domingo, 31 de agosto de 2014

O início



Quando decidi começar a escrever um Blog, há 6 anos atrás, li não sei onde , que escrever desestressa. Comecei a escrever com muita dificuldade. Por incrível que pareça, escrever e expressar-se corretamente não é para qualquer um. Levei anos tentando expressar em palavras as minhas mais ricas experiências.

Me dei conta de que eu não sabia escrever, pior ainda, não sabia me expressar. Mas será que era assim também quando eu me expressava verbalmente? Creio que sim.

Ainda estou aprendendo, mas sem dúvida alguma, o simples ato de escrever e registrar meus pensamentos, sentimentos e vivências, me ajudou a conter a minha ansiedade e aquela necessidade absurda de me fazer compreender. Por vezes, impondo às pessoas a minha volta a minha opinião de forma autoritária e parcial.

O ato de escrever em um Blog nos faz pensar e repensar antes de escrever. O mesmo se deveria ao ato de falar sem pensar. Quando escrevemos uma idéia, ou um pensamento, devemos sempre buscar palavras que expressem de forma clara e objetiva aquilo que queremos transmitir. Reler e corrigir erros gramaticais , ou até mesmo o contexto geral do texto em si.

Tal hábito , com o tempo , nos ajuda  naturalmente  a repensar antes de expressar algo, que seja escrito em um texto ou verbalmente. Filtrar as palavras se torna um exercício frequente. É como fazer ginástica para fortalecer os músculos. Com o passar do tempo as idéias e pensamentos confusos vão tomando formas mais claras e objetivas. Poderia até chamar isto de tônus cerebral.

O mundo se preocupa excessivamente em manter o físico em dia, estar sempre apresentável (acho importante também), mas se esquecem de dar tônus ao cérebro . Não me refiro a estudar feito um louco e colecionar diplomas, me refiro ao ato de se abrir sempre para o novo e buscar o seu autoconhecimento.

O homem só poderá ser feliz no convívio social quando ele se descobre e se redescobre à cada experiência. Quando ele aprende a olhar para dentro de sí e inteligentemente descobre meios para se aperfeiçoar como "ser singular" e finalmente parar de se sentir ameaçado pelo ambiente em que vive.




quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Japão, o país dos segredos mal guardados

                                    

A cada dia que passa eu me convenço mais e mais de que o Japão é um país de doidos. A imagem que o país passa pra o mundo é tão " certinha" que chega a ser duvidosa. 

Na minha concepção , não existem pessoas perfeitas, portanto, não existem países perfeitos. A perfeição humana é uma utopía. O homem é homem porque ele é imperfeito ,senão, ele seria Deus. 

Precisei conviver por anos à fio com a japaiada pra  entender como as coisas funcionam por aqui. Tudo na base do esconde, esconde. Tipo, as ruas são limpíssimas, o japonês é muito cuidadoso no trânsito ( não é por menos, as multas são altíssimas) , eles nos atendem muitíssimo bem em lojas, bancos , restaurantes , ou repartições públicas. Enfim, o povo japonês é extremamente civilizado no convivio social. 

O detalhe interessante dos japas , é que existem dois mundos para eles, aquele que todo mundo vê, e aquele que ninguém vê, ou faz que não vê. Isto é muito normal por aqui, fazer de conta que não viu.

Aqui onde eu trabalho , está uma verdadeira onda de demissões hà quase 2 anos. Praticamente 80% do pessoal  foi sendo  demitido aos poucos , e restaram alguns gatos pingados. 

Japonês adora uma fofoca no trabalho. Falar mal da vida alheia parece que é de praxe entre as mulheres. Não que isto não exista no Brasil também, mas o povo japonês nunca vai admitir que fez ou começou alguma fofoca. 

Este periodo está terrível . Uma fofocaiada tremenda. Um tal de " não conta pra ninguém que eu fui demitido". Mas o mais engraçado é que todo mundo já sabe, e não se sabe quem andou espalhando a fofoca, que na verdade , nem é fofoca, as informações são de origens fidedignas. 

Assim fica difícil guardar segredo quando todo mundo já sabe , não é mesmo?

Os japoneses tem muita vergonha de serem demitidos. É como se estivessem comprovando a sua ineficiência .  Eu como não ligo pra essas coisas, já fui espalhando pra todo mundo que eu tinha sido contemplada este mês. Afinal, já é a segunda vez que eu sou demitida da mesma empresa , e é a terceira ou quarta vez que eu volto a trabalhar na mesma empresa. 

Ao contrário de mim, os japoneses estão em polvorosa, com medo de que as pessoas saibam que foram demitidos , e como eles já sabem que eu fui demitida, eles vem se confessar comigo e sempre me pedem segredo. Eu guardo, ou pelo menos eu tento, com a maior boa vontade.

Na mesma hora que algum japonês vem me contar " em segredo" que foi demitido, vem um outro atrás me contar que o tal foi demitido. O segredo não dura nem dez minutos. Assim não dá!

O mais engraçado desta situação toda é que todo mundo sabe que o tal será demitido, bem antes do próprio demitido. Tipo marido traído, que toda a vizinhança sabe que a mulher o trai com o leiteiro , menos ele. É mais ou menos assim aqui.

Mais um detalhe muito típico de japonês ( pelo menos aqui em Shizuoka), é que o seu contratante quando está pra fazer demissões em massa, te pede gentilmente pra que você não conte a ninguém que foi demitido pra não causar pânico. 

Eu que adoro ver o circo pegar fogo, já fui contando pra todo mundo que fui demitida e que outras cabeças também rolariam até o final do mês. Corro o risco de sofrer algum tipo de bulling da parte de meus contratantes, mas nem tô ligando . Basta cumprir o meu aviso, agradecer a todos e bye bye.

A minha seção está num estress total , todos com medo de serem demitidos . Aqueles que foram demitidos tentam esconder à todo custo , sem nem se darem conta de que o " mundo" já sabe da sua condição de " inútil e incompetente". 

Ainda bem que eu já sou vacinada e nem me incomodo de ter que cumprir 30 dias de aviso prévio na condição de " demitida". 

Aqui no Japão , os motivos para a demissão de funcionários é por vezes meio absurda , portanto, eu nem perco o meu tempo pra tentar entender. Além do mais, eu sou estrangeira e isto já me faz estar no topo da lista. 

Hoje morri de rir com a vergonha que eles , os japas, tem de serem demitidos e de tentarem contar um segredo pra  mim que com certeza  já é de poder público. 

Realmente, esta raça é muito particular!!!!


terça-feira, 26 de agosto de 2014

Há males que vem para o bem



Quase 7 anos trabalhando na mesma empresa aqui em terras nipônicas. Batí o meu record de permanência em uma mesma empresa. Por mim, eu permaneceria trabalhando aqui até os meus últimos dias de Japão, mas a situação do nosso contratante anda oscilando já hà alguns anos e muitos funcionários foram demitidos ao longo destes 7 anos . Parece coisa cíclica, 7 anos.

Nestes 7 anos aconteceram muitas coisas, já me demitiram no auge da crise mundial, já me demiti espontaneamente e fugi para o Brasil, quando houve aquele grande terremoto, já rasguei o contrato no dia seguinte da minha re-contratação para tirar férias na Suiça, e já voltei com a maior cara de pau pedindo para ser re-contratada. Sempre os meus contratantes me receberam de braços abertos, nestas minhas idas e vindas.

 Desta vez, eu creio que está se fechando um ciclo de 7 anos. Eu particularmente, sinto que este ciclo de idas e vindas terminou. Fui demitida de novo, e algo me diz que desta vez não tem mais volta, apesar da promessa de ser chamada novamente quando as coisas melhorarem. Para mim, é um ciclo que se fecha.

Como sempre, lá fui eu consultar o meu mapa astral para averiguar esta ocorrência. Não ví nada de mau , além de um transito de Urano em quadratura com o Sol ( acontecimentos inesperados) , mas o resto do mapa está bem , e indicando que será uma fase de muitas mudanças até certo ponto benéficas, se eu souber reagir bem a tais mudanças. 

É muito engraçado, se não trágico, observar que todas as vezes em que eu estou tranquila, quase que acomodada e feliz com a minha condição , algumas mudanças drásticas acontecem na minha vida. 

A minha vida parece sempre pedir mudanças todas as vezes em que eu me acomodo em alguma situação. Instabilidade total. É preciso ser muito Coringa para poder sobreviver a tantas mudanças e não se abater. 

Lá vamos nós outra vez. Renovação, novos desafios , mudanças. Completamente " zíngara".



domingo, 24 de agosto de 2014

Amigas e amigas


Não sei se sou exigente demais com as minhas amizades. Talvez  sim. Sou daquelas que espera tudo de um amigo (a) e ao mesmo tempo não espera nada.

Nenhum amigo (a) tem a obrigação de pensar igual à nós, ou agir igual. Também , nenhum amigo (a) tem a obrigação de nos salvar de apuros. Obrigação e compromisso é uma palavra que não serve para verdadeiras amizades. Não na minha concepção de amigos verdadeiros.

