e que todo o resto do Japão da mesma forma não consideram os okinawanos como japoneses. Talvez por sua cultura diferenciada com raízes na cultura chinesa. 

Apesar de todas as diferenças entre Okinawa e o resto do Japão, temos que admitir que este povo foi abençoado pela maē natureza. 

                                               Okinawa - by me


                                               Okinawa - by me 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Pré-pago japonês e chá de cadeira



Quem foi que disse que produtos e serviços japoneses são eficientes ?

Mais uma vez , tomei o maior chá de cadeira na Au shop só para que eles averiguassem porquê raios o meu pré -pago recebe sms de todas as operadoras , mas eu não consigo responder?

Dois dias antes liguei para o atendimento da Au ( 157) e uma moçinha muito engraçadinha ( por causa da voz meiga) me prendeu por quase 1 hora ao telefone para testarmos o sms . Ela me enviou uma mensagem do seu celular ( Au) e eu consegui responder, porém o nùmero do celular dela desaparecia da tela de resposta. Achei estranho, ela também, mas como eu digitei novamente o numero dela e a mensagem foi enviada, ela me disse que não poderia considerar como defeito.

Muito bem. O celular troca sms com o celular de alguns funcionários do atendimento da Au, menos com todos os meus contatos e isto quer dizer que o celular funciona?

Como a situação ficou meio estranha, preferi ir a loja para que averiguassem se por acaso eu estava digitando algo errado. Fiz todo o procedimemto de envio de sms na frente do atendente e todos os sms que enviei davam falha. 

O atendente levou meu celular, meu cartão de dentidade , e depois de uns 15 minutos voltou com essa:
- Existe a possibilidade dos seus contatos estarem usando alguma letra que o sistema não consegue ler no endereço de email ou algum filtro, impossibilitando o envio do sms.

Tá. Então eu tenho que ligar para todos os meus contatos e pedir para que eles mudem o numero do telefone ou desativem o filtro só por minha causa?

O atendente me olhou com aquela cara de interrogação típica de japonês e me pediu para esperar mais alguns minutos. Passaram-se 3 horas e eu estou aqui sentada esperando uma solução.

Dava tempo de ir e voltar de Tokio de trem bala...

Coisas do Japão. Perfeição japonesa virou lenda . 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Interiorizar é preciso

       
      
   

Se todas as pessoas tivessem a capacidade de perceber que vivemos em dois mundos ( interno/externo) e que assim como alimentamos o nosso mundo externo ( vida mundana) é preciso cuidar da nossa essencia mais básica, talvez o mundo fosse um pouquinho melhor.

Gente que é escrava do dinheiro , sem tempo para sí mesmo, ou  gente que castiga o corpo com químicos para alivar a dor da alma ou do corpo .  Os dois  estão sempre conectados. Alma doente, corpo enfermo.

 Dedicar ao menos 5 minutos diários de meditação, ou simplesmente manter-se desligado do mundo , em oração ( não importa a religião) até o ponto de sentir-se realmente conectado com a linha invisível que nos liga ao Universo, seriam habitos muitos saudáveis , e o nosso "self" agradeceria.

E quem é que consegue se desligar desta vida mundana, com tantas contas atrasadas para pagar, filhos que nos causam preocupações , o cachorro do vizinho que não para de latir, ou até mesmo a imensidão de anúncios e programas da tv e internet que nos convidam a estar entretenidos, e esquecidos de nós mesmos?

Vejo tanta gente viver como "zumbis". Não percebo mais aquele brilho no olhar das pessoas. Mas será o meio em que eu convivo? Pode ser...

Às vezes gostaria de poder ajudar as pessoas para que elas pudessem enfrentar  todos os desafios da vida sem esmorecer, sem stressar com pequenas coisas , e até mesmo a respeitar os limites de seu próprio  corpo. Me sinto impotênte e me calo, a um certo ponto. Cada um sabe de sí. 

Aqui em terras nipônicas é muito frequente encontrar pessoas que vivem como verdadeiros zumbis, escravos do capitalismo e de uma rotina massante . Mesmo inseridos em uma sociedade assim, deveríamos nos permitir viver também, o outro lado da vida. Aquela que é apenas nossa , o nosso self. 

Aquilo que nos agrada, nos tranquiliza e nos traz paz de espírito para poder recarregar as energias ( positivas) e enfrentar todos os desafios da vida mundana, está dentro de nós. Ignorante é aquele que busca fora de sí um afago que só nos mesmos podemos nos oferecer. 

Respirar corretamente, comer corretamente, dormir o tempo suficiente, meditar diariamente , já seria um bom começo. Pena, que muitas pessoas não dediquem ao menos cinco minutos diários para ouvir a sí mesmo. Quem dirá aos outros...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Correio no Japão

I         
  

Todo mundo   sabe que o povo japonês é super metódico em absolutamente tudo , não é mesmo?

