sábado, 26 de abril de 2008

Sale 50% off


Porquê será que a vida sempre nos leva a reduzir aquilo que era 100% à míseros 50%?
Porquê não podemos viver uma paixão a 100% ,sem aqueles inevitáveis decréscimos ?E porquê será que as pessoas nunca conseguem ser 100% seus amigos,100%fiéis,100%gente boa e participar 100% das tuas alegrias?
Talvez porque aprendemos a ser sempre 50% .Economizando os outros 50% para uma outra ocasião,uma outra fase em que será necessário utilizar estes mesmos 50%...
Nós somos 50% de altruísmo e 50% de egoísmo,assim como somos todos 50% homem e 50% mulher.Alguns se excedem e usam 70% destas capacidades inatas,mas nunca chegarão a ser 100%...
Às vezes tenho a impressão de que meus amigos são 100% tudo de bom,assim como tenho a nítida ideía de que a minha família é 100%down.Mas na balança da vida,eles são apenas 50% de alegrias e 50% de tristezas.
Equilibrar esta balança da vida e vive-la à 100% é possível .Basta ter 100% de paciência e tolerância...Será que eu consigo atingir esta meta de 100%,ou será que vou viver comprando tudo com desconto de 50%?...:-)

Fim da crise de identidade e as mil faces do Brasil
























Fazer intercâmbio é muito bom em todos os sentidos.Não só para aprender uma nova língua ou novos costumes,mas no sentido de poder visualizar as diferenças e descobrir que não existe uma fórmula para se viver melhor.Existem heranças culturais,tendências climáticas e uma imensidão de questões político-econômicas que fazem de um povo aquilo que são.
Na minha turma de italiano clássico haviam pessoas de todas as raças que eu jamais poderia imaginar um dia estarem unidas em um único espaço físico, entre gregos,irlandeses,ingleses,alemães,franceses,japoneses e outras raças que eu nem lembro mais de onde eram.Mas o interessante era que todos se comunicavam em uma só lingua :o italiano.
Haviam duas japonesas no curso,uma delas me lembro era de Osaka,a outra que falava muito bem em italiano não sei dizer de que região era,mas provavelmente de Tokio.Elas eram típicas japonesas,um pouco tímidas,educadissimas,discretissimas e quase não se pronunciavam nas aulas .Somente quando eram solicitadas.
Apesar de viver ha mais de 4 anos no Japão e ser filha de japonês legítimo,não conseguia me identificar com elas(as japonesas),e me sentí por alguns dias um pouco deslocada...sei lá!Sensação estranha.
Graças a Deus após alguns dias de curso apareceu uma brasileira ,do nordeste,mais especificamente uma pernambucana com un sotaque arretado.
Aos poucos fui me situando na classe e eu já não era mais a japonesa-brasileira.Naturalmente sem fazer grande esforço...hehehehehe...eu era a brasileira do sudeste e a minha colega, a brasileira do nordeste. Eramos duas brasileiras na classe!Graças a Deus.Me achei!!!...ahahahahaha....Tava com medo de me perder de mim mesma.
Quando era a minha vez de falar sobre os costumes do Brasil,ficava meio perdida pra responder porque não conheço o Brasil todo e não poderia estar falando do Brasil como uma paulista que conhece apenas algumas regiões do sul e sudeste do Brasil.O Brasil é imenso e as nossas heranças culturais são de várias origens,não existe um tipo específico de brasileiro.Apesar da imagem de país do carnaval e da gente mulata.
O Brasil é compôsto de várias etnias e se formos pensar bem,o único brasileiro legítimo de sangue e nato na terrinha é o índio.Talvez essa seja a magia do Brasil,a miscigenação de raças e a liberdade de ser brasileiro,cada um ao seu modo.Mas sem dúvida alguma o brasileiro é a raça mais desencanada e livre que já ví na face da terra.E viva a liberdade de expressão!!
Mas como eu já escreví em outros posts...eu sempre me finjo de japonesa quando me é conveniente.Bom né!...:-)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Giappone il paese del sol levante



















