quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Oque dizer de Okinawa?



Estava pensando em um texto super hiper explicativo sobre Okinawa e suas ilhas paradisíacas, mas acabei desistindo. Ainda não conheci toda a ilha, e nem sei se terei tanto tempo assim. Afinal, eu vim para trabalhar ou fazer turismo?

Decidi postar algumas fotos , que creio eu, dizem muito mais do que palavras. Estas fotos são de alguns percursos que faço , como ir ao trabalho, ao correio, e algumas praias atrás do meu prédio e do meu trabalho. Nada de especial.

Agora é inverno aqui em Okinawa , e a temperatura gira em torno dos 19 graus. Todas as vezes saio com uma camiseta de manga curta e outra camisa por cima, mas na primeira esquina tenho que tirar a camisa por causado calor. Não parece inverno de jeito nenhum, parece a Primavera japonesa com calor durante o dia e um ventinho frio ao entardecer.


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Qualidade de vida



           
    
Qualidade de vida é ter o direito de respirar ar puro, é respeitar os limites do próprio corpo, é fazer oque se quer sem prejudicar o outro, é poder ir e vir com segurança, é ter saúde , paz espiritual e harmonia no convivio com o seu meio.

Poderia listar inúmeras condições para uma verdadeira qualidade de vida, mas isto depende de cada um. Para alguns a qualidade de vida poderia  ser representada por conquistas materiais, para outras uma vida familiar harmoniosa, para outros o contato com a natureza e assim por diante.

Para mim, a qualidade de vida resume-se em apenas uma palavra que engloba  absolutamente  tudo : a liberdade.

Liberdade de fazer as suas próprias escolhas e viver a vida da forma que mais se adapta as nossas necessidades. Fugindo de tendências, modismos e condicionamentos sociais. Não me refiro a ser um rebelde sem causa contrariando as normas e regras da sociedade onde se vive, me refiro a criar condições apropriadas para o nosso bem estar,  até mesmo dentro de regras rígidas , sem  fugir as nossas responsabilidades. 

Respeitar à sì mesmo em primeiro lugar, ou se amar, são requesitos primordiais para o nosso bem estar. Cuidar do corpo e da mente e aprender a respeitar os nossos limites físicos , prestando muita atenção a aquilo que o nosso corpo nos pede. Tendo sempre em mente  que a saúde e a disposição física é o nosso principal combustível para enfrentar um longo dia.

A mente. 
Não podemos nos esquecer dela, a nossa mente produz tudo aquilo iremos  viver em antecipação aos nossos atos. Portanto, nem preciso dizer : Mente sana, corpo sano.

Leia, medite, ouça música relaxante, ouça palavras otimistas e delete aquelas que só servem para acumular espaço inútil no nosso HD. A nossa mente é como a memória de um computador, se não limparmos  os cookies, os spywers e arquivos inúteis, com o tempo ele vai ficando lento e cheio de vírus. Aprenda a limpar os rastros de sua mente, e se for preciso, troque o sistema operacional.

A nossa casa. 

O nosso lar é a verdadeira extensão de quem somos. Nosso primeiro lar é o nosso próprio corpo, o segundo é a extensão dele. Manter a casa limpa e organizada é uma forma de respeitar a sí mesmo. Decore-a , perfume-a . Pense que você merece viver em um ambiente limpo , organizado e bonito.

A nossa criatividade.

A nossa criatividade está muito ligada a nossa coragem. Criar mentalmente inúmeras situações sem a coragem de empreende-las é criatividade inútil. Crie situações novas mentalmente e execute-as, uma à uma, mesmo que pareçam ser insignificantes ou impossíveis de serem aplicadas em sua vida. Crie meios, ferramentas, estratégias e siga em frente com coragem. 

Estas são apenas algumas condições para se obter bem- estar , e estar mais próximo de um mínimo de qualidade de vida. O resto vem naturalmente.










domingo, 21 de dezembro de 2014

A vida em uma ilha


Recém chegada a Okinawa , hà menos de uma semana e já parece que estou aqui hà meses. Ainda não tive tempo para sair e conhecer a região. Na verdade , creio que não hã muito para se ver a não ser o mar esmeralda . Muito lindo! É a primeira vez que vejo um mar tão bonito. 

A ilha é quase deserta, o número de habitantes não passa de 2.000 , e a região mais parece uma cidadezinha super hiper interiorana. A verdadeira atração da ilha é mesmo a natureza .

Outro detalhe interessante é a forma como esta gente de Okinawa se difere de todo o Japão. A cultura é diferente , as construções ( casas e prédios) são diferentes de todo o Japão. Quase tudo de concreto para suportar os frequentes tufões no verão, ou porque realmente é uma àrea que não se modernizou tanto quanto o resto do Japão. Para dizer a verdade, a impressão que tenho é a de que os habitantes das ilhas de Okinawa nem fazem questão de muita modernização. 

Visualmente, muitos okinawanos são diferentes dos japoneses . Algumas okinawanas que vi no aeroporto de Naha tinham feições de mestiças, os homens nem tanto.

Ainda não tenho muita idéia de como são os okinawanos. Teria que dar um giro por outras ilhas ou até mesmo em Naha para poder dizer com certeza, mas a princípio , me pareceram ser bem gentis . Como todo o povo japonês, eles são super tímidos e silenciosos . Não sei se existe diferença entre uma ilha e outra, ainda não deu para perceber . A ùnica coisa marcante por estes lados é que todo mundo se cumprimenta nas ruas. Pode ser uma característica desta ilha , não sei dizer.

O problema maior de viver em uma ilha é a locomoção. Não existem muitos ônibus e os horários não são fixos . Podem mudar os horários de uma hora a outra, principalmente no inverno. 

Viver em ilhas de Okinawa  é como viver em áreas agrícolas no interior do Brasil. muita plantação de cana- de - açucar , abacaxi , e muita estrada circundada por muita vegetação. 

Da janela do meu quarto o panorama é de pura vegetação. A noite ( de madrugada) se pode ouvir o mar e alguns sons estranhos que ainda não sei dizer se são pererecas, grilos, ou qualquer outro bicho estranho. Dizem que no verão costumam aparecer cobras venenosas pelas estradas. 

Outro animal famoso na região  e em extinção que habita estas ilhas é um tipo de gato selvagem . Dizem que existem apenas 100 . Até o momento só vi muita largatixa , passarinhos e um bichinho preto e pequeno que não sei oque era.

Não fossem as  suas belissimas praias de um verde esmeralda e seus corais, Okinawa seria apenas um ponto esqueçido no território japones. 

Dizem que os okinawanos não se consideram totalmente japoneses, e que todo o resto do Japão da mesma forma não consideram os okinawanos como japoneses. Talvez por sua cultura diferenciada com raízes na cultura chinesa. 

Apesar de todas as diferenças entre Okinawa e o resto do Japão, temos que admitir que este povo foi abençoado pela maē natureza. 

                                               Okinawa - by me


                                               Okinawa - by me 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Pré-pago japonês e chá de cadeira



Quem foi que disse que produtos e serviços japoneses são eficientes ?

Mais uma vez , tomei o maior chá de cadeira na Au shop só para que eles averiguassem porquê raios o meu pré -pago recebe sms de todas as operadoras , mas eu não consigo responder?

Dois dias antes liguei para o atendimento da Au ( 157) e uma moçinha muito engraçadinha ( por causa da voz meiga) me prendeu por quase 1 hora ao telefone para testarmos o sms . Ela me enviou uma mensagem do seu celular ( Au) e eu consegui responder, porém o nùmero do celular dela desaparecia da tela de resposta. Achei estranho, ela também, mas como eu digitei novamente o numero dela e a mensagem foi enviada, ela me disse que não poderia considerar como defeito.

Muito bem. O celular troca sms com o celular de alguns funcionários do atendimento da Au, menos com todos os meus contatos e isto quer dizer que o celular funciona?

Como a situação ficou meio estranha, preferi ir a loja para que averiguassem se por acaso eu estava digitando algo errado. Fiz todo o procedimemto de envio de sms na frente do atendente e todos os sms que enviei davam falha. 

O atendente levou meu celular, meu cartão de dentidade , e depois de uns 15 minutos voltou com essa:
- Existe a possibilidade dos seus contatos estarem usando alguma letra que o sistema não consegue ler no endereço de email ou algum filtro, impossibilitando o envio do sms.

Tá. Então eu tenho que ligar para todos os meus contatos e pedir para que eles mudem o numero do telefone ou desativem o filtro só por minha causa?

O atendente me olhou com aquela cara de interrogação típica de japonês e me pediu para esperar mais alguns minutos. Passaram-se 3 horas e eu estou aqui sentada esperando uma solução.

Dava tempo de ir e voltar de Tokio de trem bala...

Coisas do Japão. Perfeição japonesa virou lenda . 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Interiorizar é preciso

       
      
   

Se todas as pessoas tivessem a capacidade de perceber que vivemos em dois mundos ( interno/externo) e que assim como alimentamos o nosso mundo externo ( vida mundana) é preciso cuidar da nossa essencia mais básica, talvez o mundo fosse um pouquinho melhor.

