domingo, 29 de dezembro de 2013

Pobre , porém elegante



Muita gente deve pensar que eu gasto "horrores" com roupas e acessórios. Se a maioria das pessoas soubessem que eu só renovo o meu guarda-roupa quando realmente já não me servem mais, ou quando sou obrigada a deixar minhas roupas e calçados por este mundão à fora, creio que muita gente se surpreenderia com os meus reais gastos aqui na terra do Sol nascente. 

Como boa Capricorniana, sou pão-dura até a morte. Para mim , fazer as unhas toda a semana, ou ir cortar as pontas dos cabelos de 2 em dois meses é supérfulo demais. Faço sozinha quando a situação complica muito. Meu cabelereiro aqui no Japão só me vê uma vez ao ano, ou quando vou viajar. Eu mesma dou um trato nos cabelos e só volto , depois de um ano, para refazer mechas ou mudar o corte. Talvez eu abra uma exceção no começo do próximo ano para refazer as minhas mechas. Com certeza meu cabeleireiro ficará muito surpreso. 

Quando cheguei aqui no Japão , vim com o minimo necessário e fui comprando aos poucos algumas peças de inverno básicas. Sim, eu disse básicas. Uma jaqueta de nylon curta, duas  jaquetas de nylon mais longas e uma calça jeans. Sim, eu só tenho uma calça jeans que me serve ainda. 

Para disfarçar a pouca variedade de artigos no meu "closed" , eu sempre recorro aos acessórios. Chapéus, boinas, echarpes, colares , brincos  e chales de todas as cores . Todas as vezes que eu saio com as amigas , parece que estou com uma roupa nova , mas são apenas os acessórios que eu troco frequentemente, o básico é sempre o mesmo. 

Quando eu estive trabalhando no Brasil com moda, as pessoas sempre me diziam que eu era muito elegante. Mal sabiam elas, que as peças básicas que eu usava eram restos de liquidações do Japão e algumas blusinhas compradas nas lojas Marisa. Aliás, eu não saia das lojas Marisa. Fuçava tudo até encontrar uma peça básica e barata que vai com tudo. Os meus acessórios eram das lojinhas de 1,99  que eu fuçava também, até encontrar algo básico e bonito. Tem muita coisa brega nessas lojinhas. Um perigo!

O importante é ter sempre peças básicas , para quem não quer gastar muito e estar sempre elegante.  Outro detalhe é o cabelo. Se ele não estiver bem escovado é melhor prende-lo. O desleixo com o cabelo demonstra relaxo e não há roupa de marca que disfarce isto. 

Falando em roupas de marca. Eu não tenho nenhuma, nem sinto falta, mas alguns acessórios creio que sejam indispensáveis. Até mesmo pela sua qualidade e durabilidade. Meus óculos de grau são da Dolce &Gabana e um dos meus óculos de sol são da Ray-Ban . Trabalhei muito para paga-los , mas valeu a pena. Principalmente o Ray-Ban, ele é super resistente a quedas. Já deixei cair no chão umas quinhentas vezes e ainda não tem nenhum risco nas lentes. Esta foi sem dúvida uma boa aquisição. 

A maquiagem é outro detalhe importantissimo quando o assunto é elegância. Maquiagem pesada só se você for personagem de algum filme de terror. Após uma certa idade, a maquiagem pesada envelhece mais ainda . Para as jovens, dá um ar de vulgaridade. Maquiagem corretiva com destaque nos olhos ( sem carregar) é a melhor opção para parecer sempre saudável. Eu não saio de casa sem passar máscara para os cílios. 

Outro detalhe importantíssimo é saber caminhar com elegância. De nada vale usar roupas e acessórios caríssimos se você caminha como quem anda de chinelos havaianas. Para equilibrar a postura e caminhar com elegância é preciso caminhar como se estivesse sendo puxado para cima por um fio invisível. Alguns saltos médios ajudam muito a ajustar a postura. 

Eu quero morrer com a maneira que muitas japonesas e japoneses caminham aqui no Japão. Um horror!! Eles não possuem boa postura ao caminhar por que arrastam os seus pés ao invés de caminhar corretamente. um horror!

