segunda-feira, 31 de março de 2014

Preguiça



Eu sei , eu sei , a preguiça é um dos Sete Pecados Capitais da igreja Católica , e se deixar vencer por este estado de ânimo é no mínimo depreciativo para qualquer pessoa. 

Hoje, estou morrendo de preguiça! Não quero fazer mais nada! 

Estou literalmente de pernas para o alto , assistindo videos, lendo e obviamente comendo. Se eu tivesse uma rede juro que me deitaria nela e perderia a noção de tempo. 

Mas porque será que todas as vezes que estamos assim, neste estado " pecaminoso" , sempre nos sentimos culpados por algo? 

A casa está limpíssima , tudo organizado e no lugar. Nada para fazer, apenas relaxar e aproveitar tais momentos de ócio ( dolce far niente) , mas sempre vem aquela " culpa" por não estar fazendo nada...

Poderia ter feito tantas coisas e não fiz!! 


Mas tinha mesmo necessidade de fazer justo hoje?

Não! 

O mundo não acabou em 2012 , nem  vai acabar  amanhã só porque você decidiu se entregar a preguiça. 

Então, chega de culpa e vamos aproveitar o prazer pecaminoso do " dolce far niente" ...:-))


     ahahahaha bicho preguiça! alguma semelhança?





domingo, 30 de março de 2014

Natureza


Não sei dizer se é a idade que vai avançando e nos transformando pouco a pouco, a tal da sabedoria que vem com a maturidade, ou qualquer outra condição de vida, mas com o tempo a Natureza tem me conquistado . 

Não são poucos os momentos que fico apreciando o céu, as árvores, flores e tudo aquilo que faz parte da Natureza. Me tranquiliza a alma.

Para quem nasceu e viveu em uma cidade como São Paulo , onde a paisagem local é feita de grandes arranha-céus, trânsito , insegurança e poluição, este periodo da minha vida tem sido uma grande abertura para uma nova consciência. 

O ser humano não pode viver bem sem ter um pouco de Natureza por perto. Seria como ignorar uma parte de nós.  Penso que é até uma questão de equilibrio. Não nascemos para viver em meio a aquela poluição visual das cidades grandes, chega uma hora que qualquer um se estressa. 

O verdadeiro mundo ao qual pertencemos tem mais a ver com a Natureza do que a loucura das grandes cidades e da tecnologia que  facilita a vida de qualquer um,  ao mesmo tempo  que   nos rouba a inspiração de viver e apreciar a Natureza e a sua beleza. 

Meu Sakura ( flor de cerejeira) . A Natureza é " troppo Bella".


sábado, 29 de março de 2014

Parlare in lingue


                                                  Basta! Blá , blá, blá

Oggi ho deciso da scrivere in italiano. Tempo fa che non leggo più, non ascolto più le canzone , e neanche parlo più con nessuno. A dire il vero, penso che io ho perso la voglia. Un po' di pigrizia, anche. 

Sicuramente mi sbaglierò tante volte mentre scrivo questo testo. Fa niente! Io mi capisco.

È da un po' che non parlo nenmeno in portoghese, la mia lingua madre, e questo si, a volte mi fa impazzire.

 Tutti i giorni sono obligata   a parlare in giapponese, questa lingua maledetta che fin'ora non riesco a parlare e neppure scrivere bene.

 Ogni tanto parlo in spagnolo con una amica ( sollievo) , a dire il vero ho dimenticato un po' il spagnolo dopo che ho imparato l' italiano e forsè adesso parlo in portuñol o portullano. Una meschia di portoghese da Brasile con il castellano  . Qualcosa che assomiglia il galego. 

Mai sentito qualcuno parlare in galego? è pròprio così, un spagnolo sbagliatto. 

La mia amica anche parla con me in portullano. Abbiano inventatta una seconda lingua tra di noi. Brave!

A volte ho un po' paura di dimenticare anche il portoghese. Ogni volta quando scrivo una parola in portoghese nel mio Blog, devo cercare su google per confermare se l'ho scritto corretamente . Puo darsi che l'ho inventatta. 

Ma come mai una persona puo essere normale se non riesce mai da esprimirsi in nessuna lingua?

Parlare da sola. Si, ogni tanto parlo da sola in portoghese. A dire il vero, parlo spesso. 

Quando sono a casa , a me basta la voce che arriva dalla tv in giapponese, più niente. Non voglio più ascoltare nessuno parlando con me in giapponese , al meno quando sono a casa. 

A volte le mie amiche giapponese me chiamano per uscire, andare a cenare o qualcosa dal genero, ma io non voglio  parlare in giapponese più di quello che lo faccio durante la settimana. 

Ho bisogno di riposare la testa e non fare troppe sforze per capire e farmi capire. Sarebbe più bello se qualcuno ( giapponese) avesse un po' di interesse d' imparare il portoghese per farsi capire ...

Purtroppo non è mai così. É più faccile lasciare questo lavoro per l'altro che imparare una nuova lingua . 


Aiai! Il mio cervello ha bisogno di un po' di vacanze di tutte queste lingue...un po' di silenzio....

Silenzio in portoghese...

E perchè adesso scrivi in italiano ( anche se sbagliatto) cervello mio?

Boh....pu...pu...pu...pu....puuuuuuuuuuuuu! 

È cadutta ! 

domingo, 23 de março de 2014

Um homem e uma mulher podem ser apenas bons amigos?



      O meu melhor amigo era um gay - Pit Bicha - Personagem de Tom Cavalcante. 



Segundo um ex- amigo, um homem só pode ser "apenas" amigo de uma mulher se ela for gorda e feia. Deu pra sacar porquê ele não é mais meu amigo?

Como posso ser amiga de alguém que pensa assim? 

Para mim nunca foi difícil separar um amigo de um futuro pretendente a qualquer coisa : ficante, amante, marido ou namorado. 

Seria o céu encontrar alguém que fosse tudo isso e ainda por cima um grande amigo, não é verdade?

Mas e quando necessitamos apenas de " amigos" e não de pretendentes a qualquer coisa?

Fico tremendamente frustrada ao perceber que as pessoas ( os homens ) não conseguem separar as coisas quando conhecem alguém que lhes interessa , normalmente sob um aspecto físico, acima de tudo. 

Foram poucos os amigos que tive do sexo oposto . Amigo mano, aquele que te convida pra sair, viajar, e  te visita em casa sem nenhuma outra intenção oculta. Para estes eu tiro o chapéu. 

Tive muitos " manos" que de tanto estarmos juntos acabaram se apaixonando por mim. Mas será que não dá para separar as coisas, ou o cérebro de um homem é assim tão compacto?

Eu sinto falta de irmãos. Tenho dois , que nunca foram aquilo que eu esperava. De certa forma acabo projetando nos meus amigos aquela imagem do irmão mais velho ou do irmão mais novo que tanto me fez falta a vida inteira e acabo sempre me apegando a alguém, como se fosse realmente um irmão que eu não tive. 

