quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Futuro incerto

         


"  Nem  mesm o céu, nem as estrelas , nem mesmo o mar e o infinito..."

Assim como na letra da canção de Roberto Carlos, com algumas adaptações para a minha  realidade, nem mesmo o céu e nem as estrelas estão contribuindo para que eu possa  ter uma visão clara de futuro.

Análises e mais análises do meu mapa astral deste periodo e ainda não consigo encontrar algum aspecto significativo que me mostre a real tendência  da minha vida aqui em terras estrangeiras. Ou , como sempre , estou tentando ignorar os aspectos que não me agradam em uma tentativa de visualizar o futuro com mais positivismo. Positivismo na vida é sempre bom , quando não ignoramos totalmente a tal da Lei de Murph que diz : Se algo pode dar errado, dará!

Sem dúvida alguma o nosso subconsciente tem uma grande participação nas nossas vidas, aqueles conceitos e pensamentos fixos que ficam guardados no fundo do baú de experiências passadas que não foram muito bem digeridas ou que causaram algum tipo de desconforto . Sem perceber criamos a nossa realidade através do nosso subconsciente, assim sutilmente. Uma palavra mal proferida, uma atitude impensada, uma postura inadequada ou simplesmente um sentimento arquivado na nossa memória. Tudo se move em conjunto com o Todo , criando as tendências das nossas vidas à partir das nossas ações fisicas ou mentais. É a famosa Lei de causa e efeito.

Tendo conhecimento destas Leis busco sempre me adequar a cada momento que vivo , porém, nem sempre estamos seguros de onde pretendemos chegar . E aí é o ponto em que as estrelas entram em conjunção com o nosso estado de espirito e começam a desenhar nos céus as tendências futuras.

É impressionante a sincronicidade das estrelas com o meu estado de ânimo. É como se elas esperassem o meu comando para começar a traçar as linhas no céu, em particular os planetas mais rápidos são bem perceptiveis quando o assunto é o nosso estado  de ânimo. Já os planetas mais lentos causam significativas mudanças no nosso futuro que só vamos perceber quando ele mostrar o seu efeito final, paulatinamente. Quase indolor , mas fatal.

Obviamente que estou me referindo a aspectos desafiadores ( normal na minha vida) que sempre me causam um certo desconforto e insegurança pelo simples fato de não existir uma via de fuga. Ou vai ou racha!

Certezas ! É o que eu mais gostaria de ter . Nestas horas , nem mesmo o céu , nem as estrelas ...


domingo, 18 de fevereiro de 2018

O senso de humor japonês

       
               Pode rir, mas com moderação. Ah! E não esqueça de por a mão na boca. 


Assistindo a alguns programas  de humor da tv japonesa dá para perceber o quanto o senso de humor japonês é diferente do nosso. Tem um comediante japonês que é top aqui no Japão que se chama Shimura Ken, este comediante faz o estilo humor pastelão, portanto, é possivel se divertir com a sua atuação mesmo sem entender a lingua. Eu particularmente morro de rir com alguns programas antigos dele. Em compensação , existe um outro tipo de humor japonês que é simplesmente incompreensível para  nós que fomos nascidos e criados no ocidente. São aqueles comediantes que fazem fama instantânea por alguns bordões ou danças e expressões estranhíssimas.

O mesmo ocorre no convivio com a japaiada no ambiente de trabalho. Eles riem por coisas meio estúpidas , tipo alguém tropeçar ou levar um susto. Quanto mais você se assustar , mais engraçado é para eles.

Tirar um sarro ou contar piadas de duplo sentido pode não ser muito recomendável quando se está entre japoneses. Eles podem se ofender ou simplesmente não entender absolutamente nada. Existe até uma expressão em inglês aqui para piadas do tipo ocidental que eles chamam de "jyoku" , que seria "joke" em inglês.

