sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Los cambios de la vida


Tenho pensado muito ultimamente nas mudanças que eu vivi nestes anos, não só fisicamente, como logisticamente, mas muito mais internamente. Não é possível que uma pessoa viva tantas mudanças súbitas na vida e  nada mude dentro dela. É como sobreviver a uma enfermidade e começar a ver a vida sob um outro aspecto. Tem gente que melhora, tem gente que piora. Tem gente que acha que melhorou, mas apenas mudou. Tem gente que começa a entender a essência da vida e se tranquiliza,  ao contrário de outros que começam a querer se fazer entender e se exasperam.
Mudanças e mais mudanças. Eu mudei, não sei se para melhor ou para pior, mas mudei.Não sou mais a mesma de ontem. Meus hábitos ainda podem estar enraizados no passado , mas somente quem é sensível o suficiente e observador poderá perceber que eu mudei.
Não vejo mais graça nos programas de antes, não vejo mais graça nas pessoas de antes. Isto não quer dizer que perdi a graça pela vida. Pessoas que no passado eram ou  aquelas que eu pensava que fossem inportantes na minha  vida não o são mais. Talvez elas tivessem sido importantes ,por um tempo, no passado. Exato! no passado.
Uma vez um certo "alguém" me disse: - O passado foi belo, o presente é assim. Tipo, aquilo que passou foi ótimo,mas  ficou no passado e não tem mais volta, foi isso que esta pessoa quis me dizer. Foi o fora mais inteligente que recebi na vida. Pessoas inteligentes conseguem ser tão contundentes que merecem a nossa admiração apesar do fora que  nos deram. Com uma simples frase ela conseguiu desmontar todas as minhas expectativas de um retorno aos bons tempos. É frustrante, mas temos que compreender que tem coisas na vida que realmente não tem volta , e quando existe uma remota possibilidade de um revival , esta possibilidade pede uma nova  postura e poucas expectativas.
Tem um certo alguém que continua me tratando como antes, assim, como se nada tivesse ocorrido neste espaço de tempo de um ano. As mesmas piadinhas, os mesmos gracejos. Não tem mais graça. Talvez se esta pessoa fosse um pouco mais inteligente ,perceberia que aquilo que servia no passado para me fazer sorrir , hoje apenas me entedia. As pessoas mudam, evoluem ou retrocedem , mas sempre algo muda à cada experiência. Nenhum sentimento é estático e duradouro. Todo relacionamento tem as suas etapas. É preciso compreender que aquilo que servia antes não serve mais para poder evoluir dentro da mesma relação, do contrário, o relógio da vida cessa.
Talvez se eu não tivesse esta compreensão da vida os meus relacionamentos teriam sido muito mais frutíferos e duradouros, mesmo que deficientes em compreensão mútua. O meu mundo interno é rico demais para ignora-lo , ou compreende-lo. Superficialidade nos relacionamentos é algo que eu aprendi a abominar . O passado, tem  sim um valor de estima muito grande para mim, aquilo que vivi e aquilo que fui, porém , aquilo que  rege a minha vida hoje não é o passado e sim o presente, e este sim, é muito exigente. Permanecem em minha vida apenas aqueles que compreendem e aceitam tais mudanças como algo evolutivo. Afinal, quem vive  de passado é museu.

Dia de folga

O tempo não estava muito convidativo, meio nublado, mesmo assim saí de bicicleta para procurar uma Lan house neste fim de mundo. Eu moro em uma região que não tem absolutamente nada, e para quem conhece o Japão, sabe que muitas regiões japonesas são assim. Aqui é tudo igual, plantações, indústrias e mais indústrias...ah...e pachinkos por todos os lados...e lojas de conveniência. Somente nas cidades grandes é que vemos algum movimento , gente bonita e muitas opções de lazer. Aliás, o lazer do japonês é comer. Restaurantes para todos os lados, desde lamenyasans a restaurantes italianos. Não sei como esse povo não engorda.
Bicicletanto por uns 25 minutos cheguei ao meu destino, uma lan house que se chama Aprecio e tem de tudo lá dentro, desde mesas de ping-pong a jogos eletronicos de dardo e salas de karaokê. O estabelecimento é novo aqui na região, portanto tudo é novissimo por dentro, mas oque mais me impressionou foi o toalete. Eu abri a porta de uma das cabines e a tampa do vaso abriu-se automaticamente. O assento é aquecido no inverno e tem várias opçoes de jatos de bidê, mais forte, mais fraco, mais quente, morno e um ventinho para secar. Quando o sensor do vaso percebe que "algo" caiu dentro do vaso, que seja apenas papel ou outra coisa qualquer, ele mesmo dá a descarga. Ah, tem também uma maquininha pregada na parede que solta jatos de alcool .
Ás vezes fico pensando cá com os meus botões. Com toda esta crise mundial e a falta de dinheiro do povo, quem é que está preocupado em aquecer a buzanfa em uma Lan House recém inaugurada?
Coisa descartável , na minha opinião. Eles poderiam melhorar os produtos gratis que são oferecidos como os cafés ,chás e refrigerantes, ou melhorar a conexão que demora quase 5 minutos para iniciar o Windows. Gastar com vasos sanitários super hiper modernos em época de crise para mim é um desperdício total que poderia ser revertido em serviços. Toda Lan house é igual e oferecem os mesmos produtos . Eles poderiam se diferenciar e oferecer mais serviços gratuitos para aumentar a frequência dos clientes. Criatividade para melhorar aquilo que já está bom eles tem, mas para  inventar algo novo para sair à  frente dos outros nesta época de crise os japas  são uma negação.
Dei um breve giro pela região que não mudou nadinha desde a ultima vez que eu estive aqui hà 2 anos atrás. O mesmo supermercado, a mesma loja de calçados , lotada de sapatos chineses, a mesma livraria, a mesma loja de 100 iene (1,99 japones) , a mesma clinica de dentista, os mesmos restaurantes . Nada mudou, apenas uma loja de roupas muito legal que fechou e deu lugar a Lan House. Aqui no Japão o comércio de rua é meio inconstante, muitas lojas fecham, principalmente as lojas de vestuários que com certeza perdem para as grandes lojas de departamentos do Japão.
Na volta passei por uma loja de produtos brasileiros e comprei um shampoo brasileiro sem sal porque os shampoos japoneses detonam o meu cabelo, e comprei salsicha , feijao pronto, café Pilão e uma massa de pastel. Coisa de pobre , mas eu estava com vontade de comer feijão e salsicha.
Logo que cheguei em casa uma amiga veio me visitar e ficamos aqui conversando , comendo e fumando. Eh! eu ainda estou fumando em casa cigarros de 1mg.
Acabou a minha folga e amanhã em pleno sabado começo a minha semana. O duro de viver aqui no Japão é que não se tem nada de diferente para se fazer nos dias de folga, parece que o japonês se esqueceu de cuidar desta parte da vida, o lazer. Tá certo que eles saem para fazer uma happpy hour depois do trabalho mas o esquema aqui é bem diferente. O povo bebe até cair , e não é que você pode conhecer gente diferente nestes locais. Normalmente eles saem em grupos fechados e nem olham para os lados, às vezes se reunem em salas fechadas. Assim nem tem graça sair para ver gente né!
Também, nem precisa! São todos iguais, conhecer um japa novo é o mesmo que não conhecer nada de novo.
Já começei com as minhas críticas, mas é que o povo japonês é sistemático demais e quase todos tem comportamentos  muito semelhantes. Assim não tem graça né!
É como quando eu paro a minha bicicleta em um local específico que não está demarcado e quando volto tem umas 10 bicicletas estacionadas junto a minha. Parece que eles ficam esperando alguém ter a cara-de-pau primeiro. Coisas de japonês. Eu acho meio neura, mas fazer oque? Eles são assim, sistemáticos.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cuidados com a pele part II



