quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Vidas passadas




Sabe aquela sensação ou emoção que vem do nada provocando reações subitas de defesa quase que involuntariamente? Ou aquelas certezas que temos no fundo de nossas almas sem entender direito de onde elas vieram?

Independentemente  de termos provado alguma experiência  nesta vida, sensações afloram , sonhos se tornam recorrentes, e atè mesmo algumas imagens nos vem em mente sem sabermos de onde elas vem. Seria preciso realizar uma regressão mental para descobrir , ou lembrar , em qual momento de nossas vidas teriamos provado tais emoções e sensações. Talvez na infância, talvez no ventre materno? Talvez muito além !

Há anos vinha desenhando rostos. Rostos de mulheres , com cabelos longos, jogados ao vento, olhar misterioso ,quase melancólico  e um detalhe muito interessante, uma enorme franja que cobria um dos olhos. Todos me perguntavam: - Mas  quem é ela? Eu respondia: - Ninguém. 

A franja cobrindo um olho era simplesmente o fato de eu não conseguir desenhar os dois olhos na mesma proporção. Sempre um olho ficava maior, outro mais baixo, e a solução que encontrei foi cobrir um dos olhos com uma enorme franja. Mas quem era a moça de labios carnudos, olhar melancólico e com uma franja enorme cobrindo parte de seu rosto?

No fundo eu sabia que aquela moça bellissima dos meus desenhos era eu, mas não queria confessar. Ela era bela demais, e eu nem me considero bonita. Também não sou feia, mas não chego a estar dentro dos padroes de beleza do nosso mundo moderno. 

Com o passar dos anos aprendi a desenhar os dois olhos de forma proporcional . Hoje dificilmente desenho rostos caolhos. Sabe-se lá como, mas aprendi também a fazer auto-retratos. 

Coincidência , indução mental ou resquicios de vidas passadas. Meu ultimo auto-retrato é caolho. Uma enorme franja cobre um dos olhos, e esta franja é real. Nunca quis deixar a franja crescer por achar que a minha testa era grande demais. Com a vida louca , sem tempo de ir ao cabeleireiro , meu cabelo cresceu e eu nem me dei conta. Tento jogar a franja de lado, para trás, prende-la . Ela è rebelde e sempre cobre o meu olho esquerdo. 

Imagens vindas de vidas passadas ou não. A moça de cabelos longos , olhar melancölico , labios carnudos e franja cobrindo parte do rosto , não tão bela quanto em meus desenhos passados. Era eu hoje. 


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Pulsações e paixões



Ontem tive um sonho, daqueles com enredo , a cores e sensações. No meu sonho eu estava apaixonada por um ator americano que agora esqueci o nome, mas ele se parece muito com uma ex-paixão que tive hã mais de 20 anos atràs. Confesso que entre as minhas dezenas de experiencias amorosas, eu só me apaixonei duas vezes, e estas foram no Brasil. 

No meu sonho eu era a potagonista de um apaixonado romance . Cada olhar, cada toque, cada beijo , era tão real. A sensação de estar apaixonada era muito clara, e quase saudosa. 

Nunca mais me apaixonei como nos velhos  tempos. E olha que os pretendentes foram muitos , mas ninguém que conseguisse despertar em mim aquela chama da paixão. Tal despertar independe de atitudes, conversas ou qualquer outro artificio externo. Ela simplesmente vem. Tal experiéncia é quase sempre individual. 

Quando estamos apaixonados, o olhar tem brilho, a pele tem viso, e até os nossos odores corporais mudam. Quando apaixonados, as 24 horas do dia são recheadas de desejos, de percepções extra-sensoriais, de sincronicidade e de uma dependência prazerosa,  fisica e emocional. Somos tomados por sensações que nos comandam à partir de um outro mecanismo que não està  no cérebro, està  nas artérias que bombeiam  o sangue pelo nosso corpo. 

Deve ser esta a compreensão sobre os espíritos da alma de Descartes ( paixóes da alma)  , que custei a entender. As paixões correm nas artérias  que percorrem o nosso corpo, provocando um mix de sensações que não podemos e nem sabemos como controlar. 