Não sei se são as pessoas que convivem comigo ( os japas) , que são limitadas ou se é algo regional , mas contar piadas de duplo sentido ou dizer algo somente como tiração de sarro pode ser interpretado como algo verdadeiro . A sutileza das piadas de duplo sentido parece não ter sentido para os japas. Pelo menos esta é a minha impressão.

Rir demais de alguma situação também pode ser considerado indelicado. Tipo, dar gargalhadas sem parar. A não ser que a pessoa seja muito intima. Talvez seja a falta de descontração dos japoneses que cause este mal estar . Sei lá! Só sei que fui repreendida todas as vezes que eu ri demais.

Vai entender...



Escrever é a melhor terapia

                     
   
 O diário de Anne Frank. Imaginem como seria a vida de Anne Frank sem um diário em seu periodo de clausura. 




Certa vez li uma matéria sobre terapia alternativa para amenizar a ansiedade , e um dos tópicos era sobre escrever tudo aquilo que está em nossa mente. Tipo , um diário de bordo.

No começo , para aqueles que assim como eu não tenham  aquela facilidade natural de  expressar em palavras os próprios pensamentos e sentimentos , pode parecer algo dificultoso. A mente borbulha e as palavras não vem com muita facilidade para expressar aquele momento.

Com o tempo e a prática a nossa mente aprende a ordenar e a filtrar os nossos pensamentos. Tal prática é recomendável também para melhorar a nossa capacidade de redigir um texto e a não cometer muitos erros gramaticais. Eu continuo errando muito, mas percebo que melhorei consideravelmente desde que comecei a escrever.

Outro fato considerável que ocorreu comigo foi a diminuição da "tagarelice". Falar sem freios, fazer comentários desnecessários era algo muito frequente na minha forma de me comunicar com o mundo.      Hoje penso duas vezes antes de opinar sobre qualquer assunto que não me diga respeito. E se por acaso me expresso  , é com apenas uma frase . Geralmente fatal!

E a ansiedade? Esta simplesmente evaporou-se!

O ato de escrever nos ajuda a ordenar os pensamentos , e quanto mais a praticamos , mais serenos nos tornamos . Cada pensamento tem o seu lugar, a sua hora , alguns são simplesmente descartados quando escrevemos sobre ele.

Escrever e ler com certa frequência também ajuda a manter a mente ativa e sã. São tantos os benefícios que se expressam em nossa vida prática ,  e  em nossos relacionamentos , que todo mundo deveria ter este hábito para simplesmente parar de se preocupar por antecipação ( a ansiedade). E por  tabela , parar de cuidar da vida alheia.


sábado, 17 de fevereiro de 2018

Nova consciência




 O tempo . Não sei precisar se ele tem sido o meu melhor amigo ou o meu pior inimigo. Talvez as duas coisas...

De fato, viver em terras longinguas longe do nosso passado nos traz uma nova consciência que somente aqueles que vivem tal experiência são capazes de entender.

Certa vez , em uma das vezes que estive no Brasil, conheci  a uma pessoa que me confessou ter dificuldades de relacionamento justamente pelo fato das pessoas que nunca vivenciaram tal experiência não entenderem a mentalidade de um ex-patriado. A sensação do tempo passando é diferente, e por consequência a nossa consciência sobre lugares, raízes e apegos vão se transmutando á nossa realidade com uma outra velocidade. É como se o oceano realmente separasse o nosso passado do nosso presente e o nosso futuro se tornasse realmente incerto.

Com o tempo vamos adquirindo novos hábitos locais. Nunca seremos nativos em terras estrangeiras , ao mesmo tempo nunca mais seremos os mesmos depois de ingressar pelo portão de embarque internacional. Que seja na ida , que seja na volta. Não existem mais partidas, nem tão pouco voltas com data pre-determinada.

Viver em terras longinguas é como viver dentro da maquina do tempo . Podemos viajar no tempo quando quisermos  e regressar ao nosso passado, mas há o perigo de se perder na linha que liga o nosso passado ao nosso presente.