Se tem uma coisa que eu adoro aqui no Japão é a variedade de produtos para cuidar da pele. E o melhor é que o preço é razoável. A facilidade com que se encontram estes produtos também é outro fator que nos incentiva a cuidar da pele. Não sei se todos os produtos são de boa qualidade, e se fazem efeito, mas até agora , todos os produtos que eu utilizei fizeram alguma melhoria na minha pele.
As máscaras ou packs que estou usando à base de colágeno tem ajudado muito a hidratar a minha pele neste inverno. Estou também fazendo esfoliação com um produto à base de carvão ativado e pimenta preta.
No inverno a pele se ressente muito por causa da falta de umidade do clima japonês e sem perceber o rosto fica cheio de ruguinhas e sem brilho. A minha pele anda em ordem, hidratada e com brilho , mas como eu andei emagrecendo e engordando muito rapidamente neste periodo, eu estou com o rosto um pouco flácido. O jeito vai ser tomar colágeno, além de passar no rosto.
Comprei um pacote de colágeno + amino em pó que pode ser consumido à vontade . Eu coloco no café , no chá e no leite . O produto não altera o sabor de nada, portanto vou começar a colocar na comida também.
Estou louca atrás da máscara de carvão ativado que limpa a pele e faz um efeito lifting imediato na pele, retirando aquelas ruguinhas de expressão. Dura em média 2 dias, dependendo da pele. Ainda não encontrei, mas encontrei um esfoliante à base de carvão ativado que me pareceu mais adequado do que o de pimenta preta com carvão. Vou experimentar.
Bom, a área dos olhos é outro problema. O frio e o ressecamento desta região que é super sensível está criando bolsas e rugas  ao redor dos meus olhos. Vou ter que procurar alguma coisa , o problema é que produtos para a área dos olhos custam caro até mesmo aqui no Japão.
No momento estou usando o revita lift da loreal . Acho que funciona. Ah! Sei lá! Estou untando a pele com tantos produtos que é bem capaz de dar aquele efeito alérgico à produtos cosméticos. Melhor não exagerar no cuidado com a pele.

A Busca

Sempre em busca de "algo" que me complete, que me realize como pessoa e principalmente como a um ser humano.
Em minha busca incessante e silenciosa, encontrei muitas falhas na humanidade . Encontrei  também a paz na fé , em uma força maior que rege o Universo como um todo. Encontrei o amor de Deus, aquele que está sempre guardado no peito. Eu o chamo de amor-próprio.
Nesta minha busca por "algo" que me completasse acabei encontrando o maior tesouro que eu jamais pensei um dia encontrar: eu mesma.
Com o autoconhecimento, aprendemos a aceitar as nossas falhas e a não sofrer mais por excesso de cobranças que fazemos a nós mesmos. A loucura da vida nos faz esquecer de quem somos, a nossa essência se perde e se mescla as exigências externas.
É preciso casar antes dos 30, é preciso ter filhos, é preciso trabalhar, é preciso estudar, ser alguém, acumular bens, provar e si provar ,competir e vencer. É preciso dar certo sempre. E sobra tempo para ser feliz?
Por muitos anos sofri com a pressão da sociedade para que eu me casasse, mas eu nunca tive esta vocação. Não era nada do que eu imaginei para a minha vida enquanto jovem.
- Mas todo mundo se casa. Voce também precisa se casar. É isto oque ouvimos quando queremos ser livres. Por insistencia e pressão da sociedade , nos casamos e em seguida  nos separamos. Não era melhor ter pulado esta primeira parte e assim evitar traumas desnecessários?
Graças a Deus e a minha coragem, enfrentei todos os rótulos que recebi com a minha solteirisse e não me casei . Hoje, em idade madura, ninguém se importa mais se somos casados e felizes, casados e infelizes, solteiros invictos ,divorciados ou viúvos. Neste periodo a sociedade nos dá uma trégua. Começam a crer que você já não necessita viver mais nada, nem conhecer mais nada.
A minha busca continua. Agora que já encontrei o meu maior tesouro, quero encontrar o pote certo para deposita-lo. Será uma busca difícil . Ainda tenho esbarrado nas falhas, exigências e nos traumas da humanidade.
Alguém tão sensível como eu não poderá jamais unir-se a qualquer um. Eu me amo e me respeito demais.

Eu sou feliz


Estava pensando no título deste meu post , e achei que escrever "Eu sou Feliz",seria um pouco demais, afinal, a vida é feita de momentos e nem sempre estes momentos são felizes. Ao mesmo tempo eu penso que "felicidade" não é apenas ter tudo que se quis na vida, nem tão pouco sorrir para o mundo 24 horas. Ninguém é feliz sempre ,ou para sempre.
Estava olhando as fotos que ainda estão na minha camera digital. Fotos de 2 anos atrás ou mais, preciso dar um jeito de arquiva-las em outro lugar ou montar um album. Algumas fotos eu as perdi por aí, neste mundão à fora. Que pena, eram os registros de momentos muito felizes.
Eu nunca estou satisfeita com a vida e parece que tenho um fogo no rabo para" mudar" radicalmente de cidade, de trabalho, de país se for necessário , só para não ter que viver a "mesmice" de todos os dias. Gosto de estabilidade mas não gosto de rotina , este é o meu problema.
Observando as minhas fotos dos ultimos anos me dei conta do quanto eu estava precisando viver coisas novas. E as vivi. Algumas não tão especiais , outras muito especiais.
Fotos da neve na Suiça, passando o Natal por lá com uma familia suiça, fotos de passeios em moto pela divisa entre a Suiça e a Itália, fotos da neve na Austria, fotos de São Paulo na Av. Paulista em plena semana de Natal, fotos na divisa entre o Paraguay , a Argentina e o Brasil, fotos em Osaka, fotos em família em São Paulo, ou no litoral, fotos dos meus 2 empregos no Brasil (no periodo de 1 ano),fotos de um casinho no Brasil, fotos de velhos amigos ,novos amigos, amigos velhos e amigos novos . Em fim, pessoas e mais pessoais que passaram pela minha vida nestes ultimos anos, ou melhor dizer, eu passei pela vida delas. E tudo isto eu vivi nos últimos 2 ou 3 anos.
Agora estou recém retornada ao japão e não penso em me mover daqui tão cedo. Desta vez tenho muitass contas a pagar e  a crise anda comendo o nosso salário, mas mesmo assim eu voltei ao Japão com outra mentalidade. Desta vez quero me mover mais dentro do Japão e não ficar paradona em casa. Desta vez vou aprender a andar de ônibus no Japão e se posso e o meu salário e o meu tempo me permitir quero fazer algum curso por aqui.
Estou retomando as minhas amizades aqui no Japão. Restaram poucos brasileiros . Todos estão indo embora para o Brasil. Eu ando mesmo na contra-mão do Mundo. Eu voltei.
Ainda não tenho planos para os proximos anos e em vista das circunstâncias , acho que nem dá para ficar se planejando tanto. Eu decidi voltar ao Japão e aqui a crise continua, apenas mudando de foco. Não vai melhorar tão cedo, mas enquanto eu tiver trabalho por aqui , vou fazer de conta que nada acontece. Precisamos aprender a viver bem apesar da crise.
Apesar de todas estas mudanças, da crise, das dificuldades que passei e sobrevivi. Posso afirmar que sou uma pessoa de sorte , por poder viver a vida a 100%, correndo todos os riscos, caindo e levantando tantas vezes, conhecendo tantos lugares , me relacionando com tantas pessoas e sobrevivendo aos altos e baixos que a vida nos apresenta.
Aprendi a ser grata pelos pequenos momentos de felicidade, até mesmo andando pelas ruas sozinha eu consigo provar de tamanha satisfação por estar apenas "caminhando" em um lugar novo.
Eh! eu sou mesmo uma sortuda por ter tamanha liberdade de escolha. Sei lá, onde eu estarei daqui ha 1 ano ou 2 anos. Deixo sempre a porta meio entre-aberta. E que a vida entre!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cuidados com a pele