Aromas se sentem no ar. De repente, o ambiente em que estamos se torna mais perfumado, ou os nossos olfatos se tornam mais aguçados para certos aromas. Uma simples lembrança de um dado momento faz o coração palpitar, o olhar brilhar e um sorriso brotar bem no cantinho da boca. 

Ē tão infinitamente prazeroso estar apaixonado. Quem já provou desta emoção sabe que pela razão nunca iremos nos apaixonar. Não escolhemos por quem nos apaixonar, ela simplesmente vem. 

Ultimamente, aliás, hà anos , me restam apenas as minhas lembranças , os meus sonhos e suas sensações trazidas de algum lugar distante do passado. Seria tão mais fácil interessar-me por alguém e seguir em frente em um relacionamento se as minhas ações fossem movidas pela paixão. 

Sinto falta de simplesmente olhar para alguém  e me apaixonar por um belo par de olhos verdes, ou por um sorriso, sem nem me importar com o que vem depois. As vezes me pergunto , se as pessoas ē que estão muito desinteressantes, ou se sou eu que me tornei muito exigente e racional. Ou pior ainda, se a fase que estou passando ( idade madura) nos priva de alguma forma em encontrar beleza em olhares e sorrisos de pessoas maduras , transformando-as em pessoas pouco apaixonáveis. 

Não sei dizer ao certo. Só sei que sinto falta de estar em um estado de paixão, e isto depende muito daquilo que as minhas artérias compreendem. 

Sei que por vezes ( na maioria das vezes) posso aparentar ser fria e indiferente as reações alheias de emotividade. Tento compreender racionalmente o motivo , mas a resposta não vem. Nem poderia, as artérias não tem cérebro. 


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

E se não houvesse amanhã?



Hoje, por acaso, lendo as noticias do Brasil me deparei com o anúncio da morte de um ator , Domingos Montagner, que até então era desconhecido para mim. Hà anos já não acompanho mais a programação da tv aberta brasileira , assisto a apenas alguns programas atravēs de reproduções de canais do youtube. O cara morreu afogado no intervalo das gravações da novela "Velho Chico" , ou seja, foi uma fatalidade, um acaso. Nenhum indicio de problemas de saúde ou qualquer coisa que o estivesse levando aos seus ultimos dias do lado de cá. Ele estava apenas na hora de seu intervalo de trabalho e morreu. Simples assim. 

Claro que fui incuriosar o seu mapa astral, e aparentemente em termos gerais não observei nenhum aspecto que delatasse a possibilidade de ocorrer tal fato. Lembrando que sou leiga, apenas uma curiosa no assunto astrologia. 

Alguns mapas que visualizei de famosos davam indicios claros para qualquer leigo entender que as estrelas estavam fazendo um movimento tendencioso no momento de sua morte . Obviamente que um bom astrologo saberia identificar claramente os aspectos que regiam o momento de Domingos Montagner. E se ele soubesse de tais tendencias, talvez ele tivesse evitado entrar em águas profundas. 

Plutao aspectado na sua casa 8 , o mesmo transito pelo qual eu estou passando hà anos. Em questões praticas, este transito traz perdas de pessoas ligadas ao nosso convivio, ou a nossa propria morte. Ē um aspecto muito longo que vai norteando as inevitáveis ocorrencias da vida. Outro aspecto que me intrigou em seu mapa astral foi Netuno em oposição a Plutão, que pode ser classificado como morte por asfixia, ou seja, afogamento. Netuno ( mar) , Plutão ( profundezas, morte) . 

Para morrer basta estar vivo...e estar escrito nas  estrelas. Maktub. Não necessariamente viveremos dentro de uma estimativa ou expectativa de vida do homem moderno. O fim nem sempre é para os que chegaram primeiro. 

E se você acordasse hoje com a certeza de que não existiria mais um amanhã? 

Aquela canção de Renato Russo retrata bem como deveriamos agir todos os dias : - "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã". Porém viver a vida pensando que o amanhã não chegará é enlouquecedor. Ter a total consciência de que a vida tem um final também é perturbador. No minimo nos causaria ansiedade e angústia , ao perceber que metade de nossa vida já se foi e ainda queremos viver tantas coisas com a mesma juventude que já não tem mais volta. 

Queriamos ter amado mais, ter errado menos, ter estudado mais, ter viajado mais, ter contribuido mais. 

