sexta-feira, 29 de abril de 2016

Preguiça de problemas



Não sei se posso chamar isto de imaturidade , mas eu estou fugindo de "problemas". Sejam eles financeiros ,no trabalho,  ou nos  relacionamentos. Contanto que, não sejam criados por mim.

No budismo eu aprendi que aquele que se sente incomodado ,ou aquele que sofre dentro de uma situação é o sujeito da oração, é ele quem carrega o carma. 

À partir deste saber, começei a separar mentalmente aquilo que era meu carma e aquilo, que era um carma alheio. Separei o joio do trigo , literalmente , e com o tempo parei de sofrer com o carma alheio, ou seja, o sofrimento ou o incomodo alheio que nem faziam  parte de mim  e sempre me afetavam de alguma forma. Na prática eu era solidária com o sofrimento alheio, ou para ser mais mais objetiva, eu queria consertar o mundo à partir do meu ponto de vista. 

Cada pessoa tem o seu tempo , cada qual , possui uma maneira de interpretar o mundo e as suas ocorrências . Cada pessoa deve viver o seu carma , o seu aprendizado. Seja ele afortunado ou desafortunado , esta é a experiência que lhe cabe. Para ser mais clara: Cada um com os seus problemas!

Parece coisa de gente egoîsta e pouco solidaria com o sofrimento alheio, mas se analizarmos racionalmente , ajudar não é o mesmo de se envolver com o problema alheio. Afinal, de que vale o sofrimento solidário sem solução?

Traz conforto? Sim, traz um certo conforto, porém o problema ainda reside na pessoa e a solidariedade não passará de um efeito paleativo. 

Não me permito mais viver em tormentos, pensando em o quê eu poderia ter feito e não fiz, ou me incomodando com as ações ( carma) alheias . Aquilo que não me pertence simplesmente bate e volta  para o emissor. A minha antena parabólica está temporariamente desligada. 

O unico cuidado que devemos ter no momento que optamos por não compartilhar mais carmas alheios é o de não nos tornarmos seres egoístas e insensíveis. 

A principio todo mundo irá nos cobrar a falta de solidariedade e o aparente descaso com o problema alheio. Seja firme, e não sofra. O sofrimento ( mesmo que solidario) nunca foi e nem nunca será sinônimo de solução. 

Estou com "preguiça" de gente que não me transmita paz interior. Estou com preguiça de gente que nos ataca para se defender sabe-se lá do quê ? Estou com preguiça dos medos e dos traumas alheios, já me bastam os meus que tento controlar e administrar de mil formas. 

Se não acrescenta , não subtraia. Isto dá preguiça.



Criando mandalas



Nunca pensei que fosse tão fácil e tão terapeutico desenhar mandalas. Aquilo que percebo quando começo a desenhar uma Mandala é que a intuição flui naturalmente, criando formas harmônicas à cada desenho. 

A sensação é de um fluir natural que estava contido dentro de mim, e a cada Mandala que desenho sinto um certo bem-estar que vai me envolvendo aos poucos e melhorando a minha concentração e o traçado das linhas. 
Mais uma ferramenta de autoconhecimento. 



Visual asiático



Primeiro dia de folga aqui em terras nipônicas e já saí no prejuizo. Fui a uma loja de departamentos com uma amiga japonesa e lá havia uma loja de produtos indianos e tailandêses. Simplesmente enlouqueci dentro da loja. 
Me apaixonei por uma calça muito maluca, tipica tailandesa que é mais para homens . Mas quem está ligando? 
A loja se chama Çayhane , e vende desde roupas a acessórios e peças decorativas no estilo tailandês, indiano e até peruano. Tudo com cores muito vivas. Enlouqueci com um tapete de yoga , mas me segurei para a proxima vez, porque já havia comprado uma calça, uma echarpe, dois aneis , um incensário entre outras bugingangas. 
Namastê!

A calça : cerca de 15 dolares 



Anel que muda de cor conforme a nossa energia. 



Porta incenso , elefante sagrado tailandês e incenso indiano que confere energia e força. O aroma é maravilhoso.


quinta-feira, 21 de abril de 2016

Bela, recatada e do lar


    Casalinga di lusso - dona de casa de luxo

Acabei de ler o texto  da Revista Veja sobre a esposa de Michel Temer e candidata a primeira-dama da nação brasileira. Ao  terminar a leitura de tal texto tão comentado que provocou uma verdadeira chuva de memes na net, achei o texto em sí muito romântico para a atual situação política  e mentalidade  brasileira. E qual é a mentalidade brasileira?