Gente que é escrava do dinheiro , sem tempo para sí mesmo, ou  gente que castiga o corpo com químicos para alivar a dor da alma ou do corpo .  Os dois  estão sempre conectados. Alma doente, corpo enfermo.

 Dedicar ao menos 5 minutos diários de meditação, ou simplesmente manter-se desligado do mundo , em oração ( não importa a religião) até o ponto de sentir-se realmente conectado com a linha invisível que nos liga ao Universo, seriam habitos muitos saudáveis , e o nosso "self" agradeceria.

E quem é que consegue se desligar desta vida mundana, com tantas contas atrasadas para pagar, filhos que nos causam preocupações , o cachorro do vizinho que não para de latir, ou até mesmo a imensidão de anúncios e programas da tv e internet que nos convidam a estar entretenidos, e esquecidos de nós mesmos?

Vejo tanta gente viver como "zumbis". Não percebo mais aquele brilho no olhar das pessoas. Mas será o meio em que eu convivo? Pode ser...

Às vezes gostaria de poder ajudar as pessoas para que elas pudessem enfrentar  todos os desafios da vida sem esmorecer, sem stressar com pequenas coisas , e até mesmo a respeitar os limites de seu próprio  corpo. Me sinto impotênte e me calo, a um certo ponto. Cada um sabe de sí. 

Aqui em terras nipônicas é muito frequente encontrar pessoas que vivem como verdadeiros zumbis, escravos do capitalismo e de uma rotina massante . Mesmo inseridos em uma sociedade assim, deveríamos nos permitir viver também, o outro lado da vida. Aquela que é apenas nossa , o nosso self. 

Aquilo que nos agrada, nos tranquiliza e nos traz paz de espírito para poder recarregar as energias ( positivas) e enfrentar todos os desafios da vida mundana, está dentro de nós. Ignorante é aquele que busca fora de sí um afago que só nos mesmos podemos nos oferecer. 

Respirar corretamente, comer corretamente, dormir o tempo suficiente, meditar diariamente , já seria um bom começo. Pena, que muitas pessoas não dediquem ao menos cinco minutos diários para ouvir a sí mesmo. Quem dirá aos outros...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Correio no Japão

I         
  

Todo mundo   sabe que o povo japonês é super metódico em absolutamente tudo , não é mesmo?

Só que esta mania de serem metódicos em tudo , às vezes causam alguns problemas para nós estrangeiros. 

Eu tenho dois endereços de correspondência aqui no Japão, um oficial e outro não. Sim, e daí? 

Qual o problema de eu ter uma residëncia em um lugar e endereço de cobrança em outro?

Aqui no Japão se você tem dois endereços de correspondência o correio vai insistir em enviar todas as suas correspondências para o endereço oficial, aquele registrado na Prefeitura. 

Mas e se eu tiver um amante e quiser que algumas correspondências sejam enviadas em outro endereço? Não posso?

Não sei como os japoneses fazem com as contas das amantes. Com certeza eles devem depositar em " espécie" , ou coisa do gênero, porque eu já tive as minhas correspondências devolvidas por várias vezes. 

Na dúvida do endereço correto , eles simplesmente devolvem a correspondência sem enviar nem para um endereço e nem outro. 

Eu particularmente não acredito que isto seja via de regra dos correios japoneses. Estou começando a achar que " depende" do funcionário. 

Hoje fui retirar no correio um letter pack que me enviaram hà 4 dias e voltou para o remetente . O mais estranho é que eu não recebi nenhum tipo de aviso por escrito do correio. Normalmente o correio deixa um aviso para que o destinatário ausente vá retirar a correspondência . Eu não recebi absolutam ente nada. 

Aproveitando a minha ida ao correio, pedi para que agendassem uma data para que o correio vá retirar algumas malas . Normalmente isto se faz por telefone, mas se a pessoa já está no correio pode naturalmente pedir o agendamento em pessoa. 

A moçinha do atendimento de " packs" me orientou a fazer o pedido por telefone porque não era possivel faze-lo pessoalmente no correio. Achei estranho demais, mas como tudo é muito estranho por aqui deixei passar. 

Como eu tinha ainda que enviar um presente para o Brasil, fui a um guichê interno e perguntei a uma outra atendente se eu não poderia agendar a retirada de minha bagagem com antecedência na agência e não por telefone. A atendente muito gentilmente me disse que sim, que não era necessário ligar , bastava eu ir ao guichê que ficava na outra sala. 

- Mas eu acabei de voltar de lá! Respondi indignada.

A atendente me olhou com aquela cara de ponto de interrogação que todos os japoneses fazem quando sabem que algo está errado, mas não querem admitir. 

Voltei ao guichê de atendimento a "packs" e pedi para que a moçinha fizesse o meu agendamento porque a atendente de dentro me havia orientado a faze-lo no guichê. De repente, a moçinha sacou uma caneta e um papelzinho , que nem formulário não era , e começou a escrever os meus dados para a retirada da minha bagagem. Me orientou onde eu deveria escrever a data solicitada para a chegada da minha bagagem  e tudo mais. 

Saí da agência um pouco desconfiada. Mas será que dá para confiar em alguém que te dá informação errada e ainda escreve os dados do agendamento em uma folhinha de rascunho?

Dito e feito. Já estávamos a alguns passos distante da agência quando uma japonesa toda esbaforida vem correndo em nossa direção. Era a moçinha do "pack" . 

Ela havia esqueçido de perguntar o meu nome , e encomenda sem destinatário aqui no Japão não chega nem por acidente. 

Escrevi na sua folhinha de rascunho o meu nome , e quando pensei que já estava tudo certo e claro, a moçinha me soltou essa: - O endereço para retirada é neste endereço ou no outro?

Nãooooooooooo! I dont believe!

Tive que pedir gentilmente para que ela agendasse a retirada de minhas bagagens no endereço que eu havia indicado porque as bagagens se encontram lá e não no endereço que está registrado como minha residência. Pleaaaaaseeee!

Depois de toda esta confusão , a moçinha esbaforida soltou mais essa: - Eu vi que a senhora tem outro endereço no sistema, mas pode ficar despreocupada que só eu sei. 

Hummmmmm?????

Help meeeeeeeee!



sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Gente que grita

          


Não sei quanto ao resto do mundo, mas eu não suporto gente que grita para falar e de forma agressiva. Não importa se é com a intenção de ser agressivo ou se é sem intenção. Toda palavra pronunciada em tom alto e ríspido me corta o coração. 

Não que eu seja um vasinho de cristal que se quebra em pedaçinhos com facilidade, mas a voz alta só tem dois resultados em mim, ou me ferem no fundo da alma ou me provoca ira. Sem chance de passar desapercebido.

Quando eu estive na Itália fiquei super hiper magoada uma vez com um italiano , desses que tem tabacaria onde vende de tudo. Ele poderia ser estúpido, mal educado, grosseiro , e o caramba, sem levantar a voz, mas o tom de sua voz era tão agressivo que juro , quase chorei. Ele conseguiu estragar o meu dia inteirinho , e isto porque eu nunca o vi mais gordo na vida. 

Às vezes acontece de alguma pessoa falar assim comigo, justo quando estou mais sensivel, e aí é fatal. Fico me remoendo por dentro e tentando disfarçar o meu desconforto para não acabar criando uma situação embaraçosa. Afinal, nem é para tanto, a pessoa só fala alto e se expressa de maneira agressiva. 

Ela talvez nem perceba que eu uma Capricorniana da gema seja uma pessoa tão emocionalmente afetável. Na verdade, eu creio que ninguém percebeu ainda que aquilo que comandam as minhas emoções não é o meu Sol Capricorniano , e sim a minha Lua Escorpiana.  Que pode ser tão vingativa e colérica , como profunda e melancólica. 

Per favore, non gridare,!

Como Iago

      
    
                                       O mal-encarado à direita é Iago...

Iago, ato I

Uma das falas mais famosas de Iago está na primeira cena da peça: "Carregaria o coração  na manga, para atirá-lo às gralhas". Esta fala é muitas vezes mal interpretada, porque é apenas a segunda metade do pensamento. A fala completa de Iago significa que ele esconde seus sentimentos e intenções, a fim de se proteger.

Hoje estou completamente Iago. Não que eu tenha assistido Otelo de Shakespeare e nem lido a sua obra. Também acredito que não compreenderia tal leitura. Já tentei ler Dante e não entendi nada. 

Também não estou me sentindo maquiavélica como Iago, apenas me identifiquei com a sua fala : " Carregaria o coração na manga, para atirá-lo às gralhas". Tal qual , como descrito acima.

Buscando na net alguma frase que descrevesse aquilo que estou sentindo hoje, encontrei várias frases que  se intitulavam como frases de Willian Shakeasper. Cuidado. A maioria não são frases de Shakespeare . Esta acima sim , é um trecho da fala de Iago em Otelo. 

 Ahhh, sei lá! Não li nenhuma obra literária deste famosissimo  poeta e dramaturgo inglês , mas achei um pouco duvidosas aquelas frases  que se denominavam como de autoria de Shakespeare .