Todo mundo sabe que o Japão é um dos países onde as pessoas mais se preocupam com a pele e em função desta preocupação quase neurótica da mulherada , o mercado oferece uma inúmera gama de produtos para a pele que são de ótima qualidade. Desde capsulas de colageno a cremes, loções , máscaras e uma infinidade de produtos à base de produtos estranhissimos para nós brasileiras.
No momento , oque está na moda por aqui são os produtos à base de colágeno animal, derivados de uma espécie de tartaruga que eles chama de "spum". Outra moda agora são as máscaras de caracol. Sabe aquela gosma do caracol? Pois é, é rica em colágeno.
Já ouvi dizer que existem clinicas que usam estes caracois vivos para o tratamento da pele. Agh!
Eu já usei algumas máscaras (industrializadas) de caracol e parece que funciona sim. Ainda estou experimentando de tudo. O inverno japonês é de doer e a pele ressente muito. Chega a craquelar.
Como eu sempre pego o ventinho gelado da madrugada para voltar para casa de bicicleta, estou cuidando da pele para que ela não craquele. É incrível, mas se não cuidarmos da pele no inverno , o rosto fica taõ ressecado que se enruga todinha.
Hoje passei na drugstore para comprar umas coisinhas para mim e vi um sabonete à base de óleo de oliva, outra moda por aqui. Vou experimentar e ver se funciona. Creio que funcione sim porque uma amiga minha japonesa não sai de casa sem untar a cara com um tônico à base de óleo de oliva , e ela tem uma pele ótima apesar da idade.
Habitualmente eu não uso hidratantes no corpo e no inverno piorou. Passar aquele creme gelado no corpo é de doer. Com o sabonete de óleo de oliva vou resolver o problema de ressecamento da pele do corpo. O rosto já estou cuidando com várias máscaras de colágeno, esfoliação com gel de pimenta e produtos para hidratação e lifting da Loreal japonesa. Acho que funciona, a minha pele está muito mais hidratada e dá um outro aspecto.Se o sabonete de óleo de oliva for bom, vou partir para usar o tônico no rosto. Antes de sair de casa no inverno japonês é preciso sair com o rosto untado e nada melhor do que um óleo.

Gosto não se discute


Todo mundo que me conhece bem , sabe que eu tenho uma certa queda por europeus. Nada contra os brasileiros , os mexicanos, os peruanos, estadunidenses, japoneses , nepaleses , argentinos , coreanos e todas as outras raças. É questão de gosto. Gosto, time de futebol e religião não se discute.
Não é nem questão de ser preconceituosa com as outras raças. Eu simplesmente gosto do tipo europeu tanto fisicamente como a mentalidade. Não que eles sejam melhores ou piores. São cheios de preconceitos , e se acham os donos do primeiro mundo.  Ta aí oque eu gosto neles. Eles se acham.
O homem italiano por exemplo, pode ser um pobretão, mas ele se acha. Pode estar com a conta bancária no vermelho mas nunca deixa de fazer loucuras só para agradar a uma nova conquista. Os alemães e os suiços são bem frios. E como são. Deve ser influencia do clima frio da região, mas são extremamente corretos e pontuais. Tudo para eles tem hora marcada. Principalmente o suiço. Ta aí a explicação pelo amor que eles tem aos seus relógios suiços.
Ainda falta eu conhecer outras raças européias, mas sem dúvida alguma a mais fascinante é a italiana. Mas vamos separar a Itália do Norte da Itália do Sul. São dois polos  opostos. Os italianos do norte são mais frios , mais bonitos, mais bem sucedidos e mammones (filhinho da mamae) , os do sul são mais calientes, menos bonitos , menos bem sucedidos e mammones também.
O homem europeu, apesar da sua mania de grandeza e do seu machismo ainda não deixou de ser um gentleman , e isto é outro fator a favor deles. No Brasil é dificil encontrar um gentleman no meio do povão. Na Itália eles estão por todos os lados. Tá certo que eles fazem só tipo, mas eu gosto mesmo assim.
O homem europeu ainda segue aquela velha cartilha da conquista. Cortejar uma mulher , é assim que eles dizem. E cortejam com todas as pompas. No Brasil não existe mais isso. Creio que o "ficar" andou atropelando os bons modos e a cortezia dos primeiros dias . Assim não tem graça.
Mulher gosta de ser cortejada sim. É coisa antiga, mas que é muito agradável para quem recebe.
Eles os europeus são muito respeitosos no primeiro encontro. Também gosto disso. Nada de forçar a barra . Eles sempre esperam que você dê o Ok primeiro. Educadissimos.
Quando eu chatava com mais de 300 pessoas pelo Skype, (hoje reduzi a uns 19), percebi nitidamente a diferença entre os brasileiros, estadunidenses ,espanhois ,portugueses e italianos. Os brasileiros só queriam falar de sexo e fazer sexo virtual, mais nada. E quando eu dizia que morava no Japão logo desistiam de mim, os americanos (estadunidenses), estes eram bem loucos mesmo. Alguns abriam a web cam já nús, outros queriam uma namorada brasileira para uma temporada ao norte do Brasil, outros queriam encontrar uma esposa e estavam dispostos até a mandar a passagem logo de cara. Os únicos que me pareceram normais e extremamente educados foram os italianos. Apesar da forma invasiva de se expressar, nenhum deles abriu a web cam mostrando logo de cara os seus dotes. Claro que tem alguns safadinhos que estao na net só para isso, mas a grande maioria era de homens maduros e muito reservados. Gostei.
Um ponto a favor dos europeus. Eles sabem se comportar e conversar normalmente em chat. Ao contrário dos brasileiros que logo desistiam de mim por causa da distância, eles os europeus não se intimidam. Pegam o primeiro avião para vir te conhecer, ou te mandam a passagem. Melhor ainda são os programas que eles te oferecem para fazer na Europa. Jantares e mais jantares regados a vinho e passeios e mais passeios por outros países europeus. Sem falar nos regalinos, ou presentinhos que eles costumam comprar só para te agradecer por estar com ele. Assim qualquer uma se apaixona não?
Eu adoro a raça, com todos os seus defeitos . Eles tem algo que a maioria dos homens já perdeu a muito tempo: Cortezia e romantismo.  Outro ponto fascinante é que eles apreciam muito a arte culinária. Quase todos cozinham muito bem e são grandes apreciadores de bons vinhos.
Claro que isto só vale para os primeiros meses de encanto, depois todo europeu vira sapo. Neste ponto eles são todos iguais. Homens...uffff
Mas ainda restam os passeios para outros países europeus. Menos mal. Eles adoram viajar  e conhecer outras culturas distintas.
O meu gosto pelos homens europeus não é uma fantasia de quem sonha em um dia viver na Europa, é real, é gosto. Creio que nesta vida sempre buscamos aquilo que nos completa, e de todos os relacionamentos que eu tive na vida, realmente os europeus foram os que mais me completaram como um todo, com todos os seus defeitos.

Jupiter e as ilusões

Ainda estou com Jupiter transitando pela minha casa 1. Não sei quanto tempo va durar este aspecto, que por sinal, é muito bom. Nos faz otimistas e por consequência desta atitude, a sorte nos sorri. È fato. O nosso estado de espirito é quem rege o nosso destino.
A proxima casa por onde Jupiter estará transitando nos proximos meses será a minha casa 2. Melhor ainda. Estou precisando melhorar as minhas finanças e Jupiter nos traz sorte  quando transita pela casa 2. Só tem um pequeno detalhe. Jupiter quando mal aspectado nos dá a sensação de sermos ricos e prósperos mesmo com a conta bancária no vermelho. E aí é onde mora o perigo. Não sei dizer se Jupiter estará bem aspectado ou não.
Já andei recebendo alguns convites para viajar e no momento não estou podendo nem ir de Shizuoka à Toquio, ou seja, nem estou podendo me locomover dentro do Japao, imagine fora.
No final do ano teremos uns 9 dias de folga . Serão 9 dias à menos no meu salário que vao girar em torno de uns 800 dolares. Se eu viajar neste periodo para fora do Japao , com certeza no proximo mês vou ter que começar novamente a minha dieta da sopa de pedra. Vou passar fome.
Eu estou começando a achar que a minha Jupiter estará mal aspectada...
Vamos esperar e conferir.

