segunda-feira, 30 de junho de 2014

Aprendendo a dar valor



Sempre me pego reclamando de alguma coisa. Acho que é vício, herança paterna ou culpa do meu regente "Chaturnino". Alguèm já conheceu algum Capricorniano que não reclama? Eu não.

Durante estes últimos meses  tenho reclamado muito do meu trabalho, do meu salário, da minha chefa  japa ( que é muito boazinha) , e até da limpeza e organização do prédio onde eu trabalho. Tem sempre muita teia de aranha pra tudo que é lado. 

O Japão deveria  se chamar : O país das teias de aranha e não do Sol nascente.

Apesar dos pesares, o meu trabalho e o meu ambiente de trabalho aqui no Japão é muito bom. Muuuuuito bommmmm mesmo!

Para nós estrangeiros que não dominamos a língua local, ou não  temos formação Universitária com validade no exterior, os trabalhos que aparecem são frequentemente os braçais. Aquele tipo de trabalho que ninguém quer fazer. Sabe como é?

Não só no Japão como em outros países, se você não foi transferido pela sua empresa , ou se você não possui alguma graduação com validade em países estrangeiros, vai lavar muito banheiro, fazer faxina em residências, ser garçonete, au pair , ou operário de alguma fábrica. 

Este é sempre o caminho que temos que trilhar em terras estrangeiras quando precisamos realmente trabalhar. Não restam muitas opções.

E ainda tem gente que pensa que a vida fora do nosso país é um mar de rosas. Ledo engano. Temos que batalhar muito mais, ser muito mais humildes. 

Ontem uma amiga me chamou para fazer um arubaito em uma fábrica. Arubaito em japonês é bico. Muitos estudantes japoneses fazem "arubaito" depois da escola , mas normalmente  o fazem em restaurantes e lojas de conveniência. Para nós estrangeiros restam sempre as fábricas. 

Como eu ando sem muito trabalho e com os dias de folga livres , decidi aceitar o desafio de trabalhar 8 horinhas em uma pequena fábrica de plásticos. 

O trabalho nem era dificil  ou pesado, mas a fábrica era quente demais. Creio que fui umas três vezes ou mais ao banheiro para molhar o pescoço e os pulsos. Outra dificuldade foi trabalhar em pé. Meu Deus, porque será que não pode trabalhar sentado?

Meus pés ficaram moídos e com um pouco mais de 5 horas de trabalho eu já não conseguia ficar em pé sem sentir desconforto nos pés e nas costas. 

A vaga para este bico era de 12 horas, mas demos um jeito de eu ficar apenas 8 horas. Se com 5 horas eu já estava pedindo arrego, imaginem 12 h?

Pior, tem gente que se sujeita e prefere trabalhar assim. Quanto mais horas de trabalho, mais extras pagam. Por mais que eu queira $$ , eu não possuo tal disposição física.

Gente! e o refeitorio da tal fabriqueta? Gente fumando em um espaço mínimo enquanto outros almoçam. E o microondas? Alguém fez uma arte barroca nele de tão sujo.

Não. Ninguém merece se acostumar com este tipo de ambiente. 

Amanhã volto para o meu " amado trabalho" . Ar condicionado a 21 graus , cadeira com rodas ( eu nem levanto da cadeira para me locomover) , ambiente limpo, intervalos de 15 minutos a cada 2 horas ( sempre faço 25 minutos) , banheiro limpo ( uma empresa faz a faxina) , uniforme limpo e engomado à cada duas semanas, e muito , mas muito respeito e preocupação com a nossa saúde física. 

Nunca mais vou reclamar do frio que faz na minha seção por causa do ar condicionado, também nunca mais vou  reclamar quando trocam a minha cadeira almofadada por outra mais dura, muito menos do microondas do refeitório que demora a aquecer mas está sempre limpo. Nem vou reclamar mais do desgaste da minha visão, a única parte do corpo que eu uso quando estou trabalhando. Nem posso, hoje usamos microscópio e um programa de medição de partículas microscópicas . 

As teias de aranha? Ahhh, deixa as aranhas sossegadas. Aqui no Japão uma aranha tecendo uma rede onde quer que seja é sinal de sorte. 

domingo, 29 de junho de 2014

Facebook diminuindo distâncias



Desde quando retornei a terras nipônicas decidi que não compraria um celular, a internet me bastaria. Hoje possuo um IPad e uma linha telefônica residencial com internet. Para mim basta.

No Japão o celular não serve apenas para fazer chamadas telefonicas de onde quer que se esteja, ele serve também para avisar sobre possíveis tsunamis e ocorrências de terremotos. É quase um mal necessário, mas mesmo assim decidi abrir mão para economizar . Já estou até pensando em me desfazer da minha linha telefônica e ficar apenas com o Ipad, ou vice-versa. Contenção de despesas.