A vida é ( para mim) como uma empresa que nos é delegada por Deus , por um contrato invisivel e vitalício. Como iremos administra-la depende da capacidade gerencial de cada um. 

Exageradamente Capricorniana a minha visão da vida , eu sei. Mas a vida não deixa de ser a nossa empresa , o nosso  maior patrimônio. Tantas vezes nem administramos todos os setores da vida como se deve. Deixamos ao acaso, para o amanhã resolver. Sem nos darmos conta de que o amanhã pode simplesmente não existir. 



terça-feira, 13 de setembro de 2016

Sei lá , se sou feliz ou infeliz



Trabalhando duro hà mais de 7 meses em turnos alternados aqui em terras nipônicas. Há dias que nem quero fazer mais nada a não ser dormir. Apesar da rotina estafante, dos japoneses com aquele jeito de ser totalmente rudimentar, e o trabalho que dobrou sem direito a aumento de salário, ainda posso me considerar uma felizarda. De certa forma , eu sempre consigo ( por bem ou por mal) , manipular as pessoas que convivem comigo no meu trabalho. Acho que os japoneses em geral odeiam o meu jeito de ser . Meio intransigente e respondona , mas acabam me respeitando, ou me suportando. Sei lá, sempre tem um que gosta. 

Meus dias tem sidos longos durante a jornada de trabalho e as horas de ócio pouquissimas. Tenho exatamente 3 horas e meia para cozinhar, tomar banho e estudar um pouco, antes de dormir. Não tem me restado tempo para mais absolutamente nada. Nem para pensar besteiras, e isto é ótimo!

Queria ter mais qualidade de vida, sair mais, me dedicar mais aos meus hobbys e passa-tempos , mas estou sem tempo até para querer. Então, não quero e está tudo certo. 

Meus contatos virtuais (em lingua estrangeira) tem reclamado da minha ausência . Eu não tenho tido tempo nem para perceber a minha ausência. 

Enfim, está tudo ruim. A vida não deveria ser assim , tão vegetativa. Ao mesmo tempo me sinto feliz por estar sendo produtiva. Todo o meu esforço tem um objetivo e aos poucos estou conseguindo alcança-lo  com uma certa tranquilidade. 

A solidão bate a minha porta todos os dias, e tem dias que me pego falando sozinha, de certa forma me preocupa esta situação, ao mesmo tempo, dou graças a Deus por não ter a obrigação de sociabilizar com ninguém quando estou na santa paz do meu pequeno apartamento. Os amigos virtuais sao otimos nestas  horas, só falo com quem quero e quando quero. 

É apenas um periodo, eu sei. Logo vai passar, e enquanto tiver que durar este periodo , assim será. Eu decidi que seria assim. Capricorniana. 

Escolhas, e se nós escolhemos , não há do que se arrepender. 

domingo, 11 de setembro de 2016

Seletividade excessiva




Quando vivemos fora da nossa zona de conforto, em um outro país, inseridos dentro de uma cultura com hábitos , mentalidade , leis e normas completamente diferentes daquelas as quais  estavamos acostumados, ocorre um fenômeno muito curioso. Aquilo que eu chamaria de exclusão social voluntária. 

Por mais que eu tente me inserir dentro da cultura e da forma de viver dos japoneses , chega um ponto que é quase que intransponível. Nem tanto pela lingua, creio que seja muito mais pela mentalidade local. O Japão é um país muito cheio de regras e convenções, o que dificulta muito a proximidade das pessoas, até mesmo entre eles. A falta de espontaneidade é uma coisa marcante aqui em terras nipônicas. Talvez eu só tenha percebido mais espontaneidade nos povos que habitam as ilhas de Okinawa. São um povo adorável e diferente de todo o Japão. 

Apesar de estar no momento vivendo em uma cidade onde existe uma concentração maior de brasileiros, eu tão pouco consigo me relacionar como eu gostaria. É uma coisa estranha. Aqui , ninguém te pergunta o que você fazia no Brasil, e quais as razões que nos motivaram em estar em terras nipônicas. Ē como se o seu passado não importasse mais. Igualmente, ninguem te pergunta como foi o seu dia de folga. Talvez porque os dias de folga aqui no Japão para nós brasileiros, seja um pouco tedioso. Na maioria das vezes é somente para descansar ou ir aos mesmos lugares de sempre, os mesmos amigos e parentes ( limitados) de sempre. Nenhum plano concreto para o futuro e muita, mas muita desinformação sobre a atual situação economica do Japão e do Brasil também. Algumas pessoas parecem literalmente caminhar no escuro, alheias a tudo que acontece no mundo. 