Enfim, para ser elegante, independente da marca de suas roupas ou do quanto você possui na sua conta bancária, o importante é ter bons modos , bom senso , bom gosto e muita criatividade. Elegância é questão de personalidade e originalidade. Claro que ter dinheiro ajuda bastante, mas muita gente tem muito dinheiro e ainda assim não consegue ser elegante. No máximo é um snob. 

Ser elegante é usar uma calça jeans e camiseta ( o famoso fubà) e ainda assim parecer elegante aos olhos dos outros. 



quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Buscar o Ano Novo



Aqui no Japão existe uma expressão que diz : Atarashi nem wo mukae ni iku . Traduzindo: Buscar o ano novo. 

É de costume fazer a última faxina do ano para "buscar" o novo ano. Ainda temos alguns dias , então a faxina que fiz hoje é apenas o começo . Ainda quero limpar toda a parede do apartamento que já estava amarelada quando me mudei para cá. 

Ano Novo, vida velha, e mais velha. Logo no início do ano é o meu aniversário. Claro, sou Capricorniana. As vezes penso que seria melhor ser uma Capricorniana do primeiro decanato e cumprir mais um ano de vida no final do ano para assim "buscar" o novo ano e eliminar o que ficou de velho para trás... sei lá. Faz diferença? Não faz!

Não tenho planos de muitas mudanças para o próximo ano e se eu conseguir manter ao menos a rotina normal sem grandes mudanças inesperadas já está muito bom, mas nunca se sabe... as estrelas podem mudar. 

Nos últimos anos já vivi mudanças demais na minha vida e creio que já está de bom tamanho. Chega de surpresas inesperadas do destino. No proximo ano, eu quero é sossego e muita paz para poder programar a minha vida de forma ordenada, bem Capricorniana. 

O tempo passa muito veloz em terras nipônicas. Não sei o porquê? 
Talvez pela preocupação de estar ainda apta a trabalhar em terras nipônicas. Tempo aqui é dinheiro. Este país funciona 24 horas e talvez por isso, a impressão de um dia ser sempre igual ao outro. 

Menos de uma semana para o Ano Novo. Desta vez vou fazer como os japoneses e "buscar" o ano novo com a casa limpissima e uma girlanda japonesa  para enfeitar a porta. 

Esses arranjos são chamados Kadomatsu e tem significados sagrados.

São feitos com bambu (que representa longevidade), ramos de pinheiro (persistência) e galhos de ameixeira (prosperidade).

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Reflexões de Natal


Já tem uns 10 anos ou mais que não passo o Natal com a minha familia, mesmo quando eu ainda vivia no Brasil, a maioria das vezes passei o Natal com amigos . Sei lá! Não era bonito passar o Natal com a minha familia, sempre tinha alguma coisa "estranha" no ar que eu não gostava. Talvez fosse a presença "ausente do meu pai" . Todas as vezes ele comia e ia dormir cedo, como sempre fez a vida toda. 

A impressão que eu tinha sempre é que ele não queria estar lá...em família. Vai saber o que se passava naquela cabeça nipônica que cresceu no meio da Segunda Guerra Mundial, vivendo todas aquelas mazelas da guerra. Talvez ele sentisse falta da sua familia de origem, talvez ele se lembrasse da sua irmãzinha menor que morreu em seus braços, no pós guerra. Vai saber, ele nunca estava presente. Nunca falou de seus verdadeiros sentimentos. 

Natal é uma data de união familiar, é preciso que todos estejam presentes de corpo e alma, senão, vira apenas uma reunião de familiares consangüíneos. Um unico integrante da familia que não esteja em harmonia   com o todo nesta data, destoa todo o resto. A não ser que , seja uma familia muito grande e ninguém nem repare que tem alguém destoando com o resto. 

Não quero estar culpando o meu pai por todos os Natais "estranhos" que passei em familia. Por muitas vezes eu mesma destoava do resto. 

Fantasias da infância, eu queria um Natal com uma enoooorme árvore de Natal, vestir a melhor roupa, brincar de amigo-secreto , comer Peru assado , brindar com Champagne á meia-noite e dar muitas risadas ao longo da noite, e depois quem sabe assistir um video de comédia em famìlia, até altas horas .  Nunca foi assim. Não na minha familia. 

Aos poucos fui desgostando das Festas em familia. Era tudo tão... sem graça. 