Para comprovar a veracidade de tais frases, fiz o sacrifio de entrar em sites em inglês e comparar as frases dos sites em português, ou seja, brasileiros. 

Minha gente! Esse povo inventa demaisss ! E ainda usam  o nome de personalidades famosas da história. Só consegui confiar um pouco nos sites em inglês porque neles estavam mencionadas algumas frases de Shakespeare juntamente  com a obra de onde foi retirada a frase. 

Daqui a pouco vão dizer que aquele provérvio popular :  Quem vê cara não vê coração è de autoria de Napoleão Bonaparte. 


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Manhãs de inverno

       



Manhã chuvosa, abro a janela e aquele ventinho gelado de começo de inverno querendo arrepiar- me a alma. Decididamente, o clima altera os meus ânimos. Desânimo total.

Na minha opinião as estações do ano deveriam ser apenas duas: o verão e a primavera. Nada de invernos rigorosos e nem outonos sombrios. Talvez, como o clima do Brasil, onde nem se percebe quando termina o outono  e começa o inverno. É tudo uma coisa só. 

Aqui em terras nipônicas o clima é bem definido e quando passam- se os tres  meses de cada estação, na virada do dia 21 , percebe- se nitidamente a chegada  de uma nova estação. Talvez por isso , as pessoas aqui sejam tão metódicas ( certinhas)  e os brasileiros tão zuados e sem regras definidas. É culpa do clima.

Para dizer a verdade, até suporto tais  viradas do inverno japonês, acho que me acostumei. Aquilo que me causa profundo desânimo é o tempo nublado com o céu totalmente cinza. Pode chover rios, trovejar, ventar e a temperatura despencar,  contando que o céu esteja azul . Dificil , só se fossem chuvas de verão, ou alguma mensagem dos céus nos alertando para um possível terremoto. 

Eh, quem é bom observador dos céus japones , sabe que quando algumas nuvens estranhas aparecem nos céus em meio a um azul anil , ou quando a temperatura aumenta de repente no inverno , é sinal de terremotos. Eu já comprovei esta sabedoria popular duas vezes em terras nipônicas.

Hoje a temperatura minima é de 5 graus e a maxima de 11 graus. Nem está tão frio ...ainda, mas o céu, este sim, está feinho. Gris. E a minha alma também vai formando contornos acinzentados. 

Se somos realmente parte de um "todo" , e somos regidos por forças invisíveis que regem a natureza e seus ciclos, hoje em especial, não queria estar tão conectada ao " todo". 

Vou fechar a janela e ignorar o " todo". 

domingo, 30 de novembro de 2014

Sensações

          


Diário de bordo: 1/12/2014 - japan


 Já entramos no mês de Dezembro, periodo fatídico para aqueles que não conseguiram cumprir suas metas do ano. Período  inovador para aqueles que já iniciaram novos projetos antes mesmo de dezembro . Periodo "mais ou menos" , para aqueles que optaram por não mudar absolutamente nada . Independente das escolhas de cada um, o importante é estar satisfeito e feliz com as  próprias escolhas. 

Sentada na minha arm chair , ao som de I Belive I can fly e observando o cèu azul pela janela. Lá ao longe observo  um arcobaleno ( arco-iris) . Ele tem fim, mas não tem começo, quer dizer, o arco-iris está pela metade. Se eu tivesse que seguir este arco-iris para percorrer  o caminho que me levaria a um baù cheio de tesouros, estaria ferrada. 

Ou será que ele está querendo me  dizer algo do tipo: - Já está na metade do caminho , sua tonta. 

Fazer aquilo que se quer, viver a liberdade de decidir por nós mesmos  ( absolutamente tudo) , aquilo que mais nos  convém é maravilhoso. Mas como tudo na vida, tem lá os seus pros e seus contras. Paga-se um preço alto por cada escolha. 

Ganhar é perder. Não sei porquê, sempre tive esta impressão com relação à liberdade de ir e vir , e de sermos nós mesmos sem aqueles velhos condicionamentos sociais. 

O periodo é de espera , ansiedade contida ou com efeito retardado. Aquilo que prevalece é muita tranquilidade e uma sensação de : - Yes, I belive I can fly!

E as estrelas ditando o curso

        


Incrível! 

Hoje aqui no Japão já é dia 1 de dezembro  de 2014, segundo as previsões do meu mapa natal , uma quadratura referente a decisões sobre trabalho iriam terminar em 30 de novembro de 2014. 

Coincidências vindas do céu ou sei lá. Provo com esta experiência de que, os aspectos quando longos podem se manifestar tanto no começo como no final. 

Nem poderia imaginar que receberia ainda um novo comunicado do meu antigo empregador para voltar a trabalhar . Até o salário aumentaram para que eu retorne à função, caso eu ainda não tenha  fechado o contrato com o Hotel na ilha de Okinawa. 

Dificil decisão ( saturno em quadratura com o meio do céu) que terminou hoje. Optei pelo Hotel em Okinawa , obviamente. Não há mais como retroceder tal decisão sem causar embaraços. 

Além do mais, já tenho tudo programado na minha cabeça e se depender de mim, cumprirei o contrato de 6 meses para aprender o trabalho e conhecer um pouco sobre a cultura Okinawa e de quebra viajar um pouco entre as ilhas próximas. Depois, nunca se sabe. 

Ainda tenho outra quadratura de Urano com Saturno que pode alterar os meus planos até março de 2015. Ao mesmo tempo tenho uma bela Conjunção que me ajuda a estar mais estável e consciente das minhas escolhas no campo profissional. 

Como dizem no meio astrológico: Nem tudo que está escrito acontece, mas tudo que acontece está escrito. 

O resto, não depende   das estrelas. Depende de mim. E vamos que vamos!

sábado, 29 de novembro de 2014

Amizade vitual

          


Quase dez anos se passaram, desde que conheci virtualmente um siciliano muito simpático em um site de relacionamentos , o meetic.pt . Aliás, creio que ele foi um dos primeiros que conheci neste site porque eu não falava italiano na época e nós nos comunicavamos em espanhol. 

Apesar do siciliano ser simpatico e muito agradádel, o fato dele ser um " duro" e mais novo do que eu alguns anos , nunca me animaram a pensar em algo à mais . 

Passado um tempo continuei conhecendo vários outros italianos e sempre pedindo ajuda à ele com informações sobre os meus possíveis pretendentes. Ele sempre me ajudou, muito prestativo o siciliano. 

Quando eu estive na Itália cheguei a falar com ele por telefone ( ele era o meu reserva n. 2) , mas ele foi um pouco seco comigo e nem  chegamos a nos encontrar. Depois , só por Skype, uma vez de dois em dois meses, ou uma vez de seis em seis meses , sempre á pedido dele. Para mim , ele era só mais uma luzinha acesa no meu Skype, como tantas outras. 

O tempo passou sem que nos apercebecemos. Ele engordou, perdeu aquele ar de garotão, cortou os cabelos cacheados , agora ele usa maquina 2, e está cheio de ruguinhas nos cantos dos olhos e na testa. 

Com certeza ele deve ter percebido o quanto mudei também. Mas como sempre, super gentil e sincero. Quando estou feia ele apenas diz que estou com o rosto cansado e quando ele me vê bonita sempre solta aquele elogio( em italiano)  que toda mulher adora ouvir: - Tu, non cambia mai. Sei sempre bella!

O tempo não causou  apenas mudanças físicas em nós dois, muitas coisas mudaram. Ele continua duro, mas herdou uma bela casa da falecida avó. Me lembro que na época que nos conhecemos virtualmente ,ele vivia em uma casa simples de um quarto e uma sala e tinha uma moto Kawasaki que mau conseguia pagar . Também acho que ele foi promovido, ou aumentaram o seu salário porque agora ele tem um automóvel. 

Enfim, o tempo passou, muitas coisas ocorreram em sua vida e na minha também. Sem dúvida, passados quase 10 anos , estamos mais vividos e amadurecidos, mas o carinho que nos conserva e nos mantêm sempre on line um para o outro não mudou em absolutamente nada. 

Cada vez que nos falamos por Skype é como se o tempo não tivesse passado tão depressa. Todas as vezes que nos falamos por Skype ele me convida a ir para Sicília e eu o convido para que ele venha ao Japão. Sempre assim, nem um e nem o outro se move. A distância  sempre nos vence. 

Ele não faz parte da minha vida e nem eu da sua. As vezes parece perda de tempo falar com ele, mas não dá mais para cancelar , ou simplesmente excluir dos meus contatos um tipo que está lá hà 10 anos. Dá? Não, não dá!

E pior, se ele um dia encontrar a " donna giusta" e me cancelar do Skype e do facebook, vai ser como se tivessem me cortado um dedo. Um cortezinho não muito profundo claro, mas iria doer. 

Segundo ele, já somos amigos hà dez anos , e mesmo que virtualmente , já sabemos muito um do outro , e o carinho que foi recíprico desde o inicio não mudou com o tempo. Amadureceu e criou raízes no meu Skype. 

Bom, eu não penso em encontra-lo , não tenho mais planos de viagens impensadas e se ele não se mover , eu é que não vou ao seu encontro. Estaremos fadados a sermos eternamente duas pessoas que se querem muito bem à distância. 