Aqui em terras nipônicas ainda impera o machismo, e por mais incrivel que pareça, a maioria das jovens japonesas ( até as com formação Universitária)  tem o sonho de se casarem , terem filhos e serem donas de casa. A concorrência com o machismo japonês ainda ē muito acirrada e nem todas as mulheres japonesas se sentem a altura de tal competitividade . Talvez por esta razão, elas ainda prefiram a vida de simples donas de casa, apesar de algumas ainda seguirem trabalhando part time, mesmo após o matrimônio. A filosofia do sistema japonês é o trabalho em primeiro lugar. Fazer o quê?

Em algumas regiões da Itália , mais ao Sul, também não é dificil encontrar mulheres que apesar de terem alguma formação , se sujeitam a levarem uma vida de "casalinga"(  do lar) , limpando, polindo , cozinhando e cuidando dos filhos. São as famosas "principesse" ( princesas) , com as mãos judiadas pelo trabalho doméstico , mas sempre com um anelzinho de brilhantes reluzente  em um dos dedos.

Na Suiça , pude conhecer um tipico casal inter-racial muito feliz. O marido um quarentão economista do Banco Suisse e a esposa uma tailandesa de 22 anos sem formação alguma. Ela é dona de casa, lava, passa, cozinha e cuida do marido. O marido para compensa-la lhe paga um salário, ou mesada, que ela gasta com bolsas de grifes . A ultima vez que estivemos juntos, ela estava com uma bolsa (verdadeira) Louis Vuitton e tinha acabado de ganhar um carro zero do marido. Todo o ano eles viajam para a Tailandia de férias , e já compraram uma casa por aquelas bandas de lá.

Não que toda mulher suiça viva assim, mas percebi uma preocupação do proprio sistema suiço para que as maēs de familia tenham mais tempo livre para se dedicarem aos filhos. Ao contrário do machismo japones , os suiços são machistas na responsabilidade de serem os provedores do lar, sem colocar a mulher ou a familia em segundo plano. Achei perfeita a mentalidade suiça. E não é por menos que a Suiça se encontra na segunda posição dos países de melhor qualidade de vida. Custa caro viver na Suiça, mas em compensação o sistema funciona para todos. 

Qualidade de vida, este é o problema da nação brasileira, que leva muitas mulheres a buscarem maior independência e realização profissional, deixando a sua realização pessoal ( constituir familia) em segundo plano. A herança do coronelismo ( mascarado)  brasileiro também é outro problema na sociedade brasileira que acaba levando a mulher brasileira a buscar um lugar ao sol. É como se precisassemos estar sempre preparadas, em posição de defesa, armadas para o imprevisto. 

E quem disse que a vida familiar também não tem seu valor ou importância na vida de uma mulher? 

Tem sim, e muito. Poder ter condições de administrar e constituir uma familia sem abrir mão de realizações em outras àreas é privilégio de poucas . Não existe um sistema nacional que ajude a mulher moderna brasileira de cumprir uma dupla jornada. E eu me refiro a grande maioria , não me refiro a aquelas que foram agraciadas com uma vida confortável , com babás, faxineiras , e um marido que tenha um emprego estável e rentável. A grande maioria das mulheres brasileiras tem que ralar e muito para conquistarem o seu lugar ao sol. Não é uma questão de escolha, é necessidade. 

A mulher brasileira é maē, pai,  dona de casa, profissional, esposa, marido e chefe de família . O homem brasileiro ( assim como o japones) , quando se divorcia da esposa, se divorcia também dos filhos e das obrigações , deixando à cargo da ex-esposa o papel de educadora e provedora do lar. Claro que nem todos, não vamos generalizar, mas o conceito de familia do brasileiro anda pouco definido. E isto vale também para as mulheres brasileiras. 

Em meio a tão pouca definição dos verdadeiros valores  da sociedade brasileira , me refiro também a postura política . Fica  esse ôco, essa lacuna à ser preenchida e  organizada por alguém. 

 E a mulher brasileira, guerreira como é, estará sempre pronta para a batalha. Mesmo  que tenha que abrir   mão de ser apenas uma boa maē em tempo integral,  mesmo que sonhe em apenas  estar em casa , cuidando de sua familia e de seu jardim. 

A mulher brasileira não se permite mais sonhar com um principe encantado . Mesmo porque eles não existem. E , de repente, ler uma matéria como aquela da Revista Veja , referindo-se a esposa de Michel Temer como a "principessa" brasileira candidata a primeira-dama da nação , chega a furar os olhos e a ofender  a grande maioria das mulheres brasileiras que  não vivem a vida como se fosse um conto romântico. 


Bloqueios & auto-sabotagem



Neste periodo o meu Sol está entrando na casa 12, fato que me torna mais introspectiva ainda do que já sou. Se é que realmente temos o poder de controlar as nossas vidas , e por consequência o nosso destino, eu espero poder utilizar este periodo para o meu autoconhecimento de forma construtiva, praticando um pouco mais de yoga e meditando a cerca de mim mesma. 