Existem amigos (as) e amigos (as) , e esta escala da "amizade" é muito clara e definida para mim nos meus relacionamentos. Onde existe "sentimento" verdadeiro existe a amizade , onde não existe, são apenas relacionamentos por conveniência ou interesse. Simples assim.

Tenho e já tive muitos amigo (as) que me foram muito úteis em certos momentos da minha vida, também tive aqueles que me faziam companhia na falta de algo melhor, sem contar aqueles que se aproximam de nós sempre com alguma segunda intenção oculta por detrás.

O jogo dos relacionamentos só deixa de ser um "jogo" quando existe o tal do sentimento de coração . Você gosta do seu amigo (a) porque você tem um sentimento de "bem querer" em relação à ele (ela) sem nenhuma intenção oculta por detrás.

Pare , reflita e pense. Quantos (as) amigos (as) você tem  que realmente nutrem algum sentimento por você e você por ele (ela)?

Vai ficar surpreso ao descobrir que a grande maioria apenas participa de sua vida , que seja por interesses em comum, ou porque cresceram juntos na mesma vila, ou estudaram juntos, ou simplesmente porque trabalham juntos. Não que tais amizades não sejam necessárias, elas são. Cada qual com o seu papel em nossas vidas, mas aquela pessoinha por quem você realmente nutre este tal sentimento de "bem querer" é única, ou são pouquíssimas. Podemos conta-las nos dedos de uma mão.

Amigo (a) bonzinho(a) também é diferente de um verdadeiro (a)  amigo(a). Não se mede o grau de uma amizade pelo caráter de cada um. A amizade se faz com bons conselhos e boa compreensão mútua, apesar das diferenças.

Bons  conselhos , naqueles momentos de insegurança e dúvidas , sempre vem daquele seu bom amigo (a) que te conhece como a palma de sua própria mão e te respeita justamente porque se interessou em te enxergar como você é , e não como ele (ela) queria que você fosse.


Ele (ela) não teme nunca em te dizer a verdade  porque espera o mesmo de você.

Quer medir o nível de amizade dos seus relacionamentos?

Observe por quem você nutre sentimentos puros e verdadeiros. Perceba a empatia dentro da relação que nasce espontaneamente , movida apenas por sentimentos de "bem querer", sem necessariamente ter que pisar em ovos.

Você irá se surpreender ao perceber que ele (ela) é o seu (a sua) melhor amigo (a) simplesmente pelo fato de você não esperar absolutamente nada dele (a) em troca e mesmo assim desejar o mundo para ele (a).







Coisas do Japão


Se existe um país onde os estrangeiros não conseguem de forma alguma levar uma vida normal, inseridos dentro da   cultura local, este país é o Japão. Em todo momento sentimos que somos estrangeiros. Que seja pelas diferenças culturais, mentalidade, e até mesmo pelo excesso de distância que os japoneses nativos tomam de nós estrangeiros. Talvez toda a Àsia seja assim, não posso falar sobre as outras culturas asiáticas porque não as conheço por vivência.

Sempre existe uma possibilidade de "exclusão" vindas de todas as partes e por mais que tentemos abraçar este país como nosso, sempre acabamos frustrados.

Não quero afirmar que os japoneses sejam preconceituosos em relação a outras raças e nacionalidades, mas percebe-se um excesso de cuidado quando se tratam de latinos, ou melhor dizer, brasileiros.

Hoje fomos a uma companhia de telefonia celular a Au Japan, para tentar trocar o meu Ipad que pifou. Chegando na loja , vi bandeiras do Brasil e algumas informações escritas em português. Eram informações sobre atendimento por vídeo , on line com um intérprete em português. Achei isto o máximo , fiquei maravilhada com a atitude da companhia, afinal, apesar de ser uma das companhias com os serviços mais caros, eu sempre usei os serviços desta companhia.

Como sempre, fui muito bem atendida por uma das atendentes japonesas. Muito simpáticas, quase meigas, enfim, uma belezura o atendimento no balcão. Não tenho do que reclamar, porém, em se tratando de "cultura japonesa", sempre tem aquele momento de "exclusão" social , que no meu caso, me frustra muito e por vezes até me  magoa sutilmente.

Ser filho de japonês e ter um visto diferenciado não faz muita diferença quando o nosso passaporte faz parte do "Mercosul". Após cerca de 3 horas para decidir por qual plano optar. Estava em dúvida se eu fazia um plano novo e cancelava o antigo pagando uma multa de cerca 100 dólares , ou se eu continuava com o mesmo plano e apenas trocava meu Ipad por um outro mais caro. Horas e horas de indecisão, até que decidi por optar pagar a multa de cancelamento e fazer um novo plano de um Smart phone , muito mais caro e com um plano de pagamento de 24 meses.

Os documentos exigidos para o estrangeiro são: aliens card, cartão da previdência social (não sei o que tem a ver, talvez tudo), cartão do banco e o passaporte.

Após preencher os dados pessoais em um novo contrato e entregar os documentos , a atendente envia a copia dos documentos por fax para aprovação qe dura cerca de meia hora no máximo.

A minha proposta, após horas infinitas no atendimento e preenchimento de formulários foi recusado. Querem saber o motivo? O meu visto está para expirar em um ano e como o plano é de 24 meses não poderei dividir o pagamento em 24 vezes, apenas à vista, ou no cartão de crédito, que aliás, requer um outro procedimento de aprovação.

Saí frustrada da loja e só não discuti com a atendente porque elas normalmente não são  o tipo de atendentes que nos inspirem a armar um barraco por sua sutileza, meiguice e educação no atendimento. Mas bem que ela poderia ter pedido primeiro o meu passaporte antes de me fazer perder tanto tempo no balcão, não é mesmo?

Segundo uma amiga minha que me acompanhou à loja, tais atendentes ganham pontuações por cliente atendido, apesar da atendente não ter conseguido fechar um contrato comigo por questões de normas e regras da empresa, ela me atendeu muito bem e ainda comprei um novo plug para o meu antigo Ipad pifado , que agora , apesar de ainda estar pagando o plano pela Au Japan, já não é mais problema deles . Agora a minha nova empreitada deve ser na Apple Japonesa e sua assistência técnica.

Enfim, perdi a minha tarde toda, sai chateada , e sem uma solução para o meu Ipad pifado que não conecta a internet nem à pau, e ainda por cima, com a certeza de que eu não poderei ter o direito de um financiamento de qualquer outro aparelho se o meu visto for inferior à 2 anos.

Tô amarrada? Sim, estou. Este fato muda completamente os meus planos de contenção de despesas, pois pretendia cancelar a minha linha telefônica que já está com 2 anos de contrato e já  isenta de pagar uma multa de cerca de 270 dólares por cancelamento antes do final do contrato. Como não poderei mais financiar um plano para a obtenção de um celular com internet enquanto eu não renovar o meu visto de 3 anos eu não poderei nem pensar em fazer um novo plano. O jeito vai ser continuar  com a linha telefônica residencial e com o Ipad bichado, caso não tenha nenhuma solução para ele e continuar a pagar o plano mesmo sem usa-lo.

E tudo isto por quê? Porque japonês é muito desconfiado com relação a estrangeiros e se um, apenas um estrangeiro , se comporta de forma inadequada para os padrões da cultura japonesa, eles generalizam tudo de uma forma quase que absurda e preconceituosa.

Então é isso, minha gente. Para um estrangeiro ser incluído nesta cultura, é preciso que ele seja e demonstre por atitudes ser merecedor de confiança e crédito, muito mais do que os próprios japoneses que aliás, são grandes caloteiros que não pagam em dia as suas contribuições para a prefeitura local, não pagam a contribuição obrigatória para a rede de tv do governo japonês e atrasam as suas contas mensais .

Aquilo que nos diferencia dos japoneses na obtenção de crédito aqui no Japão não é a sua ficha limpa, é o prazo do seu visto e a sua origem.

Estou sendo preconceituosa? Creio que a recíproca é mais do que verdadeira quando atitudes camufladas por regras e normas de qualquer empresa japonesa que seja , excluem aos estrangeiros por sua condição e favorecem ou simplesmente fazem vistas grossas para os caloteiros  e espertinhos japoneses.

Pronto! Falei!

Não dá para "tentar" amar e se integrar a um país que não te aceita como igual. Estaremos sempre à margem da sociedade de alguma forma.

O meu conselho para os admiradores e fans desta cultura milenar, é a de mantê-la assim, sempre com uma certa distância , visitas esporádicas como turistas e nunca vive-la . A cultura japonesa é fantástica e riquíssima quando vista de fora, vivencia-la no seu dia-à-dia e integrar-se a ela é outra história, bem diferente.





segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Virtualmente conectados, espiritualmente desconexos



Hoje em dia existem mil meios de estarmos conectados com o mundo e só não se conecta à ele quem não quer. 

Facebook, Twitter, Skype, whatsaap e tantos outros meios de comunicação ao nosso alcance, são apenas algumas das opções. Basta ter acesso a um celular com internet...e voalà! O mundo está ao nosso alcance.

Será mesmo?

O mundo vive conectado  24 horas e isto deveria melhorar a comunicação . Deveria, mas não è o que tenho observado. 