As vezes , me vem uma pequena frustração de não poder estar perto dele , de não poder toca-lo, abraça-lo, ir visitar a mamma dele que mora alí pertinho. Essas frustrações básicas e virtuais. Nada de grave. 

Quer saber ? É muito dificil eu viver relacionamentos tão virtualmente afetuosos. Tá muito bom assim mesmo,  se melhorar estraga.

Amigos para sempre on Skype. Onde quer que eu vá, ele sempre vai junto, no meu Skype. 

Forever and ever! 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Vida mais ou menos

        

          Já me disseram que eu pareço com este bicho, ou que me faltam proteínas . Será? 

Quase dois meses de repouso forçado e levando aquela vida " mais ou menos". Se fosse em outras épocas eu já estaria viajando pela Europa. Como nem tudo na vida é como desejamos, desta vez , o jeito é ficar quieta no meu canto e organizando os preparativos para a mudança. 

Sei lá quantas vezes eu me mudei de casa, de cidade e de país nestes últimos anos. Já estou me tornando uma "expert" no assunto e quanto mais eu me mudo, mais quero seguir mudando. Deve ter algum nome patológico  este tipo de comportamento. Síndrome da árvore sem raiz? Sei lá!

A verdade é , que se eu tivesse condições , eu realmente viajaria o mundo em expedições por áreas fantásticas e desconhecidas, alternando com países da Europa. 

Well! A minha realidade terrena é bem outra, e eu devo trabalhar para me manter. A independência e a liberdade tem sempre o seu preço. 

Contagem regressiva para a minha partida. Preparando- me fisicamente ( 5 minutos de ergométrica por dia) e psicológicamente para começar a minha rotina de lêre lêre em um Resort japonês. 

Será que eu vou sentir inveja dos turistas na beira da piscina, enquanto eu ralo o dia todo? Acho que sim. Sou humana . 

Por enquanto, aproveito os meus longos dias de ociosidade total e sem culpas. Sei que dias duros virão pela frente. Me permito sentar  na minha poltroninha e ler um livro ou qualquer outra coisa até bater aquele soninho de fim de tarde e tirar uma "siesta". Assim como o fazem os espanhois todos os dias ( 3 horas de siesta) e nem sentem vergonha de tamanha ociosidade durante a semana. 

Eita! Vidinha mais ou menos! 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Antenada com o mundo

                                


Minha gente! Viver em um país onde a língua escrita é praticamente impossível de ser copiada e traduzida no google tradutor, não é fácil . Quando dá para traduzir ,fica sempre sem sentido algum.  Nestas horas , o jeito é apelar para todas as outras fontes de notícias pelo mundo. 

Já passei muitos anos aqui em terras nipônicas totalmente alienada, sem saber absolutamente nada sobre o país e sobre aquilo que ocorre no mundo. Usava a internet apenas para ver videos, horas e horas em chats com amigos e até desconhecidos. Hoje, a internet tem um papel fundamental na minha vida em todos os sentidos. 

Estar ligada em tudo aquilo que acontece pelo mundo, ou pelo menos nos países que me interessam, tem sido fundamental para eu poder discernir sobre os rumos que deverei tomar de agora em diante. 

É muito fácil alienar-se da vida em terras nipônicas quando não dominamos a língua , sem contar que, os noticiários japoneses , além de usarem uma linguagem diferenciada ( mais polida) e difícil de entender, noticiam apenas aquilo que lhes convêm sob um ponto de vista nipônico.  

Os noticiários brasileiros já são mais escancarados , mas ao mesmo tempo tendênciosos. A vantagem  de dominar o português é que podemos buscar outras fontes menos tendenciosas navegando na net para assim formarmos o nosso próprio ponto de vista sem a influência da mídia. 

Quando eu estava no Brasil, na medida do possível lia sempre a Veja e em seguida a Isto é, ou a Exame. Não acho legal ler sempre a mesma fonte. Sei lá! Assim eu penso.

A exemplo do periodo extremamente estressante que passei quando houve o terremoto de março/2011 aqui em terras nipônicas. A imprensa japonesa se mostrava muito reticente , a embaixada brasileira encima do muro, e as notícias que rolavam pelo mundo à fora eram de uma catástrofe nuclear com grandes proporções. A única forma de encontrar um equilibrio entre tantas notícias divergentes foi a de me manter informada através do consulado italiano em Toquio. Que por sinal se mostrou muito mais eficiente do que a embaixada brasileira ao noticiar diariamente o nível de contaminação nuclear em sua pagina na web. 

Claro que não dá para estar antenado 24 horas, seria até muito estressante saber demais. Ao mesmo tempo, creio que seja uma arma , ou ferramenta de grande utilidade para aqueles que vivem fora de seu país de origem. Informar-se para não ter surpresas e nem expectativas nebulosas quanto ao seu próprio futuro em terras longinquas ou não. 

A alienação nos faz ver o mundo de forma nebulosa, e a criar um mundo que não existe ( até mesmo desinteressante) , que portanto, nos limita a dar vôos mais altos em qualquer direção que seja. 


domingo, 23 de novembro de 2014

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come



Quem vive aqui em terras nipônicas sabe que não existe um lugar à prova de terremotos. O país tem uma longa história de ocorrência de catástrofes naturais. Já faz parte do país, portanto, quem decide viver aqui deve sempre ter esta consciência. 

Atualmente eu vivo em uma área coberta por placas tectônicas e se não me engano o ultimo terremoto que ocorreu em Nagano foi provocado por estas placas, apesar de eu não ter sentido nada por aqui. 

Quando começam pequenos tremores que podem ser sentidos com uma certa frequência, eu já fico esperando o pior. Não que eu seja pessimista, mas por ter vivido experiências em terremotos passados. São como se fossem avisos da Natureza, pequenos sismos  antes de vir um grande, sabe-se lá aonde.

Quando decidi me mudar para Okinawa, muitas pessoas me alertaram dos perigos com tufões . Okinawa, apesar de ser uma área com pouca frequência de terremotos , é tomada por fortes tufões , e o meu alojamento/ apartamento, fica a apenas alguns metros da praia. 

Os apartamentos e casas em Okinawa são de concreto, diferente das construções em outras regiões do Japão, possivelmente para evitar que as casas sejam derrubadas pelos fortes tufões. Quanto a tsunamis, pela localização do vilarejo onde eu estarei é dificil que um tsunami que venha do oceano faça a curva para atingir a área. Mas, nunca se sabe.

Como dizem: Para morrer basta estar vivo. 

Enfim, aqui em terras nipônicas é assim.Portanto, se você teme ser levado para o lado de lá ,pela força da natureza é melhor escolher outro país mais em harmonia com ela. 

Aqui é assim: - Se correr o bicho pega , se fugir o bicho come!

A astrologia e o ceticismo


          
   
Carl Gustav Jung (1875-1961) foi um importante psiquiatra e pensador, criador da psicologia analítica. Ao longo de sua vida, estudou Astrologia e se interessava pelo tema especialmente em sua tentativa de compreender o universo, as pessoas, a alma humana e todos fenômenos que estudava. 

Outro dia, por acaso, entrei em um link suiço de um programa da tv Suiça que eu costumava assistir , sempre quando estava de passagem pela terra dos comedores de queijo. O programa de tv se chama Patti Chiari, é um programa de tv que aborda assuntos como a qualidade de produtos e serviços suiços oferecidos à população, em lingua italiana.

Em uma das " puntatas" , que agora não me recordo a tradução em português, o assunto era sobre os serviços de cartomancia e tarot. Assim como no Brasil, na Suiça existem os tais "0900" para fazer consultas ( pagas por minutos) com videntes. E assim como no Brasil, a grande maioria é composta por charlatões e pseudo-videntes que fizeram alguns cursos de cartomancia on line e se apresentam como videntes. 

No decorrer da reportagem, sempre com uma camera oculta, aquilo que podemos perceber é que tais videntes ou cartomantes que foram consultados pela equipe de tv não passavam de charlatões. Creio que o intuito da reportagem era mesmo esta, a de mostrar os charlatões e não os videntes que possuem verdadeira capacidade paranormal. A paranormalidade é outro assunto, mas também muito interessante porque acomete a pouquissimas pessoas. 

Para discutir o assunto em estúdio, foram convidados dois céticos , um ator italiano , um professor  de quimica e um tarólogo italiano residente na Suiça e diplomado em psicologia. 

O ceticismo ( ou ignorância) humano é tão grande que em meio a uma discussão acalorada, o tal professor de quimica  chegou a questionar o porquê de um psicólogo deixar o seu título de graduação em psicologia para adotar a pseudo-profissão de tarólogo e astrólogo?

Meu Deus! O meu queixo caiu!!! Eles misturaram vidência com charlatanismo e astrologia tudo em um saco só!

E para piorar a colocação que o tal professor de quimica fez, ele ainda questionou o porquê de um psicólogo  deixar a psicologia para adentrar em um mundo tão ultrapassado e sem comprovação científica como a dos astrólogos do século passado ?

