domingo, 30 de novembro de 2014

Sensações

          


Diário de bordo: 1/12/2014 - japan


 Já entramos no mês de Dezembro, periodo fatídico para aqueles que não conseguiram cumprir suas metas do ano. Período  inovador para aqueles que já iniciaram novos projetos antes mesmo de dezembro . Periodo "mais ou menos" , para aqueles que optaram por não mudar absolutamente nada . Independente das escolhas de cada um, o importante é estar satisfeito e feliz com as  próprias escolhas. 

Sentada na minha arm chair , ao som de I Belive I can fly e observando o cèu azul pela janela. Lá ao longe observo  um arcobaleno ( arco-iris) . Ele tem fim, mas não tem começo, quer dizer, o arco-iris está pela metade. Se eu tivesse que seguir este arco-iris para percorrer  o caminho que me levaria a um baù cheio de tesouros, estaria ferrada. 

Ou será que ele está querendo me  dizer algo do tipo: - Já está na metade do caminho , sua tonta. 

Fazer aquilo que se quer, viver a liberdade de decidir por nós mesmos  ( absolutamente tudo) , aquilo que mais nos  convém é maravilhoso. Mas como tudo na vida, tem lá os seus pros e seus contras. Paga-se um preço alto por cada escolha. 

Ganhar é perder. Não sei porquê, sempre tive esta impressão com relação à liberdade de ir e vir , e de sermos nós mesmos sem aqueles velhos condicionamentos sociais. 

O periodo é de espera , ansiedade contida ou com efeito retardado. Aquilo que prevalece é muita tranquilidade e uma sensação de : - Yes, I belive I can fly!

E as estrelas ditando o curso

        


Incrível! 

Hoje aqui no Japão já é dia 1 de dezembro  de 2014, segundo as previsões do meu mapa natal , uma quadratura referente a decisões sobre trabalho iriam terminar em 30 de novembro de 2014. 

Coincidências vindas do céu ou sei lá. Provo com esta experiência de que, os aspectos quando longos podem se manifestar tanto no começo como no final. 

Nem poderia imaginar que receberia ainda um novo comunicado do meu antigo empregador para voltar a trabalhar . Até o salário aumentaram para que eu retorne à função, caso eu ainda não tenha  fechado o contrato com o Hotel na ilha de Okinawa. 

Dificil decisão ( saturno em quadratura com o meio do céu) que terminou hoje. Optei pelo Hotel em Okinawa , obviamente. Não há mais como retroceder tal decisão sem causar embaraços. 

Além do mais, já tenho tudo programado na minha cabeça e se depender de mim, cumprirei o contrato de 6 meses para aprender o trabalho e conhecer um pouco sobre a cultura Okinawa e de quebra viajar um pouco entre as ilhas próximas. Depois, nunca se sabe. 

Ainda tenho outra quadratura de Urano com Saturno que pode alterar os meus planos até março de 2015. Ao mesmo tempo tenho uma bela Conjunção que me ajuda a estar mais estável e consciente das minhas escolhas no campo profissional. 

Como dizem no meio astrológico: Nem tudo que está escrito acontece, mas tudo que acontece está escrito. 

O resto, não depende   das estrelas. Depende de mim. E vamos que vamos!

sábado, 29 de novembro de 2014

Amizade vitual

          


Quase dez anos se passaram, desde que conheci virtualmente um siciliano muito simpático em um site de relacionamentos , o meetic.pt . Aliás, creio que ele foi um dos primeiros que conheci neste site porque eu não falava italiano na época e nós nos comunicavamos em espanhol. 

Apesar do siciliano ser simpatico e muito agradádel, o fato dele ser um " duro" e mais novo do que eu alguns anos , nunca me animaram a pensar em algo à mais . 

Passado um tempo continuei conhecendo vários outros italianos e sempre pedindo ajuda à ele com informações sobre os meus possíveis pretendentes. Ele sempre me ajudou, muito prestativo o siciliano. 

Quando eu estive na Itália cheguei a falar com ele por telefone ( ele era o meu reserva n. 2) , mas ele foi um pouco seco comigo e nem  chegamos a nos encontrar. Depois , só por Skype, uma vez de dois em dois meses, ou uma vez de seis em seis meses , sempre á pedido dele. Para mim , ele era só mais uma luzinha acesa no meu Skype, como tantas outras. 

O tempo passou sem que nos apercebecemos. Ele engordou, perdeu aquele ar de garotão, cortou os cabelos cacheados , agora ele usa maquina 2, e está cheio de ruguinhas nos cantos dos olhos e na testa. 

Com certeza ele deve ter percebido o quanto mudei também. Mas como sempre, super gentil e sincero. Quando estou feia ele apenas diz que estou com o rosto cansado e quando ele me vê bonita sempre solta aquele elogio( em italiano)  que toda mulher adora ouvir: - Tu, non cambia mai. Sei sempre bella!