Amanheci hoje pensando nos meus bloqueios, aquela auto-sabotagem de todos os dias que me persegue desde que me conheço por gente: o medo. 

Na minha vida prática , não costumo ter medo de absolutamente nada, me jogo de cabeça sempre que necessário , contanto que, eu tenha sempre o contrôle da situação. Coisas de Capricornianos, fazer o quê?

A área da minha vida da qual não possuo controle total é aquela que envolve os outros. Claro! Como conduzir  relacionamentos pessoais como se fosse um exèrcito , não é mesmo?

E aí é onde mora o meu medo. Medo de rejeição e de traição. A minha eterna auto-sabotagem nos relacionamentos em geral. Não que eu tenha vivido alguma experiência do gênero e tivesse acumulado traumas , pelo menos não nesta vida. Aquilo que ocorre na minha vida é uma sequência de auto-sabotagens nos relacionamentos antes mesmo de acontecer algo, ou seja, quando eu penso que estou perdendo o contrôle da situação e dependo do outro para apaziguar, mas a confiança no outro não vem. 

A consequência de tal "cuidado" nos relacionamentos me levam frequentemente a rompe-los drásticamente. Percebi com o tempo que esta auto-sabotagem não é nada mais e nada menos do que uma forma subconsciente de me proteger . Parece até coisa de Cancerianos, mas Capricornianos também sofrem deste mal. 

O segredo para resolver a nossa auto-sabotagem e viver relacionamentos mais plenos é poder visualizar-se no futuro . Aliás, para tudo na vida, se você não tem a capacidade de visualizar o seu amanhã, será dificil concretizar as ocorrências do hoje. O amanhã é pura e simplesmente o resultado do hoje. E isto não se reduz apenas a ações físicas , as ações em pensamento determinam as nossas vidas com muito mais poder do que se imagina. 

Querer nem sempre é poder. Não basta querer um carro novo, um relacionamento saudável, um trabalho estável , ou qualquer outra coisa quando apenas "queremos" e não colocamos este querer em prática com ações , pensamentos , e visualizações. Se sabotamos uma destas etapas, pode ter a certeza de que o seu projeto de vida estará correndo o risco de ser sabotado por alguém . E este alguém , na maioria das vezes somos nós mesmos. 

Culpar o outro, as circunstâncias ou o destino é apenas uma forma subconsciente de nos perdoar, afinal, cada um é dono do seu proprio destino . 

Apesar de ter esta consciência , e saber das minhas falhas (ou medos) , eu ainda  não consigo muda-las, chega a um ponto que não consigo mais avançar. O quê fazer ?

A nossa mente é poderosíssima, para o bem ou para o mal. Algumas pessoas possuem a facilidade da fé , em sí mesmas ,  ou em Deus, outras menos. Para aqueles que são céticos e pragmáticos como nós Capricornianos, uma idéia é praticar a fé e a visualização sistemática. Mesmo que a sua fé seja artificial , com a prática se alcança o objetivo. E aí entra a nossa determinação e persistência , pois o processo de desbloqueio de pensamentos antigos ( ou julgamentos) é bem demorado. 

Se você não consegue realizar este trabalho de desbloqueio mental sozinho, ou não tem a paciência necessária, pode também procurar a ajuda de um terapeuta. Mas não se esqueça que o terapeuta não faz milagres , ele apenas te ajudará mostrando as ferramentas para este processo, e quem vai manusea-las é você mesmo. 

Namastê!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Vida Virtual X Vida real


         Este é Salvatore Cuomo, o italiano mais bravo de todo o Japão

Segundo dia de folga, e ainda me resta mais um dia e meio de repouso. Pedi ao meu supervisor para folgar um dia à mais porque estava com princípio de gastrite nervosa. Éh! A vida aqui no Japão não é facil para nós estrangeiros, e lidar com todo o tipo de gente ( algumas desequilibradas) aqui no Japão não é tarefa fácil. Temos que ser um pouco psicólogos e suportar a convivência com pessoas que além de serem limitadas intelectualmente sofrem de algum stress ou trauma emocional. 

Como escrevi no post anterior: A vida virtual está ótima, mas a vida real uma merda!

Ontem e hoje fiquei trancada no meu apartamento, lendo, meditando, respirando fundo e me desligando  um pouco desta minha rotina de trabalho e relacionamentos estressantes em terras nipônicas. Conversei bastante , em italiano , no messenger com um amigo romano que vive em Shizuoka , e como sempre estamos tentando nos encontrar sem muito sucesso porque ele trabalha demais e suas folgas são no meio da semana. 