Com isto, me tornei uma pessoa "quase" incomunicável. Ninguém me encontra em casa porque eu deixo o meu aparelho telefônico desligado para usar as poucas tomadas que tenho no meu apartamento para outras coisas. Quer falar comigo? Tem que ser pelo facebook , ou Skype.

Claro que é possivel receber mensagens via SMS no meu Ipad , mas eu ainda não descobri como fazer isso. Pra dizer a verdade, nem estou muito preocupada.

O facebook tem sido muito util , principalmente para receber notícias do mundo ,de amigos e familiares. Parece incrível , mas para nós que vivemos longe de tudo e de todos, o facebook ajuda a não sofrermos com a saudade. As pessoas parecem muito mais próximas e a ausência física delas é apenas um detalhe. 

Nestas últimas semanas tenho acompanhado alguns jogos da Copa, e não poderia deixar de torcer pelo Brasil , mesmo distante. O coração fala mais alto nestas horas, apesar dos protestos contra a Copa do Mundo , que na minha opinião são coerentes com a atual realidade brasileira. 

Facebook conectado e a tv japonesa ligada. Não deu outra. As 4:00 h da manhã torcendo pelo Brasil pelo facebook. 

Com quem eu poderia compartilhar este momento não fosse o facebook?

As vezes fico pensando o quanto estamos dependentes desta  maquina e o quanto a internet tornou  nossas  vidas menos limitadas. Como seria então, a minha vida do outro lado do mundo sem este instrumento de mensagens e imagens instantâneas?

Parece impossível imaginar que ha alguns anos atrás eu me comunicava com familiares por carta. Espera de mais de uma semana,e as notícias sempre chegavam atrasadas.

Seria possível viver longe de tudo e de todos e não sofrer se a internet não existisse?

Acho difícil...


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Ficante



Hoje uma amiga minha japonesa que adooooora nipobrasileiros, postou uma foto no seu facebook com o novo " ficante" de origem brasileira. Ela já deve estar no seu quinto ou sexto brasileiro. Com um deles ela arrumou um filho , que é lindo. O pai do menino não paga pensão e nem a dívida que fez com a sogra no periodo em que estava " casado" com a minha amiga japonesa , e jjá tem outra ficante ou namorada. Parece que eu já ouvi esta historia antes. 

Apesar das experiências infelizes com brasileiros, a japinha adora a raça e adora tudo que é do Brasil. Ela não desiste !

Na minha opinião penso ser ainda muito precoce para ela  estar postando fotos e declarações no facebook. Afinal, segundo ela mesma disse , ainda são apenas ficantes e ela não quer ficantes, ela quer um namorado. 

Mas cá entre nós, será que o brasileiro ainda sabe o que é namorar ?

Todo namoro tem fases , pelo menos aquele tradicional , e o " ficar" tirou todas as regras existentes em um relacionamento como este. 

O ficante vai ficando com vocē até encontrar algo mais interessante, não respeita compromissos, ás vezes nem lembra que você existe no dia seguinte. O ficante é free. Isto serve  para as garotas ficantes também que só querem beijar muito e se divertir .

O ruim de " ficar" com alguém que não quer compromisso é se apaixonar pelo tipo, e o dito cujo nem aí com você. Ele te procura em nome da amizade, quando ele quer. 

Não sei, estes modismos não funcionam comigo. Prefiro uma aventura de verão do que um ficante fixo. Pelo menos na aventura de verão, os dois lados sabem muito bem aonde estão pisando e o quanto vai durar. O ficante não, ele vai ficando. Eu já tive um ficante e a relação durou 5 anos sem grandes progressos. Precisei cortar o mal pela raiz. 

Mas o ficar é uma invenção puramente brasileira?

Tive vários relacionamentos no Brasil que começavam do acaso e no acaso ficavam. Em compensação, os relacionamentos que tive com pessoas de outras culturas por mais efêmeros que tivessem sido em função da distāncia e de outros fatores, o assunto " casamento" nunca foi ignorado. Muito pelo contràrio, era uma questão óbvia a ser discutida que por vezes , pela minha falta de noção e preparo para me posicionar com relação ao assunto, me deixava sempre em uma posição desconfortável.

Quem quer namorar não fica, e quem quer ficar não namora.È imprudente demais ir ficando com alguém para se conhecerem melhor, sendo que o sexo muitas vezes vem antes de tudo. Antes mesmo de saber onde vocē  mora, com quem você vive, o que você pensa...

Com a invenção da internet e das conversas com video, eu voltei a moda antiga. Converso com meus pretendentes por mêses à fio sem nenhum contato fisico, e nada desse papo de sexo virtual. Apareceu sem camisa na webcam pra mim eu já cancelo. 