Para piorar ainda mais, o tal professor de quimica ainda salientou que atē mesmo Carl Jung , um psiquiatra super renomado suiço que tinha total conhecimento sobre Astrologia era ultrapassado e questionável. 

Meu Deus! Nunca ouvi tanta bobozeira , ceticismo e comentários sem fundamentos sairem da boca de um ser humano. Ceticismo é uma coisa, ignorância é mais grave. Tanto é verdade, que o único convidado que se posicionou de forma clara, objetiva e munido de conhecimento sobre o assunto era o tarólogo/psicólogo. 

Aquilo que percebi claramente com esta reportagem é, que muitas pessoas que se julgam inteligentes demais e acima de qualquer suspeita por possuirem títulos acadêmicos, não estão interessadas em assuntos que não abordem a sua própria visão de realidade. Oque para mim só pode ser definida com uma única palavra: a ignorância. 

Agora, eu me pergunto: estes tipos acreditam em Deus?

Pessoas com uma mentalidade extremamente cética não são abertas para o conhecimento daquilo que está oculto, daquilo que não é visível e comprovado. No universo existem forças que nos ligam ao todo e este " todo" pode ser chamado de Deus, como também de " Leis do Universo". Tanto faz.

Não existe uma escola ou uma Universidade que nos ensine a sermos bons pais, assim como não existe uma Universidade  que nos ensine as verdadeiras leis do Universo , e quando não se tem esta inteligência ( não acadêmica) é impossível poder enxerga-la. 



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A nossa zona de conforto

              

Quem é que não gosta de estar em paz, tranquilo ,seguro e sem preocupações ? 

Quando reduzimos os nossos compromissos, os nossos relacionamentos e os nossos projetos ( ou sonhos) à metade daquilo que almejamos, ou daquilo que podemos administrar, a vida começa a ficar bem tranquila e  quase monótona.

 Até a um certo ponto tal situação é bem confortável . A longo  prazo o preço de tamanha tranquilidade e a falta de compromissos vão nos tornando indulgentes demais. E aí é onde mora o perigo . A vida pode simplesmente se estagnar em meio a tanto comodismo. 

Periodo de mudanças, escolhas, decisões e incertezas. Enfim, oscilações de todos os gêneros. Tudo pode acontecer , assim como tudo pode se manter estático. Depende muito para onde estarei pendendo. 

Em cada fase de mudanças muito radicais na minha vida , busco sempre pensar que nem tudo tem que dar certo . Por vezes , esse " certo" é apenas mais uma ponte , não necessariamente a porta que nos conduz ao fim de uma longa jornada. 

Às vezes me sinto como se eu estivesse vivendo a estória daquele livro de Paulo Coelho, "O Alquimista". Dando voltas e mais voltas para retornar de onde eu nunca deveria ter saído. Ao mesmo tempo estas " voltas" ,quando bem compreendidas , nos conduzem a um imenso aprendizado sobre nós mesmos e sempre retornanos ( de onde nunca deveriamos ter saido) bem melhores do que antes. 

Abrindo portas. Deixando a zona de conforto.

sábado, 15 de novembro de 2014

Entre o velho e o novo

                             

          A ilha fica um pouco mais abaixo de Naha- Okinawa-ken. É o famoso " fim do mundo". 

Urano vem fazendo grandes revoluções na minha vida neste período. Apesar de ser uma quadratura, talvez sejam mudanças necessárias a longo prazo. 

Como saber? Nestas horas só me resta ouvir a voz do coração. Nem questões materiais, nem o desconhecido , nem toda a dúvida do mundo fazem diferença quando mergulhamos de cabeça em algo . 

Voltar para o meu antigo trabalho ou seguir em frente com o meu projeto de viver em uma ilha deserta?

Após menos de 2 meses de ter sido demitida o meu antigo contratante está pensando na possibilidade de me readmitir. Confesso que fiquei balançada porque é um trabalho que conheço bem, um ambiente de trabalho tranquilo e o salário é bem maior do que o salário que pagam na ilha.

Minhas colegas de trabalho estão todas animadas com a possibilidade de eu voltar a trabalhar com elas, e eu muito feliz por saber que fiz poucas porém boas amizades por aqui. Sempre posso contar com elas e isto não tem preço. 

Apesar de ter ficado balançada pela possibilidade de voltar ao meu antigo trabalho, lá no fundo da alma algo me dizia que este ciclo já havia terminado. 

Voltar ao meu antigo emprego , apesar de gostar muito, seria como dar um passo para trás. Voltar a aquela mesma rotina de trabalho-casa, casa-trabalho. 

Estimulo, é isto que falta em muitas empresas japonesas, e a rotina de um trabalho que não oferece desafios , apenas o risco de ser demitido à qualquer momento , é o ùnico estímulo que nós estrangeiros temos aqui em terras nipônicas para nos dedicarmos ao trabalho. 

Paixão, este é um dos estimulos imprescindíveis  para podermos vencer quaisquer desafios na vida. Sem ele fica muito monótono e difícil sobreviver as intempéries da vida. 

Trocar o certo pelo  incerto pode até parecer loucura, mas sem esta pitadinha de loucura a vida não avança. 

Nem sempre é o aspecto financeiro que conta quando a nossa alma está disposta a viver novas experiências. 

Como sempre, vou para onde o meu coração indicar. Não existem arrependimentos quando ouvimos a voz do coração. Mesmo que não seja a escolha mais viável, mesmo que não dê certo, sempre vai valer a pena.

Okinawa! Me aguarde!!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Saturnice

                  
               Cronos , o senhor do tempo. Que bela simbologia Capricorniana , não?

Os signos mais sisudos ou "chatinhos" do zodíaco, são sem dúvida alguma aqueles que são regidos por Saturno, no caso, Capricórnio e Aquário. 

Muita gente vai discordar dizendo que Virgem é pior, ou Escorpião, ou Áries e assim por diante. Todo signo tem o seu grau de chatice, alguns são chatos porque são autoritários demais, outros porque são metódicos demais, racionais, frios, ou egoístas. 

Agora, junta tudo isso em um signo só. Qual o Signo que possui todas estas chatices em um só balaio? 

Obviamente que não podemos rotular todos os Capricornianos ou Aquarianos de chatos , tudo depende do seu ascendente , da sua Lua , e de tantos outros aspectos em sua carta natal. 

Mas cá entre nós. O mal humor e os caprichos são uma característica marcante nos signos regidos por Saturno , o Senhor do tempo. E quem é que aguenta tanto mal humor ?

Eu como boa Capricorniana, faço um esforço tremendo para não ser chata e caprichosa, e mesmo assim, ainda tem gente que reclama da minha chatice. Para dizer a verdade, nem precisam dizer nada, eu pressinto que chatiei apenas com algumas palavras coloquiais e sem intenção alguma de chatear ninguém. Nestas horas , sou eu mesma que fico super hiper " chateada". Não é facil agradar todo mundo com naturalidade, nem mesmo com auto-controle. 

Ah! Então foda-se o mundo e o seu excesso de sensibilidade! Assim penso às vezes, mas todo bom Capricorniano é super estratégico e sabe que mais pra frente vai precisar da ajuda e cooperação de algumas boas amizades. Portanto, manter certa flexibilidade é crucial nos relacionamentos.

Controlar a chatice saturniana não é lá uma tarefa fácil. Os saturnianos sempre serão aquele professor velho , chato e sistemático do tempo de colégio. Na sua versão pior, pode até parecer um general que impoēm normas e regras a absolutamente tudo com uma enorme autoridade que só a eles pertence.

Se eu como Capricorniana legítima , regida pelo castrador Senhor do tempo, tendo total consciência de tais características e me esforço a minimiza-las, imaginem aqueles Saturnianos que nem se deram conta do tamanho da sua própria chatice?

Existem aqueles que sabem de seus defeitos e virtudes saturnianas e nem estão se importando se isto dá IBOPE ou não, são os bem resolvidos. E existem aqueles que querem ser aprovados por todos. No caso eu. 

Nem é tanto por uma satisfação pessoal, muito mais para não ter que suportar a própria chatice refletida nos outros, como resultado de nossas proprias atitudes nos relacionamentos.

Enfim, um chato nunca quer que ninguém se chateie com sua chatice, porque isso ē chato demais.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Legados

          
 


Em meu lento processo de autoconhecimento, a parte mais dificil tem sido o de desassociar aquilo que sou dos meus legados familiares. Vira e mexe estou com sentimentos de inadequação que eu mesma os recrio, apesar de não existir nenhuma espécie de cobrança externa.

São os meus legados familiares . Aquelas lembranças que vem e vão de uma infância e adolescência onde tudo era proibido, onde os castigos à palmatória eram frequentes e os diálogos inexistentes. Estar em casa sem fazer nada era considerado um crime. Não lavar a louça do almoço era um crime , levantar tarde era coisa de vagabundo, estar desempregado então, era motivo para grandes crises familiares. 

Passados praticamente 1 mês e meio de férias forçadas , a minha rotina diária tem sido bem ociosa. Levanto-me as 10:00h da manhã, ou as 11:00h , sem nenhuma rotina ou dever a cumprir. Na maioria das vezes estou cuidando da pele, fazendo a unha ou lendo algo na net. Totalmente ociosa. 