O homem atual apenas abriu mais portas . Aprendeu  a tirar fotos de sì mesmo e se auto promover nas páginas de redes sociais. Aprendeu também a criticar com verdadeira voracidade escondido detrás  de um teclado de computador qualquer. Ele opina, ele xinga, ele se expōe, ele compartilha e não se comunica. Ele inveja, o que éo pior de tudo na falta de conexão real. 


Por detrás de tantos selfies e tantos compartilhamentos se escondem pessoas que não sabem, ou ainda não aprenderam a se comunicar com o outro. Despejam apenas o seu egoístico interesse pessoal.

 Eu também faço parte desta comunidade "faceboquiana ", e posto muita babaquice, desde videos que eu curti à pratos que eu mesma cozinhei. Nem poderia ser diferente. Afinal, vivemos em uma sociedade, seja ela virtual ou não. Na verdade, creio que seja isso mesmo que as pessoas querem curtir: banalidades virtuais. 

Troca de idéias e informações úteis, do tipo, notícias frescas do Brasil ( não fofocas) , interesses em comum, como línguas, bloggers, Astrologia e culturas diversas.  Este era o meu interesse quando ingressei meio que a contragosto no facebook , por ter já vivido  algumas experiências desagradáveis no falecido Orkut. 

Quando eu não aceito convites de parentes no meu facebook sou tachada de chata com uma certa frequência. Algumas pessoas até se sentem ofendidas e eu frequentemente tenho que estar me desculpando com elas de alguma forma. 

Existem famílias, e famílias. Se você não pode e não consegue estar distante dos seus familiares o facebook é uma bela opção , mas quando não é este o caso, eu creio que um Skype ou whatsaap é suficiente. Ou até mesmo o velho e ainda eficiente telefone residencial. Encher o facebook de linguiça ( familiar) pra quê?

Os meus familiares me mandam convites frequentemente ( já pararam porque eu não aceito) , mas pedir o meu número de telefone ou o meu Skype ninguém quer ne? Então qual a utilidade do facebook familiar? Criar intrigas e fofocas! Tô fora!

Sempre haverà uma tia, um primo ou pior ainda, uma cunhada sutilmente invejosa que escreverá na sua timelime algumas palavrinhas nonsense do tipo: - Oi , tudo bem? Cadê o namorado? fugiu?Mande notícias. 

Helloooooo, amiga! Escreve em off! Peloamor!!

Ou, vai fuçar e fuçar as suas fotos por mera curiosidade para depois estar te julgando por fotos. Desagradável , não é mesmo?  

Para uma verdadeira troca de idéias e notícias ainda sou fã do velho e antigo aparelho telefônico . Portanto, quer notícias minhas, fotos recentes ( selfies) e trocar idéias? Me ligue, no meu telefone residencial . Nem o Skype nos dá esta possibilidade de uma comunicação mais direta e substanciosa. 

Ver a luzinha acesa do seu contato no Skype parece banalizar a sua presença. Quantas vezes você jå deixou recados no Skype que só foram respondidos uma semana depois? Você mesmo já deve ter feito isso por várias ocasiões. Eu já fiz, confesso. 

Este tipo de atitude ( inocente) acaba criando até inimizades. Responder a uma mensagem no facebook ou no Skype deveria ser como falar ao telefone. Se está ocupado, coloca " ocupado" ou " ausente" . Se não pode responder no momento, diga : eu te retorno depois. Simples não é mesmo?

Tantas conexões com tão pouca comunicação real. 

Porquê será que a comunicação virtual não é igual a aquela feita ao telefone?

No final de tudo, com tantas opções para se comunicar com o mundo , a única que ainda me passa um pouco de credibilidade e eficiência é a chamada telefônica. Não sei explicar, mas nem o Skype me passa esta credibilidade e eficiência na comunicação. Deve ser a falta de um endereço fixo. Pode ser...

Pode ser também a falta de educação e orientação para o uso correto desta ferramenta : a virtualidade. 

Um manual de boas maneiras e ética já era um bom começo. Ou será que já é tarde demais?  







Urano , me deixa!



Urano é regente do signo de Sagitário, que representa o imprevisto e a liberdade. Na minha opinião, o signo de Sagitário é extremamente " cool", mas quando ele faz quadratura ou oposição com o Sol , ou com Marte, pode esperar explosões psicológicas e muita irritabilidade. 

É como estar frequentemente na TPM. Tudo irrita, e não adianta tentar disfarçar o próprio estado de ânimo porque ele se faz  presente nas nossas vibrações. Ou seja, mesmo calada, evitando confrontos, a mínima sensação de contrariedade em qualquer aspecto da vida gera uma reação nervosa e rebelde.

A solução para períodos assim exige muita flexibilidade. Mas quem disse que Capricórnio é capaz de tanta façanha? Pior ainda quando o objeto de tamanha energia cósmica é um Capricorniano com a Lua em Escorpião. No caso, eu.

Capricornianos são pesadíssimos por natureza, e uma das principais causas é a sua inflexibilidade para aceitar mudanças na vida  como algo que acrescente e abra portas. O Capricorniano sempre relutará ao imprevisível ( mesmo que criado por ele mesmo) e lutará fielmente para manter o seu status quo. 

O resultado de tanta inflexibilidade se resumirá em uma única palavra: Chatice.

A inflexibilidade Capricorniana, unida as explosões passionais da Lua em Escorpião , juntamente com largos aspectos de Urano e Marte em quadratura ou oposição à Marte , conferem ao nativo ( pobre nativo) , um ar pesado e extremamente sensível à mínima provocação. 

Não existirá meditação ( interiorização) que consiga alterar tal estado de espírito enquanto os resultados da vida mundana não lhe ofereçam aquilo que se almeja. 

Nestes momentos , é preciso estar com a alma intranquila para enfrentar os desafios. Tranquilidade demais gera estagnação e submissão. E isto não é nada fácil de engolir por um longo tempo. Não , para um Capricorniano legítimo. Pode gerar até enfermidades de ordem psicossomática. Portamto, muito cuidado com a saúde e com os sapos que se engolem sob estes aspectos.  

Flexibilidade para enfrentar os desafios? 

Esta seria uma boa solução para os outros signos do zodíaco, não para um Capricorniano, uma hora a máscara cai. Flexibilidade estratégica. Esta vai mais de encontro aos interesses de um Capricorniano da gema . 

Então, vamos lá! Estrategicamente flexível para alcançar as nossas metas à longo prazo. 

Muito chato ser estrategista,     mas quando a vida se apresenta frequentemente como a uma batalha , não dá para ficar interiorizando tudo e enfeitando cada canto da casa com flores do campo e aromas silvestres. 

Consciência total . 

Precisando comprar um amigo



Quando escolhemos viver longe do nosso país, independente de qual tenha sido  a nossa motivação, temos sempre que conviver com um inimigo que por vezes , irônicamente, até  se torna um amigo: A solidão.

Por mais que você tente criar novas situações para suprir tal sentimento, ela sempre estará lá. As vezes te fazendo companhia em momentos meditativos e de reflexão, quando realmente necessitamos dela. 
 Mas peraí,  ninguém em sã consciência vive 24 horas em estado meditativo! 

Eu adoro meus momentos meditativos . A solidão é uma amiga que nunca vai te interromper quando estamos precisando silenciar a alma. Ela é discreta e silenciosa. 

Mas quem foi que disse que ela é aquela amiga que te levanta os ânimos? 

A solidão tem a função de nos conectar com o nosso mundo interior. Ela é introspectiva, jamais expansiva. 

Durante todo o período de 10 anos de vida em terras longínquas, tive que aprender a lidar com ela, para não sofrer com a sua presença constante. Eh, ela nos acompanha desde o momento em que entramos no portão de embarque de um aeroporto qualquer, e vai nos fazendo companhia por onde quer que se vá. Não adianta ignora-la, ela sempre estará lá, bem ao seu lado. Além de Deus, é claro.

A falta de opção em viver relacionamentos verdadeiros e ter que se conformar com aquele círculo de " meia-dúzia" de amigos que não fazem parte do seu mundo, ou que também vivem a sua luta diária com ela ( a solidão) , e os limites que esta companhia nos causa, não é um fator muito animador quando se vive em terras longínquas. 

A saudade é outro sentimento que se mescla à solidão de ser imigrante, e não adianta querer fugir dela. É como se fosse uma condição sine qua non. Olha que expressão mais chique!

Nos últimos anos, aqui em terras nipônicas, ela anda mais intensa, mais insistente. Talvez pelo fato da maioria dos meus amigos ( brasileiros) terem ido embora, talvez ela esteja exigindo modificações na minha mentalidade. Conviver com ela ( a solidão) em terras longínquas é uma constante. E pior do que esta realidade , é que esta convivência nos exige muita criatividade.

 A solidão é muito exigente, e se nós, não nos adaptamos a ela e não a aceitamos tendo atitudes inteligentes, ela simplesmente nos consumirá . 