Viajar pelo mundo e conhecer novas culturas sempre foi um dos meus maiores sonhos desde a adolescência.Enquanto as minhas primas sonhavam com o príncipe encantado eu sempre vivia sonhando que voava em alguma terra estranha.Estranhamente o destino me trouxe até o Japão,pela segunda vez e de uma forma muito inusitada .Nem sonhava em voltar a viver no país do sol nascênte outra vez, e na época isso me causou uma certa frustração porque eu tinha jurado pra mim mesma que jamais poria os pés no Japão.Eccomi qua un'altra volta!
Mas quem poderia imaginar que o Japão,este mesmo país que eu rejeitava me proporcionaria uma vida tranquila,segura e estável,apesar das diferenças culturais que são gritantes.
Vivendo no Japão tive que me reeducar e aprender a esperar o semáforo abrir para pedestres e só então passar,mesmo que não tenha nenhum carro nas ruas.Podem ter crianças atravessando a rua e seria um mal exemplo.Tive que aprender a não jogar bitucas de cigarro pelas ruas porque aqui não se vê uma bituca jogada no chão,além do mais pode-se encontrar em qualquer loja de conveniência ou super mercado aqueles cinzeiros portáteis.Eu tenho um.
Depois das 22 hs o toque de recolher é uma lei que funciona aqui e tive que mudar o meu hábito de ouvir música no último volume até tarde da noite.
As filas aqui também funcionam e tive que me reeducar novamente porque o meu apelido no Brasil era fura-fila.Eu fazia de tudo pra furar a fila em qualquer situação e agora quero morrer quando vejo uma fila loooongaaaa por aqui ,mas morro alí,no meu lugar em silêncio.Às vezes me revolto e faço tudo ao contrário,como se eu fosse uma criança desobediente,mas viver em um outro país completamente diferente do seu é um desafio constante e a melhor forma de viver as diferenças sem se estressar é respeita-las,mesmo sem aceita-las.
O Japão não é e nunca será um país turístico e aberto a visitação.Isso faz parte da cultura deles e até hoje existem japoneses que se assustam quando pegam o elevador com um estrangeiro dentro.Parece que eles não querem se misturar,não fazem questão de conhecer os hábitos de outros países e não são abertos a muitas novidades,a não ser as tecnológicas.
Por essas e outras é muito difícil se locomover aqui no Japão.Tudo foi feito para eles,os japoneses,e até mesmo em uma cidade grande como Shizuoka,os avisos e o mapa da cidade que fica em frente a estação de trem está com o titulo em inglês,mas os nomes das cidades estão todos escritos em Kanji.
A parada de ônibus em frente a estação de Tokio também está em Kanji e o estrangeiro que não sabe lêr estes ideogramas deve estar sempre atento a encontrar algo legível no meio de tantos pauzinhos,ou então,arriscar a perguntar em algum front informacion ,nas estações de trem principais ,mas estranhamente apesar de estar escrito em inglês,quase nunca tem alguém que fale inglês...

Aliás,procurar mapas da cidade em Inglês é quase impossível,nem mesmo no aeroporto,mas nas estações de trem normalmente se pode adquirir um mapa dos arredores da estação de trem com alguns simbolos e desenhos que dá pra entender.Aos poucos os japoneses estão se adaptando aos estrangeiros e já é possível encontrar mapas escritos em inglês,em alguns casos até em português pela demanda de brasileiros que vivem em algumas cidades grandes como Hamamatsu.
Quando eu estava retornando da minha viagem pela Itália tive muita dificuldade de voltar pra Shizuoka,apesar de já ter feito este percurso mais de uma vez.Do aeroporto de Narita em Tokio até a cidade onde vivo é cerca de 2 horas de viagem de shinkansen ,mais conhecido como Hikari.Comprar o bilhete de trem já não é mais problema pra mim,mas entender de onde sai o trem é ainda uma aventura à cada viagem.Fico sempre atenta aos horários que é a única coisa legível nos bilhetes de trem .Pelo menos dentro do shinkansen os letreiros eletrônicos são em japonês e inglês.Que alívio.Isso se você não pegou o trem errado.
Eu particularmente fico muito confusa quando não entendo as placas de sinalização,de repente até tem algumas letrinhas legíveis no meio de tantos kanjis,mas parece que a minha vista fica turva e o cérebro não funciona...hehehehe.
Chegando na estação de Sihzuoka,nem arrisco a pegar um ônibus e vou de taxi mesmo, porque ainda não sei qual é o Kanji da minha cidade .Talvez eu devesse tirar uma foto do kanji com o celular e guardar na memória dele,porque na minha não entra.
Il prossimo anno sarà pronto il nuovo aeroporto di Shimada.verso a marzo/2009.Io non vedo l'ora.Sarebbe perfetto per me.Così potrò stare più vicina della porta di uscita...per fare il mio prossimo viaggio tra un anno....:-)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Minhas impressões sobre a realidade italiana