O tempo não causou  apenas mudanças físicas em nós dois, muitas coisas mudaram. Ele continua duro, mas herdou uma bela casa da falecida avó. Me lembro que na época que nos conhecemos virtualmente ,ele vivia em uma casa simples de um quarto e uma sala e tinha uma moto Kawasaki que mau conseguia pagar . Também acho que ele foi promovido, ou aumentaram o seu salário porque agora ele tem um automóvel. 

Enfim, o tempo passou, muitas coisas ocorreram em sua vida e na minha também. Sem dúvida, passados quase 10 anos , estamos mais vividos e amadurecidos, mas o carinho que nos conserva e nos mantêm sempre on line um para o outro não mudou em absolutamente nada. 

Cada vez que nos falamos por Skype é como se o tempo não tivesse passado tão depressa. Todas as vezes que nos falamos por Skype ele me convida a ir para Sicília e eu o convido para que ele venha ao Japão. Sempre assim, nem um e nem o outro se move. A distância  sempre nos vence. 

Ele não faz parte da minha vida e nem eu da sua. As vezes parece perda de tempo falar com ele, mas não dá mais para cancelar , ou simplesmente excluir dos meus contatos um tipo que está lá hà 10 anos. Dá? Não, não dá!

E pior, se ele um dia encontrar a " donna giusta" e me cancelar do Skype e do facebook, vai ser como se tivessem me cortado um dedo. Um cortezinho não muito profundo claro, mas iria doer. 

Segundo ele, já somos amigos hà dez anos , e mesmo que virtualmente , já sabemos muito um do outro , e o carinho que foi recíprico desde o inicio não mudou com o tempo. Amadureceu e criou raízes no meu Skype. 

Bom, eu não penso em encontra-lo , não tenho mais planos de viagens impensadas e se ele não se mover , eu é que não vou ao seu encontro. Estaremos fadados a sermos eternamente duas pessoas que se querem muito bem à distância. 

As vezes , me vem uma pequena frustração de não poder estar perto dele , de não poder toca-lo, abraça-lo, ir visitar a mamma dele que mora alí pertinho. Essas frustrações básicas e virtuais. Nada de grave. 

Quer saber ? É muito dificil eu viver relacionamentos tão virtualmente afetuosos. Tá muito bom assim mesmo,  se melhorar estraga.

Amigos para sempre on Skype. Onde quer que eu vá, ele sempre vai junto, no meu Skype. 

Forever and ever! 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Vida mais ou menos

        

          Já me disseram que eu pareço com este bicho, ou que me faltam proteínas . Será? 

Quase dois meses de repouso forçado e levando aquela vida " mais ou menos". Se fosse em outras épocas eu já estaria viajando pela Europa. Como nem tudo na vida é como desejamos, desta vez , o jeito é ficar quieta no meu canto e organizando os preparativos para a mudança. 

Sei lá quantas vezes eu me mudei de casa, de cidade e de país nestes últimos anos. Já estou me tornando uma "expert" no assunto e quanto mais eu me mudo, mais quero seguir mudando. Deve ter algum nome patológico  este tipo de comportamento. Síndrome da árvore sem raiz? Sei lá!

A verdade é , que se eu tivesse condições , eu realmente viajaria o mundo em expedições por áreas fantásticas e desconhecidas, alternando com países da Europa. 

Well! A minha realidade terrena é bem outra, e eu devo trabalhar para me manter. A independência e a liberdade tem sempre o seu preço. 

Contagem regressiva para a minha partida. Preparando- me fisicamente ( 5 minutos de ergométrica por dia) e psicológicamente para começar a minha rotina de lêre lêre em um Resort japonês. 

Será que eu vou sentir inveja dos turistas na beira da piscina, enquanto eu ralo o dia todo? Acho que sim. Sou humana . 

Por enquanto, aproveito os meus longos dias de ociosidade total e sem culpas. Sei que dias duros virão pela frente. Me permito sentar  na minha poltroninha e ler um livro ou qualquer outra coisa até bater aquele soninho de fim de tarde e tirar uma "siesta". Assim como o fazem os espanhois todos os dias ( 3 horas de siesta) e nem sentem vergonha de tamanha ociosidade durante a semana. 

Eita! Vidinha mais ou menos! 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Antenada com o mundo

                                


Minha gente! Viver em um país onde a língua escrita é praticamente impossível de ser copiada e traduzida no google tradutor, não é fácil . Quando dá para traduzir ,fica sempre sem sentido algum.  Nestas horas , o jeito é apelar para todas as outras fontes de notícias pelo mundo. 