Enquanto eu conversava com ele , tive a ideia de mandar uma mensagem para o meu idolo italiano aqui no Japão, o Master Salvatore Cuomo e perguntar a ele como se faz para trabalhar em uma das tantas pizzarias e café restaurantes que levam o seu nome aqui no Japão. Mandei a mensagem por mandar, e nem esperava que ele me respondesse. Mas não é que no dia seguinte ele me respondeu muito gentilmente????

Nossaaaa! Ovulei!!! 

Enquanto chatava com o meu amigo romano ( de novo) , Salvatore Cuomo me escrevia no messenger "ao vivooooooo" !!!! 

Bom, para quem não sabe quem é Salvatore Cuomo , é um mestiço de japones/napolitano que hà mais de 20 anos só cresce no mercado japonês. A sua historia no Japão começou quando ele vinha ao Japão ajudar ao seu pai que tinha uma modesta pizzaria no Japão. Filho de um napoletano e de uma japonesa, Salvatore Cuomo fez tanto sucesso com a sua pizza napoletana em terras nipônicas que hoje tem uma verdadeira  holding por tràs dele. 

Como dizem em italiano : - Lui é Bravissimo!

Se eu pudesse trabalhar em algum restaurante da sua rede, eu acho que seria a Glória! Mas o problema é que os salarios em restaurantes japoneses costumam ser muito baixos e ainda tem a questão da idade limite para alguns cargos , e o fato de eu não ser fluente em japonês. Sei la! Pode ser coisa da minha cabeça, mas para trabalhar com ele eu teria que me organizar melhor financeiramente antes. Não seria um trabalho para guardar dinheiro, seria mais por prazer, e aqui em terras niponicas trabalhos que nos tragam algum tipo de prazer são mau remunerados. 

Quem sabe um dia eu possa ao menos fazer um bico em um de seus restaurantes , nem que seja só pra postar uma foto toda orgulhosa ao lado de um poster do Salvatore Cuomo? Coisa de fãnzoca!

Nunca se sabe! Tudo aquilo que eu quis fazer aqui no Japão eu fiz, mesmo achando que não existia a minima possibilidade , e fazer aquilo que a gente quer com muita paixão sempre dà certo, mesmo quando não dá muito certo. Então, imaginem se um dia eu conseguir trabalhar com o Master Salvatore Cuomo.

Enquanto Salvatore Cuomo digitava do outro lado do messenger ( em italiano) , o meu coração começou a bater mais forte e acelerado. Aiaiaia, que paixão! Na verdade é mais admiração do que outra coisa porque não é que ele seja um galã italiano ( ele é baixinho) , mas a admiração que tenho por ele ter vencido em terras nipônicas é grande demais. E a humildade em responder uma simples seguidora da sua pagina oficial do facebook? Ahhhhh! Ele é "the best".

Em compensação o meu amigo romano , que também começou em terras nipônicas trabalhando com cozinha italiana, parece ter aquele velho preconceito que toda a Itàlia tem com os napolitanos, ou sente ciùmes . Todo italiano é ciumento do amigo, da amiga, da maē, da irmã, do cachorro e assim por diante. É como se eles estivessem sempre medindo forças. Coisa de italianos!

Como eu disse no começo deste post, a minha vida virtual vai muito bem obrigada!!! Os contatos são enriquecedores sob um aspecto cultural e linguístico, e os videos que assisto dos muitos youtubers brasileiros   pelo mundo são muito enriquecedores também. Estou amando ver tanta gente inteligente e criativa que expoēm suas vidas de maneira muito eloquente em videos de apenas 5 a 10 minutos. 

Vida virtual riquíssima! Vida social ( aqui no país do Sol Nascente) um pouco pobre, pra não dizer medíocre e rotineira, mas sempre uma coisa compensa a outra , todas as vezes que aquilo que está no virtual tem a possibilidade de um dia fazer parte da  nossa vida real. 

Somos todo uno! 
http://www.salvatore.jp.e.xo.hp.transer.com  
Este é o link de uma das tantas paginas de Salvatore Cuomo , é só copiar e colar! 

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Diga-me com quem tu andas ...




É aquele velho papo , dependendo de com quem você convive o seu mundo vai se moldando  a sua realidade. A vida aqui em terras nipônicas nos obriga a conviver " de igual para igual " com pessoas de  todo o tipo, desde os japoneses com sua cultura e lingua totalmente diferenciada a dos ocidentais , até aos brasileiros (descendentes ou não, de japoneses) que vem de todas as partes do Brasil . 