Infelizmente, o lado de lá nunca compreende esta minha carência de relacionamentos fraternos e nada mais. 

Se por acaso , eu estivesse interessada em alguém sob um outro aspecto que não o da amizade fraternal , com certeza eu me pronunciaria de imediato . Não é um caso de timidez. Eu simplesmente sei separar os relacionamentos independente do sexo de cada um. 

Na minha cabeça, extremamente racional Capricorniana , cada pessoa tem a sua função dentro de nossas vidas. Não é uma salada russa. Todo relacionamento tem a sua tendência natural, ou servem para isso, ou servem para aquilo. Ou simplesmente não servem para nada , não existe afinidade em nenhum aspecto. Simples assim. 


Existe também o tempo de amadurecimento , como tudo na vida. Acabou de conhecer alguém? Espere, analise, e compreenda se não valeria muito mais ser " bons amigos" e não atropelar as etapas. 

O mal da humanidade é  a " ânsia" de ver nossas expectativas pessoais realizadas  no outro,  não importando nem como , quando e por onde começar. 

Saber cultivar uma bela amizade , entre sexos opostos , é coisa de gente inteligente. Eh, como um ser humano pode ser considerado inteligente se os seus instintos primários falam mais alto?





Meu grande desafio



Pode parecer futilidade para algumas pessoas, mas o meu grande desafio , deste periodo, tem sido o de não deixar uma mudinha de cravo morrer. 

Quando eu " estive" no budismo, aprendi muitas coisas bacanas que trago até hoje comigo como filosofia de vida. Em uma das palestras da comunidade , os palestrantes fizeram uma comparação da vida ( a nossa) com uma planta .

O desafio lançado foi: A sua vida é como a vida de uma planta. Você é capaz de cuidar de uma planta?

Moleza! Quem não consegue regar uma plantinha ?

Comprei uma planta que agora não me lembro o nome. Ela estava verdinha, linda! 

Passado um tempo , ela começou a amarelar nas pontas. No desespero de faze-la voltar a sua coloração normal, começei a rega-la todos os dias. A planta se afogou e começou a apodrecer pela base. Ficou tão feia que decidi joga-la fora. 

Parece facil cuidar de uma  simples planta. Pois não é!

Nem tive coragem de contar a minha experiência infeliz com a planta nas reuniões de palestra do budismo. Fiquei quietinha. 

A minha primeira experiēncia foi infeliz. A planta morreu . Simbólicamente eu havia compreendido que não sabia cuidar de mim mesma , nem da minha vida, Quem dirá de uma planta que precisa de tantos cuidados. Aprendi a lição. 

Voltando a mudinha de cravo, eu a comprei ha quase um ano atras. Dois vasinhos floridos, um para mim e outro para uma amiga. Do cravo da minha amiga não restou nem a muda, morreu em poucos meses. 

A minha mudinha já brotou em pleno inverno, mas não floresceu. Nem poderia, era inverno e eu quase não a deixava do lado de fora da casa. O frio era intenso e ela murchava. 

Decidi então cuida-la dentro de casa, sem sol. A terra do vasinho mofou. 

Aos poucos o sol começa a bater na minha janela , é Primavera. Agora eu a deixo tomando sol durante o dia e quando venta demais eu a coloco para dentro de casa. A terra está mais seca, sumiram os focos de mofo, mas o meu cravinho ressecou um pouco. 

Novos brotinhos nascem em meio a folhas ressecadas. Não consigo entender o que ela está me pedindo. Mais sol? mais água? menos ventos?

Uma simples planta tem o poder de expressar tamanhas reações ao seu meio ambiente. Incrível , não?

Assim como eu , a minha plantinha estava sofrendo com a umidade do ar dentro do meu apartamento, fora na varanda, ela sofria com o frio. Aos poucos , com a chegada da Primavera e mais exposição ao Sol, ela tenta gerar novos brotinhos. 

Agora , o meu desafio não é faze-la sobreviver e sim faze-la brotar e florescer. 

Com a chegada da Primavera, espero poder ajuda- la a florescer. Será a confirmação ( simbolicamente ) de que finalmente estou aprendendo a cuidar da minha vida. 

Na minha concepção , quem sabe cuidar de plantas e jardins é uma pessoa profundamente conectada com o seu meio ambiente e em harmonia com a sua propria vida. Claro que tem gente que  paga para cuidarem de seus jardins , e isto não as fazem menos competentes , mas serā  que entendem e compreendem a essência da vida  tanto quanto aquelas que realmente cuidam de seu próprio  jardim? 


sábado, 22 de março de 2014

Falar duas línguas melhora o raciocínio



Dizem que falar duas línguas melhora o raciocínio, mas eu tenho lá as minhas dúvidas...

Talvez esta afirmação sirva apenas para aquelas pessoas que dominam 100% a segunda língua e não para uma pessoa que é nível intermediário. 

Eu ando com alguns " apagões" de dar medo. 

Nesta semana esquecí o meu código de acesso para abrir o programa do computador no trabalho. Hà um ano e meio eu uso este mesmo código e nunca precisei escreve-lo em algum lugar para  lembra-lo. Lembrava automáticamente. 

  Nestes últimos dias estou tendo que fazer muitas coisas variadas e cheias de detalhes . A cada dia mudam as regras de inspeção no meu setor e eu fico feito uma barata tonta, tentando entender por dedução tais mudanças. 

Quando eu uso o computador ( Windows em japonês) , eu já tenho as minhas referências visuais de sempre . Uso como referência algum nùmero ou alguma letra no alfabeto romano, ou algum símbolo para poder memorizar aonde raios eu tenho que digitar. 

No começo eu contava os quadradinhos de inserção para poder digitar o meu trabalho, hoje já estou mais habituada e faço tudo automáticamente. 

Fazer as coisas automaticamente, este deve ser o meu problema. Como não sei ler em Kanji eu digito o resumo do meu trabalho do dia de forma automática. Se mudarem a ordem ou a cor da tela eu já fico sem saber nem quem eu sou. Dureza, heim!

Nesta semana eu tive que fazer um lançamento no computador de uma coisa que eu fiz apenas uma vez ha uns 6 meses atras. Quem disse que eu lembrava? 

Menos mal que eu tenho tudo anotado no meu caderninho, com o desenho de todos os quadradinhos da tela e a sequência que eu devo digitar. Muito bem, consegui fazer o cancelamento de 11 lotes sozinha e sem cometer nenhum erro. Parabéns!

O ùnico problema é que tive que mudar meus neurônios de lugar para decorar os quadradinhos  que eu deveria digitar com novas informações , não aquelas as quais eu estava habituada. Sequência de nùmeros diferentes e um código de lançamento diferente que tive que digitar no lugar do meu código de acesso. Pronto! estava feita a bananosa na minha cabeça. 