Já passei muitos anos aqui em terras nipônicas totalmente alienada, sem saber absolutamente nada sobre o país e sobre aquilo que ocorre no mundo. Usava a internet apenas para ver videos, horas e horas em chats com amigos e até desconhecidos. Hoje, a internet tem um papel fundamental na minha vida em todos os sentidos. 

Estar ligada em tudo aquilo que acontece pelo mundo, ou pelo menos nos países que me interessam, tem sido fundamental para eu poder discernir sobre os rumos que deverei tomar de agora em diante. 

É muito fácil alienar-se da vida em terras nipônicas quando não dominamos a língua , sem contar que, os noticiários japoneses , além de usarem uma linguagem diferenciada ( mais polida) e difícil de entender, noticiam apenas aquilo que lhes convêm sob um ponto de vista nipônico.  

Os noticiários brasileiros já são mais escancarados , mas ao mesmo tempo tendênciosos. A vantagem  de dominar o português é que podemos buscar outras fontes menos tendenciosas navegando na net para assim formarmos o nosso próprio ponto de vista sem a influência da mídia. 

Quando eu estava no Brasil, na medida do possível lia sempre a Veja e em seguida a Isto é, ou a Exame. Não acho legal ler sempre a mesma fonte. Sei lá! Assim eu penso.

A exemplo do periodo extremamente estressante que passei quando houve o terremoto de março/2011 aqui em terras nipônicas. A imprensa japonesa se mostrava muito reticente , a embaixada brasileira encima do muro, e as notícias que rolavam pelo mundo à fora eram de uma catástrofe nuclear com grandes proporções. A única forma de encontrar um equilibrio entre tantas notícias divergentes foi a de me manter informada através do consulado italiano em Toquio. Que por sinal se mostrou muito mais eficiente do que a embaixada brasileira ao noticiar diariamente o nível de contaminação nuclear em sua pagina na web. 

Claro que não dá para estar antenado 24 horas, seria até muito estressante saber demais. Ao mesmo tempo, creio que seja uma arma , ou ferramenta de grande utilidade para aqueles que vivem fora de seu país de origem. Informar-se para não ter surpresas e nem expectativas nebulosas quanto ao seu próprio futuro em terras longinquas ou não. 

A alienação nos faz ver o mundo de forma nebulosa, e a criar um mundo que não existe ( até mesmo desinteressante) , que portanto, nos limita a dar vôos mais altos em qualquer direção que seja. 


domingo, 23 de novembro de 2014

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come



Quem vive aqui em terras nipônicas sabe que não existe um lugar à prova de terremotos. O país tem uma longa história de ocorrência de catástrofes naturais. Já faz parte do país, portanto, quem decide viver aqui deve sempre ter esta consciência. 

Atualmente eu vivo em uma área coberta por placas tectônicas e se não me engano o ultimo terremoto que ocorreu em Nagano foi provocado por estas placas, apesar de eu não ter sentido nada por aqui. 

Quando começam pequenos tremores que podem ser sentidos com uma certa frequência, eu já fico esperando o pior. Não que eu seja pessimista, mas por ter vivido experiências em terremotos passados. São como se fossem avisos da Natureza, pequenos sismos  antes de vir um grande, sabe-se lá aonde.

Quando decidi me mudar para Okinawa, muitas pessoas me alertaram dos perigos com tufões . Okinawa, apesar de ser uma área com pouca frequência de terremotos , é tomada por fortes tufões , e o meu alojamento/ apartamento, fica a apenas alguns metros da praia. 

Os apartamentos e casas em Okinawa são de concreto, diferente das construções em outras regiões do Japão, possivelmente para evitar que as casas sejam derrubadas pelos fortes tufões. Quanto a tsunamis, pela localização do vilarejo onde eu estarei é dificil que um tsunami que venha do oceano faça a curva para atingir a área. Mas, nunca se sabe.

Como dizem: Para morrer basta estar vivo. 

Enfim, aqui em terras nipônicas é assim.Portanto, se você teme ser levado para o lado de lá ,pela força da natureza é melhor escolher outro país mais em harmonia com ela. 

Aqui é assim: - Se correr o bicho pega , se fugir o bicho come!

A astrologia e o ceticismo


          
   
Carl Gustav Jung (1875-1961) foi um importante psiquiatra e pensador, criador da psicologia analítica. Ao longo de sua vida, estudou Astrologia e se interessava pelo tema especialmente em sua tentativa de compreender o universo, as pessoas, a alma humana e todos fenômenos que estudava. 

Outro dia, por acaso, entrei em um link suiço de um programa da tv Suiça que eu costumava assistir , sempre quando estava de passagem pela terra dos comedores de queijo. O programa de tv se chama Patti Chiari, é um programa de tv que aborda assuntos como a qualidade de produtos e serviços suiços oferecidos à população, em lingua italiana.