Encontrei em outras famílias aquilo que faltava na minha, a animação e o espirito Natalino. Eh, creio que aquilo que faltava na minha família era o tal do espirito Natalino. Não posso exigir muito de um pai que não acreditava em Deus e em uma maē que não se decidia entre a umbanda, o espiritismo e o catolicismo. 

Aqui em terras nipônicas posso compreender um pouco a falta de interesse e animação de meu falecido pai. Os japoneses comemoram a noite de Natal , apesar de não serem cristãos. Para eles é uma mera data comercial . O Panetone foi trocado por um bolo natalino. Eles comem um bolo de festa no Natal. Muitos trabalham normalmente, assim como eu. Pois é, quem está na chuva tem que se molhar. 

Hoje, vivendo aqui no Japão estou sendo obrigada a viver aquilo que eu sempre odiei nesta data Natalina. A falta de espírito Natalino dos japoneses em geral. Nada de árvores de Natal, apesar de algumas cidades estarem bem enfeitadas, nada de Panetone , nada de Peru assado e muito menos amigo-secreto, que eles nem sabem o que é. Presentes sim, eu ganhei . Como eu disse antes, é apenas uma data comercial. 

Enfim, a lição que aprendí é que não basta ter uma mesa farta de Natal , montar àrvores com pisca-pisca , trocar presentes, se o espírito Natalino não está presente. Não faz sentido algum, e a festa de Natal do vizinho sempre parecerá melhor aos nossos olhos. 

Hoje, em terras nipônicas não tenho nem as festas "sem graça " em família. Mas percebo que sempre possuí o tal espirito Natalino dentro de mim , e a imagem que me vem em mente não é do Papai Noel, ou Santa Claus . A imagem que me vem em mente é do menino Jesus em sua manjedoura. 

Bom Natal para quem tem , e também para quem não tem o "tal" espirito Natalino. 

sábado, 21 de dezembro de 2013

Vida de Madame não é fàcil



A programação da tv japonesa é muito repetitiva e chatinha ( a Rede Globo também) , mas tem alguns programas de tv que eu adooooro. 

Frequentemente passam programas de tv do tipo documentário, contando a vida de alguns japoneses que trocaram a terrinha do treme-treme por outros ares . 

Este tipo de programa é bem interessante por que tem japonês vivendo até na Africa do Sul , e no documentário que dura em média 1 hora ou mais , apresentam toda a cidade , a cultura , e o dia-a-dia destes corajosos japoneses que decidiram ir viver em outros paìses . Muitas vezes sem nem mesmo falar a lìngua local. 

Ontem a noite o documentário foi sobre : esposas japonesas no exterior. Duas japonesas que se casaram com europeus e foram viver na Europa. Uma delas é a esposa de Mika Salo, aquele ex-piloto  de Formula 1, e vive na Finlândia, a outra é casada com um francês endinheirado e vive perto da Champs Èlyseè em Paris. 

Apesar de serem esposas de homens ricos e viverem em grandes mansões, a vida delas é dura demais. São verdadeiras donas de casa de luxo. 

A esposa do Mika Salo acorda cedo para cumprir todos os afazeres de casa , eles tem dois filhos pré-adolescentes, e vivem em uma casa fantástica, com piscina coberta e sauna. A reportagem acompanhou um dia na vida da esposa de Mika. Ela indo ao supermercado . Pasmem! Ela vai ao supermercado de mala de viagem. 

A Finlândia tem o custo de vida muito alto e muitos finlandeses atravessam o mar para ir fazer compras na Estônia . A diferença de preço é muito grande , cerca de 40% a menos dos valores aplicados na Finlândia. Europeu parece pão duro, mas não é. Usam o dinheiro , mesmo que tenham muito, com muita consciência. 

A esposa de Mika Salo foi as compras para preparar um jantar para os amigos do marido. A mesa estava super bem posta na varanda da casa, o jantar começou cedo lá pelas 19:00 h e sò foi terminar lá pelas 23:00h . Mas você pensa que os convidados vão embora? Que nada! Depois de comer e beber muito ( finlandês bebe o dia inteiro) todos os convidados homens foram para o andar de baixo para a sauna. E tudo isso preparado pela esposa. 