Agora eu consigo lembrar automaticamente do tal código de lançamento ( 2400) e não consigo lembrar nem a pau o meu código de acesso. 

Dá para perceber que eu não tenho raciocinado  em japonês e sim em quadradinhos?

Agora vai explicar para eles ( os japoneses) que você não é retardada, mas que o seu cérebro não dá conta de memorizar quadradinhos com opções em Kanjis. 

Eu já vou logo dizendo que estou com princípio de Alzheimer , mais fácil do que explicar  que o cérebro de alguém que não domina a língua deve trabalhar muito mais para entender símbolos que não são compreensíveis ao nosso cérebro alfabetizado em português. 

Aiaiaia! Maddona Mia! Aiuuuuuutooo!

 E para piorar ainda mais a situação , eu ainda penso em italiano de vez em quando ( normalmente quando estou nervosa) , falo sozinha em português e ando assistindo muitos programas da tv japonesa. 

E a louca aqui , ainda estava " querendo" estudar alemão! Nein, nein, nein!!!

Só queria que o meu cérebro voltasse ao normal... 








terça-feira, 18 de março de 2014

Casamento japonês ?



                 Casamento de mentirinha no estilo católico de prováveis xintoístas 


Aqui no Japão já faz um tempo que os não católicos japoneses ( talvez xintoístas, ou budistas, ou ateus) se casam em igrejas . Eu até hoje não entendo qual é desse povo?

Quem tem dinheiro normalmente vai para o Hawai se casar em igrejas católicas e passar a lua de mel por lá. 

Mas porque esse povo se casa em igreja se nem católicos são? 

Talvez seja o mesmo motivo pelo qual os japoneses comemoram o Natal. Para eles Cristo é inexistente nas comemorações e quem faz o papel de símbolo maior do Natal japonês é aquele velhinho de barba branca. Não, não é Deus, nem Netuno, é o Santa Claus. 

Os casamentos na Igreja para os não católicos japoneses é apenas uma cerimônia de matrimônio não Sacramentada. Então porquê fazem questão de casar na Igreja?

Segundo uma amiga minha , quem tem dinheiro paga e casa na Igreja por que é mais bonito, o resto não interessa. Ofensivo , não ?

Seria o mesmo que promover um casamento xintoísta para não xintoístas só por que acham diferente . É futilidade demais para o meu gosto , e desrespeito com a religião. 

A culpa é de quem? Da igreja que autoriza este tipo de casamento. Se nós que somos católicos não podemos nos casar na Igreja sem antes fazer a Comunhão, porque raios os japoneses podem? Porque pagam?

É hiprocrisia demais. Daqui a pouco os japoneses que não são católicos vão querer batizar seus filhos na Igreja só por achar a cerimônia bonita e a Igreja Católica vai autorizar . Se são pagantes, porquê não?

Quando eu fui tentar batizar a minha filha em uma igreja católica ,hà anos atràs,  o meu pedido foi negado por um padre, pelo simples fato de eu não ter sido casada na Igreja. E se eu quiser me casar na igreja hoje, com certeza terei que apresentar a certidão de batismo, de comunhão , e ainda fazer o curso de nubentes. 

Dos japoneses não católicos , a Igreja católica exige apenas o cartão de credito. 

Hipocrisia total! Alguém deveria proibir isso. Não faz o mínimo sentido incentivar a luxúria de japoneses  endinheirados . 

A maioria das igrejas que realizam tais casamentos são apenas de fachada, assim como os padres de mentirinha. Tem sentido , deixar de casar dentro dos costumes xintoístas ou budistas só para imitar o estilo ocidental por modismo ou coisa do gênero?

Lí em um site de um padre que vive ou viveu no Japão de que as cerimônias não sacramentadas na igreja  dele ( esta seria de uma igreja de verdade) , teriam sido até autorizadas em público por um Cardeal Prefeito pela Evangelização dos povos . E isso é evangelizar? 



Cada vez que assisto a uma cerimônia dessas na tv japonesa eu fico indignada. Ofendida é a palavra certa, e não consigo ver beleza na cerimônia. 

Não sou católica praticante, não frequento a igreja todos os finais de semana, mas a minha fé é Cristã.  Não consigo evitar de me sentir ofendida quando vejo a propria igreja banalizar tanto uma cerimonia católica como o fazem aqui no Japão. 

Quer casar na Igreja católica? vai se batizar pelo menos!

segunda-feira, 17 de março de 2014

Acessórios práticos


Não adianta! Melhor do que   terapia, melhor do que meditação, é sair as compras. 

Saí para ir ao Supermercado e no meio do caminho desviei do caminho e entrei em uma loja de roupas e acessórios. Passei horas e horas meditando dentro da loja. 

Encontrei uma bolsinha super básica que serve de carteira de mão e bolsa a tiracolo por um preçinho super básico também, cerca de 20 dolares. 

Não satisfeita, comprei também uma bolsinha básica mais esportiva da Adidas pelo mesmo preço. Haviam outras maiores e mais charmosas , mas uma bolsinha preta nunca é demais. 

E alèm do mais..... eu mereço :-)))





Bolsinha 5 pockets 


Bolsa básica a tiracolo Adidas 



domingo, 16 de março de 2014

Pergunta pro Google!


Nas minhas idas e vindas do Brasil para o Japão , com algumas passagens pela Europa , a coisa que mais me irritava era ter que explicar quinhentas mil vezes a minha origem. 

Acontece o mesmo no facebook. Se no meu perfil está escrito que sou de São Paulo, é por  que sou brasileira . Ou o povo ainda não sabe que São Paulo fica no Brasil e não na Argentina?

Detalhe: Se eu posto no facebook , tudo  ou quase tudo , em português, subentende-se que a minha língua madre é o português e não o japonês, ou o italiano, ou o espanhol, que  são línguas que eu falo mas não domino ao 100%. Sei la! eu acho meio obvio isso. Precisa explicar?

Em uma época onde as pessoas tem acesso ao mundo através da internet é imperdoável que um cidadão de qualquer raça que seja , não saiba que o Brasil é feito de imigrantes. 

Eu, pelo menos procuro sempre alguma informação sobre a cultura ou a origem de todos os meus contatos de outras raças no facebook antes de falar " abobrinhas" , ou eu simplesmente me calo e espero que a pessoa em um dado momento dê a entender de que raça ou origem é. 

Os asiáticos por exemplo odeiam ser confundidos . Nunca chame um chinês de japonês e vice-versa. Só se a intenção for ofender mesmo, ou um coreano de japonês. Estes tres povos tem um histórico de mágoas do pós guerra e lutas de domínio de territorio até os dias de hoje. 

Com a facilidade de comunicação através da internet, muitos povos que até então se ignoravam , hoje podem contactar-se com muita facilidade. Ao mesmo tempo, esta facilidade gera muita confusão quando os usuários da mesma não se informam antes de contactar pessoas de origens diversas. 