Em uma das " puntatas" , que agora não me recordo a tradução em português, o assunto era sobre os serviços de cartomancia e tarot. Assim como no Brasil, na Suiça existem os tais "0900" para fazer consultas ( pagas por minutos) com videntes. E assim como no Brasil, a grande maioria é composta por charlatões e pseudo-videntes que fizeram alguns cursos de cartomancia on line e se apresentam como videntes. 

No decorrer da reportagem, sempre com uma camera oculta, aquilo que podemos perceber é que tais videntes ou cartomantes que foram consultados pela equipe de tv não passavam de charlatões. Creio que o intuito da reportagem era mesmo esta, a de mostrar os charlatões e não os videntes que possuem verdadeira capacidade paranormal. A paranormalidade é outro assunto, mas também muito interessante porque acomete a pouquissimas pessoas. 

Para discutir o assunto em estúdio, foram convidados dois céticos , um ator italiano , um professor  de quimica e um tarólogo italiano residente na Suiça e diplomado em psicologia. 

O ceticismo ( ou ignorância) humano é tão grande que em meio a uma discussão acalorada, o tal professor de quimica  chegou a questionar o porquê de um psicólogo deixar o seu título de graduação em psicologia para adotar a pseudo-profissão de tarólogo e astrólogo?

Meu Deus! O meu queixo caiu!!! Eles misturaram vidência com charlatanismo e astrologia tudo em um saco só!

E para piorar a colocação que o tal professor de quimica fez, ele ainda questionou o porquê de um psicólogo  deixar a psicologia para adentrar em um mundo tão ultrapassado e sem comprovação científica como a dos astrólogos do século passado ?

Para piorar ainda mais, o tal professor de quimica ainda salientou que atē mesmo Carl Jung , um psiquiatra super renomado suiço que tinha total conhecimento sobre Astrologia era ultrapassado e questionável. 

Meu Deus! Nunca ouvi tanta bobozeira , ceticismo e comentários sem fundamentos sairem da boca de um ser humano. Ceticismo é uma coisa, ignorância é mais grave. Tanto é verdade, que o único convidado que se posicionou de forma clara, objetiva e munido de conhecimento sobre o assunto era o tarólogo/psicólogo. 

Aquilo que percebi claramente com esta reportagem é, que muitas pessoas que se julgam inteligentes demais e acima de qualquer suspeita por possuirem títulos acadêmicos, não estão interessadas em assuntos que não abordem a sua própria visão de realidade. Oque para mim só pode ser definida com uma única palavra: a ignorância. 

Agora, eu me pergunto: estes tipos acreditam em Deus?

Pessoas com uma mentalidade extremamente cética não são abertas para o conhecimento daquilo que está oculto, daquilo que não é visível e comprovado. No universo existem forças que nos ligam ao todo e este " todo" pode ser chamado de Deus, como também de " Leis do Universo". Tanto faz.

Não existe uma escola ou uma Universidade que nos ensine a sermos bons pais, assim como não existe uma Universidade  que nos ensine as verdadeiras leis do Universo , e quando não se tem esta inteligência ( não acadêmica) é impossível poder enxerga-la. 



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A nossa zona de conforto

              

Quem é que não gosta de estar em paz, tranquilo ,seguro e sem preocupações ? 

Quando reduzimos os nossos compromissos, os nossos relacionamentos e os nossos projetos ( ou sonhos) à metade daquilo que almejamos, ou daquilo que podemos administrar, a vida começa a ficar bem tranquila e  quase monótona.

 Até a um certo ponto tal situação é bem confortável . A longo  prazo o preço de tamanha tranquilidade e a falta de compromissos vão nos tornando indulgentes demais. E aí é onde mora o perigo . A vida pode simplesmente se estagnar em meio a tanto comodismo. 

Periodo de mudanças, escolhas, decisões e incertezas. Enfim, oscilações de todos os gêneros. Tudo pode acontecer , assim como tudo pode se manter estático. Depende muito para onde estarei pendendo. 

Em cada fase de mudanças muito radicais na minha vida , busco sempre pensar que nem tudo tem que dar certo . Por vezes , esse " certo" é apenas mais uma ponte , não necessariamente a porta que nos conduz ao fim de uma longa jornada. 

Às vezes me sinto como se eu estivesse vivendo a estória daquele livro de Paulo Coelho, "O Alquimista". Dando voltas e mais voltas para retornar de onde eu nunca deveria ter saído. Ao mesmo tempo estas " voltas" ,quando bem compreendidas , nos conduzem a um imenso aprendizado sobre nós mesmos e sempre retornanos ( de onde nunca deveriamos ter saido) bem melhores do que antes. 