O essencial é invisível aos olhos


Hoje falava com uma amiga sobre a minha capacidade de intuir em certas situações. Não sei dizer bem o quanto a minha intuição é acertada, mas quase sempre acerto.
Por muitas vezes consegui acertar o parceiro ideal de algumas amigas, e até mesmo o sexo dos filhos que eles teriam. Pura intuição.
Olhar nos olhos de uma pessoa e conseguir decifrar a sua alma é uma das minhas façanhas. Quase sempre acerto. Os olhos são verdadeiramente as janelas da alma. Através deles podemos perceber quando uma pessoa está sofrendo, quando está apaixonada, quando está para morrer.
Uma vez conheci uma pessoa em uma das reuniões do budismo no Brasil. Esta pessoa não tinha brilho nos olhos. Ao cumprimenta-lo , percebi que ele não tinha força nas mãos.  Ainda fiz um comentário maldoso com uma amiga. Comentei com ela que aquele moço parecia um morto vivo. Um mês depois fico sabendo que ele se suicidou. Apesar de nem conhece-lo quase pirei quando soube do que havia acontecido.
Não é que eu seja uma adivinha, ou que eu tenha premonições. Apenas tenho a capacidade de enxergar mais além do que os olhos veem. Pressentimento, talvez esta seja a palavra mais correta. Lá no fundo da minha alma, sempre sei oque está por acontecer. Infelizmente, nem sempre eu presto muita atenção em mim mesma e não dou muita importância para a minha intuição. Andei dando algumas cabeçadas.
Alguns dizem que eu sou pessimista. Pode até ser. Alma Capricorniana. Tendemos sempre a ir pelo lado racional e todo ser racional é um pouco pessimista porque conhece os prós e os contras de cada situação. Talvez o fato de ser tão racional é que me atrapalhe no momento de intuir acertadamente.
Por um lado é muito bom ser assim tão intuitiva, mas por outro nem tanto. Perceber as nuances da alma humana é por muitas vezes desanimador. Nem sempre aquela pessoa que pensavamos que fosse legal é tão legal assim. As pessoas tem sempre uma segunda intenção por trás das suas intenções.Não quero generalizar, tem pessoas que são realmente verdadeiras e os seus pensamentos caminham em harmonia com as suas atitudes, mas existem pessoas que caminham com os seus pensamentos na contra-mão. São aquelas pessoas que querem  sempre demonstrar uma coisa que não são, ou que tentam sempre nos ludibriar com agrados e gentilezas mas que tem sempre uma intenção egoísta por detrás. São armadilhas ambulantes.
Eu , com toda esta intuição que possuo, pago para ver. Ao perceber as intenções , pensamentos e sentimentos de tai pessoas, deixo rolar para ver até onde a minha intuição é acertiva. Normalmente com o passar do tempo , elas mesmas se delatam. Já me aproveitei bastante de pessoas" bem intencionadas" com suas segundas intenções escondidas na manga. É como se fosse uma batalha invisivel. E que vença aquele que tenha a capacidade de enxergar o seu adversário.

Formalidades necessárias


Hoje acordei atrasada, a minha cama estava tão quentinha que acabei dormindo mais do que o necessário. Apesar de ter acordado atrasada para sair ao trabalho, eu não poderia passar mais um dia sem ligar para a minha amiga japonesa que perdeu o pai no domingo passado. Seria no mínimo falta de educação não dar as minhas condolências pela perda. Apesar da dificuldade em pronunciar em japonês , eu me esforçei . Escrevi em um papel e fiquei exercitando.
Acho muito importante dizer ao menos "pêsames". Não é preciso falar mais nada,afinal, nestas horas a gente nunca sabe oque dizer e a pessoa do outro lado nem sempre está disposta a ficar falando muito.Esse negócio de desconversar e falar sobre outras coisas também não é legal. Acho importante deixar a pessoa falar de seus sentimentos , se for o caso.
Eu perdi o meu pai ha alguns mêses atrás, e apesar de não ter sofrido muito pelo fato de já estar vivendo bem distante dele hà anos, a gente sempre fica mais sensível, recordando o tempo de quando eramos crianças, os bons momentos e os maus também. É realmente uma situação muito delicada. Pior ainda quando somos muito apegados aos pais. Sofre-se muito a perda, apesar de já saber que um dia este será o destino de todos nós. Morrer por velhice.
Nestas horas nós mesmos tentamos fingir que está tudo bem, mas nunca se está bem quando alguém morre. É um periodo em que os pensamentos sobre a vida e a morte não sessam na cabeça de quem perdeu um familiar. Eu mesma me fiz de forte e nem demonstrei que tinha sofrido muito , nem tanto com a perda que já era esperada, ele já estava muito debilitado, mas eu sofri com as recordações. Algumas mágoas não resolvidas, alguma frustração, algumas lembranças dos bons tempos em familia, etc.
Tudo isso vem a tona quando um de nossos pais falecem. Tem gente que pira com peso na consciencia , ou coisa do gênero. Portanto é muito importante sim ao menos desejar "pesames" nestes momentos.
A maioria das pessoas não sabe oque dizer e evita ao máximo tal situação , mas eu penso que, é no mínimo falta de educação não dizer nada. Dá a impressão de que não nos importamos.
Só depois de ter vivido esta situação é que compreendi , o quanto certas formalidades são importantes . Antes de perder meu pai, eu sempre evitava amigos que haviam perdido seus pais. Deixava passar uma semana ou mais para aparecer como se nada tivesse acontecido. Péssima atitude.
Apesar de não me importar com convenções e formalidades , esta é uma das situações em que as pessoas precisam usar de um pouco de tato e educação. Desejar pêsames a quem perdeu um ente querido é no minimo uma questão de educação.
Se você não é do tipo que se importa com os sentimentos alheios, deve ao menos ser educado e sensível o suficiente para saber que este periodo é delicado , e que a pessoa que perdeu  alguém, vai estar com os ânimos alterados por um tempo. Eu mesma fiquei muito estressada , não dormia direito, e assim mesmo fui trabalhar ,  como se nada tivesse acontecido, mas com os ânimos alterados. Só quem é insensível demais para não entender que este é um periodo que pede um certo resguardo.
Bem, liguei para a minha amiga, e ela está bem, apesar do tom da voz não ser a mesma de sempre. Ela me pareceu animada demais. Não é normal.
Como eu já vivi tal experiência e também me considero uma pessoa sensível o suficiente para perceber os ânimos das pessoas apenas pelo tom da sua voz ou pelo seu olhar, eu já me toquei que ela está querendo demonstrar que ela está bem , ser forte, mas no minimo ela deve estar cansada ou estressada com todos os afazeres que aparecem nestas situações. Nunca ninguém vai estar bem nestas condições.
Fiz a minha parte. Se um dia foi importante para mim receber condolências dos meus amigos ,apesar de não ter recebido de muita gente, com certeza para ela também é. Eu me importo. É esta a impressão que causamos quando desejamos "pesames". Uma simples e unica palavra que faz a diferença.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Cerimonias no Japão

Ontem o pai de uma amiga japonesa faleceu. Já é tão dificil dizer algo nestas horas em português, imagine em japonês. Uma amiga minha me disse que devemos dizer: Goshyushosama que quer dizer condolências em japonês. Será que eu não vou errar e falar Gochisoshama ? Gochisosama  é uma expressão usada para agradecer após uma refeição. Espero não errar , e até escrevi em um papel  , mas vai saber.
Eu vou apenas ligar para a minha amiga e não vou ao velório. Na realidade eu deveria ir ,pois ela tem me ajudado muito aqui no Japão, mas vou sair de fininho. Primeiro porque não sei nem como fazer para ir ao velório, segundo porque nem fui convidada. Será que precisa?
Além do mais, qualquer cerimonia aqui no Japão arranca os zoios da cara da gente . Japoneses costumam dar dinheiro nos enterros. No velório do meu pai foi assim. Eu no momento não estou podendo prestar homenagens nem aos vivos, quem dirá aos mortos. Ficarei apenas no telefonema.Oque vale é a intenção.
Outra amiga vai se casar dia 16, antes do pagamento. Ainda bem que ela não me convidou. Cerimonias de casamento aqui no Japão são um absurdo de caro e sai caro para os convidados também. Cada convidado deve pagar o seu lugar na mesa que não é barato, e além de ter que pagar ainda tem que dar um presente ou o famoso envelopinho com dinheiro. Aiai , eu tô fora destas cerimônias japonesas . Só rola dinheiro .
No dia das crianças também as crianças costumam receber uns trocados que eles chamam de otoshi-dama. Para cada cerimonia existe um envelope diferente que vendem nas lojas de conveniências.
Eu sinto muito , mas não vou aderir a este costume local. É prejuizo demais.
Nestas horas eu sou bem brasileira.