Eu tenho amigos japoneses que conheço jà hà anos que me perguntam " ainda" como são os brasileiros " verdadeiros", sob um aspecto físico. Pergunta pro Google uai!!! Que eu saiba, existe um Wikipédia em todas as línguas. 

Tento sempre resumir e dizer que o Brasil é feito de imigrantes de origem européia, africana ( do continente Africano) e asiática. Mas procuro sempre deixar bem claro que praticamente toda a América do Sul é feita de maioria indígena antes da colonização européia. Portanto, brasileiro puro sem mistura de raças são ( ou eram ) os índios. 

Mesmo com todo o meu impenho para explicar as origens do povo brasileiro e a minha, ainda tem gente que fica " perplexa" e não consegue entender como é que eu fui parar no Brasil. Simples, eu nascí lá. Ou pior ainda,  porquê tenho traços orientais e não domino a lingua japonesa e não conheço a totalidade da cultura japonesa. É simples deduzir que a minha vivência è mais brasileira do que japonesa, não é? 

No pós guerra muitos povos  imigraram para vários países. É o caso dos meus avós maternos e do meu pai. Portanto, é normal que eu tenha parentes japoneses nativos por todo o Japão que aliás , ainda nao conheço, e que eu tenha uma família no Brasil. 

Uma vez fui me encontrar com uma tia brasileira ( descendente de japoneses) que estava a passeio aqui e 2 tias japonesas nativas que vivem a Yokohama. Postei a foto das tias no facebook e uma amiga japonesa ( nativa) veio logo me perguntar se as outras duas na foto eram brasileiras. 

Confesso que o sangue subiu!!! pois eu já havia informado a ela  anteriormente que,  iria visitar duas tias japonesas de Yokohama e uma tia de São Paulo que estava em viagem pelo Japão. 

Ainda bem que não postei nenhuma foto do meu primo que também veio a passeio ao Japão com a sua noiva . Ele é um brasileiro paulista , filho de japonês , portanto , tem traços orientais e ela é filha  de brasileiros descendentes de italianos , com traços europeus. Imagina  a confusão que seria explicar isso?

Pior foi quando eu estive na Suiça, por que a imagem que eles tem dos brasileiros é de um povo mulato, ou moreno que baila samba e salsa , masca chiclete de boca aberta,   e as mulheres se prostituem  na europa. 

Por vezes me aconselhavam a dizer que eu era japonesa e não brasileira. Ahhhhh, isso me irritava tremendamente! 

Sempre me apresentava como nipo-brasileira ,mas o povo ignorava o " brasileira" e só me questionavam sobre a cultura milenar japonesa.  Será que eles pensaram que eu era uma japa tapada por não conhecer a totalidade da cultura milenar japonesa  e não saber falar fluentemente o japonês? 

Será que eles fazem isso com a Gisele Bunchen também?

Logo na entrada das lojas C& A tem uma foto enorme da nossa uber model brasileira. Será que questionam a sua conduta? Será que pensam que ela baila salsa e masca chiclete?

Será  que ficam  questionando a sua origem alemã e nacionalidade brasileira? Éh, se o Brasil é mulato, por que raios a Gisele Bunchen é loira? Ou será que ignoram a sua nacionalidade por causa do seu sobrenome alemão?

Ignorância à parte, eu fico muito irritada com esses povos " ditos" de raça pura que ignoram a miscigenação de raças e a história   de imigração de vários povos no pós guerra  para o continente americano. 

Até mesmo os italianos imigraram para o Brasil e foram " usados" como substitutos dos então escravos libertos africanos, após a lei Aurea. 

Tá certo que nem todo mundo tem a obrigação de saber sobre a historia da imigração no pós guerra. Os brasileiros sim , tem a obrigação de saber de suas origens . Quem não sabe de onde se originou é vira-lata. Não custa nada pesquisar as suas origens . 

Assim pelo menos , seria uma pessoa à mais a saber " explicar" as origens do povo brasileiro para estes ignorantes do primeiro mundo que " ainda" , apesar das facilidades da internet não conseguem entender que o Brasil é um dos países de maior miscigenação  de raças. 

Pronto! Falei! e VFC ( siglas de um palavrão em italiano que uso com frequência)  quem não entendeu o meu português! 

Usa o google tradutor que está logo acima à direita no Blog , que por sinal nem é eficiente , mas dá para entender o contexto  geral, quando se é um pouco inteligente e não tem preguiça de raciocinar. 


Momento Capricorniana irritada. 




A vida de um semi-analfabeto



                           Estes são  alguns dos kanjis mais fáceis de memorizar. 



Quando cheguei em terras nipônicas, eu pude finalmente compreender como é a vida de um semi- analfabeto. Vida dura. 

Nunca havia passado pela minha cabeça que o saber ler fosse tão importante quanto saber falar em alguma lingua estrangeira. 

Já provou o " terror" de descer em um aeroporto qualquer sem saber a língua local e se perder por horas à fio dentro do aeroporto? Pois é, eu já. Várias vezes. 

Mesmo após mais de 10 anos vivendo no Japão eu ainda não sei ir ao aeroporto de Tokio sem fazer uma grande confusão. Por precaução sempre saio umas 6 horas antes do horário do meu voo e quando eu consigo chegar ao menos 2 horas antes já é uma vitoria. 

Em uma das vezes que fui de viagem ao Brasil não sabia direito como fazer para ir ao aeroporto. Para dizer a verdade eu não sabia para qual aeroporto eu estava indo por que eu não sabia que existiam dois aeroportos em Tokio. Fui no fluxo. 

Por sorte ( pura sorte) , dentro do trem que ligava um terminal ao outro vi uma conhecida peruana descer do trem. Eu desci junto e a segui...hahahaha...foi a minha salvação. Fui no fluxo e deu certo. 

Hoje em dia já não faço mais essas coisas. Procuro sempre pedir ajuda a alguma amiga japonesa para que ela me oriente antes por onde eu devo ir. Até hoje não sei direito. 

O motivo de tanta confusão eu creio que seja realmente o fato de eu não ler " kanjis" , aqueles ideogramas de origem chinesa que usam no Japão também. Quando eu vejo algum trem ou ônibus com os letreiros em " kanji" eu automaticamente entro em pânico e não consigo mais raciocinar . 

Nestas horas o jeito é procurar alguém e perguntar. Nem sempre eu entendo, mas dá para me virar. 

O meu grande desafio aqui no Japão é pegar trens. Nunca sei onde descer, erro de plataforma várias vezes e fico andando em giro por toda a estação. Pior ainda quando é o trem- bala. 

Nas bilheterias do trem bala existe a opção de assento reservado, não reservado e fumantes. Sempre compro o " reservado" , e sempre entro no vagão errado. Isso quando não entro no trem errado e vou na direção contrária. A única coisa que é legível nos bilhetes do trem- bala são os numeros , o resto é tudo em Kanji. Espero que até as Olimpiadas de 2020 os japoneses tomem providências e escrevam em inglēs pelo menos. 