Abrindo portas. Deixando a zona de conforto.

sábado, 15 de novembro de 2014

Entre o velho e o novo

                             

          A ilha fica um pouco mais abaixo de Naha- Okinawa-ken. É o famoso " fim do mundo". 

Urano vem fazendo grandes revoluções na minha vida neste período. Apesar de ser uma quadratura, talvez sejam mudanças necessárias a longo prazo. 

Como saber? Nestas horas só me resta ouvir a voz do coração. Nem questões materiais, nem o desconhecido , nem toda a dúvida do mundo fazem diferença quando mergulhamos de cabeça em algo . 

Voltar para o meu antigo trabalho ou seguir em frente com o meu projeto de viver em uma ilha deserta?

Após menos de 2 meses de ter sido demitida o meu antigo contratante está pensando na possibilidade de me readmitir. Confesso que fiquei balançada porque é um trabalho que conheço bem, um ambiente de trabalho tranquilo e o salário é bem maior do que o salário que pagam na ilha.

Minhas colegas de trabalho estão todas animadas com a possibilidade de eu voltar a trabalhar com elas, e eu muito feliz por saber que fiz poucas porém boas amizades por aqui. Sempre posso contar com elas e isto não tem preço. 

Apesar de ter ficado balançada pela possibilidade de voltar ao meu antigo trabalho, lá no fundo da alma algo me dizia que este ciclo já havia terminado. 

Voltar ao meu antigo emprego , apesar de gostar muito, seria como dar um passo para trás. Voltar a aquela mesma rotina de trabalho-casa, casa-trabalho. 

Estimulo, é isto que falta em muitas empresas japonesas, e a rotina de um trabalho que não oferece desafios , apenas o risco de ser demitido à qualquer momento , é o ùnico estímulo que nós estrangeiros temos aqui em terras nipônicas para nos dedicarmos ao trabalho. 

Paixão, este é um dos estimulos imprescindíveis  para podermos vencer quaisquer desafios na vida. Sem ele fica muito monótono e difícil sobreviver as intempéries da vida. 

Trocar o certo pelo  incerto pode até parecer loucura, mas sem esta pitadinha de loucura a vida não avança. 

Nem sempre é o aspecto financeiro que conta quando a nossa alma está disposta a viver novas experiências. 

Como sempre, vou para onde o meu coração indicar. Não existem arrependimentos quando ouvimos a voz do coração. Mesmo que não seja a escolha mais viável, mesmo que não dê certo, sempre vai valer a pena.

Okinawa! Me aguarde!!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Saturnice

                  
               Cronos , o senhor do tempo. Que bela simbologia Capricorniana , não?

Os signos mais sisudos ou "chatinhos" do zodíaco, são sem dúvida alguma aqueles que são regidos por Saturno, no caso, Capricórnio e Aquário. 

Muita gente vai discordar dizendo que Virgem é pior, ou Escorpião, ou Áries e assim por diante. Todo signo tem o seu grau de chatice, alguns são chatos porque são autoritários demais, outros porque são metódicos demais, racionais, frios, ou egoístas. 

Agora, junta tudo isso em um signo só. Qual o Signo que possui todas estas chatices em um só balaio? 

Obviamente que não podemos rotular todos os Capricornianos ou Aquarianos de chatos , tudo depende do seu ascendente , da sua Lua , e de tantos outros aspectos em sua carta natal. 

Mas cá entre nós. O mal humor e os caprichos são uma característica marcante nos signos regidos por Saturno , o Senhor do tempo. E quem é que aguenta tanto mal humor ?

Eu como boa Capricorniana, faço um esforço tremendo para não ser chata e caprichosa, e mesmo assim, ainda tem gente que reclama da minha chatice. Para dizer a verdade, nem precisam dizer nada, eu pressinto que chatiei apenas com algumas palavras coloquiais e sem intenção alguma de chatear ninguém. Nestas horas , sou eu mesma que fico super hiper " chateada". Não é facil agradar todo mundo com naturalidade, nem mesmo com auto-controle. 

Ah! Então foda-se o mundo e o seu excesso de sensibilidade! Assim penso às vezes, mas todo bom Capricorniano é super estratégico e sabe que mais pra frente vai precisar da ajuda e cooperação de algumas boas amizades. Portanto, manter certa flexibilidade é crucial nos relacionamentos.

Controlar a chatice saturniana não é lá uma tarefa fácil. Os saturnianos sempre serão aquele professor velho , chato e sistemático do tempo de colégio. Na sua versão pior, pode até parecer um general que impoēm normas e regras a absolutamente tudo com uma enorme autoridade que só a eles pertence.