A solidão não é de forma alguma maléfica , quando ela nos serve como um guia espiritual, para trilhar caminhos e mundos que só nós mesmos podemos trilhar. Porém, o excesso de momentos sem a existência de contato físico com o ambiente em que vivemos, o Japão é a excelência no quesito distancia física, inicia-se um outro processo quase que invisível : a solidão física. 

Um abraço, um afago na testa, um tapinha nas costas, três beijinhos no rosto e tantas outras expressões de carinho da qual nós brasileiros somos habituados. Isto sim, faz muita falta, e a naturalidade com que se convive com esta falta acaba nos transformando em seres totalmente inexpressivos . 

Para driblar tais situações e as suas consequências, estando em terras longínquas , ou não, uma boa saída é comprar um amigo. Não, não é como o fazem alguns japoneses ,quando pagam para ter simplesmente a companhia de alguma bella donna. Me refiro a um amigo de verdade que pode ser comprado, ou adotado : o melhor amigo do homem, um cão. 

Será que os caēs japoneses também possuem hereditariedade samurai? 

Espero que não. 




sábado, 16 de agosto de 2014

O essencial é invisível aos olhos

                                 
       

"Quando encontrava uma que me parecia um pouco lúcida, fazia com ela a experiência do meu desenho número 1, que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era verdadeiramente compreensiva. Mas respondia sempre: "É um chapéu". Então eu não lhe falava nem de jibóias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Punha-me ao seu alcance. Falava-lhe de bridge, de golfe, de política, de gravatas. E a pessoa grande ficava encantada de conhecer um homem tão razoável. "  

Este é um trecho do Livro de Antoine de Saint-Exupéry , o Pequeno Príncipe, um clássico da literatura infantil  que divide opiniões quanto à sua classificação literária,  pelo riquíssimo conteúdo filosófico contido na obra. 

Neste trecho ele menciona a sua dificuldade em se fazer compreender pelas " pessoas grandes" . Fica bem clara a sua frustração ao constatar que as " pessoas grandes" eram incapazes de enxergar um mundo que não fosse aquele mundano e material.  E para poder interagir com "pessoas grandes" ele calava a sua alma. " Punha- me ao seu alcance". 

Com certeza todo mundo já passou por tal experiência na vida. Conhecer alguém interessante e depois constatar que ela não passava de mais uma " pessoa grande" , tão ocupada com seus interesses mundanos que nem se preocupava em olhar nos seus olhos quando falava. Ou , ter um verdadeiro carinho por um amigo (a) , tantos interesses em comum ( aqueles de gente grande) e em um dado momento , se dar conta de que ele (a) não è capaz de compreender e de estar ao seu lado naqueles momentos de mau humor ou de tristeza. 

A obra de Saint- Exupéry descreve perfeitamente a solidão que vai tomando aos poucos o nosso ser, quando nos damos conta de que vivemos em um mundo onde um não enxerga as necessidades essenciais do outro. 


" Desenhei então o interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações." 

Este é um outro trecho do livro onde ele relata com sutileza a dificuldade que as "pessoas grandes" tem em observar e compreender aquilo que não está ao alcance dos olhos . 

É como estar chorando  baixinho debaixo do cobertor e a sua maē lhe gritar:  - Ainda não acordou , menino preguiçoso?

Quem já não viveu uma situação assim na adolescência? E ainda teve que enxugar as lágrimas debaixo do cobertor para não ser flagrado em prantos e fingir cara de sono. A sua maē além de não perceber, não entenderia mesmo .

Ou, em um momento mais romântico ( ou nem tanto) da sua vida, se fez de difícil e deixou partir para sempre aquela pessoa que poderia ser o grande amor de sua vida, porque ele (a) sendo " gente grande" não poderia jamais imaginar que você estivesse apenas fazendo um jogo "infantil" de se fechar em copas momentaneamente. 

Dizem que Antoine de Saint- Exupéry. não teria se acidentado em vôo , e que o seu último vôo foi um suicídio. Sendo Saint- Exupery um escritor que transformava as suas proprias experiências e percepções em contos, esta possibilidade não me parece tão impossível. O personagem principal de sua estória, o pequeno príncipe, tinha traços de profunda melancolia. 

Quando adolescente já havia lido esta obra, a reli novamente para saber se eu havia perdido esta magia infantil , esta inocência de ver em primeiro plano a essência das pessoas. Não, eu não a perdi. 

Por vezes, gostaria de não ter este poder que Saint- Exupéry tanto exalta em sua obra, a capacidade de enxergar o invisível...

Começando certo



A escolha de viver em um país diferente tem lá as suas etapas a serem percorridas. E para tal escolha dar certo, é preciso estar muito ciente da sua escolha e principalmente, ter metas bem definidas.

Você pode contar com a " sorte" também, mas se você não nasceu com a buzanfa virada para a Lua , pode ter a certeza de que vai enfrentar muitos desafios, idas e vindas , e ficará a mercê dela: a sua sorte.

Hoje, assistindo a um video de um casal paulistano que escolheu o Canadá para viver, ficou bem claro  , o quanto é preciso se programar e ter objetivos bem definidos.

Este casal se programou e esperou por dois anos o processo de imigração para o Canadá. Os seus videos começam em 2009 , quando eles passam pela imigração Canadense , com muitas malas e muitos planos . Hoje, cinco anos depois, os dois trabalham e vivem tranquilamente em terras Canadenses.  E vejam só! Eles já tem dois filhos nascidos no Canadá.

Contando esta história assim , resumidamente, até parece que é coisa fácil. Não é. 

A diferença entre este casal que já tinham idéias bem definidas , como se tivessem um plano esboçado em um papel, e aquelas pessoas que simplesmente se jogam à propria sorte , são os planos e projetos bem definidos, ou seja, é imprescindível ter metas bem definidas. É preciso saber o quê se quer e até onde se quer chegar . 

Na minha opinião, este casal daria muito certo até no Polo Norte.

Aquilo que se percebe com muita nitidez na relação dos dois é o objetivo em comum, uma verdadeira parceria. Ninguém é salvador de ninguém, eles realmente se ajudam e  pensam como " parceiros". 

Assisti toda a trajetória do casal , no sentido inverso. Começei a assistir os videos de 2014 até chegar aos primeiros vídeos de 2009. É incrível como eles ( o casal) passam muita tranquilidade em cada etapa da vida deles no Canadá. Tudo programado, até a gravidez , o parto e a educação dos filhos . Aliás, a esposa é muito mais tranquila e serena. 

Serenidade , este é um fator decisivo nos relacionamentos em geral. Se não resolve, ao menos facilita os conflitos de um casal. 

Conheço alguns " poucos" casais que também deram certo em terras nipônicas. Alguns se transferiram para o Japão com planos concretos de " dar duro" por um periodo e retornar ao Brasil, outros decidiram ficar para sempre e fincar raízes no país do Sol Nascente. Estes , com certeza, deram muito certo dentro daquilo que haviam programado como meta de vida. 

Em contra-partida, aqueles que vieram em busca de um sonho sem nenhuma programação, ou apenas, se deixaram guiar pela " sorte" ( como eu) , estes estão tendo que repensar a vida e recomeçar sempre da estaca zero. 

Alguns casais que conheci por aqui se dissolveram em terras nipônicas, outros se dissolveram no retorno ao Brasil e muitos ainda não sabem nem se dissolvem a relação ou recomeçam do zero, outra vez. 

Claro que nem dá para comparar a recepção e a abertura mental dos canadenses em relação a mentalidade local japonesa, muito mais estreita. Mas o que quero deixar claro aqui, é que mesmo estando na China, ou na Cochinchina, ter metas bem definidas é muito importante para alcançar algum objetivo, e não importa se somos casados ou solteiros. 

No meu caso, após assistir ao video do casal " perfeito" paulistano , em terras canadenses, ficou a lição, e a consciência de que , "uma andorinha só , não faz verão".  

Pior ainda se for uma andorinha sem metas bem definidas na vida, que se deixa levar pelos sopros do vento. 

Tá aí, a minha reflexão da semana. Isto não quer dizer que, por ter começado errado não dá para consertar. Dá sim, mas pode ter a certeza de que o preço a se pagar por ter começado errado, vai lhe custar bem mais caro.







 


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Recebendo visitas em casa



Eu tenho uma amiga japa que adoooora brasileiros , e muito mais do que eu , ela está sempre em festas de brasileiros.  Tipo, churrascadas e eventos tipicamente brasileiros. Até um filho ela fez com um brasileiro. 

O problema desta minha amiga japa , é que ela insiste em vir me visitar com o seu filhinho. Até aí tudo bem. 
Logo que ela adentra o meu apartamento, ela se senta no sofá, ou na cadeira , saca o seu iphone e começa a teclar no facebook com os seus muitos amigos brasileiros e futuros pretendentes a " ficantes " brasileiros. Muda, absolutamente muda!

Mas o quê ela veio fazer na minha casa? 

O seu filho fica à solta no meu apartamento destruindo tudo e me alugando o tempo todo, enquanto ela, se senta no chão , ao lado de alguma tomada qualquer para carregar o seu celular. Eh! a bateria tem que acabar alguma hora.

Conversar? Pra quê?