Outro detalhe é sair as compras. Já estou acostumada e sei quais produtos comprar, mas vira e mexe compro uma coisa pensando que é outra. Como a vez que comprei um pão que parecia pão de torresmo e quando eu o abocanhei percebi que era um pão doce de feijão japonês. Já comprei açucar pensando que era sal. Isto já não acontece com tanta frequência , mas acontece. 

Ir a restaurantes típicos japoneses com seus menus todos em kanji sem nenhuma foto ilustrativa é outra aventura que eu evito ao máximo. Só frequento os restaurantes de sempre ou com fotos ilustrativas no menu. Se não tem fotos no cardápio eu nem entro. Meus preferidos aqui no Japão são as redes de lanchonetes americanas , restaurantes no estilo americano e italiano. De resto, só vou quando estou acompanhada por alguém que saiba ler em kanji. 

Quanta privação vivemos quando somos semi- analfabetos , não?

Já pensei em começar a estudar " kanjis" , mas são mais de 3 mil ideogramas e cada um tem uma forma correta de escrever. Até mesmo os japoneses não são capazes de escrever corretamente cada kanji, ou interpreta-lo corretamente. 

Após  mais de 10 anos no Japão eu já deveria ter aprendido pelo menos a me virar bem nas ruas sem passar por tanto sufoco, mesmo sem saber ler tudo,  mas eu creio que no meu caso è mais uma questão de falha na memória. Nunca consigo gravar na memória  os caminhos que fiz. Imagine gravar 3 mil kanjis?

Impossible!!


sábado, 15 de março de 2014

japanese life style - Boiolisse alla japonesa



Ontem foi sabado, e eu fui trabalhar . Saí de casa um pouco atrasada mas não estava preocupada por que de sabado quase  não tem ninguém trabalhando e se eu chegasse alguns minutos atrasada nem seria um problema . Basta apenas eu chegar dentro do horario na portaria  para passar o cartão magnético. 

Sabado é realmente um dia de trabalho com um ritmo diferente para mim. Trabalho do mesmo jeito mas nem esquento a cabeça com horårios fixos como nos dias normais.  E lá fui eu para a minha seção, a passos de cagado, tranquilamente atrasada alguns minutos. 

Enquanto eu me preparava para entrar na minha seção, eis que surge o japa do turno da tarde que por vezes trabalha comigo aos sabados. 

Ele - Vc está atrasasa!!

Eu - Hummm??? Porque raios eu teria que lhe dar satisfação ( pensei) 

Ele- Hoje eu estou sozinho aqui e vc não chega logo. Tô com medo!

Eu - hummmmm??? medo de que? 

Ele - Eu ouvi sons estranhos atrás do elevador de carga. Estou com muito medo!

Eu- ... e daí?

Ele- Não sei... pode ser assombração!!!

Eu - Hummmm? (percebam o meu pouco caso)

Ele - Passei o dia inteiro sozinho e estou com muito medo. ( ele passou apenas 2 hs sozinho) 

Eu - Dá pra você parar com frescura e falar como homem?

Os japoneses por vezes me cansam com tamanha boiolisse. O japa estava com medo de assombração e havia acendido todas as luzes da seção. Pode , um negócio desse?

Fui fazer  o meu papel de " homem" e averiguar que ruido estranho era esse atrás do elevador de carga. É claro que não havia nenhum assombração . O ruido estranho vinha de uma outra sala por que havia mais alguèm trabalhando na sala ao lado. 

E se eu decidisse não ir trabalhar e ficar em casa? O que ele faria? Ficaria o turno inteiro tremendo de medo de assombração?

Os japoneses na sua grande maioria acreditam em assombrações, talvez por questões religiosas ( xintoísmo) talvez por causa do folclore japonês . Assim como nós  brasileiros temos o Sací Pererê e a Mula sem cabeça, eles tem lá os assombrações japoneses . 

Eu particularmente, tenho mais medo de pessoas vivas do que daquelas que se foram para outra dimensão, mas cada país com a sua cultura , não é não?

Hoje posso compreender porque sou sempre a escolhida para trabalhar aos finais de semana, quase  sempre sozinha. Talvez eu seja mais " homem" do que todos os japoneses juntos . 
 
Como diza a minha maē: -Era melhor que você tivesse nascido homem.

 Será? Ou seria melhor que os homens em geral ( não somente os japoneses)  voltassem a ser realmente " Homens" com " H" maiúsculo?



sexta-feira, 14 de março de 2014

Lavoro, lavoro e lavoro


 Um dos aparelhos que uso para medir micro-partículas defeituosas na confecção de lentes para cameras fotográficas . 


As vezes eu fico pensando: Mas será que existe alguém mais Capricorniana do que eu?

Incrivelmente , os prazeres não duram na minha vida, mas o trabalho sim. É como se eu fosse mais capaz ou mais preparada para superar qualquer desafio ligado ao trabalho em detrimento às outras àreas da vida. 

Não estou trabalhando mais horas do que o normal ( 8 hs) e tenho folgado duas vezes por semana. Por um lado é bom por que não me acabo de trabalhar, mas por um outro lado a grana vai ficando curta. 

O meu trabalho nem aumentou e nem diminuiu, apenas se diversificou. Com as últimas demissões , o número de funcionários ficou reduzido a uma meia dúzia. Portanto, quem não se vira nos 30, está literalmente ferrado. 

Eu estou me virando nos 30, nos 20, nos 10 e às vezes troco de mesa umas 3 ou 4 quatro vezes para fazer o que tem para fazer. 

Pois é, tem dias que não temos absolutamente nada para fazer e temos que ficar caçando. Eu não sou tão rápida e eficiente no meu trabalho, mas se tem um ponto positivo em mim é a diversificação. 

Podem me colocar em qualquer lugar que eu funciono igual. Uma vantagem nos dias de hoje no Japão, quando se trata de uma estrangeira que mal sabe falar e escrever em japonês . Creio que me limitei a 60%  de conversação, 40% de escrita e 50% de gesticulação. Não estou tão mau assim, os japoneses me entendem. 

Resumindo, quando vivemos no Japão, não tem como fugir do sistema. Mesmo quando não se tem trabalho, a gente trabalha. E alèm do mais, temos que ser melhores do que eles ( os japas) para garantirmos o nosso emprego. Dureza!

As outras áreas da minha vida estão em stand by por enquanto. Não consigo me desligar da minha prioridade Capricorniana, o trabalho e a economia nos gastos.

 A partir de abril sobem as taxas dos produtos de consumo no Japão, de 5% para 8% , e nem precisa ser um mestre em matemática para entender que isto vai gerar um pequeno deficit no meu salário mensal. 