Europeu é engraçado, eles adoram uma sauna e nem ligam se tem gente olhando. Mika Salo saiu peladão até a sauna e os seus amigos também. Apòs a sauna com certeza eles foram para a piscina, mas como a noite do verão finlandês não termina nunca ( escurece lá pela 1:00 am) , a reportagem japonesa não os acompanhou. Terminaram a matéria com a japonesa desmaiando de cansada no seu quarto.

A outra japonesa que vive em Paris, tem uma verdadeira vida de Madame, mas o seu marido francês é um poço de frescura e exigência ao se vestir. Segundo ele, é a coisa mais óbvia um parisiense perder mil horas de frente para o espelho escolhendo o "modelito" do dia. O chapéu deve combinar com o sapato , a meia , e o suspensório. A gola da camisa deve estar impecavelmente passada e engomada. E quem passa as roupas da casa é a esposa, mas como ela não consegue deixar a gola da camisa do jeito que ele gosta, decidiram contratar uma profissional "passadeira" . Assim eles devem evitar brigas por que o marido francês da japonesa é chato pra dedéu. 

Outro costume dos parisienses é mandar fazer roupas sob medida. E lá foram eles a um alfaiate encomendar uma calça nova para o marido francês enjoadíssimo que media ele mesmo o tecido centímetro por centímetro. Uma hora e meia para encomendar uma simples calça por causa das exigências milimétricas do marido francês. Ufff, até eu fiquei nervosa, assistindo a isto. 

Coitada da japa, ela parecia ser uma mulher muito simples e descomplicada, ao contrário do marido. Com certeza ele deve fiscalizar as roupas que ela usa também. Afff! Será que essa japa é feliz? Ela chorou tanto quando o marido francês a elogiou perante as câmeras. Não era um choro de felicidade por ter sido elogiada pelo marido, era um choro de quem se sacrifica e espera um elogio e sò ouve críticas. Sei lá! foi a impressão que me passou. A mulher do Mika Salo me pareceu  mais feliz apesar de ter uma vida doméstica super atarefada. 

Aliás, na Europa, eles não tem o hábito de contratar domésticas mesmo sendo ricos. Se a esposa está em casa é ela quem vai lavar, passar , cozinhar ,organizar o closed do marido e preparar altos jantares para os amigos do marido. 

Ainda quer levar vida de madame na europa?

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Movendo as estrelas


Às vezes penso que exagero ao estar acompanhando dia à dia os meus aspectos astrológicos. Como dizem: - Às vezes è melhor não saber do amanhã. 

Tarde demais. Já estou viciada . 

Não uso a astrologia para prever o meu futuro, para dizer a verdade, creio que là no fundo da minha alma já sei qual serà o meu futuro. Observo as estrelas apenas para confirmar o meu pròprio estado de ânimo, e administrar na medida do possível os aspectos que não são muito positivos . 

Como tenho o Sol na casa 8 e uma tendência fortissima a aprofundar-me nas profundezas da alma , procuro sempre me policiar para não ir fundo demais. Às vezes penso que seria melhor fazer um mergulho de cabeça e parar de me segurar nas beiradas , mas sabe como é, sou Capricorniana, não sei mergulhar de cabeça. 

Pela minha experiência e por tudo que tenho pesquisado sobre a casa 8, o nosso  regente Sol posicionado na casa 8 não é um aspecto muito bom. Não sei o que dizem os experts no assunto , mas na minha concepção , a casa 8 é tão nociva quanto a casa 12 . As duas casas nos aprisionam. 

Claro que existem os aspectos positivos que diluem tal negatividade, mas para mim estas duas casas nos levam sempre a viver experiências muito profundas . É uma viagem ao nosso self e o resultado de tais experiências dependerá muito de outros aspectos , positivos ou não. 

Mas e o livre-arbítrio? Pois é, este famoso livre-arbítrio só serve para amenizar o fardo, jamais para mudar o nosso destino, ou missão na vida. Poderíamos tomar vàrios rumos diferentes, ter uma outra postura, fazer escolhas acertadas, mas nada irá mudar a tendência que nos acorrenta a nossos aspectos natais. 

Quer um exemplo simples? 

Nascer em meio a uma guerra. Este era o seu destino quando saiu do útero de sua maē. Nada em absoluto poderia mudar esta sorte. À partir disto, o seu destino serà traçado na vida adulta. 