Hoje, ela ficou no meu apartamento até quase meia-noite. Calaaaaaaaaada!

Meu Deus, o que é que eu faço com japas assim?

Será que existe algum manual para tal situação?

Como lidar com amigas japonesas que insistem em te visitar para ficar teclando na net ( do próprio ceclular) até altas horas ?

Qual a melhor forma de faze-la desligar o seu celular e cuidar do seu filho, pelo menos quando está na sua casa?

Qual a melhor desculpa que podemos inventar para que ela não venha nos visitar?

Existe um manual? Alguma sugestão?

Filosofando...



Não se fazem mais filósofos como antigamente. 
Os nossos filósofos brasileiros mais se parecem com estudiosos da filosofia alheia, ou seja, eles conhecem muito sobre filósofos da antiguidade , mas é muito difícil encontrar algum que se destaque por sua originalidade , um modo de pensar e entender a vida que vai além daquilo que já sabemos. 

Será que em outras épocas já descobriram tudo que havia para ser desvendado e compreendido pela humanidade e não restou mais nada?

Filosofia em grego traduzido quer dizer, " amor a sabedoria". E aonde estão os nossos "sábios" filósofos tupiniquins? 

Percebo muitos estudiosos e intelectuais que conhecem muito sobre o assunto , mas aquela visão quase que tridimensional da vida como a um todo é virtude de poucos. 

Para mim, os poetas são muito mais filósofos do que os próprios filósofos da atualidade, que se limitam a serem apenas um grupo de intelectuais que conhecem muito, mas sabem pouco.

Oscar Quiroga, não é poeta, nem filósofo. Astrólogo e psicólogo formado pela PUC , que se denomina um autodidata, é muito mais filósofo do que toda a ala de filósofos com formação acadêmica. 

Já havia visto algumas reportagens com ele, onde ele me surpreendeu com a sua visão e o entendimento sobre astrologia. 

Em um dado momento da reportagem quando ele foi questionado sobre " destino" , ele foi tão claro e irônico , que se eu ainda tinha dúvidas quanto a minha visão de " destino" e livre - arbítrio , naquele instante se diluiu. 

- Se eu nasci para ser  um ser humano, não posso querer ser uma girafa, e por mais que eu me esforce, nenhuma girafa iria me levar à sério. 

Esta foi a resposta de Quiroga, se referindo ao " determinismo" , ou aquilo que já está pre- estabelecido e que nem com todo o livre-arbítrio conferido a nós seres viventes seria possível mudar. 

Como eu já havia estudado um pouco sobre a filosofia budista, não foi difícil compreender de imediato , que existem dois " carmas" na vida de um ser humano: o mutável e o imutável. 

Em uma outra entrevista , respondendo sobre destino e os caminhos certos à serem elegidos por nós, ele soltou mais esta: 

-  O caminho certo? Sem dúvida alguma é o da alegria

Claro que ele não se referia a aquela alegria artificial que encontramos por várias vezes em situações criadas por nós para satisfazer o nosso ego. Ele se referia a aquela alegria que vem naturalmente, aquela sensação de bem- estar e satisfação quando fazemos alguma escolha na vida. Ou seja, aquilo que alegra o coração. 

Como sempre, parei para refletir sobre a minha existência e os caminhos que andei elegindo. Talvez eu fosse mais " feliz" se eu não refletisse tanto, mas por um outro lado, talvez a minha existência seria vazia demais para contar um conto. 

Mais uma vez, uma luz se acendeu. Se a alegria é a escolha certa, então errei outra vez nas minhas escolhas. 

Será que eu não estou tentando ser uma girafa, e ainda não aceitei que não posso ser?

Questionamentos , são apenas questionamentos, de uma provável candidata à girafa filosófica. 







quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Escrever pode ser terapêutico


Confusão mental, ansiedade , dificuldade em expressar sentimentos, tagarelice inútil e insônia . Estas são apenas algumas das situações que podem  ser amenizadas   no nosso comportamento mental  quando começamos a escrever.

Escrever , tem a função de ordenar idéias na cabeça , antes de serem exteriorizadas. É como um filtro mental, e consequentemente , aquilo que verbalizamos se torna mais claro e objetivo.

Escrever também ajuda a administrar melhor as nossas frustrações. Escrever sobre aquilo que nos frustra é totalmente terapêutico e nos ajuda a nos conhecermos melhor.

Já tentou fazer uma lista de 10 coisas que te fazem feliz e  10 coisas que te deixam infeliz?

Dependendo do seu caráter , com certeza você não conseguirá completar uma das listas de 10 coisas. É coisa demais para te fazer infeliz , e é coisa demais para te fazer feliz.  Um meio termo de 5 questões para cada situação já está de bom tamanho.

Se você conseguiu completar a lista de 10 coisas que te fazem infeliz e não conseguiu encontrar nenhuma que te faça feliz, você tem grandes chances de ser um pessimista depressivo. Mas se você completou a lista de 10 coisas que te fazem feliz e não encontrou nem se quer "uma" que te faça infeliz, você poderia ser considerado como uma pessoa superficial, um alienado total.

A vida tem dessas compensações e nada, absolutamente nada é cem por cento íntegro. O equilíbrio entre estes dois polos seria o ideal.

Está mal humorado? Escreva.
Está feliz demais e não se contêm em si? Escreva.
Está cercado de gente chata e sem assunto? Escreva.
Está inspiradíssimo e não sabe como extravasar? Escreva.
Está precisando se conhecer melhor? Escreva.

Não importa se é em uma folha de papel, no seu diário, ou em um blog. Apenas escreva .

Cultivar o hábito de escrever nos ajuda a sermos mais conscientes de nós mesmos e do meio em que vivemos. Por muitas vezes não temos a oportunidade de exteriorizar tudo aquilo que pensamos e percebemos.

Não é necessário fazer-se compreender. Por vezes , o meio em que vivemos não está pronto para compreender.

 Então, cale-se e escreva.


Robin Willians , levantando um tabu.

                                         

                                                       Robin Willians - Uma babá quase perfeita.


Às vezes ironizo, dizendo que vou me jogar de alguma ponte todas as vezes que tenho algum problema de difícil solução. Também costumo fazer piadas com a morte e as mil e uma maneiras chiques de ir desta vida para uma melhor. É bem mais chique , marcante e histórico, morrer em uma queda de avião ,em um voo internacional , do que morrer engasgado com uma azeitona.

A única e absoluta certeza que temos nesta vida é a morte, o fim da nossa estrada. Alguns, decidem antecipar o fim desta jornada. Muito curta para alguns, muito longa para outros.

Robin Willians , aos 63 anos de idade , decidiu pôr um fim a sua jornada. Ele se suicidou em sua casa. Marcas de cortes em um de seus pulsos evidenciam a sua primeira tentativa que só se concretizou quando ele se pendurou pelo pescoço .

É mórbido demais falar sobre este assunto: o suicídio. Muito mais mórbido quando tais ações acontecem em países onde a maioria é cristã, ou se diz cristã.

Fico pensando , o quê leva um homem de fama internacional, rico, bem sucedido , esposo e pai à cometer tal ato insano?

O ator vinha lutando contra o seu vício com drogas hà alguns anos e sem dúvida alguma este deve ter sido o fator determinante. A sua impotência em lutar contra o vício, unida a culpa de fazer sofrer à aqueles que o amam.

Também pode ter sido por motivações bem menos nobres e egoísticos. Quem poderá saber?

Não cabe a nós julga-lo, nem tão pouco tentar imaginar as suas motivações. Atores de cinema e pessoas públicas vivem de vender a sua imagem, e por muitas vezes aquilo que vemos  não passa de mais um personagem . Cada qual cumprindo o seu papel.

Robin Willians deu fim ao seu último personagem, aquele da vida real. Talvez o papel mais difícil de sua carreira.

Vamos encarar assim . Fica mais fácil entender e aceitar a sua motivação sem nos prendermos em julgamentos e tabus de origem religiosa , cultural ou qualquer coisa que o seja.

Fim de cena, desçam  as cortinas . O espetáculo acabou.

Para nós , fãns deste incrível ator e personagem da vida real , nos restaram seus inesquecíveis personagens. Estes , são imortais.





terça-feira, 12 de agosto de 2014

Férias de verão




Começaram as férias de verão aqui no Japão, o tal do OBon, uma semana inteira de férias coletivas. Este feriado é o maior feriado do Japão , em pleno verão e a japonesada não vê a hora de sair de férias. 

Hoje fui perguntar aos meus colegas japonesas o que eles haviam planejado para o feriado. Todos, absolutamente todos não planejaram nada e não vão a lugar algum. 

O motivo? falta de grana. Eh, o Japão já não é mais o Japão de 20 anos atrás, as coisas mudaram e muito. Atualmente o governo japonês faz de tudo para abocanhar o suado salário do trabalhador para suprir a deficiência na acarrecadação de fundos para a Previdencia Social. Aumentaram absolutamente tudo e o salário médio japonês diminuiu consideravelmante. 

O povo japonês já não tem mais o poder de compra de antes. Isto é fato.