Apesar da severidade do momento ( trabalho e trabalho) e a total falta de interesse por outras áreas da minha vida que não me tragam benefícios financeiros a curto e medio prazo ,  penso que este período seja extremamente necessário  nesta fase da  minha  vida. 

Afinal, sou ou não sou uma Capricorniana vera? 



segunda-feira, 10 de março de 2014

Expectativas




Nestas últimas semanas pude realmente compreender o quanto as expectativas nos relacionamentos em geral são danosas. 

Fiz uma faxina nas minhas expectativas com relação às pessoas em geral, em particular aquelas que mais me causam algum tipo de emoção. Aquelas pessoas que a gente não consegue ficar indiferente nem com um oceâno no meio nos separando. 

Refleti e me livrei de certas expectativas passadas . E não é que me senti mais leve?

A expectativa nos devora a alma. Tudo aquilo que vem do outro parece ter um peso e importância maior do que ela realmente teria se não estivessemos tão esperançosos de ouvir aquilo que gostaríamos de ouvir, ou receber aquilo que " pensamos" merecer. 

São as nossas expectativas. Aquelas que um dia se viram frustradas, ou aquelas que ainda estão na espera para serem frustradas tambèm. 

Toda expectativa tem um risco de se frustrar. O melhor mesmo é não esperar das pessoas nada além  daquilo que elas se dispoēm a nos oferecer. 

Amor, atenção, compreensão e respeito são coisas que conquistamos no convivio diário.

 Podemos perde-las no convívio diário também. Tudo depende das expectativas de cada um. 

Espero que dure esta minha fase de ausência total de expectativas nos relacionamentos em geral . Me tranquiliza a alma, desapego,  e consigo me concentrar muito mais em mim mesma. 

A única expectativa que ainda não consegui me livrar , nem com meditação  e reza "brabra" , é a de ver a minha conta bancária bem " rechonchuda"  como em outras èpocas. Esta expectativa só depende de mim mesmo, portanto, se eu me frustrar com ela a briga será muito boa entre mim e o meu próprio ego. 

Então, vamos à luta que atrás vem gente! E quem não quiser ajudar, saia da minha frente que eu quero passar! 

domingo, 9 de março de 2014

Realidade virtual



Se eu estudasse sociologia , com certeza eu teria já acumulado muita materia  e informação para fazer uma tese  sobre o comportamento das pessoas ( no mundo) nas redes sociais. 

Desde mais ou menos 2004 , eu conhecí inúmeras pessoas através de sites de relacionamentos. Não sei dizer com precisão  quantas pessoas eu conheci virtualmente através do Skype e do Messenger. 

No começo eu chatava com norte americanos , que conheci em sites do tipo Match.com, para passar o tempo e praticar o inglês.  Não gostei muito do contato frio e direto dos americanos e partí para os portugueses e espanhois , pela facilidade da língua. Também não gostei muito. Portugueses são muito frios ( virtualmente) e espanhóis são blá , blá , blá demais , com pouco conteúdo, ou são tímidos demais. Sei lá! os diálogos não davam em nada. 

Tentei então um site brasileiro mesmo, o Par perfeito. Também não conheci ninguęm interessante , talvez um ou dois contatos que cheguei atę a conhecer quando estive no Brasil. O problema de alguns brasileiros é que   só ao saberem que  você mora do outro lado do mundo, já imaginam que um contato físico é impossível e nem te dão bola.

 Fiquei com a impressão de que o contato físico  e a proximidade física era algo muito mais importante do que conhecer realmente a pessoa. Afinal, a distāncia nos favorece com contatos mais verbais do que outro. 

Os italianos foram sem dúvida alguma a única raça que me fez muita companhia em todos estes anos de vida solitária no Japão.  Tanto em chats do messenger como no Skype, e por algumas vezes  até pessoalmente. 

 Dois deles vieram me conhecer no Japão , para um relacionamento afetivo e mais uns três apenas por amizade e intercâmbio cultural. Porém, com todos eles , tive um contato de no mínimo 3 mêses  virtualmente antes de conhece-los pessoalmente.  Troca de  números telefônicos , investigações sobre a formação, o trabalho e qualquer outra informação contida na net eram uma garantia para a minha segurança. 

No total devo ter conhecido virtualmente umas 100 ou 200 pessoas ( não tenho certeza, talvez mais)  , com quem eu mantive um certo contato , nem que fosse apenas amizade virtual. A maioria era de italianos . De tanto blá,blá, blá inútil, aprendi a falar italiano. Não foi tão inútil assim. 

Italianos são muito mais persistentes e pacientes quando o assunto é uma " donna"  interessante. Eles tem uma coisa que nenhuma outra raça tem, a lábia. Ainda bem que já conheço os tipos e nem me iludo com tanto " Ciao Bella". 

 Destas 200 pessoas , cheguei a falar por telefone com apenas 5, o resto era via Skype com video camera. Normalmente eram eles que me pediam o meu telefone, talvez por uma forma de segurança para eles , ou simplesmente para sair um pouco da virtualidade, que por vezes enche o saco de qualquer um. 

Sabe o que é você ligar o computador , conectar automaticamente no Skype e no messenger e em questão de segundos pular umas 5 pessoas te chamando no chat só para ficar de blá, blá, blá? 

Por mais que vocē queira ser educado e diplomático sempre vai ter aquela hora que é inadequada para tais contatos virtuais e você simplesmente não responde. Não é má vontade ou má educação, mas chats prendem muito o nosso tempo . 

As pessoas deveriam ser reeducadas virtualmente para compreenderem que mandar mensagem virtual  é  uma coisa, e ficar de conversa fiada no chat é outra bem diferente. Ninguém respeita horários quando o contato é virtual. Pior ainda quando o seu contato mora do outro lado do planeta e tem uma vida e uma rotina que você desconhece.  

Nestes casos é sempre aconselhável manter o bom senso e imaginar que a pessoa do outro lado está dormindo, ou acompanhada, ou trabalhando, ou apenas não está com disposição para estar digitando naquele momento e se prendendo na frente do computador para assuntos que não são urgentes. 

Eu sempre digo que a virtualidade cria uma intimidade que na realidade ainda não existe, e isto é uma grande verdade. Não é o fato de ver uma pessoa on-line todos os dias no seu facebook que vai faze-la mais íntima, ou que a pessoa está a sua disposição 24 horas. 

Conhecer a uma pessoa virtualmente , que seja para amizade, troca de informações, intercâmbio cultural, ou para um futuro relacionamento afetivo requer uma boa dose de bom senso. 

Aquilo que tenho observado nos meus quase 9 ou 10 anos de virtualidade , é que as pessoas costumam se perder em assuntos que por muitas vezes nem fazem parte da realidade de cada um.

Até mesmo no mundo virtual é preciso saber o quê se está buscando ao utilizar esta nova ferramenta , que aliás, nem é tão  nova assim. 