domingo, 25 de novembro de 2012

Falar mal dos outros é relaxante

Outro dia uma amiga minha me disse que estava precisando falar mal do Brasil , e escrever em seu Blog, assim comon ela fazia quando morava na Inglaterra e falava mal dos filhotes de Mister Bean.
Eu estou engasgada hà tempos e precisando falar mal de alguns "homens". Não quero estar generalizando , pois existem homens muito sensíveis ainda neste planeta, fora os gays.
A falta de sensibilidade de alguns e o excesso de sensibilidade de outros tem sido um pé no saco nos meus ultimos relacionamentos. Será que não existe um homem bem resolvido e equilibrado sem traumas de relacionamentos e que queira viver o lado belo da vida sem ficar a toda hora lembrando o quanto foi infeliz no seu ultimo relacionamento?
Pois é, os homens maduros andam assim, cheios de traumas. Eles escondem bem , mas anda dificil encontrar um homem maduro bem resolvido e sensato.
Sempre pensei que são com os erros do passado que aprendemos a lidar com as nossas maiores dificuldades nos relacionamentos e assim nos prepararmos para viver um novo relacionamento mais cheio de cumplicidade e sem traumas. Ledo engano.
Quem não foi feliz em um matrimônio sempre está com um pé atras, cheio de exigências que nem faziam parte de sua vida matrimonial passada. Mas se a coisa não funcionou antes com tanta exigência , será que vai funcionar exigindo mais? Saber escolher o parceiro ideal é uma coisa, outra é exigir que ele seja o seu ideal, ou pior ainda, criar uma imagem ideal fantasiosa  simplesmente por não quererem enxergar a pessoa como ela é.
Quando eu conheço alguém e logo de cara ele me diz que já perdeu os seu sonhos de uma relação perfeita , eu dou ré e vou saindo de fininho. Dá muito trabalho tentar convencer um homem com uma certa idade a pensar diferente. É claro que relacionamentos perfeitos não existem, assim como pessoas perfeitas também não existem, mas perder a esperança de um dia cruzar com alguém imperfeitamente especial que pode vir a  ser a pessoa ideal para o momento que se está vivendo é jogar a "vida" pela janela. Quem não corre riscos nos relacionamentos não conseguirá nunca viver a vida a pleno.
É claro que falar é facil, se jogar de cabeça em uma relação e esperar tudo de bom e tudo de ruim também (faz parte), é uma questão de escolha. Viver a vida a pleno tem dessas coisas, ou se vive ou não se vive.
Pior ainda são os homens maduros , ainda casados e mal resolvidos que reclamam da relação , mas também não fazem nada para melhorar. Nem tomam uma atitude corajosa e se separam. Estes talvez sejam os piores porque buscam fora da relação algo que os preencha, mas não encontram nem dentro e nem fora de casa. Estes tipos são os plantadores de chifres que insatisfeito com a própria condição plantam chifres em testas alheias sem nenhum remorso e ainda por cima se sentem vitimas das circunstâncias. Normalmente este tipo de homem não tem respeito nem pela mae como mulher. Imagina se fosse o contrário, se fosse uma mulher casada ,mae de familia fazendo esta busca louca por um amor verdadeiro e plantando chifres na cabeça de quem quer que seja. Imperdoável não? Seria considerada uma vagabunda  e ninguém em sã consciencia se relacionaria com uma mulher assim para um compromisso sério. Se foi capaz de trair o pai de seus filhos é bem capaz de trair a outros também. Trair a confiança alheia é algo imperdoável.
E aqueles velhinhos que se acham? Estes são insuportáveis. Além de velhos, enrugados e barrigudos ainda exigem que você tenha uma bela pele, um belo par de coxas e implantes de silicones. Se possuem tantas exigências no aspecto fisico da parceira , então é melhor merecer e cuidar do proprio aspecto físico e diminuir pelo menos a barriga e tirar os pés de galinha com um pouco de botox.
Está difícil encontrar alguém bem resolvido em idade madura. Eu optei por buscar relacionamentos com homens mais maduros por achar que eles eram muito mais bem resolvidos , mas muito pelo contrário , aquilo que encontrei foram apenas homens em idade adulta com atitudes infantis nos relacionamentos.
Dizem que nós somos totalmente responsáveis por aquilo que atraímos. Eu assumo a minha culpa. Nem podia imaginar que os homens maduros estavam assim tão carentes e mal resolvidos. Pensava que isso fosse coisa de mulher em crise .]
Em fim, existem tantos homens mal resolvidos neste mundo quanto mulheres mal resolvidas, a diferença é que eles , os homens, disfarçam muito bem.

Dia de chuva e reflexões

Hoje o dia amanheceu chuvoso, acordei com o barulho da chuva cedo demais. Para alguém que trabalha das 17 h ás 2h da manhã ,penso que era melhor eu tentar dormir de novo. Não consigo mais.
Para dizer a verdade, nem estou cansada. Devem ser as poucas horas de trabalho do periodo.
No trabalho está tudo tranquilo, tranquilo até demais. Nada de horas extras, nada de correria. Ontem mesmo eu produzi mais do que eu deveria em apenas 8 horas de trabalho. Nada como trabalhar tranquila sem forçar o nosso ritmo. O duro é o salário que vai ficando curto sem as tais horas extras que compoem o salário do trabalhador aqui na terra do treme-treme. Realmente trabalhar no Japão não vale muito a pena quando não se faz horas extras.
Bem, não posso reclamar da minha situação. Estou trabalhando em um dos poucos tipos de trabalho que normalmente não é para estrangeiros. Trabalho limpo e leve. O salário também não está mal, oque pesa mesmo são os impostos que aumentaram muito por aqui. Acredito que seja em decorrência da crise mundial. O governo precisa repor as perdas de algum lugar. Da-lhe impostos no povo!
Ontem conversei com um francês pelo Skype, ele vive entre a Italia e a França e segundo ele a situação anda feia por lá, até mesmo a França não escapou dos efeitos da crise na zona do euro. Ele deve ser mais um desses europeus que perderam a fé na economia local e estão buscando um novo horizonte, um novo país para recomeçar a vida. O europeu em geral é meio pessimista segundo a minha visão. Neste quesito , penso que os japoneses são muito mais otimistas, ou melhor dizer, mais determinados. Enfrentam todas as crises com muita bravura e fé no governo, apesar da insatisfação atual . Também  não é para menos, são muitos anos que se passaram em meio a várias crises econômicas no país de várias origens. Desta vez, me parece que a crise da zona do euro anda mesmo afetando a economia industrial que já andava na corda bamba desde antes do inico desta crise.
Previsões tendenciosas ou não, o poder está mudando de endereço para a Asia, e não é bem aqui no arquipélago do treme-treme. Em meio a alguma crise, sempre tem alguém ganhando muito dinheiro e desta vez é a China. A Coreia também não fica atrás na concorrência com o Japão . Se a coisa continuar assim, o Japão vai acabar perdendo mais um posto no ranking das grandes potências asiáticas.
Com toda esta crise do lado de cá. O que é que eu vim fazer aqui? Tá aí uma boa pergunta.
Quando eu estava no Brasil, percebi que a economia andava bem equilibrada e nem se falava muito em crise mundial . Na realidade o quadro da economia brasileira no momento é de muito otimismo e muita espectativa para uma maior ascenssão dentro de mais alguns anos. Para aqueles que regressaram ao país, creio que o segredo seja ter muita paciência e esperar uma boa oportunidade porque elas existem a médio e longo prazo. No meu caso, a decisão de voltar naõ foi tanto por questões materiais. Não estou em busca de grandes realizações materiais. Já passei desta fase. Coisas que vem com a idade, deve ser.
Apesar do quadro economico no país do treme-treme não ser lá essas coisas, eu ainda não me arrependo de ter tomado a decisão de voltar. Aqui no Japão tenho outro tipo de qualidade de vida que não encontrei no meu retorno ao Brasil. Aqui, sabendo economizar e respeitando a cultura local se vive muito bem. Claro que se eu não tivesse conquistado algumas amizades japonesas e o respeito do povo daqui eu não estaria me sentindo tão bem assim.
Um dos fatores que me fazem sentir muito bem por aqui é a tranquilidade e a liberdade de ir e vir sem aquela neura de ter que voltar cedo para não pegar um trânsito dos infernos e nem tão pouco me preocupar com assaltos ou algum tipo de violência nas ruas. Outra coisa que cansa a paciência de qualquer um é ter que perder 2 horas no trânsito ou no trajeto entre a  casa e o trabalho. Tudo é longe demais , sem falar na multidão. Tem gente demais em São Paulo. Deus me livre!
Na minha ultima folga, quando fui a Hamamatsu e esqueci da hora , pensei que eu fosse sofrer horrores para voltar para casa porque já passavam das 18h, acho que eu estava ainda tomada pela neura de São Paulo. Na volta foi tudo muito tranquilo. Peguei o trem cheio ,mas dava para sentar. Gente educada e sem empurra-empurra. Claro que em Toquio é diferente, todas as cidades grandes tem dessas coisas, mas só de lembrar na loucura que era pegar o trem em São Paulo as 21h, um horário que os trens já deveriam estar mais vazios, eu respirei aliviada por voltar para casa sem atropelos pelo caminho. Estes pequenos detalhes contam muito no nosso dia-a-dia. Imagina terminar o dia de trabalho e já saber de ante-mão que vamos ter que enfrentar um transito dos infernos e trens lotados . Deus me livre!
Me acostumei a vida tranquila do interior do Japão. Nada de transito louco, nada de gente mal-educada nas ruas, nada de sujeira nos trens e o benefício de poder ir ao trabalho tranquilamente de bicicleta. Aqui , assim como na Europa, as pessoas utilizam muito este meio de transporte para se locomover até ao trabalho, ou até a estação de trem mais proxima. Aqui no Japão como na Europa, é normal ver gente de terno e gravata andando de bicicleta . Em particular na Suiça, não são apenas pessoas bem vestidas que andam de bicicleta para ir as compras ou ao trabalho, o europeu é muito esportista e tem muita gente praticando o ciclismo com suas bicicletas ultra leves e ultra caras.
Em São Paulo vi algumas bicicletas do Banco Itáu para locar, mas cá entre nós. Dá coragem de passear de bicicleta nas ruas de São Paulo?
Pena que em apenas algumas regiões ,mais afortunadas, as pistas são fechadas aos finais de semana para os ciclistas. E o resto do povo?
Ta aí uma coisa que eu não gosto no Brasil. Somente alguns tem uma certa qualidade de vida e isto depende muito do seu salário ou condição social. O Brasil é realmente um país maravilhoso, mas muito  dificil de se descrever. Não dá para generalizar . Para alguns o Brasil oferece muita qualidade de vida , para outros , nem tanto. Devo admitir que o Brasil de hoje está bem melhor do que o Brasil de 8 anos atrás. Em comparação com a economia de muitos países que enfrentam  atualmente a crise mundial , o Brasil saiu pela tangente e parece estar em franco crescimento. Mesmo assim, em termos de qualidade de vida ainda deixa muito a desejar. Claro que esta é uma visão de quem viveu fora do Brasil por muitos anos e fazer comparações se torna algo inevitável. Ás vezes é melhor não conhecer tanto para evitar comparações...