Viajando pela Itália ,pude sentir e vêr com os meus próprios olhos a realidade daquele país.Não era necessário andar pelas cidades do sul da Itália para saber que a economia italiana anda em crise.Em plena época de eleições lá estava eu a Roma nos dias 13 e 14/04,mas parecia que nada de novo acontecia por lá.Percebí uma maior movimentação a Firenze porque algumas ruas estavam sendo interditadas por causa de algumas manifestações políticas.Sei lá de que partido,afinal de contas,eu era apenas uma turista a mais em meio àquela multidão.
Nas aulas de conversação do Istituto Italiano discutiamos assuntos gerais de cada país ,partindo de alguns recortes de jornais italianos e publicações atuais de revistas.Descobrí que na Itália um garí ganha cerca de 1.150 euros ,e uma bióloga pode ganhar 800 euros.O caso mais desproporcional que lí em um artigo de uma revista era o salário de uma Diretora Acadêmica de um Museu,o salário dela girava em torno de 1.680 euros,ou seja,500 euros á mais que um agricultor.Fico me perguntando até agora se este é um caso isolado ou se a Itália não valoriza a cultura?Como?Porque?
Um país onde boa parte da economia gira em torno da propria riqueza cultural não valorizar as pessoas que trabalham nesta área é algo estranho aos olhos de quem está passando por lá pela primeira vez.
Percebí uma insatisfação geral em Firenze ,talvez por estar mais em contato direto com os professores do Istituto Italiano.Dava pra perceber a insatisfação declarada da professora de gramatica que entre uma explicação e outra sobre gramática e costumes da cidade ,se exaltava quando falava sobre as condições de vida daquela cidade.Talvez ela fosse também um caso à parte,mas pensando bem acho que não.A realidade italiana é bem essa mesmo:insatisfação salarial,stress e a busca por uma melhor qualidade de vida se refugiando em cidades menores.Este fenômeno ocorreu também em S.Paulo ha alguns anos atrás,não sei dizer se continua,mas eu particularmente acredito que sim.
Chegando em Shizuoka-Japão depois de estar ausente por apenas 18 dias recebí telefonemas de amigas brasileiras,peruanas e japonesas que trabalham comigo e como já era esperado, aqui o bicho também está pegando.Muitas estão procurando outra colocação.Será uma crise temporária da empresa em que eu trabalho ,ou será também uma crise geral na economia japonesa?
Todos sabemos que a economia japonesa gira junto com a economia americana com os seus acordos milhionários de importação e exportação ,mas acredito também que os japonêses estão perdendo mercado para os chineses que estão tomando o mundo.A diferença entre os japonêses e os chineses é que o japonês não é habituado a grandes mudanças,a novas negociações e principalmente a buscar novas saídas para as crises econômicas.Falta neles um certo jogo de cintura e senso de oportunismo que sem dúvida alguma os chineses tem.

Retornando a realidade italianada porque o assunto aqui é Itália e não a crise asiática...
Penso que enquanto existir essa desunião entre o sul e o norte ,a Itália nunca será um país homogêneo e a tendência será sempre a de carregar uma parte morta da Itália nas costas.
A máfia italina também é um outro problema que comanda algumas regiões do sul da Itália e o mais recente escândalo(não tão recente)é o problema do Lixo em Napoli que é controlado pela máfia local,a Camorra.Não sei dizer o que resultou este problema mas me parece que a máfia perdeu o contrôle da situação e não sabem mais pra quem vender o lixo causando uma certa saturação .O mais estranho é o governo não tomar uma atitude rápida para evitar este caos,mas com certeza devem existir algumas lacunas entre a política nacional e a máfia italiana.Bohhh!Vai saber!