Eu, particularmente uso a internet frequentemente para escrever, ler notícias, ter notícias de amigos e familiares distantes e intercâmbio cultural. Só adiciono no meu facebook pessoas que tenham algum interesse em comum. Se não são amigos ( reais) , são pessoas que me interessam por algum motivo. Praticar línguas é uma delas. Blogueiros e vlogueiros também  são pessoas bem interessantes. 

Confesso que já conheci algumas pessoas virtualmente com a intenção de viver algum relacionamento afetivo, mas na prática ( pelo menos para mim) todas as vezes ( sem exceção) que me dispus a conhecer alguém de verdade tinha mais a ver com uma conotação puramente cultural, ou seja, a curiosidade de conhecer novos mundos . 

À partir desta motivação , se o relacionamento em sí vai dar certo ou não,  se renderá uma boa amizade , ou uma frustrante experiência pessoal, vai depender muito de outros fatores que nem interessam se é virtual ou não. A tal da afinidade de pensamentos, como em qualquer outro tipo de  relacionamento.  Seja ele virtual ,ou não. 



Pequenos momentos de prazer




Todo mundo tem um sonho de adolescência, não é mesmo?
O meu era o de morar em uma Kit mobiliada ,super prática , moderna ,  e o mais clean possível.  

Para quem optou por morar sozinho, creio que esta seja a melhor opção. Além da praticidade o espaço mínimo necessário não dá espaço para a solidão. A casa nunca parece vazia. 

Só sinto falta mesmo de uma varanda. 

Estes apartamentos mobiliados são de uma rede de imobiliárias japonesa chamada Leo Palace 21. Todos os apartamentos são iguais , mas tem também a opção " loft" e mansion para quem quer mais espaço.

O aluguel de uma kit como a minha, custa cerca de 400 dolares. O espaço é mínimo mesmo, cerca de 30 m2 , com mesa embutida, armários embutidos,cama embutida , banheiro com ofurô ( banheira japonesa) , fogão elétrico, lavadora de roupas, micro-ondas , televisão ( com tv à cabo) , internet e estacionamento . A tv a cabo e a internet são à parte do aluguel. 

Normalmente estes apartamentos são habitados por temporada , por pessoas que se transferem de uma cidade à outra a trabalho. Portanto, dificilmente você fará amizade com algum vizinho. 

O único inconveniente destes apartamentos é que as paredes são super- ultra- finas e dá para ouvir até o ronco do seu vizinho ao lado. Eu moro no último apartamento ( é mais caro) e a minha parede a direita não faz divisão com nenhum outro apartamento. Graças a Deus!

Site da rede de imobiliárias Leo Palace no Japão, em português.
http://po.leopalace21.com/room/

sábado, 8 de março de 2014

le cose che io amo!



Adoro

Adoro um homem inteligente , 
que não saiba fazer cálculos matemáticos, mas que conheça a arte da sedução. 

Adoro 

Um vinho italiano, com notas de frutas cítricas e pouco tanino   para saborea-lo 
lentamente. De preferência os vinhos novos, são menos oxidados e de baixo custo. 

Adoro

Óculos e bolsas de grife. A minha preferida é Ray- ban e Louis Vuitton, mas aceito 
um Dolce & Gabana com muito prazer. 

Adoro

Tirar extratos bancários e ver o quanto o meu dinheiro rende, mesmo sem eu não fazer absolutamente nada. Que seja 0,1% ao mês, mas ele rende. 

Adoro

Ganhar presentes inesperados. Um singelo anel de diamantes, um par de brincos de ouro cravejado 
com micro- diamantes. Tudo muito simples e delicado.

Adoro

Um jantar a luz de velas , à francesa, com pratos simples da culinária mediterrânea. Sem muita frescura. 

Adoro

Perfumes e cosméticos de boa qualidade, que não sejam mais caros do que eficientes. 

Adoro 

Ir ao Shopping Center. Ele foi feito para gastar e não para se distrair. 

Adoro

Viajar, à convite com todas as despesas pagas. Quem não gosta?

Adoro

Conhecer gente nova e interessante. Interessante é aquele que nos prende a atenção por algum 
detalhe em especial. Sua história de vida, sua mentalidade, por exemplo. 

Adoro

Estar com gente bonita , espontânea e elegante, que sabe se comportar em qualquer situação com naturalidade , sem forçar a barra. 

Adoro

Gente que se questiona o tempo todo e a cada dia descobre algo sobre sí. Se conhece e se aceita como é. Não faz tipo. 

Adoro

Gente corajosa. As admiro, acima dos bons. O bonzinho nem sempre é corajoso. 

Adoro

A solidão meditativa que nos conecta com o melhor e o pior de nós mesmos. 

Adoro 

Paisagens naturais. O mar azul, o céu azul, a grama verdinha, as flores da Primavera, a neve branca do inverno, o pôr do sol. Não existe nada mais belo e  contemplativo do que a natureza e as suas cores. 

Adoro

Uma banheira cheia de sais aromàticos, música relaxante e um vinho tinto para relaxar por no mínimo 30 minutos em silêncio. 

Adoro

Viajar de avião , sofrer com o ar comprimido, a espera no desembarque das bagagens, as mil perguntas na imigração em uma língua que quase não se entende. 

Adoro

Estressar em viagens solitárias e insólitas pelo medo de não saber o que nos espera em terras estranhas. Aventureira. 

Adoro

Descobrir a cada dia do que sou capaz de fazer  movida apenas pelo meu instinto de sobrevivência. 

Adoro

Quem toca piano, pinta quadros, escreve livros, fala várias linguas , paga a conta do restaurante, pratica esqui, esgrima e paraquedismo. 

Adoro

Sentir-me extasiada , perplexa, arrebatada, apaixonada , impressionada por qualquer pessoa, coisa , acontecimento ou lugar. 

Adoro

Ler muito e encontrar  nas entre-linhas de um livro qualquer a mensagem que eu estava precisando lêr    naquele momento. 

Adoro 

Gente bem resolvida , que apesar dos pesares da vida é cheia de vida e nos contagia com a sua vontade de viver a vida a pleno. Aos trancos e barrancos ela é feliz. 

Adoro 

Um piquenique nas montanhas , com direito a cestinho de vime e toalha xadrez em tons de azul e vermelho. 

Adoro

Um chá a tarde  na varanda , apreciando o azul do cèu. Um vazinho com flores do campo na mesa e mil opções de chás e quitutes. 

Adoro

Cuidar de um jardim e perceber que elas , as plantas e as flores, respondem automaticamente aos nossos cuidados. 

Adoro

Andar de bicicleta e sentir o vento batendo no rosto, caminhar na areia branca da praia e vislumbra o infinito observando o mar. 

Adoro

Ser independente , livre de ataduras, regras, compromissos e obrigações que não nos tragam benefícios práticos e tangíveis a curto e médio prazo. 