sábado, 24 de novembro de 2012

E a vida não para!

Não tenho mais dúvidas de que a vida realmente comece aos 40 anos de idade para uma mulher. Claro que tudo depende da forma como se encara a vida. Ela pode começar a declinar aos 40 também.
Quem opta por ingressar aos 40 anos esperando a menopausa e deixando de lado os seus sonhos , vai impreterivelmente viver aquilo oque imaginou. Menopausa precoce e estagnação total da vida.
Eu particularmente optei por vive-la intensamente , como jamais pude fazer quando eu tinha apenas 20 anos de idade.
Aos 40 anos de idade temos pressa e queremos viver tudo aquilo que não vivemos até então. Não existe tempo para pensar e deixar para depois. Os riscos de se  meter os pés pelas mãos também aumentam nesta fase, mas a diferença é que já temos maturidade o suficiente para sairmos ilesos de qualquer situação imprevista.
O importante neste periodo é viver cada nova experiência como se fossem únicas e fugir da estagnação que acompanham esta fase da vida.
Primeiro passo. Engordar jamais. Após os 40 anos de idade se torna muito mais difícil voltar ao peso anterior, e quando conseguimos nunca voltamos a mesma forma de antes, a lei da gravidade não ajuda muito e a pele se torna flácida. Portanto, efeito sanfona após os 40 anos de idade, nem pensar.
E os namorados? Eu não sou da ala que preferem homens mais jovens, eu prefiro os mais maduros e desesperados por viver a vida . Eles são muito mais interessantes porque também estão desesperados pela  vida. E além do mais, homens dos seus 40 aos 50 anos de idade tem lá o seu charme.
Viagens, esta é a melhor coisa para se fazer após os 40. Conhecer novas culturas, novas paisagens e absorver tudo oque der para absorver destas experiências. Eu sou um verdadeiro "modess", absorvo tudo, interajo com as pessoas , caminho nas ruas , provo a culinária local e sempre aprendo alguma coisa que me enriquece de alguma forma.
Após os 39 anos de idade eu não parei mais. Vivi intensamente cada nova experiência que eu mesma criei, por mais absurda que parecesse aos olhos dos outros. Uma dica, nunca devemos dar ouvidos aos mais conservadores neste periodo. Eles normalmente estão habituados , para não dizer resignados, a viver a vida como ela se apresenta e nada mais.
Muito cuidado. Nesta fase não podemos esquecer que somos pessoas maduras e começar a nos comportar como  menininhas de 20 anos. Infantilidade nas ações e vulgaridade ao se vestir pega mal demais . Nada de barriga de fora e nem mini-saias . Elegância é a palavra de ordem.
Alma jovem ,mente e corpo maduros com um toque de elegância e muito , mas muito bom humor. Esta é a formula para ser sempre jovem e estar sempre renovada e desejável após os 40 anos de idade.
Quando em viagem, nunca esquecer de levar os "sonhos" para aonde quer que se vá. São eles, os sonhos, que nos movem . Vive-los , depende apenas da nossa abertura mental.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

facebook também é cultura

 Li nas noticias gerais do meu facebook  um pequeno texto em italiano , que apesar de ser bem ao estilo italiano de viver a vida, me pareceu muito sabio.

"Beati i folli perche non sanno di esserlo, e sono le uniche criature

libere di essere felici ,mentre tutti i normali si accalcano inutilmente

nel tentativo di essere pazzi in un mondo di solitudine."

"Afortunados os loucos porque não sabem que o são, e são as unicas criaturas
livres de serem felizes, enquanto todos os normais se aglomeram inutilmente
 na tentativa de serem loucos em um mundo de solidão."


Esta bendita razão que nos impede sempre de correr os riscos que a vida nos apresenta. Riscos por muitas vezes são grandes oportunidades que não acontecem duas vezes na vida de uma pessoa. Não sei se eu chamaria de louca uma pessoa que teve a "coragem" de se arriscar. Que seja deixando um trabalho seguro para empreender o seu próprio negócio, que seja para viver em um outro país, que seja para assumir um segundo matrimônio apesar dos dissabores do primeiro, que seja para se entregar a uma paixão de corpo e alma, mesmo sabendo que paixões não duram  nunca a vida toda.
Felizes são os corajosos que provaram de sua propria insanidade para viver momentos mágicos na vida . A magia de viver a vida não se cria nunca  a partir da razão.

Mais um dia de folga

Mais um dia de folga se vai. Hoje aproveitei o dia para dormir, acho que dormi umas 12 horas direto. Estava precisando, afinal, ontem eu sai de casa sem dormir .
O dia hoje amanheceu nublado com aquela garoinha que me faz sempre lembrar de São Paulo, a terrinha da garôa. Fiz faxina no apartamento, que aliás, é fácil demais, o espaço é bem compacto. Eu procuro não acumular muita coisa nem móveis, afinal, a gente nunca sabe até quando vai estar morando neste país. Estamos sempre com um pezinho no aeroporto.
Casa limpa, roupa lavada que deixei toda para secar no banheiro com o exaustor ligado. Seca rapidinho. Adoro estar em casa com tudo brilhando e organizado. Durante a semana o meu apartamento parece mais um  quartinho de  albergue todo zuado.
Recebi uma amiga em casa , com o seu marido e a filhinha deles que já tem 2 anos. Quando eu fui embora para o Brasil , ela tinha só alguns mêses. Como é bom rever os amigos do lado de cá. Pena que desta vez é ela quem está de malas prontas para ir embora para o Brasil. E assim é a vida aqui no Japão, uns vão, outros voltam.
A noite pretendo cuidar da minha cutis que anda judiada com o clima frio do inverno japones, e mais tarde vou sair com uma amiga peruana para gastar os meus pontos do Point-Card que ganhei este mês. Vamos comer algo ,tomar um cafezinho e colocar as fofocas em dia. Na verdade nem tem muita fofoca para fazer. Vamos jogar conversa fora e relaxar um pouco. Mas antes, acho que vou tirar uma soneca.
Uma taça de vinho e zzzzzzzzz....