Eu tenho algumas boas amigas japonesas e outras peruanas. Amizades que cultivo hà anos, mas não consigo encontrar dentro de mim estimulos para estar com elas com mais frequência. A razão? Simples falta de interesse da minha parte. Os assuntos são sempre os mesmos, e eu estou sempre tendo que conduzir as conversas para que não fiquem repetitivas e chatas demais. 

Sinto muita falta de gente curiosa, de gente que faz planos e que me estimule de alguma forma a me auto-melhorar. Sinto falta de diálogos inteligentes , nem tanto no intelectual. Sinto falta de gente curiosa e corajosa a empreender algo novo. 

Eu poderia ir visitar minhas amigas nos meus dias de folga, mas me atenho a ficar em casa, em uma solidão voluntária. Claro que uma vez ou outra faço um esforço e as procuro, são imperfeitas, mas sao pessoas por quem tenho carinho e consideração. Acho que aos poucos estou aprendendo a respeitar as pessoas como elas são, apesar da minha tendência de querer muda-las ou de simplesmente me afastar delas. 

Reflexões de uma aprendiz de linguas



Quem já se comunicou em outras linguas deve ter percebido o quanto uma lingua é expressiva , enquanto outras nem tanto. 

Estou no começo , ou recomeço, do meu aprendizado da lingua inglesa, e por mais que eu me esforçe não consigo me identificar com esta lingua, muito menos com a cultura . Aos poucos, sempre me ocorre de me desanimar no meio do caminho. 

Para quem pretende aprender uma lingua estrangeira sozinho, sem frequentar cursos , é preciso existir uma real motivação, senão, simplesmente não rola. 

O meu motor de arranque no aprendizado do espanhol foi a sonoridade da lingua. Sempre amei cançōes em espanhol e queria poder compreende-las. Um espanhol bem pronunciado é muito bonito de se ouvir. 

Já no meu re-aprendizado de japonês, foi por pura necessidade. Me vi em terras nipônicas achando que eu me defenderia com o pouco que eu conhecia da lingua. Ledo engano. Sofri muito por não conseguir me comunicar corretamente , me defender, e me virar sozinha . Fui forçada a aprender o básico necessario para sobreviver em terras nipônicas. Ainda não sou fluente , e talvez eu nunca seja com relação a escrita japonesa ( kanjis) , mas o conhecimento que tenho da estrutura da lingua já me ajuda muito. Basta enriquecer o vocabulårio. 

O italiano creio que foi a lingua que mais me preencheu em todos os sentidos. O meu estimulo inicial foi a curiosidade misturada a uma certa frustração desafiadora. Tive alguns problemas de comunicação que me causaram um grande mal estar no passado e queria não ter mais que passar por isto. Aos poucos este estimulo inicial se transformou em paixão. Paixão pela lingua, pela riqueza cultural e pela mentalidade. 

De todas as linguas que aprendi , sem duvida alguma , a italiana é a mais rica e mais expressiva. Não sei dizer se é apenas uma caracteristica da lingua , ou se isto se justificaria pela expressividade natural de seus nativos. Italianos são exageradamente expressivos , e como se não bastassem as palavras que já são carregadas de uma expressividade incomparável, eles ainda são os mestres das expressões gestuais.

Tento encontrar esta mesma expressividade no meu estudo da lingua inglesa. Afinal de contas , o inglês  é a única lingua de comunicação mundial. Apesar do esforço não encontro nesta lingua a mesma expressividade e força que encontrei na lingua italiana. Seria pelo fato do inglês ter origens germânicas?

Quando começei a curiosar sobre a lingua alemã, encontrei algumas similitudes com a inglesa . Dizem que, quando uma pessoa conhece a estrutura da lingua inglesa , ela com certeza terá mais sucesso no aprendizado do alemão. De fato! São duas linguas muito frias e que não podem ser traduzidas ao pé da letra. 

