domingo, 20 de dezembro de 2015

Amor verdadeiro



Há anos venho tentando escrever algo sobre o tal do "amor verdadeiro" e nunca consigo. Claro, para escrever sobre este assunto é preciso ter vivido tal experiência ou no minimo ter uma alma poética. Infelizmente no meu caso , nem uma , nem outra . 

Por um tempo até acreditei que o "amor verdadeiro" pudesse acontecer para mim, mas com o passar do tempo percebi que o tal "amor verdadeiro" que eu tanto desejava era um conto de fadas. A minha idēia de um "amore vero" era muito novelesca , ou seja, a minha experiência no amor era praticamemte nula e aquilo que eu aprendi foi nas fotonovelas dos anos 80 e nos desenhos da Disney.

Custei a entender que o amor vem da capacidade de amar de cada um, e que ele nunca vem de presente pra ficar pra sempre. O amor oscila e nem sempre é incondicional.

Amor de maē, tão pouco é incondicional . Ilude-se quem pensa que todas as maēs são programadas para amar aos seus filhos incondicionalmente. Não questiono o instinto maternal de salvar um filho em risco, de dar a propria vida , mas no dia-a-dia a coisa é bem diferente. Amor de um filho pelos pais então, piorou. O amor que damos depende muito do amor que recebemos ainda no ventre materno. 

O amor verdadeiro existe sim, mas nem todas as pessoas são capazes de cultiva-lo simplesmente pelo fáto de nunca terem provado dele. Pior ainda quando se trata de uma pessoa que além de ter nascido no seio de uma familia fria ainda tem o azar de nascer com a Venus em Capricornio. 

Em algum momento da vida eu achei que não era capaz de amar a ninguém incondicionalmente, afinal de contas, nasci em uma familia japonesa e ainda de quebra Capricorniana. Juntou a frieza nas expressões de afeto com a racionalidade Capricorniana e deu no que deu. Nunca amei ninguém na vida, na verdade eu achava que amava, mas era só apego, paixão e alguns equivocos.

Fui aprender só um pouquinho sobre o amor no convivio com um pequeno ser de quatro patas que entre lambidas, abanos de rabo e rosnadas , me ensinou o que é o amor incondicional e a lealdade. 

Até o momento ( e olha que eu ja vivi muito) , é apenas este pequeno ser de quatro patas que conseguiu encher os meus olhos de lágrimas de saudades. É também o único ser vivo que quase quebrou a pata ao pular de uma cadeira e correr em minha direção quando me viu chegar. É o único ser vivo que me olha fixo nos olhos , como se quisesse me desvendar e depois simplesmente deita a cabeçinha no meu ombro e suspira. 

Será que um dia serei capaz de sentir tanto amor assim por um ser com menos de quatro patas? Acredito que não. O amor e a lealdade dos caēs é muito diferente do amor humano, e talvez o ser humano nem seja capaz de tanto amor assim . O ser humano é muito ocupado e nem caberia em sí de tanto amor, seria quase um idiota.

Conclusao: existem amores e amores. Comparar o amor daqueles pequenos seres de quatro patas á capacidade de um ser humano de amar é covardia. O ser humano é o único animal racional, portanto, nunca poderá amar como os anjinhos de quatro patas. Razão não combina com amor. 

O ser humano sempre irá nos decepcionar ou impor condiçōes em algum momento, e isto é o normal. Anormal é viver sonhando com contos de fadas e querer amar a alguém feito um ser de quatro patas.


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