sábado, 19 de abril de 2008

Finalmente Veneza- Bellissima Venezia





















Penúltimo dia na Itália e eu tinha que ir conhecer Veneza de qualquer jeito,pelo menos a Praça S.Marco,o Palacio Ducal e vêr com os meus próprios olhos por onde passava Giacomo Casanova e se possível por onde ele fugiu.
E lá fui eu comprar um bilhete de trem que custa 1 euro(Veneza-Mestre) e vale por 60 minutos depois da validação.Pois é!Nem sabia que tinha que validar também o bilhete de trem e como se validava,aonde...etc...
Ví uma maquininha amarela ao lado da bilheteria e coloquei o bilhete lá pra vêr no que dava...ahahahaha...Nessas horas eu me sentia ridícula,mas tudo bem.A maquininha amarela timbrou o bilhete e lá fui eu pra Veneza.Chegando na estação de S.Lucia fiquei fascinada pela visão que tive do Canal que mais parecia um cenario de filmes românticos.Veramente la bella Venezia è molto romantica.Fui indo no fluxo dos turistas e entrei no vaporetto numero 1 ou 2,tanto faz,se vc quer descer em S.Marco..Paguei 6,50 euros pra cruzar o canal.Vista maravilhosa,mas fazia um frio da pega,apesar do sol do meio-dia.
Tentei encontrar a minha amiga Marinetta que conhecí no Orkut.Pois é!os tempos mudaram e agora fazemos amizades virtuais através do Orkut.Pode?
Rodei a praça S.Marco inteira e não a encontrei.Liguei e ela não atendia o celular.Affff!Ninguém merece!!!Depois do desastroso affair com o meu guia napolitano e ser abandonada em Roma, ainda por cima a Marinetta não responde ao celular. Desencanei e fui passear pelos labirintos de Veneza.Labirintos mesmo!Deus me Livre eu andar por aquelas ruas estreitas e escuras a noite.Pode ser muito romântico estar em Veneza a dois e passear de gôndola,mas durante o dia né minha gente.Aquelas ruelas são de dar medo.Nossa!a esta altura do campeonato eu já estava meio cansada e assustada depois de vêr tanta gente desocupada nas ruas.Aqueles estrangeiros que não sei dizer de que raça eram.
Um pouco antes do anoitecer já estava enfiada dentro do Hotel e só saia pra fumar e depois voltava pra dentro do hotel...ahahahahahaha...super hiper assustada lá em Mestre....que aventura.Tava me dando até torcicolo...ahahahahahahaha...Só rindo!
Mas Deus é muito bom pra mim e ele esteve sempre comigo em cada ruela,cada viela das ruas da Itália e tudo ocorreu super tranquilo.A noite finalmente conhecí a minha amiga Marinetta e a família.Muito legal conhecer a ela o filho e até o Marido dela.Ficamos batendo um papo breve no saguão do hotel.Muito Dez! Conhecer pessoas através da net e depois de anos de amizade virtual conhece-las ao vivo.
No dia seguinte malas prontas e correr chamar um taxi pra pegar o meu vôo pra Roma as 11:10 hs no aeroporto Marco Polo.Isso mesmo!de volta pra Roma porque o meu vôo pra Tokio saia de lá e como eu sou uma marinheira de primeira viagem fiz um rôlo só na minha programação.Tudo culpa do meu guia napolitano.Afffffff!Não quero nem lembrar!
Do centro de Mestre ao aeroporto de Veneza são mais ou menos 20 minutos e eu paguei 30 euros,apesar do recepcionista do hotel ter falado que eu pagaria um extra por não ter feito reserva um dia antes.Isso porque eu tinha perguntado pra ele no dia anterior e ele havia falado que não tinha nenhum problema pra chamar um taxi na hora.Seria um bom motivo pra eu rodar a baiana com ele,mas como eu já estava cansada e não estava com vontade de praticar o meu italiano na forma imperativa deixei quieto e fiz como uma elegantissima senhora deve se portar e engolí um sapinho italiano.E além do mais,eu não vou me deixar influenciar pelo stress da italianada estando de férias né!Mas se o recepcionista não estive brigando ao telefone na minha frente e de todos os clientes,talvez ele se lembrasse que eu tinha pedido um taxi para o dia seguinte.
Da un punto di vista turistico:Venezia è la città più bella e romantica del mondo che mi ha colpito il cuore subitamente.Pèro vivere lì deve essere melanconico,freddo e noioso ... mi capita...quasi triste.

