segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Hoje acordei com saudades...

Não sou e nunca serei uma pessoa estável, daquelas que tem uma meta na cabeça e não mudam o curso por nada, ou daquelas que estão sempre alegres, falantes .Também não vivo 24 horas mau-humorada. Às vezes tenho vontade de estar sozinha a casa desenhando, às vezes tenho vontade de sair pra dançar e estar entre tanta gente, às vezes necessito estar só em meditação. Enfim, eu mudo sempre.
Hoje, sem nenhuma intenção, assim meio que por acaso, acordei com saudades. Seria normal sentir saudades da minha terrinha (São Paulo), dos amigos , da família, mas não é bem essa falta que me tocou hoje.
Hoje, senti falta de um certo sentimento, uma certa sensação que já não sinto mais hà tanto tempo: afetividade e calor.
Sou filha de japonês legítimo e assim como a tantos nipo-brasileiros que conheci(incluindo meus irmãos), a maior falta que eles sentiram em familia foi essa tal afetividade. Mas como sentir falta de algo que nunca se provou?Pois é! Nunca havia provado esta sensação enquanto ainda era uma menina, mas já sabia reconhecer o vazio que nos provoca a alma a falta da mesma.
Dizem que o amor está em nós (dentro) e não fora, mas muitas vezes acontece o inverso e ele vem de fora para dentro , em forma de exemplos, de olhares e sensações novas.
Provei dessa tal afetividade algumas vezes ha alguns anos atrás, cerca de 2 a 4 anos e agora parece que me tornei mais complicada e exigente nos meus relacionamentos afetivos. Se não existir cumplicidade e um toque de afetuosidade a coisa não anda. Com toda a minha instabilidade, nesse sentido, eu sei muito bem o que espero e quero dos meus relacionamentos pessoais. E isto inclui a minha familia...
Non ho bisogno da dire dove ho trovato tanta affetuosità. Vero?

sábado, 28 de agosto de 2010

Os ciclos de Saturno

Já reparou que existem certas fases da vida em que tudo começa a dar errado e por mais que lutemos para manter o "status quo" as forças do universo nos empurram para uma única direção?
São os ciclos de 7 anos de Saturno (chronos, o senhor do tempo) que nos obrigam a rever condutas, a encarar e viver a vida de uma forma jamais pensada...inesperadamente. Os trânsitos de Saturno são lentos e chacoalham as nossas vidas de tal forma que nos obrigam a ter acima de tudo muita perseverança ,buscar saídas e sermos criativos. O mais dificil (ao menos pra mim) é justamente essa virada quando um ciclo vai se fechando aos poucos até não nos oferecer mais absolutamente nada, nos obrigando a buscar saídas criativas e muita...mas muita coragem para pular de um ciclo (que se fecha) a outro , que exigirá muita dedicação. É o fim dando passagem ao começo...
Ha 7 anos atrás vivi tal situação, e naquele tempo eu nem consultava as estrelas .Era o fim de um ciclo pedindo passagem para o novo de forma drástica. Este mesmo ciclo está se fechando agora, e com certeza assim como precisei de forças e acima de tudo atitude para encarar esse ciclo, precisarei da mesma dose de atitude para enfrentar o fim de uma longa fase e os novos começos, que por sinal sempre assustam.
Mas se não estamos dispostos a enfrentar os ciclos da vida, ela mesma se estagna. Não é isso que eu quero né?
Então, mãos a obra e que venha Saturno com todas as suas conjunções ,quadraturas e o caramba!!!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Coisas do primeiro mundo