Se eu como Capricorniana legítima , regida pelo castrador Senhor do tempo, tendo total consciência de tais características e me esforço a minimiza-las, imaginem aqueles Saturnianos que nem se deram conta do tamanho da sua própria chatice?

Existem aqueles que sabem de seus defeitos e virtudes saturnianas e nem estão se importando se isto dá IBOPE ou não, são os bem resolvidos. E existem aqueles que querem ser aprovados por todos. No caso eu. 

Nem é tanto por uma satisfação pessoal, muito mais para não ter que suportar a própria chatice refletida nos outros, como resultado de nossas proprias atitudes nos relacionamentos.

Enfim, um chato nunca quer que ninguém se chateie com sua chatice, porque isso ē chato demais.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Legados

          
 


Em meu lento processo de autoconhecimento, a parte mais dificil tem sido o de desassociar aquilo que sou dos meus legados familiares. Vira e mexe estou com sentimentos de inadequação que eu mesma os recrio, apesar de não existir nenhuma espécie de cobrança externa.

São os meus legados familiares . Aquelas lembranças que vem e vão de uma infância e adolescência onde tudo era proibido, onde os castigos à palmatória eram frequentes e os diálogos inexistentes. Estar em casa sem fazer nada era considerado um crime. Não lavar a louça do almoço era um crime , levantar tarde era coisa de vagabundo, estar desempregado então, era motivo para grandes crises familiares. 

Passados praticamente 1 mês e meio de férias forçadas , a minha rotina diária tem sido bem ociosa. Levanto-me as 10:00h da manhã, ou as 11:00h , sem nenhuma rotina ou dever a cumprir. Na maioria das vezes estou cuidando da pele, fazendo a unha ou lendo algo na net. Totalmente ociosa. 


Nenhum compromisso, nenhuma obrigação, e assim os dias transcorrem tranquilamente e em harmonia. Ainda  tenho o " direito" de ociosidade até o próximo mês quando embarco para o meu novo trabalho, mas antes disso, quero aproveitar ao máximo as facilidades e as ociosidades da vida sem culpa alguma e sem medo de ser feliz. 

Meu único compromisso diário é deixar sempre comida pronta para a minha amiga .Que    não é nem obrigação, é um prazer. De resto, obrigações, horários à cumprir , cobranças ( só as contas à pagar) , ou qualquer outro tipo de dever é praticamente inexistente. 

Enfim, se eu faço algo  é por prazer e jamais por obrigação. Desse jeito, até o universo conspira à favor. 

Nestas horas, não me arrependo nem se quer por um minuto em ter deixado o lar que nasci e toda aquela opressão para poder ser eu mesma e desfrutar de " momentos" que a vida nos regala sem culpa alguma. Não existe momento adequado para ser feliz, para se sentir bem na própria pele. Toda hora ē hora. 

A culpa , a cobrança e o dedo em riste. Estas sim são inimigas da paz. 

Mais um dia se passou tranquilamente . Ociosidade total e explícita!



 


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Agora é real



Sabe quando você deseja algo e isto acontece? Pois é, ando me sentindo poderosa. 

Finalmente saiu a confirmação do meu contrato no Resort em Okinawa-ken, em uma ilha deserta. Okinawa é conhecida como o Hawaii do Japão por causa das suas praias e paisagens paradisíacas, mas não é que eu estou indo trabalhar e viver na parte urbana, eu vou para o meio da selva mesmo. 

Pesquisei no Google Earth a localização da ilha que fica mais perto de Taipei na China do que de Toquio no Japão. Por um lado o meu espirito aventureiro me impulsiona a viver novas experiências e por um outro lado não sei dizer se o risco é grande demais . Não tanto por ir parar em uma ilha quase desabitada onde a atração principal é a selva  e o mar de corais, mas pelo fato de estar longe de tudo e de todos. 

Meus amigos japoneses nem estão acreditando que eu vou para o extremo sul do Japão, além do mais, é praticamente impossivel encontrar trabalho por lá. E eu encontrei, do jeito que eu queria.  Só o salário que não é lá essas coisas. 

Não tinha ainda a noção da distância que teria que percorrer para chegar a tal ilha e para dizer a verdade, eu acho que a ficha só vai cair quando eu estiver pegando o barco para atravessar de uma ilha a outra. 

O combinado com o meu contratante é que eu sairei do aeroporto de Shizuoka que fica aqui pertinho com um voo direto para Naha na Capital de Okinawa ( deve ser umas 4 horas de voo) , depois de chegar no aeroporto de Naha devo pegar um outro voo ( + 1 hora) até a ilha de Ishigaki e me hospedar por uma noite em um hotel para só no dia seguinte pegar o barco ( + 40 minutos) para a ilha . Chegando na ilha alguém estará me esperando no porto. Deu para sacar a distância da bagaça?