Viajando para Veneza-Mestre




Em Roma aproveitei que estava perdida pelas ruas e procurei uma agência de turismo para comprar o bilhete para Veneza-Mestre,aonde já havia reservado um Hotel proximo a estação de Veneza-Mestre por 65 euros,através do Sr Leonardo da agencia Boston Travel de Firenze.A passagem custa 59 euros e leva-se cerca de 4 horas para chegar a Mestre de trem.Poderia ter comprado o bilhete na estação de trem nas bilheterias ou nas maquinhinhas amarelas,mas acho mais tranquilo comprar nas agências que não tem muita muvuca .
Que sorte a minha.Logo que faço o meu chek-out do hotel em Roma começa a chover,depois de 3 dias de muito calor e sol escaldante a Roma.Mas a super-hiper marinheira de primeira viagem é precavida e eu já havia comprado um ombrello em Firenze.Segui em viagem a Veneza-Mestre tranquilamente e o trem estava vazio,é muito mais tranquilo viajar de trem durante a semana fora dos horários de pico.Só tinha um napolitano sentado na minha frente,quer dizer,eu acho que era napolitano porque ele usava uma calça jeans com os fundos lá embaixo,óculos escuros do tipo ray-ban,brinquinho e aquele corte de cabelo inconfundível,sem contar o sotaque arrastado .Ele falava ao celular e dizia:-Vá bone!deve ser vá bene acaipirado!Sei lá!
Logo chegando na estação de Mestre me assustei de novo com a quantidade de gente desocupada que não sei dizer de que raça eram,pareciam indianos.Sei lá que raio de raça era aquela.Fora os coreanos!O Mc Donalds estava abarrotado de coreanos e o comércio todo era de lojas de coreanos e chineses.Mestre é uma típica cidadezinha do interior e não tem nada que faça lembrar que se está na Itália.Só os velhinhos safados que te cantam na cara dura e te convidam pra tomar um capuccino ou qualquer outra coisa .Que coisa estranha!Justo em Mestre que é a menor cidade que eu estive e levei cantada de uns 2 velhinhos italinos na rua.Sem falar que o povo fica te olhando como se você fôsse um ET.Cidade estranha!
O Hotel aonde me hospedei era simpático e o café da manhã era no estilo americano.Muito bom o breakfast do Hotel.Aprovadissimo.No dia seguinte saí procurando um banco pra trocar os meus travelrs checks que restavam e fui a uma dessas lojas de cambio na estação de trem.Cruz Credo!a garota queria me cobrar uns 7% pra trocar meus travelrs checks.Eu heim!Saí procurando um banco mesmo e encontrei o Friuladria,um banco francês e troquei lá com uma taxa de 3,70 euros por operação.Menos mal porque eu acho que nem existe Amex lá em Mestre.. Detalhe:a porta apitava direto e eu não conseguia entrar de jeito nenhum.Começei a achar que eram meus implantes de titânio de novo,mas o guardinha,aliás,muito simpático e bonitão me disse que a porta deveria estar com defeito e abriu a porta manualmente.Uffffff!
A noite eu saí pra procurar uma pizzeria pra comprar algo e voltar pro Hotel,mas não encontrei a pizzeria e fui comprar um lanche no McDonalds mesmo.A minha salvação na Itália.
No caminho de volta pro Hotel eu fiquei assustada de andar pelas ruas da cidade porque aqueles mesmos desocupados que estavam na estação agora estavam em bandos por toda a cidade e um deles me pediu um cigarro e me puxou pelo braço.Fiquei tão assustada que saí correndo.Depois veio um vecchietto italiano de uns 50 anos ou mais que me convidou insistentemente pra tomar um café com ele.AFFFFFF!!!!!Justo na menor cidade passei um medão que nem saí mais a noite.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Quem tem boca vai a Roma.













Cheguei bem em Roma e foi facilimo encontrar o Hotel que ficava na rua ao lado da Estação Termini.A estação é grande e meio confusa com um passa-passa de gente pra tudo que é lado e aquele monte de desocupados ,pedintes e ciganos espalhados pela estação.Af!Parece o centro de São Paulo,a José Paulino no Brás...sei lá!
Logo na estação já percebí a diferença de estar em Firenze e estar em Roma.Os taxistas ,ou motoristas de ônibus ,seilá o que eram,já começam a te secar de cima àbaixo.Acho que os fiorentinos são mais reservados...não sei dizer.
O Hotel era limpissimo e a recepcionista um pouco antipática,mas como eu havia dito nos posts anteriores,a italianada leva um tempo pra abrir um sorriso e no dia seguinte ela já sorria e era muito simpática,além de muito bonita.A mulher italiana é muito bonita de rosto,de corpo não sei dizer,mas acho que as brasileiras tem mais formas.
Larguei as minhas coisas no hotel e saí procurando um lugar pra comer,mas lá perto da estação só tinha restaurantes e lanchonetes meio estranhos e eu preferí comer no Mc Donalds.
No dia seguinte depois de brigar feio com o meu guia napolitano que me deixou na mão,fui andar pelas ruas de Roma e tentar encontrar alguma coisa.Nossa!E que coisa eu encontrei nas minhas andanças.Nada mais nada menos do que o Coliseu.Fui descendo uma rua estreita sem saber aonde ia dar ,apesar de estar com o mapa em mãos.Mas sabe como é!Marinheira de primeira viagem não sabe nem usar um mapa.

Caminhando completamente fascinada por tudo que eu via ao meu redor,parecia um sonho estar em Roma.Me empolguei e fui tirar uma foto de um Centurion italiano.Ele todo gentil me perguntou se eu queria tirar foto com ele e eu imediatamente disse que sim...ahahahahahahaha...turista é tudo trouxa mesmo.Eu não sabia que tinha que pagar 10 euros por fazer 2 fotos com ele e perguntei ingênuamente:-Ma devo pagare?E si io non portasi soldi?Mas como todo bom italiano que tem sempre a resposta na ponta da língua ele me respondeu:-Ma tu esci senza mutandine?...ahahahahahahaha.FDP!

Depois ele ainda me perguntou se eu estava sozinha e se eu não precisava de um cicerone pra sair a noite, só nós dois....Ma vaaaaaaaa...e quanto devo pagare?Tô fora !