Então, à partir deste conceito pragmàtico e fatalista devemos aceitar o nosso destino de braços cruzados? 

Claro que não, mas a grande maioria das pessoas, exatamente por desconhecer as tendências da pròpria vida vão se deixando levar tendenciosamente. Para fugir das tendências de nossas vidas , quando sob algum aspecto negativo, é preciso ter consciência e contrôle sobre o próprio destino. Na medida do possível, obviamente. 

Mudar as estrelas é possìvel , criar  novas vivências através de atitudes e escolhas bem pensadas. Mas não se iluda, o segredo do domínio do pròprio destino està no nosso caràter, na nossa forma de reagir a cada situação. 

Esta , no meu entender , é a parte mais dificil da funcionabilidade de nosso livre-arbìtrio. Manter o curso da vida à todo custo. 





quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O inverno me pegou!


Ontem a temperatura estava por volta dos 5 ou 7 graus , com chuva fina e um vento ma-ra-vi-lho-so de uns 30km p/hora , a sensação térmica era de uns 3 graus. Fui trabalhar mesmo assim, de bicicleta,    apesar do frio quando estamos em movimento não sentimos tanto  o frio, mas a minha boca , que era a única parte descoberta  quase congelou. 

Normalmente aqui em Shizuoka, quando chove  a temperatura aumenta, desta vez a chuva veio com ventos fortes e a temperatura se manteve fria . Em algumas regiões do Japão já está nevando e o vento traz os ares gélidos de Toquio . 

Por mais que eu tente manter o humor estável , é muito difícil continuar com o mesmo espírito de antes do inverno. É a famosa depressão sazonal que vem junto com o inverno. 

Esse papo de que o tempo não influi nos nossos ânimos é pura conversa fiada. Todo inverno é igual, e os meus ânimos se congelam junto com a temperatura baixa. Seria preciso ter uma personalidade muito Sagitariana, ou uma bela companhia animada para mudar tais ânimos. O que não é o meu caso ne!

As minhas poucas amigas japonesas me convidam sempre para sair, mas quem é que tem ânimo para sair com este frio? 

Além do mais, uma coisa que tenho percebido em mim é que estou cansada de falar em japonês. Todas as minhas colegas de trabalho são japonesas e japoneses. Todos os dias falo  e ouço apenas em japonês. Isso cansa a minha beleza. Apesar de que, não tenho nem o direito de reclamar, pois todos os meus colegas de trabalho me tratam muito bem e talvez eu seja a única no meu trabalho que   convive com eles como iguais, " ou quase" . 

Após as demissões em massa, restaram apenas 4 estrangeiras no meu setor, e eu sou uma delas. Creio que nem tanto pela minha eficiência ou domínio da língua japonesa ( é intermediário) , mas muito mais pelo fato  de já termos uma história . Eu sou uma das mais antigas que "ainda" se harmoniza bem com eles, os japas. Apesar de todas as diferenças culturais e de mentalidade, creio que ainda o que vale mesmo é a origem. Meu pai era um japonês legítimo e a questão sanguínea conta muito para formar o nosso caráter. É a tal da herança  sanguínea que  está embutida no nosso DNA. 

Novos ares sempre sopram, apesar do inverno , novos aspectos astrológicos. Minha Vênus está em conjunção com a minha Vênus Natal por todo o periodo  do inverno. Este aspecto promete! É um aspecto muito positivo para as amizades , amores e relacionamentos em geral. 

Vamos esperar e comprovar se realmente os aspectos influenciam os nossos ânimos , ou se serão vencidos pelo frio invernal. 




quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Comunicacão virtual



Já pararam para  pensar o quanto é fantástica a internet e suas redes sociais que nos permitem trocar mensagens com pessoas que "jamais" estariam ao nosso alcance , não fosse esta proximidade que a virtualidade nos permite?

Creio que muita gente ainda não parou para perceber o tamanho da abertura na comunicação que se processou com esta febre das redes sociais. 

É incrível imaginar que, hà alguns anos atrás era praticamente impossivel ter algum contato ou acesso a alguma personalidade da mídia , ou até mesmo se fazer ouvir . O jeito era sempre pegar um megafone e sair gritando feito louco pelas ruas.