Só que esta mania de serem metódicos em tudo , às vezes causam alguns problemas para nós estrangeiros. 

Eu tenho dois endereços de correspondência aqui no Japão, um oficial e outro não. Sim, e daí? 

Qual o problema de eu ter uma residëncia em um lugar e endereço de cobrança em outro?

Aqui no Japão se você tem dois endereços de correspondência o correio vai insistir em enviar todas as suas correspondências para o endereço oficial, aquele registrado na Prefeitura. 

Mas e se eu tiver um amante e quiser que algumas correspondências sejam enviadas em outro endereço? Não posso?

Não sei como os japoneses fazem com as contas das amantes. Com certeza eles devem depositar em " espécie" , ou coisa do gênero, porque eu já tive as minhas correspondências devolvidas por várias vezes. 

Na dúvida do endereço correto , eles simplesmente devolvem a correspondência sem enviar nem para um endereço e nem outro. 

Eu particularmente não acredito que isto seja via de regra dos correios japoneses. Estou começando a achar que " depende" do funcionário. 

Hoje fui retirar no correio um letter pack que me enviaram hà 4 dias e voltou para o remetente . O mais estranho é que eu não recebi nenhum tipo de aviso por escrito do correio. Normalmente o correio deixa um aviso para que o destinatário ausente vá retirar a correspondência . Eu não recebi absolutam ente nada. 

Aproveitando a minha ida ao correio, pedi para que agendassem uma data para que o correio vá retirar algumas malas . Normalmente isto se faz por telefone, mas se a pessoa já está no correio pode naturalmente pedir o agendamento em pessoa. 

A moçinha do atendimento de " packs" me orientou a fazer o pedido por telefone porque não era possivel faze-lo pessoalmente no correio. Achei estranho demais, mas como tudo é muito estranho por aqui deixei passar. 

Como eu tinha ainda que enviar um presente para o Brasil, fui a um guichê interno e perguntei a uma outra atendente se eu não poderia agendar a retirada de minha bagagem com antecedência na agência e não por telefone. A atendente muito gentilmente me disse que sim, que não era necessário ligar , bastava eu ir ao guichê que ficava na outra sala. 

- Mas eu acabei de voltar de lá! Respondi indignada.

A atendente me olhou com aquela cara de ponto de interrogação que todos os japoneses fazem quando sabem que algo está errado, mas não querem admitir. 

Voltei ao guichê de atendimento a "packs" e pedi para que a moçinha fizesse o meu agendamento porque a atendente de dentro me havia orientado a faze-lo no guichê. De repente, a moçinha sacou uma caneta e um papelzinho , que nem formulário não era , e começou a escrever os meus dados para a retirada da minha bagagem. Me orientou onde eu deveria escrever a data solicitada para a chegada da minha bagagem  e tudo mais. 

Saí da agência um pouco desconfiada. Mas será que dá para confiar em alguém que te dá informação errada e ainda escreve os dados do agendamento em uma folhinha de rascunho?

Dito e feito. Já estávamos a alguns passos distante da agência quando uma japonesa toda esbaforida vem correndo em nossa direção. Era a moçinha do "pack" . 

Ela havia esqueçido de perguntar o meu nome , e encomenda sem destinatário aqui no Japão não chega nem por acidente. 

Escrevi na sua folhinha de rascunho o meu nome , e quando pensei que já estava tudo certo e claro, a moçinha me soltou essa: - O endereço para retirada é neste endereço ou no outro?

Nãooooooooooo! I dont believe!

Tive que pedir gentilmente para que ela agendasse a retirada de minhas bagagens no endereço que eu havia indicado porque as bagagens se encontram lá e não no endereço que está registrado como minha residência. Pleaaaaaseeee!

Depois de toda esta confusão , a moçinha esbaforida soltou mais essa: - Eu vi que a senhora tem outro endereço no sistema, mas pode ficar despreocupada que só eu sei. 

Hummmmmm?????

Help meeeeeeeee!



sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Gente que grita

          


Não sei quanto ao resto do mundo, mas eu não suporto gente que grita para falar e de forma agressiva. Não importa se é com a intenção de ser agressivo ou se é sem intenção. Toda palavra pronunciada em tom alto e ríspido me corta o coração. 

Não que eu seja um vasinho de cristal que se quebra em pedaçinhos com facilidade, mas a voz alta só tem dois resultados em mim, ou me ferem no fundo da alma ou me provoca ira. Sem chance de passar desapercebido.

Quando eu estive na Itália fiquei super hiper magoada uma vez com um italiano , desses que tem tabacaria onde vende de tudo. Ele poderia ser estúpido, mal educado, grosseiro , e o caramba, sem levantar a voz, mas o tom de sua voz era tão agressivo que juro , quase chorei. Ele conseguiu estragar o meu dia inteirinho , e isto porque eu nunca o vi mais gordo na vida. 