Conversando com um colega japa que trabalha comigo ja há uns 7 anos, ele se lamentava da falta de dinheiro para aproveitar melhor suas férias de verão. 

- Será que não existe um meio " sujo" pra fazer dinheiro? Indagou o japa.

Começamos a pensar , em uma forma, mas se eu fosse boa em ter idéias " sujas" para enriquecer já estava rica. O que não é o caso.

Certa vez um amigo meu ( português) que vivia aqui no Japão me sugeriu de fazer dois cartões de crédito , um em meu nome e outro em nome dele. Totalizando os limites de crédito em mais de um milhão de ienes , solicitar a liberação dos dois créditos e fugir para o Brasil. 

Bem, não era má ideia se ele não fosse um tremendo 171 português que já foi até preso no Japão por crimes de estelionato. 

Outro boa idéia seria se associar aos " yachyans" ou yakuzas , a máfia japonesa. A maioria das casas de jogos do Japão são de propriedade dos " yachyans" e mesmo que a lei japonesa não permita o pagamento em dinheiro vivo nestas casas de jogos, o pagamento é feito do lado de fora em uma janelinha discreta. Ninguém vai poder dizer que pagam os prêmios em dinheiro vivo dentro das casas , e o governo japonês sempre faz vistas grossas para aquelas instituições que de alguma forma trazem gordos recursos em forma de impostos para o país. 

Associar-se aos yachyans não é para qualquer um. Parece que eles são convidados por algum participante, e assim como nos filmes de Hollywood , os ricos são apenas os chefões, o restante são pessoas que de alguma forma estão presas à máfia por dívidas de honra ou dinheiro. Ficar rico ninguém fica no escalão de baixo. Conheci alguns ex- " yachyans" que hoje não possuem absolutamente nada, nem os dedos das mãos. Assim como nos filmes. 

Eh, decididamente , ganhar dinheiro de forma ilícita não é o meu forte. O jeito vai ser ficar em casa , encher o caco de vinho, edamame e sonhar com dias melhores...

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Sociedade infeliz



Hà alguns anos que eu sigo o Facebook de uma modelo argentina muito famosa na Italia, a preferida dos  italianos , Belém Rodriguez. 

O seu sucesso se deu pela sua beleza e senso de oportunidade, uma mistura de italianos do sul com espanhois que deu muito certo. Realmente ela é muito linda e com traços muito doces, coisa que não é normal na Itália. As mulheres italianas tem traços fortes e quase agressivos que chega a dar medo. 

Como quase toda a Itália é unanime e adoram a tal argentina, comentei com um amigo italiano sobre ela . Me surpreendí com o seu comentário : - Mas Belém é uma P...

A pobre modelo por ter um aguçado senso de oportunidade e ter estado onde deveria estar,  e com gente que deveria estar, ainda hoje recebe críticas . Mas é crime saber aproveitar cada oportunidade que a vida nos oferece?

O mundo das modelos é assim, e quem quiser vencer na carreira terá que engolir os bastidores pouco glamorosos desta profissão para chegar ao topo. 

Nos últimos meses ela vem postando tantas fotos em familia, com o seu filho, o marido e seus pais . Sempre em férias   em alguma cidade do sul da Itália ou na sua cidade Natal. Ao contrário das notícias que corriam nas revistas de fofocas italianas sobre os escândalos da sua vida pessoal, hoje ela se dedica a  passar a imagem de maē dedicada , esposa fiél , com uma familía saudável e feliz . 

Felicidade, mas será  isto que incomoda tanto as pessoas? A felicidade alheia?

Fotos e mais fotos de uma familia feliz em férias. Mas é pecado tirar férias com a família mais de duas vezes ao ano?

Agora a modelo é criticada pelo excesso de férias com a familia, e até um jornal ticines ( suiço) publicou uma matéria sobre as férias da modelo argentina. O título da matéria é : Lavorare ,mai?

Traduzindo: Trabalhar, nunca?

Mas qual é o problema de uma pessoa , famosa ou não, tirar 20 férias durante o ano, se ela tem esta sorte de aproveitar a vida com um ritmo diferente daqueles que levam uma vida " normal", com seus compromissos e horários restritos?

Além do mais, hoje ela tem um filho pequeno e estar com ele 24 horas por dia não é só um prazer, é dever . 

Na sociedade atual em que vivemos, não é mais " normal" , estar em casa , ou de férias, com os filhos pequenos. Devemos trabalhar e o resto que se ajeite . Talvez a imagem que a sociedade gostaria que ela vendesse ( ela é uma vendedora da sua imagem) , é a de uma maē super atarefada que deixa os seus filhos aos cuidados de babás para cumprir os seus compromissos profissionais . 

Afinal, é esta a realidade de muitas maēs que devem satisfazer-se com alguns meses de licença maternidade e voltar a labuta. 

Apesar de ser a realidade de muitas mulheres no mundo todo, esta não é e jamais será a ideal. Então, qual o problema da modelo argentina que optou por estar de férias quinhentas vezes ao ano ao lado de sua família?

Só existe uma resposta para tal comportamento perante as fotos de férias da modelo argentina: Inveja.

Quantas mulheres, e homens também , não gostariam de poder aproveitar melhor a vida, desvinculados de seus compromissos para aproveitar a vida junto de seus familiares e não podem?

Quem o faz com maestria, e aproveita cada momento feliz que a vida oferece é passível de críticas. É uma provocação ser tão bem sucedido e feliz?

Que sociedade pobre e infeliz esta em que vivemos, onde o oportunismo só cai bem em outras escalas profissionais. Que sociedade mediocre é esta em que vivemos , onde as pessoas já não se permitem mais viver livres de seus compromissos e julgam a aqueles que " podem" faze-lo e o fazem muito bem. 

Que sociedade infeliz. 



Mudanças




Não é nada fácil administrar mudanças frequentes na vida quando nascemos sob os aspectos de Saturno. Um Capricorniano de verdade detesta mudanças repentinas que tirem os  seus pés do chão firme.

Chão firme é outra certeza que já não tenho mais. A terra pode " literalmente" tremer debaixo de nossos pés, e estando em um país como o Japão, isto se torna algo comum e frequente.

Nunca pensei que um dia a terra poderia me trazer alguma insegurança. Terra firme é o símbolo do signo de Capricornio. É lá que nos protegemos e buscamos segurança, a terra firme.

Instabilidade e mudanças frequentes também não é bem uma marca do signo de Capricórnio. Para apreciar tais ocorrências , eu deveria ter o ascendente ou a Lua em Sagitàrio, pelo menos, ou o meu Sol na casa 9. 

Como eu sou uma Capricorniana da gema , todas estas mudanças ( inclusive de país) inusitadas provocam em mim um verdadeiro turbilhão de inseguranças. Nenhum Capricorniano pode ser realmente feliz com tanta insegurança. Necessitamos ao menos da terra firme para trilhar laboriosamente e lentamente o nosso objetivo. 

Sim, todo Capricorniano que se preze tem um objetivo bem traçado na vida. Normalmente somos impulsionados na vida pela segurança material, acima daquela emocional. Somos mais capazes de administrar os altos e baixos emocionais com mais racionalidade do que os outros signos. Claro que isto depende muito da posição da nossa Lua. 

A minha Lua é Escorpiana, portanto, rasgos de ira e passionalidade não estão descartados. 

Terra que treme, Lua em Escorpião ,muita instabilidade e insegurança . Sabe o que isto significa para um Capricorniano?

Uma grande batalha à ser vencida. Aceitar que não existem locais e nem situações que nos proporcionem 100% de segurança . Nem emocional, nem material e nem física. 




sábado, 9 de agosto de 2014

Elogios




Já perceberam o quanto as pessoas economizam nos elogios?

Todo mundo tem uma amiga invejosa que não nasceu com esta virtude, ou um chefe autoritário que não consegue valorizar o esforços dos seus subordinados, ou até mesmo um namorado ou marido meio tímido que não consegue te elogiar com belas palavras. 

Pois é, belas palavras. Como elas nos fazem falta. Não sei como as pessoas conseguem " economizar" tantos elogios que poderiam fazer uma alma triste feliz por alguns momentos?

E qual é o custo disto? Nenhum! 

Eu que vivo atualmente em um país que é culturalmente timido por fazer elogios sem nenhum motivo. Ando sentindo falta de elogios e de palavras de otimismo. O povo japonês é meio descrente e um pouco melancólico. 

Para me safar de tal cultura, inventei uma forma de levantar o meu astral ouvindo vídeos de meditação .  Sei lá se funciona. Segundo o video que eu assisto e ouço todos os dias, mesmo dormindo , o nosso subsconciente é capaz de captar as mensagens.  

Se te faltam elogios e pensamentos positivos porque o meio onde você vive é meio pão duro neste quesito. Crie-os. Não espere que as pessoas acordem e percebam a sua necessidade. 

Ah, elogie também. O retorno é sempre muito positivo. 

Mediunidade




Segundo alguns espertos no assunto a mediunidade se dá pela glandula pineal. Algumas pessoas  possuem características específicas no cérebro, o que lhes confere esta capacidade inata de ver coisas que ninguém vê e que normalmente são incontroláveis. Ou seja, a pessoa que possui tais características não consegue controlar o que vê e percebe. 