Algumas poucas pessoas que conheci aqui em terras nipônicas eram originárias de regiōes do norte do Brasil, outras tantas do sul do Brasil, aquelas com quem eu me identificava mais (naturalmente) eram as pessoas provenientes da grande São Paulo. Paulistas e paulistanos tem uma característica peculiar que nos fazem sentir um pouco em casa, as piadas são as mesmas, o sotaque é inconfundível e até mesmo a aparência , preferências culinárias e hábitos do dia à dia. Assim fica fácil saber com quem se está lidando ne!

Quanto as pessoas provenientes do norte do Brasil, algumas do Pará, já percebi uma certa dificuldade    de encontrar afinidades. Os costumes eram diferentes, o caráter, e até mesmo o gosto culinário. 

O mais engraçado de quando conhecemos um brasileiro aqui em terras nipônicas é que ninguém te pergunta o que você fazia no Brasil, ou seja, tanto faz, se você tem formação universitária e fala vários idiomas porque aqui todos somos iguais. É como se fechassem a porta do desembarque do aeroporto e aquilo que você era antes do embarque não fizesse mais a minima diferença. De agora em diante você é o brasileiro numero 1 , numero 2 , e assim por diante. 

Algumas amigas peruanas que tenho são de origens bem definidas , a maioria de cidades do interior do Peru , seriam as caipiras peruanas com formação universitária , ou no minimo técnica. Ja conheci ex-secretárias, ex-fotografos jornalisticos, ex- psicólogas, ex- engenheiros , que pela falta de oportunidades em seu país , trabalhavam como taxistas ou possuiam vendinhas do tipo armazem em suas cidades. Apesar de seus títulos , estes peruanos se despiam de seus titulos e metiam a mão na massa como simples operários. Muitos ainda agradeciam pela oportunidade de terem uma vida financeira digna em terras nipônicas, apesar de terem jogado fora os seus titulos para exercerem a mera função de operários de fabrica em terras estrangeiras. 

Por mais estranho que pareça, eu me identifico muito mais com as minhas amigas peruanas do que com os brasileiros, e a razão é apenas que, culturalmente são mais bem definidos e mais ricos do que os brasileiros. Claro que nem todos o são, mas as amizades que fiz por aqui me acrescentaram muito.  

Uma das minhas amigas peruanas , que inclusive foi casada com um brasileiro me perguntou o porquê dos brasileiros não se identificarem como "latinos", já que o Brasil se localiza na America Latina. Fiquei sem resposta . Eu sendo filha de japoneses imigrantes nem me julgo latina, talvez ela devesse fazer esta pergunta para alguém que tenha ascendência espanhola , com mezclas entre indígenas e africanos. Vai saber. 

É muito dificil definir o povo brasileiro por sua miscigenação e origens de regiões completamente distantes. Eu mesma não conheço nenhuma cidade ao norte do Brasil e sua herança cultural, a não ser , aquilo que aprendi na escola , ou pela convivencia com aqueles que se deslocaram do norte e do nordeste do Brasil para São Paulo em busca de trabalho. Eles mesmos dizem que as diferenças de comportamento do povo do norte e nordeste é muito diferente do comportamento de paulistas e paulistanos. Eu também percebo isto. 

Bem, o que eu quero relatar aqui ( o texto ficou muito grande) , é que aqui em terras nipônicas é frequente acontecer conflitos armados entre brasileiros justamente pelo fato do brasileiro ter preconceito de ser brasileiro com ascendência nipônica e na pråtica não ser nem uma coisa e nem outra. Muita gente pira com estes preconceitos silenciosos. Além deste motivo, existe a tal da diferença de vivências. Um era agricultor no interior de alguma cidade brasileira, outro era bancário, outro veio de uma familia de comerciantes falida e nunca havia trabalhado no Brasil, e assim por diante. Cada qual com as suas vivências, cada qual com as suas histórias, e como aqui em terras nipônicas ninguém pergunta quem você era antes do desembarque em terras nipônicas  fica  esta grande lacuna entre pessoas de várias origens nacionais e vivências tendo que conviver em um ambiente fechado e cercado por maquinas por todos os lados. 

Confesso que tenho que me violentar muito para conviver em paz com pessoas que nada tem em comum comigo, ou que nada tem a me oferecer para o meu desenvolvimento como pessoa. Fico as vezes pensando que é uma dificuldade da idade e da mentalidade da grande maioria brasileira que vive aqui em terras nipônicas. Não conheci uma alma que tenha interesses diversos , além de trabalhar, e se afundar na rotina de trabalho, casa, dormir, sair para almoçar fora , e viver uma vidinha limitada. Ninguém lê um livro, ninguém tem um hobby específico, ninguém tem interesse em aprender a lingua local , apesar de viverem hà anos em terras nipônicas e de nem fazerem planos para o retorno. Tem gente até que estuda inglês em casa e não fala nem 10% da lingua local. Pior ainda , são aqueles que pretendem retornar ao Brasil ( um dia, não se sabe quando) , mas nem sabem das ultimas noticias sobre a politica e economia do Brasil. Claro que não são todos, alguns tem planos bem definidos , apesar de pouco palpáveis e arriscados para uma pessoa que viveu durante muitos anos fora do paìs e não se atualizou durante os anos passados em terras nipônicas. 