Já me basta um italiano que me parou no meio da via nazionale e ficou me chamando de dentro do conversível dele,e ele fazia:-Psiuuuuuuuu !Psiuuuuu!...maaaa VFC!Vai chiamare la tua nonna così! Pensei,mas não disse.Dei as costas e fui caminhando...
Agora eu entendo porque o homem italiano é ciumento.É medo de levar chifre na primeira esquina e carregar a fama de corno pro resto da vida...ahahahahahahahaha!O chifre italiano também é uma "coisa" cultural...ahahahahaha.Nossa! que sadismo.Devo fermarmi.
Roma é verdadeiramente divina e sinto muito não ter tido a idéia de girar mais pela cidade com aqueles ônibus coloridos que te levam a cada canto da cidade.Não imaginava que a avenida aonde se situa o Coliseu fosse tão grande e cercada de tantos outros monumentos históricos .Santa ignorância da marinheira de primeira viagem que nem estudou um pouco sobre Roma antes de aterrizar no Palatino.
No dia seguinte precisei trocar alguns travelrs checks pois decidí ficar mais um dia em Roma além dos 2 dois dias que eu havia reservado pela agência e saí procurando um banco pra troca-los.Troquei no BNL porque ficava pertissimo do Hotel,mas tive que pagar uma taxa de uns 3%,ou teria que andar até o Amex mais proximo na Piazza Spagna. Detalhe:chegando no banco BNL tentei entrar e a porta apitava.Afffff!até aqui!Tentei entrar umas 3 vezes e a porta continuava a soar o alarme. Será que são os meus implantes de titânio?Decidí deixar a bolsa toda naquelas gavetinhas que tem do lado de fora e finalmente conseguí passar.

Decididamente fazer turismo pela cidade de Roma sem um guia e sem se programar é coisa de gente idiota.A cidade é muito grande e diferente de Firenze.Fiquei frustrada ao descobrir que só conhecí 10% da cidade.Talvez nem isso!Graças ao meu guia napolitano!Aff!Nem quero lembrar!E pensar que eu só fui a Roma por causa dele.Que ódio mortal!
Resumo da minha viagem a Roma:"Quem tem boca vai a Roma".Mas sem um mapa se ferra!

Viajando de Eurostar



Antes de terminar o curso de 2 semanas em Firenze procurei uma agência de turismo para prenotare il biglietto para Roma.Nem sabia como fazer e sem cartão de crédito.Imagina o sufôco!Procurei uma agência que foi indicada pela escola,a Boston Travel e lá resolví tudo com o Senhor Leonardo que foi muito atencioso comigo,mas como eu disse no post anterior,os fiorentinos levam um tempo pra arriscar um sorriso.Reservei a minha passagem para Roma por 38 euros na segunda classe e 2 noites no Hotel Aphrodite pertissimo da estação de Termini ,que me custaram 85 euros por noite com café da manhã incluso.Reservar pela net ou pessoalmente sai mais barato ,mas fazer o que? Sem lenço , sem documento e sem cartão de crédito. Aliás,travelrs checks é uma coisa que não funciona na Itália,nem na agência de turismo e nem nos hoteis eu pude troca-los,mas graças as orientações da escola eu pude trocar meus travelrs checks no Amex que era pertinho da escola e não cobravam taxas.
Partindo de Firenze a Roma de eurostar são mais ou menos 1 hora e meia ,mas viajar de domingo é um saco porque os trens vão lotados e aconselha-se sempre reservar o bilhete um dia antes .
Quando fui para a estação estava perdidissima!!!Nunca pensei que precisasse pedir informações adicionais na estação além daquilo que já estava escrito no biglietto.Procurei a plataforma do meu trem e eu não encontrava.Aliás,eu nem sabia que plataforma se chamava binario em italiano,mas mesmo me tocando que binario era o mesmo que plataforma o número do meu binario não aparecia nos avisos eletrônicos da estação.Fiquei perdidinha,mas em quase todas as estações de grande movimento tem sempre um balcao de informações da Trenitalia bem em frente aos BINARI.Fiquei sabendo que eu teria que esperar alguns minutos pra saber qual era a minha plataforma porque parece que só sabem quando o trem vai se aproximando da estação,ou coisa parecida.Tipo uns 15 minutos antes do trem chegar o binario estava sendo informado.Pra quem viaja sozinho e sofre de ansiedade isso é um saco!
Viajar pela Itália é muito fácil se você fala um pouquinho de inglês básico e um pouco de espanhol,mas para nós brasileiros eu acho que um dicionário em mãos é o suficiente.Eu mesma só falava em italiano ,mas sei lá porque cargas d'agua,a italianada não entendia as minhas primeiras frases .Deve ser porque eu gaguejava...ahahahahahaha!!
Eles deveriam pensar que eu era uma japonesa,uma coreana,ou uma tailândesa gaga...ahahahahaha...nunca uma brasileira.Mas fazer o que?