Voltar para casa  ( me refiro a nossa terra) , é voltar ao passado . Criar uma nova realidade no passado, dentro da nossa nova consciência do presente de ex- patriados , se torna algo fictício demais . Nem me refiro as questões práticas, como andar de coletivo e não saber mais o preço da passagem, ou ir ao banco e não saber mais como funcionam os caixas eletrônicos . Me refiro a nossa nova consciência de passado, presente e futuro, que muitas vezes é incompreensível para aqueles que logisticamente ficaram  no nosso passado .



domingo, 11 de fevereiro de 2018

O inverno




Quando nascemos em terras quentes é quase impossivel se habituar a viver "bem" em países onde o inverno é rigoroso. Todo o ano é a mesma coisa. Bate aquela preguiça de sair , aquela irritação com os ventos gélidos e contamos os dias para que chegue logo a Primavera.

Apesar da região onde eu habito não ser das mais frias no inverno, tem sempre aquela frente fria que traz nevascas nas cidades vizinhas , e por consequência , a temperatura diminui e os ventos se tornam irritavelmente fortes.

Passar horas hibernando em casa é o que eu mais faço no inverno . Vez ou outra, a convite de algumas amigas japonesas saio para um café à tarde, mas se depender de mim não saio de casa.

É incrivel como o clima me afeta . No verão ou na Primavera costumo dar meus giros de bicicleta pela cidade , caminho pela orla do mar e quase sempre sou eu que convido alguém para um passeio . No inverno o meu ânimo congela junto com a temperatura baixa. É a tal da depressão sazonal.

Por sorte , aqui em terras nipônicas as estações do ano são muito bem definidas e dentro de mais um  mês já estaremos entrando na Primavera. Assim espero.




domingo, 4 de fevereiro de 2018

Sobre ter bom gosto ...e ser pobrinha

                                  


Aquela nova- rica , Val Marchioli , todas as vezes que ela concede alguma entrevista fica claro que ela adora ostentar , sem negar de onde veio. - Quando eu era pobrinha. É assim que ela se refere ao seu "eu" no passado.

Apesar de tanta ostentação e de tudo aquilo que o dinheiro pode comprar e melhorar , essa Val Marchioli pode ter tudo, menos bom gosto. A começar pela cor de seu cabelo que não harmoniza com a cor de sua pele.

E como se mede o bom gosto de uma pessoa?

É muito relativo e subjetivo . Depende muito de tendencias culturais , mas pode-se afirmar que "bom gosto" é saber harmonizar formas, cores e aromas. É como escolher um bom vinho que harmonize com aquele prato à base de frutos do mar, ou aquele perfume que combine com a pele de quem usa , o estilo e o clima local.

Bom gosto é ser um pouco visagista. Observar o rosto de alguém e saber que o corte de cabelo dela não harmoniza com o comprimento de seu pescoço. Ou a sobrancelha muito arqueada , o batom em tom muito escuro , a cor da roupa que empalidece o rosto e etc.

Pessoas de bom gosto se atraem por cores em degradé, tons pastéis. Mas , ao mesmo tempo por imagens e figuras psicodélicas . Adoram um fundo clean , no visual pessoal e nos ambientes . Pessoas de bom gosto atraem-se frequentememte pela peça mais cara da loja. Não pelo valor ou estatus , mas pelo corte, pela textura, pelas formas .

Até mesmo nos relacionamentos com o sexo oposto, a pessoa de bom gosto sempre irá buscar algo harmônico em seu ( sua ) parceiro (a) , um conjunto harmônico. Dificilmente se atrai por pessoas desleixadas ou de estilo selvagem.

Pessoas de bom gosto podem aparentar ser esnobes, mesmo sendo  pobrinhas. Na verdade não é esnobação, é apenas um senso de beleza e harmonia aguçado.

De onde vem o bom gosto?

O bom gosto não é como a elegância que é inata a pessoa. Alguns nascem com esta sensibilidade , outras  não, mas pode-se aprender a ter bom gosto...ou não.