Não sei dizer se me incluo neste padrão de comportamento do brasileiro descendente que vive em terras nipônicas, talvez na pratica sim, e eu nem perceba . Talvez eu nem faça parte deste mundo real por não ver nem graça e nem estimulo, e acabo sempre pendendo para o meu mundo interior ou virtual, que aliás, é bem mais rico do que aquilo que percebo aqui em terras nipônicas. 

Como em um video que asisiti do Porta dos Fundos  que um advogado falido postava fotos incriveis ( foto-montagem) em seu facebook, mas na vida real ele batia ponto em uma esquina como mendigo, e quando questionado por um amigo que o encontrou nas ruas de como andava a sua vida , ele respondeu: - A vida virtual está ótima! A vida real uma bosta!

É meio assim que me sinto em terras nipônicas, mas se um dia a vida virtual era coisa de louco e de gente descocupada ,  hoje em dia não é mais. Relacionamentos começam no virtual, notìcias se atualizam no virtual, diários de vida hoje tem formato blogger, vlogger, snapchat, stagram, twitter e muito mais. Aprende-se muito com dicas em sites e videos do youtube. 

Enfim, hoje em dia , quem não aprendeu a se comunicãr virtualmente e a se antenar com o universo de informaçōes existente é um completo alienado. 

E terminando este texto que ficou muito longo e saiu fora daquilo que eu pretendia escrever, a minha melhor  companhia aqui em terras nipônicas tem sido "eu mesma" , e o Doutor "Google" que sempre acrescenta um algo mais , no minimo como conhecimento, além de novas portas que se abrem para nossas vidas através de um simples click em algum link. 


sábado, 9 de abril de 2016

Vênus em Capricornio



Quem possui este posicionamento da Vênus em Capricornio deve saber o quanto nos é difícil liberar as emoções em qualquer relacionamento que seja. Para piorar ainda mais este aspecto eu ainda tenho o Sol em Capricornio , e Mercúrio  em Capricórnio. 

A impressão que passamos aos outros é geralmente de uma certa frieza emocional, o que complica alguns relacionamentos quando no início. Para dizer a verdade, nem é uma mera impressão de frieza, na minha opinião de Capricorniana com a Vênus em Capricórnio, é frieza mesmo. Nem é uma mera questão de aprendermos a liberar nossas emoções e sim de cultiva-las. 

Capricornianos com a Vênus em Capricórnio tendem a ser muito solitários, e o pior, adoram estar solitários. Isto não quer dizer que nós capricornianos sofremos com tal tendência . O Capricorniano com a Vênus em Capricornio adooooora ter seus momentos de solidão , para refletir, para repousar do mundo e fazer suas atividades egocêntricas que na maioria das vezes requer um pouco de solidão. 

Vênus em Capricornio é aquele velhinho, aquele hermitão que precisa se isolar de vez em quando , precisa do silêncio , e se abster por alguns momentos ( as vezes dias) das banalidades mundanas. 

A solidão de uma Vênus em Capricórnio não é sinônimo de insociabilidade  ou sofrimento, a solidão da Vênus Capricórnio é benéfica, no sentido de nos equilibrarmos melhor (sozinhos) e só assim nos relacionarmos com o mundo de forma mais harmônica. 

O defeito maior desta Vênus é a sua inflexibilidade, ela não se deixa arrebatar em momento algum, por excesso de racionalidade . Para uma Vênus em Capricornio , a maior prova de amor é a lealdade e a responsabilidade , nunca se impressionará com presentes caríssimos , e nem tão pouco aquelas melosas declarações de amor. Para a Vênus em Capricórnio declarações de amor são apenas palavras jogadas ao vento, aquilo que a impressiona de verdade são atitudes seguras , consistentes e palpáveis. 

Não é dificil ver uma Vênus Capricornio curtindo longos periodos de celibato total, onde ninguém (absolutamente ninguém) lhe causa algum interesse . Muitos se derretem ao notar tal figura, quase inatingível, e se sentem desafiados a conquista-la,  porém, são poucos os que conseguem persistir em conquistar este coração tão auto-suficiente e inflexível. 