Caminhando e caminhando nas ruelas de Firenze
















Depois da aula que durava o período da manhã inteira eu saía sempre pela cidade sem rumo,sem lenço e sem documento.Sentindo a cidade e observando o movimento,mas era muito difícil dizer quem era italiano e quem era turista.Tive a impressão de que os italianos estavam de férias em algum outro lugar porque a maioria era de turistas e estrangeiros que viviam na cidade.Fiquei surpresa com a quantidade de chineses que vivem na Itália toda,e não sei dizer se foi impressão minha,mas me parece que eles(italianos) não gostam muito dos chinêses.
Ao contrário do que muitas pessoas dizem,os italianos não sao tão mal-educados assim .Pelo menos eu não tive nenhuma má impressão dos fiorentinos que me pareciam muito semelhantes aos paulistas,meio frios,meio distantes,meio apressados,meio estressados e sempre com a cara fechada,mas depois de um tempo conversando com eles ,se mostram mais simpáticos e até arriscam um sorriso .Dizem que os italianos são muito semelhantes aos brasileiros.Sei lá!Talvez sim.Depende da região.
Seguindo pelas ruas de Firenze o que mais me impressionou foram as portas toscanas que são todas imensas,sem falar nas praças com suas basílicas e palácios maravilhosissimos, e a paisagem da cidade vista do alto da Piazzale Michellangelo.O meu palácio preferido sem dúvida alguma era o Palazzo Vecchio.Lá no alto da Torre do Palazzo Vecchio pode-se avistar uma lança com um leão e dizem que quando o leão está voltado para o Rio Arno é sinal de chuva.Grande coisa!Os meus calos sempre avisam também sem se voltar pra lado nenhum.


Era tanta coisa pra vêr e eu sempre fascinada por tudo ,admirando cada palácio,cada praça,cada porta toscana ,cada afresco,cada estátua que me esquecia dos meus compromissos.Esquecí que tinha combinado com o meu guia napolitano de nos encontrarmos na sexta-feira e eu só fui ligar pra ele na sexta-feira e ele já estava em Firenze...P. daVida!Nossa!povo esquentadinho!Uma raça que eu adoro mas sinceramente não me acostumo com o pavil curto deles.E eu tão "Zen",ou sempre tentando me manter "Zen",porque o meu pavilzinho também não é muito longo.Mas tudo bem!Nada que tenha me causado traumas irremediáveis...:-)


O duro é que eu sou tão atrapalhada que havia me esquecido que tinha combinado de jantar com a minha colega de curso Yukiko no mesmo dia.Ela é uma japonesa finissima casada com um banqueiro francês e que fala 3 línguas.Mas depois dei um jeito de ir almoçar com ela e fomos a uma trattoria .Ela pagou 60 euros pelo nosso almoço e nem comemos nada,talvez o que saiu mais caro foi o segundo prato com carnes variadas.Na verdade nem é muito caro,mas se multiplicarmos 30 euros de cada por 12 dias e duas refeições diárias sairia em torno de uns 800 euros.Pra que gastar tanto se pode-se economizar?Só esposa de banqueiro mesmo.


Acho que uma média razoável pra se comer bem e não gastar muito é gastar uns 20 euros por refeição,mas eu acho que gastei menos porque eu praticamente não almoçava e só comia lanches rápidos pra sair andando pelas ruas,mas não sei dizer quanto gastei de capuccino porque eu adorava beber capuccino em cada esquina que eu encontrava um café aberto...:-)





Primeiro dia de Aula





Fomos ao curso juntas:eu e Rosemary a canadense.Conversando não sei o quê,e sei lá em que língua,mas a gente se entendia...telepáticamente.
A escola se situava em um prédio antigo com um elevador piccolissimo que só cabiam 3 pessoas por vez,ou 2 e meia,então eu decidí subir os 3 lances(de novo) de escadas.
Fizemos um teste de avaliação pra saber qual era o nosso nível de conhecimento da língua italiana.Mais de 40 pessoas estavam começando o curso no mesmo dia .Para a minha surpresa passei no nível superior.Já havia feito alguns testes na internet e sempre dava nível intermediário.Começaria aqui uma dura , curta e intensiva jornada de estudos gramaticais.O meu fraco!Vamos vêr no que dá!Pensei com os meus botões...
A minha colega de quarto ficou no nível elementar.Claro!Ela falava 10 palavras em inglês e 2 em italiano.Até hoje não sei dizer como a gente se entendia porque o meu inglês é very bad do tipo:The book is on the table. Pura comunicação telepática.Só pode ser!
Depois da aula fomos caminhar no centro de Firenze .Nossa!Como se caminha por esta cidade.Tá louco sô!E como tem estrangeiros por toda a cidade.É incrível o número de grupos de turistas japonêses e coreanos .Eles só andam em grupos,diferente dos turistas de outros etnias.
A cidade é muito pequena e acredito que em dois dias se pode conhecer a cidade toda .Eu mesma só andei a pé .Se perder pela cidade não é um problema porque a cada quadra nova se avistava um monumento histórico,e além do mais é muito fácil adquirir um mapa gratis no centro de informações turísticas ou até mesmo comprar um(2,50 euros) em alguma tabacaria. Entrar nos museus era uma maratona.A fila do Ufizzi era sempre imensa e eu nem fui visita-lo.Além do mais é uma verdadeira over-dose de arte e cultura pra um leigo e sem guia.