Nenhum compromisso, nenhuma obrigação, e assim os dias transcorrem tranquilamente e em harmonia. Ainda  tenho o " direito" de ociosidade até o próximo mês quando embarco para o meu novo trabalho, mas antes disso, quero aproveitar ao máximo as facilidades e as ociosidades da vida sem culpa alguma e sem medo de ser feliz. 

Meu único compromisso diário é deixar sempre comida pronta para a minha amiga .Que    não é nem obrigação, é um prazer. De resto, obrigações, horários à cumprir , cobranças ( só as contas à pagar) , ou qualquer outro tipo de dever é praticamente inexistente. 

Enfim, se eu faço algo  é por prazer e jamais por obrigação. Desse jeito, até o universo conspira à favor. 

Nestas horas, não me arrependo nem se quer por um minuto em ter deixado o lar que nasci e toda aquela opressão para poder ser eu mesma e desfrutar de " momentos" que a vida nos regala sem culpa alguma. Não existe momento adequado para ser feliz, para se sentir bem na própria pele. Toda hora ē hora. 

A culpa , a cobrança e o dedo em riste. Estas sim são inimigas da paz. 

Mais um dia se passou tranquilamente . Ociosidade total e explícita!



 


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Agora é real



Sabe quando você deseja algo e isto acontece? Pois é, ando me sentindo poderosa. 

Finalmente saiu a confirmação do meu contrato no Resort em Okinawa-ken, em uma ilha deserta. Okinawa é conhecida como o Hawaii do Japão por causa das suas praias e paisagens paradisíacas, mas não é que eu estou indo trabalhar e viver na parte urbana, eu vou para o meio da selva mesmo. 

Pesquisei no Google Earth a localização da ilha que fica mais perto de Taipei na China do que de Toquio no Japão. Por um lado o meu espirito aventureiro me impulsiona a viver novas experiências e por um outro lado não sei dizer se o risco é grande demais . Não tanto por ir parar em uma ilha quase desabitada onde a atração principal é a selva  e o mar de corais, mas pelo fato de estar longe de tudo e de todos. 

Meus amigos japoneses nem estão acreditando que eu vou para o extremo sul do Japão, além do mais, é praticamente impossivel encontrar trabalho por lá. E eu encontrei, do jeito que eu queria.  Só o salário que não é lá essas coisas. 

Não tinha ainda a noção da distância que teria que percorrer para chegar a tal ilha e para dizer a verdade, eu acho que a ficha só vai cair quando eu estiver pegando o barco para atravessar de uma ilha a outra. 

O combinado com o meu contratante é que eu sairei do aeroporto de Shizuoka que fica aqui pertinho com um voo direto para Naha na Capital de Okinawa ( deve ser umas 4 horas de voo) , depois de chegar no aeroporto de Naha devo pegar um outro voo ( + 1 hora) até a ilha de Ishigaki e me hospedar por uma noite em um hotel para só no dia seguinte pegar o barco ( + 40 minutos) para a ilha . Chegando na ilha alguém estará me esperando no porto. Deu para sacar a distância da bagaça?

Bom, eu costumo pegar o trem errado todas as vezes que tenho que percorrer longas distâncias aqui em terras nipônicas, desta vez tenho que estar bem atenta para não pegar o voo errado e nem o barco errado. Será fatal!


                  Acredito que sejam estes barquinhos que eu terei que pegar.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Astrologia e autoconhecimento



Hoje tive o prazer de assistir ao Congresso on line de Astrólogos ( Cinastro) através da internet. Uau! Que maravilhosa internet!

Eu aqui , literalmente do outro lado do planeta , e podendo participar deste Congresso . Maravilhosa Era de Aquário, que para mim já começou hà muito tempo, e se esta fase é de transição entre Peixes e Aquário, estas duas eras estão em uma transição pra lá de harmoniosa. 

Para um leigo ou curioso , como eu, ainda é muito difícil entender a linguagem astrológica ou os verdadeiros preceitos da astrologia, mas uma coisa ficou muito clara para mim ao assisitir este Congresso on line. Astrologia não é magia, não é adivinhação , e nem tão pouco fatalista . A Astrologia para mim sempre foi apenas uma ferramenta , ou um meio , que me ajudou muito no meu autoconhecimento. 

Talvez por esta questão é que nos ultimos anos tenho percebido um nùmero significativo de psicólogos que também estudam Astrologia para poder montar os tais arquétipos  de cada ser. Fica sempre mais fácil compreender uma pessoa quando se conhece o seu mapa natal, sem dúvida alguma. 

Por vezes uma pessoa pode se demonstrar de uma maneira e agir de outra, ou ser tão profunda ao ponto de ser incompreendida pelas pessoas. Ninguém anda com um decodificador de personalidade no bolso e nem com uma bola de cristal , não é verdade?

A Astrologia nos ajuda a conhecer o outro na sua essencia, e mais do que isto, a nos conhecermos melhor. Automaticamente começamos a nos observar mais e a entender o outro como um todo: mente, corpo e alma. 

Nos dias de hoje, e nesta transição entre a Era de Peixes e de Aquário, não dá mais para viver apenas na superfície dos acontecimentos. Tudo tem uma causa e toda causa provoca um efeito. 

A aqueles que buscam viver de forma mais holística e que possuam  esta consciência , aos poucos vai tornando- se  praticamente impossível conviver com quem não possua tal entendimento da vida. 

Eu ainda me sinto um peixe fora d'àgua  em inùmeras situações, mas aos poucos fui  percebendo que eu não estava fora do meu ambiente. Eu estava apenas , um passo à frente. 


Terapia boa



Ontem fui ao mercado só para comprar um maço de cigarros , no meio do caminho, decidi dar uma caminhada mais longa pela avenida para conhecer melhor a cidade e finalmente poder me localizar . Segundo a minha amiga, caminhando em linha reta , sentido centro, eu encontraria o Shopping da cidade e ao seu redor algumas lojas de eletrônicos e uma loja de roupas básicas , a tal da GU. 

Caminhei meio sem direção e ao longe do outro lado, a mais ou menos 4 quadras se podia avistar  o shopping. Caminhei tranquilamente pelas avenidas largas e dei de cara com a tal loja de roupas básicas , a GU. Lógico que entrei, só para passar o tempo e ver quais eram as tendências para o inverno japonês. 

Olha daqui, olha de lá. Um cabide inteiro de promoções à preço de banana com peças ùnicas à partir de 390,00 ¥ , ou seja, 9,00 reais. 

Se tem uma coisa que eu adoro é fuçar em promoções e encontrar aquela peça ùnica com um preçinho bem simpático reservada para mim. 

Comprei duas peças, uma camisa de algodão ou linho cru , por 20 reais e uma blusa de tricot por 9,00 reais. Claro que eu as comprei, não poderia deixar passar esta oportunidade. 

Imagine se no Brasil, especificamente em São Paulo, uma pessoa poderia sair para comprar cigarros ( cerca de 10,00 reais) , com apenas 44,00 reais na carteira e ainda comprar 2 peças de roupa de ótima qualidade? Impossível. 

Uma camisa ou bata de algodão nas lojas mais populares da cidade de São Paulo custam em média 50 reais, e nem é muito bonita e de qualidade. 

Ontem , foi realmente um dia para curtir os prazeres simples da vida. Caminhar em ruas largas e limpas com o sol à pino ( sol de Outono) por cerca 1 hora  e fazer compras casuais sem nem ter dinheiro para tal. Pura terapia. 

Camisa de linho por 20 reais - GU

 
Blusa de meia- estação em tricot por 9,00 reais - GU


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Renovar

         
    
Esta aí um verbo que eu adoro conjugar: renovar. Tornar novo, mudar para melhor, consertar, dar novo brilho, nova força. Estes são apenas alguns dos atributos concedidos a esta palavrinha mágica. 

A instabilidade leva a renovação, assim como a dúvida abre mil portas. A vida se renova a cada instante para aqueles que são curiosos, que não se prendem a mesmice da vida mundana. Trabalho, dinheiro, familia, casa, faculdade, trânsito, poluição,  churrasco ,metas,  contas e mais contas . 

O importante é estar feliz , independente de como ou onde se vive, mas se existe um mínimo de  insatisfação dentro de nós, é preciso buscar as raízes desta insatisfação e ir a luta. 

Eu particularmente, vivo insatisfeita. Pode ser com um relacionamento afetivo, um trabalho que se tornou rotineiro, amigos que não proporcionem nenhum  aprendizado, ou até mesmo com o clima e o ar que se respira. Uma pessoa assim  ( como eu) vai se tornando muito chata no decorrer da vida porque nada nos satisfaz por muito tempo. Tudo se torna tedioso e previsível demais. Quase insuportável. 

Gosto da segurança , como todo bom Capricorniano, mas não consigo viver inserida dentro de uma rotina de horários e compromissos por um periodo muito longo. Preciso de espaço e ar puro para poder respirar. 