A Vênus Capricórnio em algum momento da vida se apaixonará , por alguém que lhe traga conforto, segurança e companheirismo. Geralmente quando ultrapasse a casa dos 40 ou 50 anos, quando a sua Idade mental estará mais de acordo com este posicionamento. 

sábado, 2 de abril de 2016

Capricornianos e relacionamentos



Escrevi um post sobre Capricornianos hà alguns anos atrás, falando de mim mesma, e por incrível que pareça muitos outros Capricornianos se identificaram com o texto. Sempre digo que existem signos no zodiaco que dificilmente passam desapercebidos  por terem uma característica muito forte. Este é o caso dos Capricornianos da gema, com várias casas em Capricornio, e também os  que possuem o ascendente em Capricornio . 

A primeira impressão que nos passa um Capricorniano (a) , é uma certa sobriedade, são pessoas muito sérias e pouco esfuziantes. Muitos são naturalmente elegantes, mesmo que estejam de jeans e camiseta . Não é a roupa que os define, é muito mais o caráter e a sobriedade Capricorniana que se faz notar de uma forma elegante e até mesmo misteriosa. 

Após a primeira impressão , sóbria e elegante, vem a segunda : a inteligência Capricorniana. Não é preciso conversar durante muitas horas para perceber a perspicácia e a mente racionalíssima dos nativos de Capricórnio. São realmente muito perspicazes e de respostas rápidas e inteligentes, às vezes até  sarcásticas. 

Fala-se muito e enfatiza-se muito o caráter sóbrio e quase frio destes nativos , que é apenas o reflexo de uma mente extremamente racional, ou seja, a razão domina as emoções Capricornianas. O que no meu entender não  é um ponto negativo. O ùnico cuidado é não levar a vida tão a ferro e a fogo para evitar tendências pessimistas. 

Agora vamos falar sobre os sentimentos Capricornianos dentro de uma relação. Já que emoção e razão não são lá muito amigas. E como o Capricorniano (a) se comporta ? O que ele (a) espera de um relacionamento?

Traduzindo em palavras, aquilo que o seu Capricorniano ou Capricorniana espera de um relaciomento é a segurança , acima de tudo. Isto não quer dizer que eles (as) não gostem de viver "momentos" apaixonados e de muita aventura, mas em algum ponto da relação colocam os pés no chão ( literalmente aterrizam em solo firme) , e esperam que tal relacionamento lhes passe algum tipo de segurança, que seja no emocional ou no financeiro. 

Então os Capricornianos são materialistas? Não necessariamente!

Quando se fala em segurança Capricorniana em um sentido material é muito mais aquilo que lhes traz alguma segurança e estabilidade, não necessariamente o acumulo de bens materiais ou de uma vida luxuosa. 

Passa-se o mesmo com suas emoções. O Capricorniano (a) é extremamente romântico e sonha em viver um amor verdadeiro , assim como a todos os mortais, mas como eu descrevi anteriormente, em algum ponto tal relação deverá trazer ao Capricorniano(a) algum tipo de segurança para que a relação avance. 

No convivio diário com um Capricorniano aquilo que lhe importa é a funcionalidade prática da relação. Falando mais claramente e quase dolorosamente. É preciso que o parceiro(a) seja ùtil e necessário em sua vida prática , e que acima de tudo lhe acrescente algo que lhe falta. Capricornianos  demoram a se resolverem  a assumir um compromisso , justamente porque sabem  que no inicio de qualquer relação tudo é ilusão, e só o tempo (Chronos) dirá se tal relação vale um certo grau de comprometimento, ou não. 

E como reconhecer se ele (a)  está realmente apaixonado (a)?

É muito mais fácil do que muita gente imagina. Um Capricorniano apaixonado é determinado e seguro de seu alvo. Quando ele quer, ele faz! Ele é determinado, não se esqueçam!

Cuidado! Um (a) Capricorniano (a) apaixonado (a) é extremamente sedutor. Uau! 

E quando ele demonstra não querer, se esquivando o tempo todo? É simples. Ele não quer, ou algo o está incomodando na relação.

Vale a pena  insistir? Sim, vale a pena, porém de uma forma mais sutíl , criando ou recriando o interesse Capricorniano. Nunca chore tentando chantagear a um Capricorniano, chantagem emocional não funciona. Ele (a) vai fingir que se comoveu , mas lá no fundo está mesmo é sem jeito de lidar com tamanha emoção . Demonstrações de fragilidade emocional podem ativar o instinto protetor do Capricorniano, assim como acionar o instinto controlador e autoritário. Ele (a) pode achar que você é presa fácil. Depois não reclame do autoritarismo Capricorniano.

É muito mais fácil conquista-lo (a) com uma certa sutileza , um toque de sedução e inteligência. Capricornianos (as) se derretem por uma mente inteligente e sedutora. É tiro e queda! 