Bom, eu costumo pegar o trem errado todas as vezes que tenho que percorrer longas distâncias aqui em terras nipônicas, desta vez tenho que estar bem atenta para não pegar o voo errado e nem o barco errado. Será fatal!


                  Acredito que sejam estes barquinhos que eu terei que pegar.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Astrologia e autoconhecimento



Hoje tive o prazer de assistir ao Congresso on line de Astrólogos ( Cinastro) através da internet. Uau! Que maravilhosa internet!

Eu aqui , literalmente do outro lado do planeta , e podendo participar deste Congresso . Maravilhosa Era de Aquário, que para mim já começou hà muito tempo, e se esta fase é de transição entre Peixes e Aquário, estas duas eras estão em uma transição pra lá de harmoniosa. 

Para um leigo ou curioso , como eu, ainda é muito difícil entender a linguagem astrológica ou os verdadeiros preceitos da astrologia, mas uma coisa ficou muito clara para mim ao assisitir este Congresso on line. Astrologia não é magia, não é adivinhação , e nem tão pouco fatalista . A Astrologia para mim sempre foi apenas uma ferramenta , ou um meio , que me ajudou muito no meu autoconhecimento. 

Talvez por esta questão é que nos ultimos anos tenho percebido um nùmero significativo de psicólogos que também estudam Astrologia para poder montar os tais arquétipos  de cada ser. Fica sempre mais fácil compreender uma pessoa quando se conhece o seu mapa natal, sem dúvida alguma. 

Por vezes uma pessoa pode se demonstrar de uma maneira e agir de outra, ou ser tão profunda ao ponto de ser incompreendida pelas pessoas. Ninguém anda com um decodificador de personalidade no bolso e nem com uma bola de cristal , não é verdade?

A Astrologia nos ajuda a conhecer o outro na sua essencia, e mais do que isto, a nos conhecermos melhor. Automaticamente começamos a nos observar mais e a entender o outro como um todo: mente, corpo e alma. 

Nos dias de hoje, e nesta transição entre a Era de Peixes e de Aquário, não dá mais para viver apenas na superfície dos acontecimentos. Tudo tem uma causa e toda causa provoca um efeito. 

A aqueles que buscam viver de forma mais holística e que possuam  esta consciência , aos poucos vai tornando- se  praticamente impossível conviver com quem não possua tal entendimento da vida. 

Eu ainda me sinto um peixe fora d'àgua  em inùmeras situações, mas aos poucos fui  percebendo que eu não estava fora do meu ambiente. Eu estava apenas , um passo à frente. 


Terapia boa



Ontem fui ao mercado só para comprar um maço de cigarros , no meio do caminho, decidi dar uma caminhada mais longa pela avenida para conhecer melhor a cidade e finalmente poder me localizar . Segundo a minha amiga, caminhando em linha reta , sentido centro, eu encontraria o Shopping da cidade e ao seu redor algumas lojas de eletrônicos e uma loja de roupas básicas , a tal da GU. 

Caminhei meio sem direção e ao longe do outro lado, a mais ou menos 4 quadras se podia avistar  o shopping. Caminhei tranquilamente pelas avenidas largas e dei de cara com a tal loja de roupas básicas , a GU. Lógico que entrei, só para passar o tempo e ver quais eram as tendências para o inverno japonês. 

Olha daqui, olha de lá. Um cabide inteiro de promoções à preço de banana com peças ùnicas à partir de 390,00 ¥ , ou seja, 9,00 reais. 

Se tem uma coisa que eu adoro é fuçar em promoções e encontrar aquela peça ùnica com um preçinho bem simpático reservada para mim. 

Comprei duas peças, uma camisa de algodão ou linho cru , por 20 reais e uma blusa de tricot por 9,00 reais. Claro que eu as comprei, não poderia deixar passar esta oportunidade. 

Imagine se no Brasil, especificamente em São Paulo, uma pessoa poderia sair para comprar cigarros ( cerca de 10,00 reais) , com apenas 44,00 reais na carteira e ainda comprar 2 peças de roupa de ótima qualidade? Impossível. 

Uma camisa ou bata de algodão nas lojas mais populares da cidade de São Paulo custam em média 50 reais, e nem é muito bonita e de qualidade. 

Ontem , foi realmente um dia para curtir os prazeres simples da vida. Caminhar em ruas largas e limpas com o sol à pino ( sol de Outono) por cerca 1 hora  e fazer compras casuais sem nem ter dinheiro para tal. Pura terapia. 

Camisa de linho por 20 reais - GU

 
Blusa de meia- estação em tricot por 9,00 reais - GU


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Renovar

         
    
Esta aí um verbo que eu adoro conjugar: renovar. Tornar novo, mudar para melhor, consertar, dar novo brilho, nova força. Estes são apenas alguns dos atributos concedidos a esta palavrinha mágica. 