Renovar demais também tem lá os seus prós e seus contras, traz em sí muita instabilidade . Mas quem disse que eu consigo viver sem esta dualidade ?


sábado, 1 de novembro de 2014

Caēs no Japão

         
                                                                    Cão da raça Akita

Vivendo há mais de 11 anos no Japão, entre idas e vindas , e ainda não sei nada sobre este país e seus costumes. 
Há pouco tempo atrás, soube de uma amiga japonesa que ela e o marido teriam ido a um crematório para cremar um de seus seis gatos que  morreu , sabe -se lá de quê . Para mim foi uma surpresa saber que os japoneses tratavam os seus bichinhos de estimação tal qual os humanos, com direito a ter as suas cinzas guardadas ou jogadas em algum jardim, ou no mar. Que respeito  que eles tem pelos seus melhores amigos. Fantástico!

Porém, como  nada nesta vida é perfeito, e toda moeda  tem sempre dois lados...

Hoje assistindo a um video ( youtube) de uma italiana que vive aqui no Japão e que tentou por várias vezes adotar um cãozinho orfão e não conseguiu. Fiquei  sabendo através de seu video que aqui no Japão matam os caēs abandonados por seus donos, ou vira latas, ou atę mesmo aqueles de raça que não foram vendidos nos pet-shops porque encalharam e já eram muito grandes para a venda. 

Agora eu entendi porque é que não existem cachorros vira-latas nas ruas do Japão. Não era bem aquilo que eu pensava. Eu jurava que no Japão não existiam caēs abandonados e nem vira-latas porque os japoneses cuidavam de seus caēs dentro de casa , como se fossem membros da familia. Oque realmente acontece aqui. Japoneses criam a seus caēs de estimação como se fossem membros da familia.

É difícil acreditar que algum japonês fosse capaz de abandonar o seu cão por qualquer razão que seja, mas com certeza isto também acontece por aqui. A diferença é que o povo japonês é muito civilizado e jamais jogariam uma sacola cheia de gatos na rua, ou um cão doente no meio de um matagal, como o fazem no Brasil . 

Aqui no Japão os bichinhos são entregues a alguma organização de proteção aos animais , que são pouquíssimas, ou vão direto para a câmara de gás. Sim, os caēs são assassinados em uma câmara de gás. Na sua grande maioria são caēs jà adultos e de raça. Pelo menos o vídeo que eu assisti mostrava vários " Akitas" adultos serem mortos. Triste, muito triste.

E pensar que fizeram uma estátua em Tóquio, em homenagem a Hachiko, o cão da raça Akita que ficou famoso por sua lealdade ao seu dono e que foi até tema de filmes. 

Mais uma vez comprovo que o amor de japonês é muito seletivo. Tipo, se é o cão que criaram desde pequenos , estes são tratados como membros da família, se são aqueles que não tiveram a mesma sorte,  não importa muito se o destino destas pobres vidas será a câmara de gás.

Não é consolo saber que na China e em outros países asiáticos, como a Coréia do Sul e no Camboja , alguns povoados ainda comem a carne de cachorro , e no Japão não se come. É questão cultural, mas confesso que fiquei decepcionada com os japoneses. Jurava que por ser um país de primeiro mundo o Japão fosse mais eficiente no controle ,cuidado e proteção de animais de estimação.

Santa Ingenuidade!

Não vou postar o vídeo aqui porque eu achei muito triste, mas quem quiser confirmar oque estou relatando, busquem no youtube : the automatic killing system of the japanese animal. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Contradições



Tudo, absolutamente tudo que eu me proponho a fazer com " paixão" acontece, sempre de forma aloucada, mas acontece. Resumindo em poucas palavras, é como se eu tivesse a capacidade de tornar os meus " sonhos" em realidade. O problema é que os meus sonhos se concretizam, mas não duram muito tempo.

Está aí o grande desafio da minha vida: a estabilidade.

Desde que eu regressei ao Japão , até mesmo antes de voltar ao Japão, eu tinha o sonho, ou melhor dizer, a ilusão de poder trabalhar e viver nas ilhas Okinawa , aquele paraíso nipônico com suas praias belissimas e clima sub-tropical. Brincava com todo mundo , dizendo que eu iria arrumar um trabalho em Okinawa e ir viver por lá. Obviamente que ninguém me levou a sério, como sempre. Imagine ir viver tão longe de tudo em uma parte do Japão que quase não tem ofertas de trabalho?

Normalmente, os  okinawanos saem de seus pequenos vilarejos para tentar a vida em outras regiões do Japão, e eu , como sempre na contra-mão, quero fazer o caminho inverso. 

Nesta semana o responsável pela contratação de estrangeiros para o tal Resort de Okinawa me mandou outro email , me perguntando se eu estaria disponível para o final de novembro. Fiquei super feliz e imediatamente liguei para ele. O mais estranho ē que o Hotel estå precisando de gente porque atē o final de dezembro mais 5 pessoas irão se demitir, mas o tal contratante me pareceu muito pessimista. 

De fato, o salårio é baixo demais, não existe comércio perto e começar a trabalhar sem experiência alguma em Dezembro não seria o mais indicado. Sem contar que trocaram o Gerente, e muitas pessoas estão se demitindo em função das mudanças que a nova gerência está empregando no Resort. Enfim, tudo de ruim. Mais de um motivo para eu não ir me aventurar em terras tão longinguas, e mesmo assim, uma voz lá no fundo me diz que eu " devo" ir. 

Será mesmo a minha intuição, ou a minha teimosia?

Sensações, nestas horas de grandes dúvidas, eu me apego a elas e me direciono por elas. As vezes eu acerto, as vezes não. 

No fundo, aquilo que eu quero e desejo são mudanças reais e concretas nesta minha nova empreitada em terras nipônicas , e aquilo que me move não são apenas os interesses e necessidades materiais, é muito mais pessoal. Dificil mesmo é fazer com que as pessoas entendam esta minha tresloucada decisão de optar por aquilo que parece pior e desvantajoso sob um aspecto financeiro.

Vou aguardar os acontecimentos até inicio de Dezembro, e se nenhuma outra quadratura impedir os meus intentos, vou deixar que a maré me leve . Se tiver que ser será. 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

As voltas que a vida dá part II



Quase um mês completo de " repouso" forçado, ou melhor dizer, voluntário. Eu poderia ter começado a procurar um novo emprego hà 2 meses atrás, quando recebi o meu aviso previo, mas decidi deixar as àguas rolarem. Além do mais, o seguro-desemprego aqui do Japão é bem confortável para quem está querendo descansar um pouco desta rotina louca de trabalho-casa, casa-trabalho e se dar ao direito de descansar pelo menos um mês com remuneração. Coisa impossível aqui no país dos escravos orientais. 

O meu seguro me dá direito a 6 meses completos de remuneração caso eu não encontre trabalho e como eu ainda estou para completar um mês , não estou com muita pressa até receber ao menos uma parcela inteira a que tenho direito. 

Na semana passada recebi um email do responsavel pelo recrutamento  de pessoal para o Hotel onde eu queria trabalhar em Okinawa , no extremo Sul do Japão a mais ou menos 250 kilometros de Taipei na China e a sei lá quantos kilometros de distância da cidade onde eu vivo. É preciso se deslocar de avião e depois de navio para chegar a esta ilha. 

Ainda estou aqui pensando se seria uma boa ideia me afastar de tudo e dos poucos e fiéis amigos que tenho por aqui. Afinal, não ē o mesmo que trocar de cidade, a ilha é longe demais, praticamente na China, e a minha vida daria uma outra guinada de 360 graus. Claro que, se eu não me adaptar ao trabalho, a região, e a rotina da ilha , tenho a opção de desisitir , pagar os custos da viagem e voltar para cá. Tambēm não ē garantia de que eu me darei bem no trabalho e corro o risco de ser demitida no primeiro mês. Dizem que o novo gerente é chato e exigente, e os antigos funcionários estão se demitindo. Tudibom!!!

Enfim, riscos. Ou se atira de cabeça , ou morre-se na dúvida. 

A minha maior dúvida no momento é o de sair do conforto do meu status quo, de desempregada assegurada por um longo periodo de seis meses e o desafio de começar uma nova empreeitada em uma ilha isolada no Japão. Talvez até sem internet, esta é a parte mais dolorosa . Claro que o Hotel possui wi-fi para os clientes , mas no meu alojamento com certeza não chegaria nem sinal de fumaça. 

Optar entre o novo e o velho. Este tem sido o meu dilema nestes ultimos meses. E para dizer a verdade , eu sempre acabo optando pelo novo. 

É mudança demais , mas lá no fundinho da alma eu sei que posso me adaptar . Confio nas minhas decisões, por mais que pareçam insensatas para muita gente. Afinal, o meu desejo era o de um dia poder conhecer as ilhas paradisiacas de Okinawa sem gastar muito dinheiro. 

E agora que o sonho está se tornando realidade e me obrigando a enxergar esta oportunidade sob um aspecto mais concreto ( contrato de trabalho) estou querendo arregar?

E tem mais, o tal Hotel é considerado um Brand Hotel , ou Hotel de 5 estrelas que possui uma rede de Resorts por todo o Japão com uma filosofia ecológica bem interessante. 