Através do contato virtual podemos prender mais a atenção do individuo, nos fazer ouvir, trocar idéias, perceber o olhar, e conversar muuuuito. Quando os meus futuros pretendentes a pretendentes passam pelo clivo dos 3 mēses de contato virtual, aí vem a segunda etapa. Nos conhecer pessoalmente. Todo este processo leva por vezes longos meses , e se o cara está mesmo a fim, ele vai esperar . 

E o ficante? 

Ficante é ficante , e se ele nunca se posicionou desde o inicio da relação nunca irá se posicionar. Ele apenas vai ficando. 

Se você quer um namorado, não fique!



sábado, 21 de junho de 2014

Percepção e bom senso



"Percepção (AO 1990percepção[1] ou perceção)[2] é, em psicologia,neurociência e ciências cognitivas, a função cerebral que atribui significado aestímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas. Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio."

Como no texto acima, para mim, a capacidade de perceber algo depende muito do historico de vivências de cada um. É aí que entra a tal experiēncia de vida. 

Obviamente que a percepção de cada um depende muito da forma como cada um percebe a sua experiência. Pessoas crédulas demais podem ter percepções diferentes a aquelas que são mais céticas e nenhum curriculum de experiências vivenciais mudará a forma como cada um percebe o seu mundo. 

Julgamos o mundo através de nossas percepções, portanto, é muito importante que cada um tenha plena consciēncia daquilo que está vendo, daquilo que está vivendo. E como fazer para não errar o julgamento de pessoas e situações?

Eu tenho usado a astrologia para me guiar. Busco sempre confirmar aquilo que estou percebendo através da astrologia. Eu disse confirmar, não adivinhar. Apenas uso a astrologia para confirmar aquilo que percebo  e adiantar-me aos  fatos e tendências do periodo. 

Apesar da minha mente racional Capricorniana, às vezes me deixo levar por momentos de credulidade. Chega a ser até ingenuidade, e para evitar tropeços pelo caminho , só com o uso  de um outro instrumento : o bom senso. 

O bom senso para mim tem muita relação com a inteligência emocional , a capacidade de ver todos os ângulos de uma mesma situação e se posicionar de forma correta a não criar conflitos, nem externos e nem internos. 

Ultimamente estou tendo que usar a máxima potência de tal " bom senso" para conviver com pessoas de mentalidade limitadíssima. 

Claro que me refiro aos japas que convivem comigo. Um pior que o outro no quesito mentalidade expansiva, mas devo compreender que cada um sabe de sí e compreende o mundo através de suas vivências. Seria injusta ao querer que eles tivessem a mesma abertura mental que tenho , afinal, eles nunca sairam de seu ambiente ,de seu país,  de sua zona de conforto. 

E aqui entra um outro fator decisivo na administração de conflitos : o respeito. 

Espero  que,  assim como me esforço a compreender os limites da mentalidade nipônica, eles se esforçem um pouco para compreender a dimensão de minhas experiēncias vivenciais e percepção globalizada do mundo. 

" Tudo vale a pena ( absolutamente tudo, até aquilo que parece não valer ) , quando a alma não é pequena" 


quarta-feira, 18 de junho de 2014

A educação e a nacionalidade de cada um


Mamma mia! 

Eu e meus laboratórios culturais...

Estes dias começei a teclar com um holandês, e como ele é muito inteligente e fala 5 linguas , é claro que dei o maior mole pro tipo e sempre respondo as suas mensagens com a maior boa vontade. 

Depois que falei com ele pela primeira vez, lá fui eu fuçar sobre os holandeses. Claro, quando começamos algum contato com pessoas de outras culturas é preciso saber pelo menos o mínimo sobre a cultura do indivíduo para não subestima-lo ou não super valoriza-lo alèm do que ele merece.

Li em um blog que os holandeses são meio ...grossos. Fiquei pensando cá com os meus botões. Grossos em que sentido?

Em um dos posts , uma brasileira que vive na Holanda contava que os holandeses não são em nada parecidos com os brasileiros, e que se você vai visitar uma familia holandesa , eles nem te acompanham até a porta , e nem ficam dando tchauzinho como nós o fazemos na hora de se despedir. 

Bom, até aí, tudo bem. Meio falta de educação , mas dá pra deixar passar. 

Ontem foi o aniversario deste meu novo contato poliglota e eu mandei um " Parabéns" , bem seco, assim como eles gostam. O holandês nem agradeçeu...deixei passar...

No domingo ele me pediu para falarmos pelo Skype com video camera e como eu estava dormindo pedi a ele que fosse mais tarde. Ele concordou e disse que entre 5 horas estaria no Skype. A idiota aqui acordou na hora marcada toda linda e cadê o holandês? 