Comer em Firenze também não é um problema,existem vários restaurantes com preços razoáveis e muitas lanchonetes com lanches maravilhosos a 3 euros.Se o caso for economizar com as refeições os lanches são uma boa saída porque são grandinhos.Existe também a opção de lanchar no McDonalds,um big mac e um suco custam em torno de 5 euros.
A noite jantamos em uma trattoria com todos os mais de 40 alunos do curso e cada um teve que desembolsar apenas 16 euros pra comer o primeiro prato,o segundo prato,a sobremesa e muito vinho.Isso não quer dizer que comer em Firenze seja barato,mas existem várias opções econômicas,basta pesquisar.
Para trocar traverls checks em Firenze é aconselhavel ir diretamente ao Amex que não cobram taxas e como tudo é muito perto em Firenze,do Duomo deve levar uns 10 minutos a pé.Isso se você não se perder pelos labirintos como eu me perdia e ficava dando voltas no mesmo quarteirão.
Alguns endereços em Firenze:
American Express - Via Dante Alighieri 22/R
Boston Travel (agência de tur.) - Via Cavour,63/R
Questura -Via Zara 2 - fone: 05549771
Radio Taxi - fone:0554798-4242
Reservas em Museus - 055294883
Informações turísticas - Via Cavour 1/R fone: 055 290832
Aluguel de bicicletas - Via Zanobi,120-122/R fone: 055 213629
Istituto Italiano(escola de italiano) - Via Martelli 4

Firenze





















Cheguei em Firenze no horário previsto e sem atrasos.Tudo na maior normalidade e sem aqueles atrasos e contratempos normais de qualquer viagem.Confesso que eu estava um pouco apreensiva com a companhia aérea(Alitália),porque a gente ouve falar tanto dos atrasos,das malas perdidas,da falta de educação dos comissários de bordo e etc.,mas tudo foi tranquilo .Fiz um vôo de conexão em Roma antes de chegar em Firenze e na imigração eu só precisei carimbar a minha chegada no aeroporto de Fiumincino e mais nada.Passaporte brasileiro tem livre entrada na Itália quando o periodo é inferior a 90 dias,e eu não precisei comprovar absolutamente nada.
Já no aeroporto de Firenze fui barrada na saída,mas só me perguntaram de onde eu vinha e eu disse que do Japão.Quando é conveniente pra mim eu sempre me finjo de japonesa...hehehe
Saindo do aeroporto de Firenze tive que enfrentar uma fila imensa e disputar um taxi com um monte de japoneses e outros turistas,mas os taxis chegavam um atrás do outro e não tive que esperar muito.Teria também a opção de pegar o ônibus executivo que sai do aeroporto de Peretola para o centro da cidade por uns 4,50 euros,o último saia as 23:30 hs e ainda dava tempo,mas preferí pagar 28 euros(incluso taxa de bagagem),e ir de taxi. Teria também a opção de procurar o fiorentino que estava me esperando no aeroporto,mas pra dizer a verdade eu não tava muito a fim e saí correndo do desembarque sem nem olhar pra trás.Ele estava lá me esperando.Coitado do moço.Às vezes eu não tenho atitudes muito ortodoxas devo confessar.
Chegando no apartamento que foi reservado pra mim pela escola(Istituto Italiano)é que eu percebí que eu não tinha o andar e nem o número do apartamento,somente o número do prédio.Precisei pedir ajuda a um casal que vivia no prédio e que por sinal foram muito gentis comigo me ajudando a subir a mala por 3 lances de escadas.
O apartamento era grande com dois quartos,cozinha ampla ,sala de estar e muito limpo.Sorte a minha porque algumas meninas do curso(gregas) deram o azar de pegar um apartamento sujissimo e velho.Eu dividí o apartamento com uma senhora canadense que não falava nada em italiano e tivemos alguns probleminhas de comunicação,mas ela era tão simpática que não tivemos problemas na convivência.

Viajando pela Itália

Aqui começa a minha pequena aventura por terras italianas e como uma boa marinheira de primeira viagem tentarei relatar a minha experiência de aventurar-me em terras européias sem saber de nada...sem cartão de crédito,sem programação , sozinha ,e levando na bagagem só um piccolo espirito aventureiro.Sem medo de ser feliz...