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Un bel dí

Hoje é minha folga e aproveitei para ir ao Banco do Brasil em Hamamatsu, a cidade dos brasileiros no Japão. São mais de 11.000 brasileiros que vivem por lá. Hoje entendi porque esse povo todo escolheu  a cidade de Hamamatsu para viver aqui. Lá é bom demaissss!
Ontem não consegui dormir com medo de perder a hora do ônibus que passa aqui bem ao lado do meu apartamento com horário marcado. Saí de casa sem dormir , às 11:33 am em pontinho e só voltei as 21:30 pm. Não, eu não perdi. Eu fiquei curtindo o dia mesmo.
Fui ao banco e lá fui muitissimo bem atendida por uma atendente brasileira. Ela até ativou a minha conta antiga que pasmem ,tinha saldo. Pouca coisa é claro, 5 dolares e 1.000 ienes. Depois fui a pé para a estação de trem , cerca de 15 minutos do Banco do Brasil. Nem precisava ter pego taxi na ida. Fui passeando pelas ruas e vi tanta,mas tanta informação nos predios e nas lojas que fiquei curiosa e entrei em uma loja de departamentos que na verdade é um shopping (ZaZa) e lá fui fuçar as tendências da moda de inverno. Do lado de fora tinham alguns restaurantes e decidi dar uma paradinha para comer algo no Italian Tomato. A pizza deles é horrível, mas eu gosto de ir lá porque o restaurante é pequeno e aconchegante. Tentei conectar na net  com o Wi-fi e não consegui. Depois de tomar um cappuccino (aguado) e um café expresso fortissimo fui andar.
Nem me lembro aonde eu entrei , deve ser no Zaza, e lá tinha uma loja da Uni quilo que é famosissima aqui no Japão por vender roupas básicas de muito boa qualidade por um preço justo. Eu não resisti e acabei comprando um coat preto super básico mas estiloso. Tantas lojas, tantos restaurantes, tantos cafés e tanta gente nas ruas . Não resisti. Fiquei pelambulando pela cidade até encontrar um café internet. Aliás, eu me perdi na quadra do café internet e um senhor japones muito gentil percebendo que eu estava mais pra lá do que pra cá, veio me socorrer . Me ensinou o caminho errado para o café internet  ,mas ainda bem que chegou uma moça e me ensinou o caminho certo. O povo daqui é gentil demaisssss.
Até ontem eu estava morrendo de medo de não acertar o trem para Hamamatsu, mas na hora de ir embora nem estava preocupada se ainda tinha onibus para eu ir para Yoshida. Aliás, eu acho que andei de ônibus aqui no Japão só umas 2 ou 3 vezes  e nem sabia como fazer para pagar a passagem. Já aprendi como se faz e já aprendi o caminho para Hamamatsu. Na minha proxima folga, adivinha para aonde eu vou?
Ameiii a cidade. Pena que não levei a minha camera fotografica. Da proxima vez vou tirar muitas fotos da cidade. É realmente uma cidade muito bonita ,limpa e organizada. Muito mais do que Shizuoka. Agora vou virar freguesa e sempre que der vou para Hamamatsu tomar um café no Starbucks , invadir as lojas e obviamente usar a internet . Hoje o dia foi "SAIKO". Traduzindo: O MÁXIMO.

sábado, 17 de novembro de 2012

Minha alma samurai

Quanto mais eu vivo nesta terra, mais acabo aprendendo sobre mim. Ou melhor, aprendo a aceitar certas características minhas que foram herdadas por DNA. Não tem como fugir da herança genética. Não herdamos apenas a semelhança física , também herdamos  o caráter. Eu devo ter tido algum tataravô samurai. Não do lado da familia da minha mae, mas do lado da familia de meu pai. Meu pai contava-nos algumas histórias (tristes) do tempo da segunda guerrra mundial e de como o seu pai (meu avô paterno) era rígido e autoritário. Se meu avô era assim , e meu pai também ,imaginem como era meu tataravô. Deve ter sido um samurai guerreiro fatalista.
Eu infelizmente herdei muito desta parte da familia, os autoritários. E ainda para piorar nasci Capricorniana. Ninguém merece! Tenho a té medo de saber quem foram os meus antepassados.
Tem algo em mim que não quer ser derrotado nunca. Não é bem perder uma disputa , uma competição ou coisa do gênero. Nem me importo. Quero estar acima disto, da disputa e da derrota. Na verdade eu acho que eu quero ser o Juiz da partida. Juiz não perde nunca.
Dar o braço à torcer. Está aí um velho ditado que me persegue  a vida toda ,mas que não funciona nunca comigo. Eu sou muito orgulhosa e este orgulho passa por cima de qualquer sentimento, até dos meus. E o pior,eu não me arrependo por nada neste mundo. Inflexível demaissss!!!!
Aos poucos vou me descobrindo, mais e mais. A cada descoberta , uma aceitação, e as inúmeras tentativas em " melhorar" aquilo que já não tem mais jeito.
Melhorar é o máxino que posso fazer por mim mesma. Mudar é impossível. Segundo o meu conceito fatalista , a nossa essência nunca muda. Ela se modifica , mas nunca muda. Bendito DNA!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O desapego

Meu Sol na casa 8 explica muitas das experiências que vivenciei ao longo dos ultimos 10 anos, e talvez a maior delas foi o desapego.
A princípio pensei que fosse sofrer muito com a falta daquilo a que eu estava habituada. Inclusive pessoas na minha vida, um ex-, a minha filha, a minha poodle. Imagina, eu tratava a minha poodle como se  ela fosse uma filha.  Quando a minha poodle se foi (morreu de velhice), eu estava aqui, do outro lado mundo. Nem quis saber os detalhes ,mas no fundo eu já sabia que já estava chegando a sua hora . Fiquei triste, mas procurei não pensar, nem lembrar. Desapegar.
Sofri um pouco, mas aos poucos fui compreendendo a necessidade de nos desapegar para não sofrer . Desapeguei tanto de tudo que agora não sofro mais com as despedidas , e nem tão pouco sofro ao ter que deixar meus pertences por este mundão à fora por falta de espaço na mala de viagem. Consegui resumir a minha vida em duas malas de viagem, o resto ficou por aí. É desapego demais para um ser humano. Ao mesmo tempo, penso que a vida, ou o destino estejam me preparando para algo que eu ainda não sei dizer oque é. É tanto desapego na minha vida que na maioria das vezes, sei e percebo que as pessoas me julgam uma pessoa fria e indiferente. Na realidade não é bem  a frieza e nem  indiferença que cobrem a minha alma. Muito pelo contrário, sofro com o sofrimento alheio, sou altruísta ,leal e muito humana nos meus julgamentos. A diferença é que eu compreendi o desapego como filosofia de vida e a aplico na minha vida de forma natural. Muitos destes aprendizados foram subtraídos de leituras de livros budistas. Fiz um mix do zen budismo(japonês), o chan (chines) o budismo de Nitiren (japonês) e o tibetano do Dalai Lama.
Eu, mesmo sem saber, estava me preparando para o meu salto maior nesta vida que seria o de viver longe de casa, em um outro país e sozinha. Eu não poderia jamais ser feliz do outro lado do mundo, vivendo sozinha distante dos amigos e da minha familia se eu não tivesse aprendido o valor do desapego na minha vida. É claro que eu sofro com as separações, a distância, e a falta que as pessoas me fazem, mas nunca é por muito tempo. Procuro sempre transformar esta falta em "saudade".
O Sol na casa 8 não representa apenas a necessidade de desapegar-se do seu meio, mas também rege as grandes transformações (internas) na vida de um individuo que possui este aspecto.
Eu já passei por uma grande e longa transformação interna e isto não se deve a idade madura, e sim as minhas leituras e a minha busca pelo meu autoconhecimento.
O Sol na casa 8 também tem  relação com mortes, heranças e legados deixados por outros. Sempre dei muita ênfase a este detalhe, esperando apenas o momento de receber alguma herança. Sou desapegada mas não sou boba. O meu desapego é no sentido de não sofrer por  algo que perdi e não por  algo que eu ainda não tenho.
Com tanta força plutoniana  transformando  a minha vida  e o meu self , hoje posso me considerar uma pessoa melhor, ou seja, nunca deixo de tentar melhorar como ser humano sem me prender a rótulos e apegos desnecessários que só contribuem para aumentar a nossa ansiedade e tirar a nossa serenidade.