Confesso: Eu quero ir, mas estou com medo do novo e do totalmente desconhecido. 

No fundo, talvez seja exatamente este " medo" que me desafia e me impulsiona para frente todas as vezes que a minha coragem inventa de tirar férias. 

De toda a forma, nestas horas eu sempre me conduzo por aquela velha  e sabia filosofia popular :" Que seja oque Deus quiser."




sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Urano na casa 11



Urano é o planeta regente de Aquário e suas influências sempre trazem mudanças, ou melhor dizer, renovação. 

Eu estou com Urano na minha casa 11 ( retrógrado) hà um bom tempo. A casa 11 corresponde as amizades, ou relacionamentos sociais em geral , e devo confessar que ocorreram muitas mudanças nos meus relacionamentos nestes ùltimos anos. Pessoas de origens e mentalidade totalmente diferentes entre sí , e que jamais poderia imaginar a possibilidade de uni-las em uma reunião social, simplesmente pelo fato de viverem em mundos totalmente opostos. 

Pesquisando mais a fundo sobre tal aspecto em minha vida, à parte daquilo que eu já percebia hà anos, descobri que este aspecto também nos tendencia a estar entre grupos de pensadores, tais como cientistas e astrólogos. 

Mas vejam só que coincidência! 

À cada ano que passa estou mais e mais interessada pela Astrologia, e nestes ultimos meses ando realmente pensando na Astrologia como uma profissão. O problema é que estou com tal aspecto de Urano retrógrado, oque me faz pensar que eu demorarei um pouco para concretiza-lo , ou para entende-lo de forma prática em minha vida . 

Segundo um astrólogo que acompanho sempre pelo facebook e youtube, os aspectos retrógrados de um mapa astral são como um aprendizado ou missão para contribuir de alguma forma dentro da sociedade onde vivemos, esquecendo um pouco de nós mesmos para contribuir com o coletivo. 

Entendo este aspecto como uma lição de vida, onde o eu ( ego) deve ser deixado para trás em prol do outro. Parece uma tarefa simples , mas não tanto para uma Capricorniana extremamente auto-suficiente e egocêntrica . 

Vivendo ( os aspectos) e aprendendo!

Nunca peça conselhos a pessoa errada



Se você está em dúvida sobre qualquer assunto que seja, jamais peça conselhos para um japonês legítimo. Os japoneses tem o hábito de não se comprometerem com assuntos de terceiros, e frequentemente evitam emitir qualquer opinião mais concreta. 

Até médicos japoneses ( não todos) tem o hábito de não dar nenhum tipo de diagnóstico concreto e a palavra que eles usam com frequência é o " tabun" , ou talvez. Se o caso for muito complicado e o paciente for estrangeiro, então, piorou. Eles aconselham a voltar ao país de origem e se consultar por lá. 

Hoje fui querer me consultar com uma amiga japa sobre aceitar ou não o trabalho que eu estava pleiteando em uma ilha paradisíaca aqui no Japão, e como sempre , ela não saiu de cima do muro. 

É nestas horas que precisamos de apenas um empurrãozinho e a pessoa não dá. Obviamente que quando estamos em dúvida aquilo que conta é o nosso real desejo e não os prós e contras, porque estes, sempre existirão em qualquer área de nossas vidas. Aquilo que devemos pesar em momentos de indecisão é aquilo que fala mais alto ao coração, apesar dos pesares. 

Pronto! Jå me decidi sozinha. 

Nada como ter amigas japonesas que não nos ajudam a decidir nada e somos obrigados a refletir e decidir sozinhos! 

E viva a cultura japonesa!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Congresso de astrologia

      
   

Meu mundo internético é fantastico!!!

Assim como eu aprendi a lingua italiana  com a ajuda de alguns italo-brasileiros através do Orkut e do MSN, desta vez vou aprender um pouquinho  mais  sobre astrologia ,  através dos meus contatos no facebook. Ao todo já são cinco astrólogos que eu sigo no meu facebook.

Nesta semana recebi um convite para participar de um Congresso Internacional de Astrologia on line , com a participação de 39 astrólogos, entre brasileiros, portugueses , argentinos e franceses. Uau! Adorei esta dica e já me inscrevi. 

O mais interessante é perceber que a grande maioria de astrólogos que participarão do Congresso tem formação em Psicologia.  Os astrólogos de hoje são pessoas que atuam ( ou atuavam) em outras áreas profissionais e através da Astrologia alcançaram uma visão mais ampla dentro da propria profissão. Alguns deles se destacam muito mais como astrólogos do que psicólogos, apesar de uma profissão sem dúvida alguma complementar a outra. 

Profissionais que seguem uma linha holística ( o todo) é sem dúvida alguma a grande tendência dos novos tempos. Já ficou no passado aquele médico ou psicólogo que apenas medicava ou tratava a  seus pacientes através de  medicamentos e terapias sem conhecer a fundo a causa dos males metafisicos do ser humano. 

Vale salientar  que ficaram para trás  também aquelas pessoas  que não cultivaram ainda a sua essencia interior e se jogam no cotiano mundano como se fossem crias de uma sociedade doente . 

" O essencial é invisível olhos" - Antoine de Saint-Exupéry em O Pequeno  Príncipe. 


terça-feira, 21 de outubro de 2014

E assim a vida segue

    
         

                                         Permita-se repousar como merece. 

     
Durante este periodo de férias forçadas, decidi que iria aproveitar o meu tempo livre para fazer cursos, ler, escrever , repousar e sair mais. 

Por incrivel que pareça, as coisas não estão saindo como eu imaginava. Todos os cursos que eu pretendia fazer estão com as inscrições encerradas e a previsão é apenas para meados de dezembro.

Rever os pouquissimos amigos que tenho aqui tambęm tem sido um desafio. Quando eu estava trabalhando era praticamente impossível encontra-los pela falta de tempo, em função dos dias de folga alternados que é uma prática muito frequente em terras nipônicas. Hoje com mais tempo, decidi que era a hora de reve-los. Mas quem disse que " eles" estão no mesmo estado de espirito de sair ?

Esta semana me propus a reencontrar o meu unico amigo italiano que vive aqui em Shizuoka. Apesar do seu mau humor frequente, ele sempre foi uma companhia muito interessante para mim porque de certa forma vivemos os mesmos problemas de adaptação à cultura local, e além do mais, com ele eu pratico o meu italiano. Mas quem disse que ele está livre do stress da vida cotidiana do País do Sol Nascente?

O pobre trabalha em media 12 horas por dia com uma folga apenas durante a semana com direito a duas folgas uma vez ao mês. De mal  humorado , agora ele passou a estressado e qualquer coisa que ocorra de imprevisto em seus preciosissimos dias de folga o estressam profundamente. 

Enfim, não consegui me encontrar com ele novamente porque o gato da familia morreu e ele e sua esposa tiveram que ir ao crematório da cidade . Os japoneses costumam cremar os seus animais de estimação, e pelo jeito, me parece que o meu amigo não gostou nada de ter que perder o seu preciosissimo dia de folga dentro de um crematório de animais. Este fato foi o suficiente para alterar os seus animos, que já não eram muito animados.

Quanto a minha amicissima sagitariana que divide o apartamento comigo. Ela está em uma fase de dedicação total ao trabalho, e por vezes ela faz 12 horas de turnos alternados, ou seja, uma semana de dia, outra de madrugada . Aos finais de semana ela só quer dormir . É compreensível, afinal, quem aguentaria tanto esforço físico?

Eu estou na contra-mão do japanese style e não consigo me conformar com a falta de qualidade de vida da maioria dos estrangeiros em terras nipônicas. Nem mesmo os meus amigos japoneses levam uma vida tão restritiva. 

Muitos estrangeiros reclamam  da falta de opção de lazer no Japão, mas a grande maioria nem se quer busca te-los. Ninguém é obrigado a fazer longas horas de trabalho , a não ser que isto esteja em contrato, e quando o corpo pede para descansar não é o seu chefe ou contratante que vai te aconselhar a tirar dois dias de folga ou diminuir a carga horária. Quem sabe dos seus limites , é você mesmo. 

Apesar do pouco tempo e excessiva dedicação ao trabalho ( por necessidade, ou vício) , as pessoas deveriam buscar respeitar os seus limites e dedicar o pouco tempo que sobra para fazer atividades prazerosas . 

No japão existem muitas atividades ao nosso alcance sim e só não faz quem não quer. Algumas opções que nós estrangeiros não exploramos por exemplo , são os Spas japoneses com direito a massagem e banhos de onsem ou sauna seca. Ótima opção para quem quer relaxar . o problema é sempre o custo destes serviços . Se for em um Hotel custará uma média de 200 dolares. 

Mas qual é o problema de reservar 200 dolares para ter um dia de relax merecido para sí proprio e sair do stress cotidiano? Quer pagar menos? Então vá aos Spas de onsen que se paga por hora. 

 Seria uma boa solução para os stressados in Japan que não querem mover nem um dedo nos seus dias de folga , dormir em um Spa , ou então, seções de acupuntura para desestressar. 

Não faz nada para o seu bel prazer? Então não reclame dos efeitos nocivos do stress nipônico.