Aliás, já nem tão primeiro mundo porque o Japão perdeu o seu lugar no pódium de segunda maior economia do mundo pra China.
Como se já não me bastassem os "chikans"(maníacos) que me perseguem de bicicleta aqui na terrinha dos samurais, neste final de semana roubaram a minha bicicleta bem aqui no meu prédio. Tá certo que eu deveria ter colocado um cadeado nela, foi descuido da minha parte. Mas nós não estamos no Japão????
Se fosse no Brasil nem cadeado adiantaria porque eles levam até o poste junto, mas aqui no Japão o povo costuma deixar mercadoria exposta na rua e ninguém mexe.
Infelizmente com bicicleta é diferente. Segundo os japoneses pegar emprestado não é roubar, então eles pegam a sua bicicleta emprestada pra dar umas bandas e logo logo já largam ela por ai. Mas peraí minha gente! Se pegou emprestado tem que devolver!Isso é roubo.Coisas do primeiro mundo...
Agora , provisóriamente estou com a bicicleta de um amigo que se foi pro Brasil , o duro (e bota duro nisso) é que a bicleta é daquelas montaun bike, apesar dela ser bem mais leve e veloz, o banco dela é duuuuurooo e estreito. Nem preciso dizer que ando preocupada com as minhas queridas hemorróidas né. Será que existe capa amortecedora de impacto pra banco de bicicleta?Eu já ví algumas bicicletas com um furo no banco, bem no meio. Mamma mia!


sábado, 21 de agosto de 2010

Casar faz bem


Esta é a matéria de capa da revista Veja, que por sinal , ainda não pude ler. Fiquei curiosa e como sempre fuçei na net alguns trechos da matéria sobre este assunto tão fora de moda e ainda tão temido pelos solteirões de carteirinha. Assim como eu...
Claro que tudo na vida tem lá os seus prós e seus contras, assim é também na questão do casamento. Tem pessoas que já nascem com essa predisposição casamenteira e outras não. Eu infelizmente não nasci com essa predisposição natural de querer constituir família, mas a vida por si só se encarrega de nos perpetuar de alguma forma.
Hoje, mais madura e mais consciente das minhas proprias necessidades e de meus próprios limites , estou conseguindo encarar a questão do casamento como algo que realmente pode nos fazer bem. Claro que o casamento convencional , aquele que vem com sogra, sogro, cunhadas , sobrinhos pentelhos e um saco de responsabilidades e convenções não é bem a minha praia. Mas quem foi que disse que existem modelos predeterminados que devem ser seguidos à risca?
Bom...pra dizer a verdade, o casamento para mim não é uma meta e sim consequência de uma relação que vem funcionando satisfatoriamente.

Link de uma matéria que encontrei na net que fala sobre casamento e saúde.
http://www.asmaismais.com.br/index.php/saude/casamento-faz-bem-a-saude/

Cassia Eller ressuscitou?

Foi essa a impressão que eu tive ao ouvi-la pela primeira vez hoje . Nem nunca tinha ouvido falar nessa cantora. Também, tantos anos longe do Brasil e o único programa brasileiro que costumo assistir é a minha novela italo-brasiliana e o Pânico na TV. Eh! Já sei . Nada cultural, mas é só pra relaxar e lembrar que sou ainda brasileira.
Essa voz dôce e melodica (ligeiramente rouca) que faz recordar a saudosa Cassia Eller , e esse estilo brasileirissimo de cantar era o que estava faltando no cenário brasileiro : Maria Gadú.
Acho que eu poderia ouvi-la cantar por horas. Saudades desta brasilidade que só conseguimos perceber ao ouvir canções como esta.

Altar Particular


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Quem vê cara, às vezes vê o coração

Dunga, não aquele da Branca de Neve, o outro.
O Papa Bento XVI. A expressão da Santidade...?
Benito Mussolini, ex-facista italiano. Ex , porque é morto.