domingo, 11 de novembro de 2012

A violência

Atualmente com a internet parcial não tenho acesso a todas as noticias do Brasil, mas o pouco que pude ler sobre as novidades na cidade de São Paulo tem relação com a onda de violência provocada pelo Pcc. Isto é assustador.
Quando eu estava no Brasil, ainda neste ano, eu me lembro que eu estava voltando de trem para Mogi e vi uns tipos muito estranhos no trem. Com certeza eles não eram alí da cidade. Um deles ficou me encarando e por conselho de uma moça que percebeu a movimentação dos tais, eu fiquei com ela na estação até eles dispersarem e em seguida peguei um taxi. Nem poderia imaginar que naquela noite o PCC estava concentrado em algumas regiões da zona leste de São Paulo bem proximas da cidade onde eu morava.
Hoje li na net, em algumas paginas de pesquisa do google que eu tenho acesso, que a onda de crimes anda pegando na cidade, outra vez.
Passei pouco tempo no Brasil (1 ano e meio) e não havia percebido ainda esta mudança na criminalidade da cidade. Antes, a alguns anos atrás era a coisa mais normal ser assaltada no ponto de ônibus, ou até mesmo dentro dos onibus. Eu mesma já fui ameaçada várias vezes . Hoje, a criminalidade é organizada. Poxa! como eles evoluiram!
Viajei de trem todos os dias, peguei metrô, fui para várias regiões de São Paulo sem ser assaltada uma única vez por um trombadinha. Cheguei a pensar que algo tinha mudado em São Paulo e que a criminalidade estava mesmo sob controle. Sob controle deles, os marginais que agora se uniram organizadamente e atacam em grupos promovendo arrastões em restaurantes . Eles não agem mais individualmente, agem em grupos organizados.
O mais assustador é o poder que eles tem de promover atos de violência em determinadas regiões da grande São Paulo quando eles bem entendem . É como se eles se organizassem por região, a mando de alguém, obviamente.
Chego a pensar que toda aquela falta de trombadinhas nas ruas de São Paulo, não foi apenas uma ação da policia e nem tão pouco a melhora no padrão de vida do paulistano. Isto me parece mais um acordo entre a policia e os chefes do crime organizado.
Mas aonde foram parar os trombadinhas que estavam por toda a parte de São Paulo? Cresceram e hoje comandam o crime organizado de dentro de suas celas? Se formaram com a ajuda do governo e hoje são cidadãos de bem?
A criminalidade de São Paulo mudou muito mesmo. Evoluiu. Tudo que evolui, não tem fim.

Sem internet

Já se passaram 3 meses e eu ainda estou sem internet. Nem dá para acreditar que em uma terra tão tecnológica como o Japão, alguém consiga ficar sem internet. Eu consegui.
Vou tentar explicar oque aconteceu com a minha internet, desde que me mudei de cidade. A minha net foi adquirida em Osaka, em um plano fechado entre a Ntt e a E-mobile japonesa. Ainda não entendi direito porque é que eu nao consigo usar a net normalmente como as outras provedoras do Japão. Me parece que a provedora que eu escolhi é mais para quem está habituado a usar a internet sem fio, ou seja, o Wi fi. Eu também uso,mas nao entendi ainda quais são as vantagens e as desvantagens com relação a preço. Para complicar mais ainda a situação, eu fui obrigada a mudar de plano quando me mudei para o meu novo apartamento, em outra cidade. Desde a ultima vez que falei com um operador da E-mobile, ainda teriam que verificar se o meu novo plano funciona neste apartamento onde moro atualmente. O negócio ficou tão enrolado que eu perdi a paciência e deixei de lado. Estou usando (provisoriamente) a net do meu apartamento através do modem da tv a cabo. Sei lá, porque funciona e como funciona ,mas eu consigo acessar parte do google e o skype.
Acabei de descobrir que posso postar por aqui, mas não posso visualizar o meu próprio blog. Tem alguma relação com a porta de saída que não está liberada, ou seja, eu precisaria pagar a net do meu apartamento para ter acesso a internet integralmente.
Eu poderia cancelar a net que fiz e pagar a net do meu apartamento , mas tem um pequeno detalhe. Eu teria que pagar uma multa de 27.000 ienes ,que deve equivaler a quase 200 dolares para cancelar o meu plano. Enquanto não resolvo esta pendenga eu poderia pagar a net do meu apê,, que é muito mais barata  e usar a net do apartamento, mas já liguei para os responsáveis (japas) do meu serviço e eles disseram que dá muito trabalho porque é necessário ir pessoalmente na imobiliária do apartamento. Affff!
Bom, eu poderia tentar me conectar pelo wi fi do meu netbook , mas quem disse que aqui dá sinal de alguma coisa? Eu poderia também ir a uma lan house, mas quem disse que aqui na minha cidade existe isso?
Calma minha gente! Eu não estou morando no fim do mundo (só do outro lado), mas aqui na minha cidade (Yoshida), não tem nada. Não tem nem estação de trem e quando eu preciso pegar um trem tenho que me locomover de onibus até a cidade mais proxima.
Calma minha gente! Eu não estou morando no meio do nada. É apenas uma cidadezinha interiorana que vive da pesca , das indústrias e da agricultura.  Aqui no pedaço onde fica o meu apartamento tem de tudo, uma drugstore que vende de tudo, o correio, a prefeitura, o ponto de onibus, uma loja de roupas femininas bem grande tipo a Marisa do Brasil, lojas de conveniências pra tudo que é lado, e o supermercado que fica a uns 10 minutos de bicicleta. Na quadra de trás já é a 150, uma avenida grande que tem de tudo, menos lan house. Ah, esqueci de falar das plantações de arroz por todos os lados também. Em fim, para quem conhece bem o Japão, esta cidade não é muito diferente das outras cidades do interior  Japão. Claro que as grandes metrópoles como Tokio  e Osaka são bem diferentes e talvez eu nem precisasse de uma provedora para acessar a net, bastaria pegar algum sinal livre , assim como eu fazia em Osaka, mas cidades do interior tem essas desvantagens. Por outro lado, aqui é tranquilo demais e dá pra fazer tudo de bicicleta. Além do mais, o povo de Shizuoka é sossegado demais e muito gentil. Acho que me acostumei com esta tranquilidade de viver no interior. Claro que não tem comparação a viver no interior de São Paulo ,onde nada acontece e a gente morre de tédio porque o padrão de vida daqui é totalmente diferente . Aqui pelo menos quando queremos fazer algo diferente podemos ir a cidade  . A estação de trem de Shizuoka oferece mil opções gastronômicas , e as lojas de departamentos tem sempre mil novidades fashions para quem curte andar na onda da moda. Eu ainda não fui por falta de dindim, mas já combinei com uma amiga de dar um pulo até a cidade ainda neste mes.
Com tanta tranquilidade e segurança por aqui, dá até para pensar que é o lugar perfeito para se viver o resto da vida. Eu particularmente gosto desta qualidade de vida, sem poluição, sem barulho, sem bagunça, sem trânsito e o principal, sem violência. Mas como nesta vida nada é perfeito, aqui nunca sabemos se vamos morrer amanhã ou daqui ha ainda mais alguns anos por causa dos grandes terremotos desta região . Eu mesma nunca mais fui ao mar com medo dos tsunamis. Não gosto nem de lembrar do ultimo terremoto seguido de tsunami ao norte do Japão. Ao mesmo tempo, viver com este medo já se tornou algo tão normal que nem ligamos mais para este pequeno detalhe. Da-lhe adrenalina!
Espero poder estar em breve com a questão da internet resolvida dentro de algumas semanas para poder postar algumas fotos da cidade.