Não consigo perceber e nem tão pouco exprimir em poucas palavras expressões empáticas quando me comunico com algum nativo de lingua inglesa. Obviamente que a minha falta de conhecimento da lingua contribui para tal, mas não é o que ocorreu no inicio do meu aprendizado da lingua italiana, que aliás gramaticamente é muito mais complexa do que a lingua inglesa. 

Talvez a facilidade em aprender linguas derivadas do latim tenha relação com similitudes linguisticas, mas eu particularmente penso que esta facilidade seja pelo fato das linguas originarias do latim serem mais carregadas de emoção em relação as outras. O japonês por exemplo , não carrega emoção alguma. É como se a expressão ( em palavras) de emoções estivessem sintetizadas, sem muita profundidade. 

Percebo que, para se comunicar em linguas diversas ē preciso não apenas esquecer da nossa lingua madre e seus vicios, mas ao mesmo tempo esquecer de quem somos. 

domingo, 4 de setembro de 2016

Envelhecer ou amadurecer


Hoje me deu vontade de refletir sobre pessoas comuns e a passagem do tempo. Ou seja, a minha visão sobre amadurecimento. 

Quando falamos em amadurecer uma fruta , é imprescindivel acrescentar a este processo o seu tempo de maturação , não é mesmo? Cada fruta tem o seu tempo, porém existe um processo natural que deve ser respeitado. 

Pois é, mas quando se trata de amadurecimento da mentalidade do ser humano, este tem vários processos que não seguem uma regra ùnica . Por vezes , este processo não acontece nunca. 

Hà aqueles que se apegam a modelos sociais e vão envelhecendo conforme a idade. Eu disse "envelhecendo" , o que é diferente de maturação. Tambem existem aqueles que não se apegam a padrões sociais e continuam verdes por toda a vida. Dá pra colher uma fruta verde? Não dá né!

Existe uma forma popular de amadurecer frutas ( idéia de nossas avós) que é abafando-as em papel pardo , ou jornal. Este processo parece amadurecer algumas frutas em até 3 dias. E dá pra fazer o mesmo processo com uma pessoa que ainda está verde apesar da passagem do tempo? Não dá pra envolve-la em um papel pardo e esperar que ela amadureça naturalmente né. 

Para nós seres pensantes de carne e osso, este processo é bem particular e individual, depende muito da vivência , e principalmente da inteligência de cada um. Se a pessoa ignora as suas reais necessidades em seu particular processo de maturação mental , ela tanto pode "envelhecer" e literalmente cair podre do galho de uma árvore, como também pode manter-se verde por  demasiado tempo e se tornar em uma fruta inconsumível. As duas frutas, tanto a podre quanto a verde são inconsumíveis. Né ,não?

Chegar ao cume de seus 50 anos de idade e deixar-se envelhecer mentalmente e fisicamente pela pressão da sociedade ou por pura falta de amor próprio é algo que vejo acontecer frequentemente com pessoas nesta fase tão critica. O processo é critico e letal. Em poucos anos , começam a perder os sonhos, o gosto pela aventura, o prazer de acordar as 5:00 da manhã para simplesmente apreciar o nascer do sol. Perdem-se interesses , e aquela curiosidade que antes era excitante fica esquecida em algum velho baú cheio de poeira e teias de aranha. 

O inverso deste processo de envelhecimento também é verdadeiro. São aquelas pessoas que não crescem nunca, as tais vitimas das circunstâncias ou simplesmente acomodadas mentalmente e que não querem em absoluto amadurecer porque amadurecimento tem muita relação com compromissos e responsabilidades individuais. 

Amadurecer de forma saudável e equilibrada tem  muito mais sentido quando o processo é mental e não físico, ou cronológico. É assim que deveria ser sempre o processo de maturação humana, de dentro para fora. Tudo aquilo que a mente cria o corpo absorve e transmuta para o ambiente que vivemos. 

Ser velho demais ou ser infantil demais tem muita relação com a nossa capacidade mental de entender tais processos. 


E como dizia o grande poeta ( para mim um filósofo) Mario Quintana: 
" Não faças da tua vida um rascunho.
Poderás não ter tempo de passá-la a limpo." 

E isto serve para os que envelhecem rápido demais , e para aqueles que demoram demais a maturar em seus processos.