Como dizem:" Os olhos são as janelas da alma", mas também dizem:"Quem vê cara não vê coração".
Já percebeu como tem gente que não expressa nenhum tipo de emoção nos olhos?Ou seja, não dá nunca pra perceber se ela (ele) está de bom humor, preocupado, magoado, triste ou feliz. Eu penso que o "normal" é ter um certo olhar que nos caracterize, tipo, um olhar circunspecto, um olhar dôce, um olhar seco, e assim vai. Mas quando estamos com os ânimos alterados (para o bem,ou para o mal), normalmente a nossa expressão facial muda.
Eu sou uma que não consigo esconder o meu caráter (está escrito nos meus olhos), e quando estou cansada não só a expressão do meu rosto como toda a minha expressão física se altera...até os cabelos ficam ressecados e sem vida. Em compensação quando estou de bem com a vida, ou melhor ainda, apaixonada, os meus olhos brilham, a pele reluz , e o meu olhar se docifica. Muito bem, isso quer dizer que eu sou uma pessoa extremamente transparente e movida pelas minhas emoções. Acho isso ma-ra-vi-lho-so em mim mesma. E nem que eu queira conseguiria fingir algo que eu não sinto. Os meus olhos entregam o momento e só não os le quem não quer, ou, é ainda um analfabeto na arte de ler os olhos e ouvir com o coração.
O que eu acho incrível (ando percebendo) é a capacidade que algumas pessoas tem de não demonstrar absolutamente nada através das suas janelas (os olhos). Sempre inalterados ,como se fossem constantes o tempo todo.
Do meu ponto de vista (que nem sempre è certo), acho que pessoas que não demonstram alterações emocionais no rosto , na verdade escondem um certo desequilibrio emocional e a incapacidade de lidar com as proprias emoções. Então, elas se escondem, por detrás de suas expressões faciais congeladas.
E tem graça gente assim?Deus me Livre!



Ho scritto una poesia triste

Ho scritto una poesia triste
E bello, soltanto dalla tua tristezza.
Non viene da te questa tristezza
Ma dei cambiamenti del tempo,
Che ogni tanto ci porta la speranza
Ogni tanto ci porta l'incertezza ...
Né importa , al vecchio Tempo,
Che sii fedele o infedele...
Rimango vicino alla torrente,
Guardando il tempo così breve ...
E delle lettere che mi hai scritto
Faccio barchette di carta!


Mario Quintana

Le spalle sopportano il peso del mondo

Carlos Drumond de Andrade, imortalizado na praia de Copacabana: "No mar, estava escrita uma cidade"


Arriva un momento in cui non si dice più: Dio mio!
Tempo di assoluta depurazione.
Tempo in cui non si dice più: Mio amore.
Perchè l' amore è diventato inutile.
E gli occhi non piangono.
E le mani tessono solo il rozzo lavoro .
Ed il cuore sta secco.

Invanno le donne bussano la porta, non aprirai.
Eri solo, la luce se ne andò,
ma nel buio i tuoi occhi brillano enorme.
Sei tutto certezza, già non sai soffrire.
E nulla aspetti dai tuoi amici.

Poco importa che arrive la vecchiaia, che è la vecchiaia?
Le tue spalle sopportano il mondo
e lui non pesa più che la mano di un bambino.
Le guerre, la fame, le discussioni dentro gli edifici
dimostrano soltanto che la vita prossegue
e non tutti ancora sono stati liberati.
Alcuni, trovando lo spettacolo barbaro ,
preferirebbero (i delicati) morire.
È arrivato un tempo in cui non vale la pena morire.
è arrivato un tempo in cui la vita è un' ordine.
Soltanto la vita, senza mistificazioni.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sei lá

Sabe aqueles dias que...Sei lá?
Vinícius tinha toda a razão...
Sei lá...a vida é uma grande ilusão...
Só sei que é preciso "paixão"...