 Hoje em dia é tudo diferente. Da sala de sua casa, ou no conforto de seu leito , você pode ir cutucar algum amigo on-line no Skype/Facebook ,  ou trocar mensagens com aquela pessoa que você admira tanto, tipo um professor que você admira muito do tempo do colégio ou da universidade, aquele cantor ou ator preferido, ou qualquer outra pessoa que nunca , jamais , poderiamos encontrar na rua , em algum bar tomando um cafezinho. Mesmo que a encontrassemos seria dificil fazer uma abordagem , assim do nada. 

As redes sociais nos permitem esta abordagem virtual , e o melhor ainda, trocar mensagens e pensamentos com aquela pessoa inatingível . 

Eu particularmente sou fã de 3 personalidades  muito conhecidas e respeitadas em seu meio, e eles fazem parte do meus contatos virtuais. De vez em quando troco algumas mensagens, o que me satisfaz muito.

 Aos poucos vamos criando uma relação longa , respeitosa e virtual . Assim fica até mais facil abordar estas pessoas na rua, não é verdade? Sempre, sem esquecer que, a intimidade virtual é fictícia, portanto, todo cuidado (educação) é necessário quando a relação ultrapassa os portais da virtualidade. 

A virtualidade cria uma relação de "intimidade" que na realidade ainda não existe no mundo "não virtual", portanto, bom senso com as nossas amizades virtuais para  não dar uma de "persona non grata" . 



quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Por um fio



A crise continua aqui em terras nipônicas para alguns setores . No caso , o meu. Apesar da economia japonesa estar entrando nos eixos aos poucos , algumas grandes empresas se deram muito mal com a crise . É o caso da Panasonic e da Cannon , empresas para a qual eu trabalho indiretamente. 
Ninguém mais está podendo competir com a China e a Coréia. 

Apesar da antipatia mutua entre o Japão e a China, aqui na terrinha dos samurais é normal encontrar vários produtos de origem chinesa. Para dizer a verdade, quase tudo que eu comprei nos últimos meses , sempre visando mais o custo do que o benefício, eram produtos made in China, desde calçados a secadores de cabelo. 

Não consigo entender esta japonesada? 
Se os chineses tiveram a ousadia de boicotar produtos de origem japonesa como forma de protesto à vàrias intrigas entre as duas nações , porque raios os japoneses não boicotam os chineses também e não comečam a produzir mercadoria boa e barata para o mercado interno japonês?

Vai entender a mentalidade dos japas...

Com toda esta concorrência dos países vizinhos , somada a era da informatização e dos avanços na telefonia móvel, ninguèm mais está querendo comprar cameras fotográficas digitais  por que  hoje em dia muitos celulares fazem fotos perfeitas em alta definição. Pecado! este é o setor para o qual eu trabalho... ainda. 

Desde que retornei ao meu antigo posto de trabalho (fugí   com o Tsunami de 2011) ha um ano e 3 meses , a empreiteira que eu trabalho já demitiu mais de 40 ou 50 pessoas , grande maioria de japoneses.

 Pois aí é onde mora o perigo. Somos em 5 estrangeiras na minha seção , e demitir japoneses  antes dos estrangeiros causa sempre um certo furor entre os japoneses que estão com a corda no pescoço . Obviamente que por esta razão "patriotica" dos japoneses , nós estrangeiros "deveríamos" ser os primeiros a sermos demitidos . Nada justifica um estrangeiro tomar o lugar de um japonês, isto é fato incontestável. Justo ou não, é assim que as coisas funcionam. 

Ninguém está acreditando que eu ainda não entrei na fila da faca, e para dizer a verdade nem eu. Seria consideração por parte dos japas? Não sei!

 Da ùltima vez que eu entrei na faca ( na mesmissima empresa) eu fui uma das últimas a ser demitida e uma das primeiras a ser recontrada ( após 5 meses) , e a primeira a pedir demissão no dia seguinte à recontratação. Bom, dá para perceber que existe uma estranha ligação de amor e ódio aqui que rola hà anos   com muitas idas e vindas. 

Até o final do mês de Dezembro ainda tenho a garantia do meu contrato, em janeiro do proximo ano vamos ver por onde vai caminhar esta estranha relação empregatícia de amor , ódio e patriotismo .