Às vezes acontece de alguma pessoa falar assim comigo, justo quando estou mais sensivel, e aí é fatal. Fico me remoendo por dentro e tentando disfarçar o meu desconforto para não acabar criando uma situação embaraçosa. Afinal, nem é para tanto, a pessoa só fala alto e se expressa de maneira agressiva. 

Ela talvez nem perceba que eu uma Capricorniana da gema seja uma pessoa tão emocionalmente afetável. Na verdade, eu creio que ninguém percebeu ainda que aquilo que comandam as minhas emoções não é o meu Sol Capricorniano , e sim a minha Lua Escorpiana.  Que pode ser tão vingativa e colérica , como profunda e melancólica. 

Per favore, non gridare,!

Como Iago

      
    
                                       O mal-encarado à direita é Iago...

Iago, ato I

Uma das falas mais famosas de Iago está na primeira cena da peça: "Carregaria o coração  na manga, para atirá-lo às gralhas". Esta fala é muitas vezes mal interpretada, porque é apenas a segunda metade do pensamento. A fala completa de Iago significa que ele esconde seus sentimentos e intenções, a fim de se proteger.

Hoje estou completamente Iago. Não que eu tenha assistido Otelo de Shakespeare e nem lido a sua obra. Também acredito que não compreenderia tal leitura. Já tentei ler Dante e não entendi nada. 

Também não estou me sentindo maquiavélica como Iago, apenas me identifiquei com a sua fala : " Carregaria o coração na manga, para atirá-lo às gralhas". Tal qual , como descrito acima.

Buscando na net alguma frase que descrevesse aquilo que estou sentindo hoje, encontrei várias frases que  se intitulavam como frases de Willian Shakeasper. Cuidado. A maioria não são frases de Shakespeare . Esta acima sim , é um trecho da fala de Iago em Otelo. 

 Ahhh, sei lá! Não li nenhuma obra literária deste famosissimo  poeta e dramaturgo inglês , mas achei um pouco duvidosas aquelas frases  que se denominavam como de autoria de Shakespeare .

Para comprovar a veracidade de tais frases, fiz o sacrifio de entrar em sites em inglês e comparar as frases dos sites em português, ou seja, brasileiros. 

Minha gente! Esse povo inventa demaisss ! E ainda usam  o nome de personalidades famosas da história. Só consegui confiar um pouco nos sites em inglês porque neles estavam mencionadas algumas frases de Shakespeare juntamente  com a obra de onde foi retirada a frase. 

Daqui a pouco vão dizer que aquele provérvio popular :  Quem vê cara não vê coração è de autoria de Napoleão Bonaparte. 


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Manhãs de inverno

       



Manhã chuvosa, abro a janela e aquele ventinho gelado de começo de inverno querendo arrepiar- me a alma. Decididamente, o clima altera os meus ânimos. Desânimo total.

Na minha opinião as estações do ano deveriam ser apenas duas: o verão e a primavera. Nada de invernos rigorosos e nem outonos sombrios. Talvez, como o clima do Brasil, onde nem se percebe quando termina o outono  e começa o inverno. É tudo uma coisa só. 

Aqui em terras nipônicas o clima é bem definido e quando passam- se os tres  meses de cada estação, na virada do dia 21 , percebe- se nitidamente a chegada  de uma nova estação. Talvez por isso , as pessoas aqui sejam tão metódicas ( certinhas)  e os brasileiros tão zuados e sem regras definidas. É culpa do clima.

Para dizer a verdade, até suporto tais  viradas do inverno japonês, acho que me acostumei. Aquilo que me causa profundo desânimo é o tempo nublado com o céu totalmente cinza. Pode chover rios, trovejar, ventar e a temperatura despencar,  contando que o céu esteja azul . Dificil , só se fossem chuvas de verão, ou alguma mensagem dos céus nos alertando para um possível terremoto. 

Eh, quem é bom observador dos céus japones , sabe que quando algumas nuvens estranhas aparecem nos céus em meio a um azul anil , ou quando a temperatura aumenta de repente no inverno , é sinal de terremotos. Eu já comprovei esta sabedoria popular duas vezes em terras nipônicas.

Hoje a temperatura minima é de 5 graus e a maxima de 11 graus. Nem está tão frio ...ainda, mas o céu, este sim, está feinho. Gris. E a minha alma também vai formando contornos acinzentados. 

Se somos realmente parte de um "todo" , e somos regidos por forças invisíveis que regem a natureza e seus ciclos, hoje em especial, não queria estar tão conectada ao " todo". 

Vou fechar a janela e ignorar o " todo".