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Paixões

À cada paixão uma nova descoberta, e assim vou descobrindo as mil e uma maneiras de me apaixonar por alguém. Estava enganada quando pensava que a paixão era um sentimento mais de ordem física, a famosa quimica entre um homem e uma mulher, e que tem até prazo de validade segundo alguns psicólogos. Estabelecer prazos ou até mesmo níveis de sanidade quando o assunto é paixão, para mim é uma missão impossível.
Já me apaixonei pela inteligência de um certo alguém, apesar dele não ser nada atrativo.Também me apaixonei pelo status e a beleza física de um certo outro alguém.Me apaixonei por um outro que era pobre e nao tinha aonde cair morto, mas era tão divertido. Me apaixonei fulminantemente pelo olhar de um outro, e assim vai a lista...
É muito díficil identificar a origem de tais paixões, visto que, não somos nós em sã consciência que a comandamos. Ela vem sempre assim...cega e vulnerável.
Desta vez eu me apaixonei pela casa de um certo alguém. Éh! Foi amor a primeira vista. E como eu me sentia bem dentro dela. Como nunca em toda a minha vida. Sinto falta, sinto saudades, suspiro, e às vezes sonho que estou lá. Outro dia pude ve-la, através da webcam e matar as saudades daquela vista maravilhosa da varanda. Me deu um aperto no coração...
Claro que o dono da casa também está incluso nesse meu novo gênero de paixão, mas talvez se ele morasse em outra casa o fascínio não teria sido o mesmo.Não, eu não sou nenhuma interesseira materialista, muito pelo contrário. Apenas me apaixonei...pela casa, e por tudo aquilo que vem dentro dela...:-)

sábado, 7 de agosto de 2010

bailando salsa en japón

Coisinha de Jesus do Casseta e Planeta fazendo uma performance ao lado de Claudia Raia

Hoje fomos assistir a uma aula gratis de salsa em Shizuoka.Eh...o professor é japonês, então logo pensei: -"Isso não vai prestar". Mas ultimamente tem acontecido tantas coisas estranhas na minha vida que mais essa de aprender a bailar salsa com um professor japonês nem é nada assim tão anormal. Tive tantas oportunidades de aprender a dançar salsa com amigos peruanos e bolivianos na minha vida, mas o destino quis que fosse com um japonês.Fazer o que?
Eh...ele dança bem, afinal de contas , é professor, mas sei lá...falta algo nele. Os outros japas que estavam na aula também sabiam seguir direitinho todos os passos , mas ninguém requebrava. Parece que o mal do japonês está na região pélvica. Sei lá...coisa estranha.
Alguém lembra do professor Coisinha de Jesus do Casseta e Planeta?Pois é! É mais ou menos igual.
Bom...eu não posso reclamar, todos eram muito gentis e já até me convidaram pra próxima festa da escola, regada a salsa. Obviamente.
Mãos a obra, agora vou treinar os primeiros passos que eu aprendi hoje que é pra não fazer feio no meio da japonesada...:-)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

coisas do primeiro mundo

Shimura Ken, famoso comediante japonês e seu personagem:" Henna Oyaji"(velho estranho).

Hoje voltando para casa do trabalho , como sempre tranquila na minha bicicleta e ouvindo Mariah Carey , fui surpreendida por um japonês de bicicleta que apareceu do nada, passou a mão em mim e fugiu. O susto foi tão grande que eu gritei e começei a xingar o japa em português com um bom e estridente Filho da Puuuuuuuuuuuu....
Até nesses momentos a gente tem que lembrar de falar na língua deles e eu começei a xingar em japonês : Dioro no kooooooooooooooo!!!
Acho que demorei uns 10 segundos pra reagir(o susto foi tanto) ,peguei o meu guarda-chuva que estava dentro da bolsa , dei meia-volta na bicicleta e fui atrás dele, no meio daquela penumbra (já passava das 2 da manhã). A vontade de dar uma guarda-chuvada na cabeça daquele japa era tanta que perdi a noção do perigo. Ele poderia reagir né não?Mas pelo muito que eu conheço dessa raça, os famosos "ero oyajis" (velhos tarados) japoneses são meio cagões e se assustam quando você reage. Bom...já é a segunda vez que um "ero oyaji" me persegue. Da outra vez foi na praia , mas o japa ficou tão assustado com a minha reação que saiu correndo.Coisas do primeiro mundo.
Depois quando eu falo que japonês é uma raça "stronza" ninguém acredita. Debaixo de toda a cultura milenar, tradições, aparências e o caramba a quatro , existe uma raça que não bate muito bem dos pinos. E eu que pensava conhecer muito sobre os japoneses por ser filha de um japonês legítimo, descubro que o meu pai nunca fez muita questão de passar para nós , os filhos, a sua verdadeira herança cultural.