Já fui mais discrente quanto ao assunto. Existem pessoas que são realmente mediúnicas e existem aquelas que são realmente loucas e pensam ver coisas que não existem por alguma disfunção cerebral. É muito fácil confundir um médium com um louco. 

Mais uma vez usei a astrologia para desvendar este mistério.

Quando eu estive na Suiça conheci um alemão que dizia ver " coisas" . Mas como assim?

Ele dizia ter visões , premonições ou coisas do gênero. Ele até chegou a fazer um mapa natal e a astróloga se surpreendeu com os aspectos do seu mapa. Lhe perguntou como ele conseguia viver com tanta mediunidade e não pirar. 

 Eu confesso que não acreditei muito no tal alemão. No período que estivemos juntos ele me parecia bem normal, apesar de ser um tipo bem original. 

Logo lhe pedi a sua data e hora de nascimento só por curiosidade.

E não é que o alemão tinha vários aspectos de mediunidade e paranormalidade?

A partir desta constatação começei a prestar mais atenção em tudo o que ele dizia , tentando encontrar alguma mensagem mediúnica ou premonitória em suas palavras.

Ou ele disfarçava muito bem, ou ele estava completamente desconectado. Não percebí nenhuma mensagem ou visão premonitória vinda dele.

Uma única vez , ele abriu a boca e disse , em italiano : Basta! basta! Finito voi due! Non vá bene!Basta! Basta! que quer dizer : Chega! Chega! Vocês dois não vão bem! Chega! Chega!

Ele proferiu estas palavras ( vai saber se foram mediúnicas) enquanto eu discutia com o meu ex- senhor feudal suiço. 

Não sei dizer se ele pressentiu algo,ou se foi apenas a reação de um alemão de saco cheio de ouvir tanta discussão entre um casal, mas naquela hora eu parei. Parei , e me lembrei do seu mapa Natal com aqueles aspectos de paranormalidade e mediunidade. Lembrei- me de quando ele me disse que não conseguia controlar o que via , mas que 5 minutos depois a sua visão se confirmava , e ele se arrependia todas vezes por não ter acreditado em suas premonições.

E eu iria duvidar de tanto poder ? Não! Aquelas palavras foram como flechas no meu cérebro, e se por  algum momento eu tinha alguma esperança romanesca do meu relacionamento com o senhor feudal suiço, elas se foram por água á baixo. Não pelas palavras do alemão, mas pela constatação de seus verdadeiros poderes mediúnicos em seu mapa Natal.

Eu não possuo aspectos mediúnicos no meu mapa Natal, nunca ví espíritos e nem nunca tive visões, mas a minha intuição é bem aguçada. Fato este, confirmado no meu mapa Natal.

Aqui em terras nipônicas se fala muito em assombrações e espíritos. Nunca acreditei muito nos japas que dizem ver tais entidades até mesmo no nosso ambiente de trabalho . Aos poucos estou começando a crer que este " mundo" realmente existe e que nós é que somos incapazes de enxerga-lo. 

Respeito. Esta é a palavra. Se você não consegue ver algo que uma outra pessoa consegue ver, não a subjugue nunca. Ela pode estar falando a verdade. 




sexta-feira, 8 de agosto de 2014

marte na casa 6



Período estranho...

Há anos que o setor no qual eu trabalho anda mal das pernas, demissões e transferencia de funcionários tem sido uma constante. Houveram dias que realmente não havia nada para fazer e os poucos funcionários restantes tinham que inventar o que fazer para cumprir o horário de trabalho.

O mês de agosto costuma ser um período muito calmo e de pouco trabalho, em função do feriado japonês que costuma ser bem longo no verão, cerca de 1 semana. Estranhamente aumentou o trabalho justamente quando já estávamos em ritmo de férias de verão e muitas pessoas já se antecipavam ao feriado programando dias de folga. De repente, faltando duas semanas para as férias de verão entra um pedido de inspeção de peças.

A minha seção foi reduzida à uma meia dúzia de inspetores e assumir trabalhos extraordinários com um número reduzido de pessoal só pode dar em uma coisa : muitas horas de trabalho árduo.

É certo que o Japão é o país do trabalho e trabalhar muitas horas além do período normal é coisa frequente por aqui, mas ninguém estava preparado psicologicamente para tanto trabalho neste período. Eu em particular.

Como eu sempre acompanho os aspectos que regem a minha vida, como de hábito fui averiguar como estavam os céus para mim neste período. Não deu em outra, Marte na casa 6.

Marte é o planeta da ação e a casa 6 está ligada a saúde e ao trabalho. Quando bem aspectado significa um período de muito trabalho e ações precisas.

Apesar do cansaço que o calor úmido do verão japonês nos regala, estou indo trabalhar todos os dias com uma carga horária de 10 horas . Graças a Deus , eu trabalho sentada com o ar condicionado a 21 graus. Na minha próxima folga também vou trabalhar. Estou só o pó, mas por incrível que pareça , a minha resistência está ótima e nada que uma noite bem dormida não possa fazer para recuperar as minhas energias.

Além de Marte na casa 6, o meu Sol está em sextil com Marte. Isto quer dizer que, o período é de muito trabalho e eu terei muita disposição para desempenhar o esforço extra requerido .

E ainda tem gente que não acredita em Astrologia?

Eu prefiro acreditar nos mestres da antiguidade que observavam os céus , a natureza e as suas conexões do que acreditar em uma sociedade onde só se tem olhos para aquilo que lhes é conveniente , palpável, lucrativo  e material.

Certa vez , um amigo que adora filosofia fez um comentário infeliz se referindo aos grandes mestres da humanidade , dizendo que eles, inclusive os astrólogos eram homens desocupados que não tinham nenhuma ocupação e ficavam a ver estrelas no céu.

Eu não seria tão crítica. A sabedoria é uma virtude que faz muita falta nos dias de hoje , exatamente pelo fato do ser humano não ter tempo o suficiente para conhecer aquilo que está além do alcance da da sua visão mundana e capitalista.

Se a astrologia não tem nenhuma base, a existência de Deus ( ou como queiram chamar) também não teria fundamento.

O Universo é uma coisa só. Não é por mera coincidência que o ciclo menstrual feminino acompanha o ciclo de 28 dias da Lua.

Somos parte integrante da Natureza regidos por um fio invisível que nos integra ao Universo.

A cada dia comprovo , através da Astrologia, de que não somos nada , quando as forças do Universo se unem e determinam o nosso destino para o bem ou para o mal.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Eu e Ele



Minhas conversas com Ele tem diminuido ultimamente, já não o chamo com tanta frequência. Penso que aprendi a me virar sozinha, ou cansei de pedir...ou está tudo bem.

Todos os dias enquanto vou ao trabalho de bike , já se tornou  hábito.  Subo na bike, dou duas peladas e começo : Ave Maria cheia de graça , o Senhor é convosco...blá...blá...blá...

Depois prossigo com um Padre Nosso e sempre peço à Ele , muita proteção. Aqui em terras nipônicas é preciso ter muita proteção divina para escapar ileso de um terremoto, um tufão, tornado e japoneses barbeiros. Não, não me refiro ao barbeiro da barbearia, me refiro ao japonês ruim de volante mesmo. Aqui a japonesada não tem senso de direção e dimensão. Eu peço proteção mesmo. 

Depois de pedir para que Ele me proteja sempre de todo o mal e da furia da Natureza, costumava sempre bater um papo com Ele, e pedir alguma coisa. Ele sempre me atendia, só nunca atende as minhas preces quando eu peço para ganhar sozinha na Loteria japonesa. Será que coisa material não pode pedir, ou é outro departamento? Sei lá! Ele , o todo poderoso , nunca me atendeu . 

Ultimamente nem sei o que pedir à Ele. A vida está tranquila e na realidade, apesar de eu reclamar o tempo todo, não quero mudar muitas coisas no momento.  Odeio a rotina, mas ela está me fazendo bem. 

Ontem , por força do hàbito começei a pedir um " amor de verdade" , mais companheiro e cúmplice do que aquele amor romântico. Pensei melhor e parei a transmissão mental do pedido. 

Não é o momento . O meu momento agora é de botar ordem na casa, cuidar de mim, das minhas finanças e tentar melhorar a minha situação aqui em terras nipônicas. Nem que seja mudar de cidade para ter mais qualidade de vida e mais opções de lazer. 

Quando eu estiver com a vida ajeitada posso começar a pensar em compartilhar com alguém, hoje seria realmente um atraso na minha agenda. Claro que o amor é sempre bem vindo de qualquer jeito, a qualquer hora, mas se eu puder escolher o momento certo, melhor ainda. 

Então é isso, eu parei de pedir " alguém" especial para a minha vida, e como Ele não atende o meu único e maior desejo de ganhar sozinha na loteria , eu ando meio sem assunto com Ele. 

Assim, pelo menos Ele tem um tempinho de férias de mim e se acontenta apenas com as minhas orações de agradecimento de todos os dias. 

Acho que percebí que Ele não é o Gênio da lâmpada...é apenas Deus. 