Adoro 

A vida, mesmo que ela "ainda" não tenha nos oferecido nem um terço daquilo que ela é capaz de nos oferecer. 







quinta-feira, 6 de março de 2014

Ironia alla japonesa

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Hoje uma amiga minha japonesa estava comentando comigo que não se preocupava muito com terremotos ( o povo japonês já está acostumado) , mas que ela temia muito os tsunamis. E sabe porquê? Por que ela morre de vergonha de ser carregada sem roupas por um tsunami. Dizem que quando você é levado pelas águas de um tsunami , ele leva as roupas que está vestindo também. 
Olha só o diálogo:

Eu - Mas você vai estar nua e morta, qual o problema?
Ela - Não, eu não quero morrer sem roupas. Tenho vergonha. 
Eu - Você não vai ter vergonha depois de morta. 
Ela- Não, eu não quero que me vejam morta e nua. 
Eu- Pior seria sobreviver a uma catástrofe dessa e sem roupas.
Ela- Sempre tem alguém que te empresta um cobertor ao menos . 
Eu- Será?
Eu de novo - E se a imprensa tirar fotos de mim saindo dos escombros peladona?
Eu outra vez- Tem coisa pior, do que ter a sua foto nua rodando na net e ainda sobreviver a isso?
Eu e ela- Risos, risos , e gargalhadas. 

Quando saímos na chuva é para se molhar. Quem teme tais catàstrofes naturais da natureza é melhor nem vir ao Japão e ficar aonde está. As catástrofes naturais já fazem parte da história deste bravo povo. 

Dia 11 de março cumprirá 3 anos desde a grande catástrofe japonesa. Muitas famílias ainda vivem em abrigos e não conseguiram refazer suas vidas. E como refazer , quando se perde casa, trabalho e familia?

Que Deus ilumine toda esta gente brava de Fukushima que mesmo depois do terremoto seguido de tsunami que devastou todo o nordeste do Japão, ainda insistem em viver na terra onde nasceram. 

quarta-feira, 5 de março de 2014

De dentro para fora

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Parei de experimentar cremes milagrosos aqui na terra do treme-treme. Não estou afirmando que não existam produtos cosméticos muito eficientes aqui na Miojolândia , além da eficiência existe uma variedade imennnnsa , mas eles custam  muito caro e eu não estou me permitindo tais vaidades no momento.

Atualmente só uso um creme hidratante 3 em 1 que ganhei de presente de uma amiga e azeite de oliva para o rosto. Na falta do azeite de oliva da DHC eu uso o de Jojoba que é para o corpo, mas eu uso no rosto por que meu rosto faz parte do meu corpo. Protege e hidrata a pele. Muito bom. 

Uma vez por semana aplico apenas uma máscara caseira de clara de ovos com iogurte, ou maizena, ou mel. Esta máscara é ótima para tirar o cansaço do rosto, mas sò dura um dia. É o tal do efeito Cinderela, mas é bom e barato. 

Ah, de vez em quando , quando eu me lembro uso aquelas máscaras faciais com colàgeno  que vem em pacotinhos fechados , tipo lencinhos umedecidos . 

Não posso reclamar, a minha pele está boa e desta vez nem enrugou nadinha com o frio do inverno. É o tal do azeite de oliva. Eu recomendo. 

Na semana passada finalmente decidi começar a tomar de novo fito-estrógenos . A única coisa que resolveu o meu problema de manchas e espinhas no rosto . Desta vez optei por uma marca japonesa, apesar da matéria- prima ser de origem tailandesa ( pueraria mirifica) , umas batatas tailandesas que são utilizadas na Tailândia hà anos para o rejuvenescimento. Esta palavra é ótima, não? 

A tal da Pueraria funciona mesmo ,  são fito-estrógenos e vão repondo a nossa perda de estrógenos com o avançar da idade. Este produto em muitos anúncios promete ajudar a emagrecer e aumentar os seios. Emagrecer eu creio que não,talvez manter a forma. Quanto ao aumento dos seios, isto é verdade, mas depende muito do organismo de cada pessoa . Detalhe, se deixar de tomar os efeitos de-sa-pa-re-cem, ou seja , é preciso repor frequentemente o organismo. 

No começo não se sente nenhuma diferença, mas após um ou dois meses já pode-se perceber muitas mudanças tanto na pele do rosto ( manchas, espinhas e ruguinhas) quanto na libido, no volume dos seios e outros efeitos menos perceptìveis como o ganho gradual de energia. Aliás, ele é ótimo para diminuir os efeitos da TPM , regular o ciclo menstrual e até mesmo para os efeitos desagradáveis da menopausa.  São fito- estrógenos , não é nenhum medicamento milagroso, ele só repoēm a falta , ou diminuição de estrógenos do nosso organismo.

Estou experimentando uma marca japonesa que contém pueraria-mirifica+ placenta. Dentro de um ou dois meses poderei dizer se a marca é boa por que a Pueraria Mirifica em sí funciona mesmo. 





segunda-feira, 3 de março de 2014

Relacionamentos


Schopenhauer foi um filósofo alemão do século XIX . Schopenhauer acreditava no amor  como meta na vida, mas não acreditava que ele tinha a ver com a felicidade. Não sei se a frase é dele, mas faz sentido. 


Ultimamente eu ando sem muita paciência para aqueles blá,blá,blás dos relacionamentos. Quer dizer, eu creio que nem seja falta de paciência , é falta de interesse mesmo. 

Sabe aquelas convenções dos " bons relacionamentos"? Ser gentil, educado, prestativo, comunicativo, agradável, essas coisas. Eu acho que é preguiça mesmo. 

Às vezes eu fico pensando o quanto eu deva ser " decepcionante" para algumas pessoas que queiram me encher de gentilezas nestes meus periodos de " tô nem aí procê". 

Tenho total consciência de que por vezes beiro a falta de educação e consideração com as gentilezas alheias, mas são coisas que eu não posso evitar.São fases , e quem me conhece bem sabe que não é por mal. São apenas fases super-hiper-introspectivas em que a minha mente funciona a mil, mas nada sai pela boca. Fica lá, no meu mundo interior. Impermeável. 

Deve ser a minha Lua em Escorpião que ultimamente anda em conjunção, sextil, com vàrios planetas. Apesar desta configuração não ser là das melhores ( Lua em Escorpião) , eu acredito que estou tirando o maior proveito que posso dela nesta fase da minha vida. 

Nada de explosões coléricas  e iras incontrolàveis. Para dizer a  verdade, estou inconscientemente evitando o supérfulo e o dispensável . Nada que não seja concreto , palpàvel, intendível e útil tem me interessado ultimamente. Beiro a negligência nos meus relacionamentos , mas.... fazer o que?Tá bom assim!

Nestas horas é praticamente impossível fazer-se compreender pelo mundo externo. Seria necessário que as pessoas em volta tivessem esta mesma percepção dos nossos " mundos". Nem todo mundo tem. Então, cada macaco no seu galho.