A instabilidade leva a renovação, assim como a dúvida abre mil portas. A vida se renova a cada instante para aqueles que são curiosos, que não se prendem a mesmice da vida mundana. Trabalho, dinheiro, familia, casa, faculdade, trânsito, poluição,  churrasco ,metas,  contas e mais contas . 

O importante é estar feliz , independente de como ou onde se vive, mas se existe um mínimo de  insatisfação dentro de nós, é preciso buscar as raízes desta insatisfação e ir a luta. 

Eu particularmente, vivo insatisfeita. Pode ser com um relacionamento afetivo, um trabalho que se tornou rotineiro, amigos que não proporcionem nenhum  aprendizado, ou até mesmo com o clima e o ar que se respira. Uma pessoa assim  ( como eu) vai se tornando muito chata no decorrer da vida porque nada nos satisfaz por muito tempo. Tudo se torna tedioso e previsível demais. Quase insuportável. 

Gosto da segurança , como todo bom Capricorniano, mas não consigo viver inserida dentro de uma rotina de horários e compromissos por um periodo muito longo. Preciso de espaço e ar puro para poder respirar. 

Renovar demais também tem lá os seus prós e seus contras, traz em sí muita instabilidade . Mas quem disse que eu consigo viver sem esta dualidade ?


sábado, 1 de novembro de 2014

Caēs no Japão

         
                                                                    Cão da raça Akita

Vivendo há mais de 11 anos no Japão, entre idas e vindas , e ainda não sei nada sobre este país e seus costumes. 
Há pouco tempo atrás, soube de uma amiga japonesa que ela e o marido teriam ido a um crematório para cremar um de seus seis gatos que  morreu , sabe -se lá de quê . Para mim foi uma surpresa saber que os japoneses tratavam os seus bichinhos de estimação tal qual os humanos, com direito a ter as suas cinzas guardadas ou jogadas em algum jardim, ou no mar. Que respeito  que eles tem pelos seus melhores amigos. Fantástico!

Porém, como  nada nesta vida é perfeito, e toda moeda  tem sempre dois lados...

Hoje assistindo a um video ( youtube) de uma italiana que vive aqui no Japão e que tentou por várias vezes adotar um cãozinho orfão e não conseguiu. Fiquei  sabendo através de seu video que aqui no Japão matam os caēs abandonados por seus donos, ou vira latas, ou atę mesmo aqueles de raça que não foram vendidos nos pet-shops porque encalharam e já eram muito grandes para a venda. 

Agora eu entendi porque é que não existem cachorros vira-latas nas ruas do Japão. Não era bem aquilo que eu pensava. Eu jurava que no Japão não existiam caēs abandonados e nem vira-latas porque os japoneses cuidavam de seus caēs dentro de casa , como se fossem membros da familia. Oque realmente acontece aqui. Japoneses criam a seus caēs de estimação como se fossem membros da familia.

É difícil acreditar que algum japonês fosse capaz de abandonar o seu cão por qualquer razão que seja, mas com certeza isto também acontece por aqui. A diferença é que o povo japonês é muito civilizado e jamais jogariam uma sacola cheia de gatos na rua, ou um cão doente no meio de um matagal, como o fazem no Brasil . 

Aqui no Japão os bichinhos são entregues a alguma organização de proteção aos animais , que são pouquíssimas, ou vão direto para a câmara de gás. Sim, os caēs são assassinados em uma câmara de gás. Na sua grande maioria são caēs jà adultos e de raça. Pelo menos o vídeo que eu assisti mostrava vários " Akitas" adultos serem mortos. Triste, muito triste.

E pensar que fizeram uma estátua em Tóquio, em homenagem a Hachiko, o cão da raça Akita que ficou famoso por sua lealdade ao seu dono e que foi até tema de filmes. 

Mais uma vez comprovo que o amor de japonês é muito seletivo. Tipo, se é o cão que criaram desde pequenos , estes são tratados como membros da família, se são aqueles que não tiveram a mesma sorte,  não importa muito se o destino destas pobres vidas será a câmara de gás.

Não é consolo saber que na China e em outros países asiáticos, como a Coréia do Sul e no Camboja , alguns povoados ainda comem a carne de cachorro , e no Japão não se come. É questão cultural, mas confesso que fiquei decepcionada com os japoneses. Jurava que por ser um país de primeiro mundo o Japão fosse mais eficiente no controle ,cuidado e proteção de animais de estimação.

Santa Ingenuidade!

Não vou postar o vídeo aqui porque eu achei muito triste, mas quem quiser confirmar oque estou relatando, busquem no youtube : the automatic killing system of the japanese animal.