Obrigada Deus , por me acompanhar sempre por onde quer que eu và.

Sinto falta...



Sinto falta de gente sensata a minha volta. De gente que quando quer emagrecer porque está 30 quilos acima do peso faz dieta. 

Sinto falta de gente que chegou a idade da sabedoria ( nos enta) e sabe realmente te dar conselhos sábios e bons exemplos. 

Sinto falta de gente que dá gargalhadas, que tem senso de humor aguçado.

Sinto falta de gente que sabe ouvir e não fingir que está ouvindo. 

Sinto falta de gente com vida, que tenham brilho nos olhos e muita vontade de aprender qualquer coisa.

Sinto falta de gente simples, porém interessante e inteligente.

Sinto falta de ouvir elogios sinceros , e não críticas invejosas . 

Sinto falta de gente que crê em Deus , e não em assombração. 

Sinto falta de gente que sabe conversar e não fica horas à fio teclando no celular.

Sinto falta de gente espontânea , que fala o que pensa e não se esconde atrás de convenções.

Sinto falta de gente mutante, daquelas que ontem era de um jeito , hoje é de outro e amanhã com certeza estará melhor.

Sinto falta de gente que não se conforma, que grita, que responde, chora, ri, e se apaixona por qualquer coisa.

Enfim, sinto falta de gente normal...


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Japão, o país do esconde , esconde


Nos últimos meses tenho percebido que os noticiários japoneses estão anunciando com uma maior frequência crimes de homicídio . Nesta semana , novamente um corpo de mulher foi encontrado dentro de uma caixa de papelão. Ainda não se sabe quem é a vítima e nem como o crime ocorreu. Os policiais japoneses , ou são lentos demais  no processo de averiguação , ou eles procuram esconder ao máximo informações detalhadas. 

O Japão é o país do esconde, esconde. Quem vive por aqui sabe muito bem do que estou falando. A imprensa japonesa não é tão escancarada como a nossa imprensa brasileira. Cultural, ou não, certo ou errado, aqui os japoneses tem o hábito de esconder tudo, ou simplesmente fazer de conta que não viu, que não entendeu, que não percebeu. 

Fato este que comprova as inúmeras vezes em que o governo japonês foi acusado de esconder a verdade quando da contaminação de césio em àguas e terras nipônicas após a explosão de uma usina nuclear em Fukushima.  O motivo ? Para não causar pânico à população japonesa. 

Fico aqui pensando com os meus botões...

Será que os índices de criminalidade aumentaram nos últimos anos ? Ou será, que finalmente a imprensa japonesa está conquistando o seu espaço e sua liberdade de expressão sem sofrer nenhuma pressão do governo? 

Uma nova bomba estourou nos noticíários japoneses nesta semana. A polícia de Osaka , região conhecida como o berço dos mafiosos japoneses ( yakuza) está sendo acusada de ocultar os índices de criminalidade da cidade no período 2008 à 2012. 

O quê mais este povo estará escondendo?

Sempre digo e afirmo, que aqui no Japão nunca se sabe o que é verdade e o que não é tanto. A impressão que se tem no convivio com os japoneses é que existe sempre um " muro" de proteção e nunca se sabe se este é um simples problema de comunicação verbal , ou se realmente os japoneses colocam um " muro" de proteção em todos os seus diálogos propositadamente. 

Se assim é a mentalidade japonesa, não é de se admirar que a polícia japonesa também tenha este hábito ( cultural) de esconder , criar um muro de proteção , entre eles ,a imprensa em geral e a opinião pública. Aliás, a opinião  pública também tem seus " muros de proteção" , e aquilo que se comenta nos bastidores , quase nunca é exposto publicamente. 

Muitas pessoas que nunca viveram a realidade japonesa podem ter a impressão de que o povo japonês é um povo muito evoluído e sábio, mas aquilo que se vê nas ruas e se percebe , é que eles pararam no tempo. 

Talvez seja aí que entre aquela idéia de Japão milenar com suas tradições entrando em conflito com a era de Aquário, onde os fatos pedem uma maior clareza , rapidez e inovação. 

Em um país onde a imagem da gueisha que esconde seu corpo por debaixo de trajes elaboradissimamente difíceis de despir , escondendo a sua nudez , e provocando suspiros masculinos    com a exposição de sua nuca ( a nuca despida de uma gueixa é considerada sexy por aqui) , não é de se admirar que aqui em terras nipônicas muitas coisas vão parar bem lá, embaixo de um tapete...de tatame. 


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Observando as estrelas



Hà mais ou menos 9 anos atrás , começei a observar as estrelas. Não no sentido literal de observar os céus, mas em parte também começei a observar mais o céu e as suas mensagens.

Vivendo em uma cidade super -hiper poluida como São Paulo, era quase impossivel observar as estrelas além das nuvens de poluição. Aqui em terras nipônicas , no interior do Japão começei a observar as mensagens dos céus.

Todas as vezes que o céu estava todinho estrelado eu já sabia que não precisaria sair de casa com um guarda- chuvas. 

Algumas vezes os céus nipônicos nos surpreendem com coloridos mágicos. O céu todo extraordinariamente colorido com tons de laranja, vermelho e violeta. É fantástico! 

O único problema é que segundo alguns japoneses , tais cores prenunciam algumas alterações na natureza, tipo um terremoto básico. Fato que realmente ocorreu em 2011, quando houve aquele terremoto terrível seguido de tsunami. Algumas semanas antes o céu estava magníficamente lindo e tricolor. No dia do terremoto o céu estava azul e límpido, mas de repente começou a chuviscar não sei de onde. 

Segundo uma amiga que estava em outra cidade, até nevou naquele fatídico dia em uma cidade aqui próxima, coisa anormal. Aqui não neva nunca.

Com todos estes avisos desenhados nos céus , começei a observar obsessivamente os céus nipônicos. 

Além do hábito de observar os céus todos os dias, eu ando observando a posição das estrelas através da astrologia, também hà cerca de 9 anos. Além de finalmente entender as voltas que a vida dá, pude conhecer-me melhor. A Astrologia foi o único instrumento que me ajudou realmente a me conhecer melhor. 

Através da astrologia consegui me livrar das culpas da infância. Aquela criança rebelde e nervosa era o reflexo de um ambiente familiar sem nenhum amor. Sensações da infância que me causavam culpa e revolta eram apenas os reflexos de um circulo familiar sem nenhuma expressão afetiva. 

Talvez eu tenha nascido em um periodo muito dificil financeiramente para os meus pais. Afinal, eu nasci 1 ano e 9 meses depois do meu irmão mais velho, em um periodo muito complicado para a familia sob um aspecto financeiro . Segundo a minha maē eu nasci em casa porque eu era muito apressada e não deu tempo para ir ao hospital. Na minha opinião, eles não tinham condições na época nem de se locomoverem até a cidade. Foram periodos difíceis. 

Aos poucos vou me conhecendo melhor e compreendendo que aquilo que eu considerava ser culpa minha , era culpa de meus pais, e aquilo que eu pensava ser culpa deles , era culpa minha. 

Enfim, um erro não justifica a sucessão de erros contìnuos , e a única forma de consertar tantos erros pelo caminho é o autoconhecimento. Conhecer e admitir suas invirtudes e virtudes escondidas.

Este ano de 2014 foi terrivelmente dificil para mim, e olha que nós estamos ainda no mês de agosto. Faltam 4 mêses para terminar este ciclo doloroso. A Astrologia apenas confirma as tendências da minha vida e os percursos que terei que atravessar a cada aniversário. Este ano está sendo complicado e segundo as previsões ainda vem mais chumbo quente. 

Por um lado , penso que às vezes seria até melhor nem saber para não me influenciar de forma negativa, mas ao mesmo tempo saber antecipadamente nos ajuda a nos direcionar de forma correta para enfrentar periodos dificeis. 

Há alguns mêses atrás estava em duvida se seria uma boa idéia investir em um curso de Ikebana ( arranjo de flores) aqui no Japão, afinal eu teria que dispor de tempo e dinheiro , e na atual conjuntura ,desperdiçar  dinheiro com coisas que não resultam em nada estão fora dos meus planos. Isto cabe também para os relacionamentos afetivos. Completamente pés no chão.

Analisando o meu mapa de vocação profissional em conjunto com o meu mapa numerológico, as minhas aptidões são artísticas. Tudo que envolve o belo e a natureza. E nem adianta tentar carreira  como analista de sistemas ou coisa do gênero, as minhas aptidões são artísticas . Escrever, desenhar,   decorar, modelar, cantar, compôr e assim vai... 

Mais uma confirmação. Eu adoro apreciar flores, jardins, paisagens e tudo aquilo que tem formas belas. 

Esta decidido! Vou fazer o curso de ikebana. A minha única dúvida no momento é se vou ter condições de financiar este curso ainda este ano. Se não der neste ano , que é um ano complicado sob um aspecto financeiro, será no próximo ano, sob as influências do signo de Leão.

Decisão Capricorniana. Quando decidimos algo, dificilmente mudamos de opinião, doa a quem doer e devagar escalamos os montes...