Enfim, para aqueles que estão iniciando um relacionamento com um (a) Capricorniano(a) , a paciência é um fator determinante para que a relação progresse. O Capricorniano é metódico   e até mesmo nos relacionamentos afetivos tudo tem o seu tempo , as suas etapas. Portanto, não queira nunca pressionar a um nativo de Capricornio que tem como seu regente Saturno. Lembrando que Saturno é simbolizado por Chronos o deus do tempo. Aquele que comeu seus filhos para não correr o risco de perder o seu trono. 

Deu para perceber a maior característica Capricorniana com seu regente Saturno? Chatinho , exigente e disciplinador. 

Os Capricornianos quando jovens costumam ser velhos e quando velhos , em uma idade mais madura , tendem a rejuvenescer. Tipica característica de nativos que não tiveram infância por serem mais maduros que a maioria. 

Apesar de afirmar e confirmar tais características Capricornianas ( pois eu sou uma ) , tudo dependerá também de onde está a Lua de cada nativo. A Lua rege as nossas emoções, portanto, observe onde está a Lua de seu (sua) Capricorniano(a) , ela poderá responder quais as reais necessidades emocionais de seu (sua) Capricorniano (a). 

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Amores & ilusōes


               Me muero por esta sonrisa - Luís Miguel - el Sol del México.

Fazia muito tempo que eu não ouvia as cançōes de meu mais adorado ídolo da adolescência, Luís Miguel. Hoje decidi escutar todas. Sou apaixonadíssima por este talentosíssimo intérprete mexicano das mais lindas cançōes romanticas , jamais cantadas em língua espanhola , desde os meus quinze anos. 

A minha admiração/paixão por ele começou  quando o vi por primeira vez cantando Palabra de Honor quando ele teria mais ou menos  12 ou 13 anos. É paixão antiga! Talvez a primeira que provei  na minha adolescência. 

O tempo passou, a admiração por sua belissima voz seguiu, mas a paixão ficou um pouco de lado , até ouvir o tema de uma novela da Globo : La Barca. Aquela voz não me era estranha . Sim, era ele, Luis Miguel, a minha primeira paixão platônica a primeira vista enquanto ainda adolescente. 

Sua voz melódica embalava meus sonhos e creio ter ouvido La Barca umas quinhentas mil vezes somente para me deliciar com sua voz. Era pouco, apenas a sua voz, mas era o suficiente para provocar em mim aquela sensaçáo de encantamento que somente as paixões platônicas nos oferecem, algo tão irreal e distante que nos toca a alma tão profundamente. 

Meu impulso para aprender espanhol começou com La barca, queria compreender a letra de todas as canções de meu amor platônico e assim ao menos sentirme mais perto, mais conectada com aquele ser que me tocava tão fundo a alma com sua doce e melodica voz. Enfim, era um ídolo, uma paixão , um alguém inacessível . 

Luis Miguel era o fruto da minha ilusão romantizada de um amante ( principe)  perfeito, com sua  voz melódica , seu olhar penetrante e um sorriso sem igual. Ahh, eu amava ele! Sonhava e imaginava em um dia poder respirar o mesmo ar que ele respirava. 

Minha paixão idealizada era tanta que a projetei em um garoto de apenas 17 anos . Eu na época com 24 anos , me apaixonei à primeira vista por um garoto de olhos verdes, amigo de meu irmão menor, com um sorriso largo e uma leve semelhança com o meu idolo Luis Miguel. Ele era filho de espanhois, mais uma semelhança. Que somatização!

 Aos 21 anos ele começou a trabalhar em uma empresa multinacional e a vestir terno e gravata. Assim como Luiz Miguel em suas apresentações, sempre tão impecável. Era difícil deixar de fazer comparações ( silenciosas) e não imagina-lo vestido de terno e gravata , "hablando en español" com um microfone em mãos . Que fantasia. 

Esta fantasia me custou uma paixão idealizada , puramente física , que por muitas vezes me decepcionava profundamente ao perceber que ele não era tão perfeito quanto a Luis Miguel. E quem disse que Luis Miguel è perfeito? Não, ele não é perfeito é apenas um ídolo que provoca paixões  e ilusões. 

Com isto, concluo,  que por mais de 10 anos fui apaixonada por uma ilusão que criei, um projétil de Luís Miguel, uma maquete, um quase clone, uma fantasia de adolescencia que tinha como "centro" a minha adoração por um idolo da minha adolescência.  Típico de quem possui a Vênus em aspecto com Netuno. Que patética descoberta!

Minha paixão verdadeira ( platônica ou não) , ou pelo menos a raiz  verdadeira de tal sentimento , sempre foi  "o idolo"  Luis Miguel , tão somente. O resto eram apenas ilusões.