Quando perguntei a ele aonde ele estava no domingo, ele me disse muito descaradamente que estava cansado e dormiu cedo. Nem uma desculpa esfarrapada, do tipo, meu tio estava passando mal  e eu fui leva-lo ao hospital, ou um pedido de desculpas...niente...de niente. 

Pior foi quando eu o cumprimentei pela atuação do time holandês na Copa , e ele alèm de não agradecer ainda meteu o pau no Neymar, dizendo  que ele não era bom jogador. 

Pior do que o pior foi ele se despedir rispidamente, secamente porque ele iria assistir a partida Chile X Espanha. 

Eu, muito educamente desejei um bom jogo e ele ...naaaaaadaaaaa.

Aos poucos vou entendendo aquilo que li em blogs de brasileiras e brasileiros que vivem na Holanda. Este povo é um pouco grosso e direto demais. E ainda se gabam de serem menos frios do que os alemães. Eu estou começando a achar que é tudo farinha do mesmo saco. 

Até hoje não encontrei a medida certa frieza e calor humano na Europa. Os italianos são mais descontraidos e falantes, mas aqueles de Milão são insuportáveis. Melhor mesmo são os italianos do Sul . Tutti buona genti!

Os suiços tambem são frios , parecem alemaēs. Os melhores são os da Suiça-italiana. Posso até arriscar em dizer que os suiços-italianos estão na medida certa de frieza, educação e simpatia. São muito educados, sem dúvida alguma , até o momento, são os meus preferidos no quesito frieza e educaçao na medida certa. 

Agora , vai ser duro aprender a entender ,compreender e respeitar a cultura holandesa com toda esta falta de gentilezas. 

Pode ter sido apenas uma má  impressão pelo fato de eu ter lido antes sobre a falta de educação  dos holandeses , ou pode ter sido a mais pura e verdadeira confirmação . Vai saber. 

Como todos os contatos que faço pela net tem sempre um teor cultural ( aprendizagem de linguas) , vamos esperar mais um pouco para pintar o perfil desta gente do país das tulipas. Em algum momento iremos  nos "chocar" nas diferenças culturais e comportamentais.

Estou pagando pra ver. Adoro choques culturais. Quero me aprofundar no meu laboratorio e ver até onde vai a falta de educação desse povo e até onde vai a minha paciência com tais "diferenças" culturais. 



segunda-feira, 16 de junho de 2014

A crise e o essencial


Quando analisei o meu mapa natal pela primeira vez, observei vários aspectos que pelo  pouco conhecimento que tenho do assunto não eram muito compreendíveis. Deixei pra lá, e nem dei muita importância a tal aspecto. 

Hoje compreendo melhor onde este aspecto se aloja. Não somente no curso de minha vida pessoal, mas no curso da vida em geral em tempos de crise. 

Uma conjunção de Urano com Plutão. Urano traz mudanças repentinas e Plutão destroi tudo que aparece pela frente. Estou exagerando um pouco , mas é com esta base que interpreto estes dois planetas. 

Não sei precisar em que parte da minha vida ( casa astrologica) este aspecto se faz mais presente. Precisaria de um mapa mais detalhado . 

O fato é , que em uma das tantas interpretações que li, uma em questão me chamou a atenção. A interpretação faz menção a uma crise, mas não necessariamente uma crise pessoal, e sim mundial. Um fato que ocorreria de 115 em 115 anos em média. 

Poderia interpretar este aspecto na minha vida como a eminência de um grande terremoto, que està por vir ( a qualquer momento) na região onde eu vivo, que segundo os especialista ocorre de 100 em 100 anos. Ou poderia interpreta-lo mais globalmente como  a crise mundial que hoje afeta a muitos  países. 

Alguns países se dizem imunes à crise atual, mas nenhum país pode estar totalmente imune. Nem mesmo o Brasil.  Não é uma crise que se apresenta apenas no aspecto econômico de cada nação , é também comportamental.

Crises trazem mudanças que na maioria das vezes são indesejadas porém necessárias. Mudança de status quo, que gera uma abrupta e necessária mudança de comportamento e mentalidade. 

Pois e, o comportamento podemos mudar com facilidade, nos adaptando a cada situação. E a mentalidade?

Percebi que ainda vivo as voltas que a vida dá com a mesma mentalidade de antes, apesar de tantas mudanças de hábito e comportamento. 

Difícil admitir, mas quando nos encontramos  sob os aspectos de Urano e Plutão, aquilo que funcionava antes já não funciona mais.


Esquisitices alla japonesa part II

          Este ou esta é Funachi, não tem forma de nada e nem sexo definido


Aparentemente , sob o meu conceito de normalidade , a japonesada é normal no convivio diário. Um pouco tímidos ou retraidos...sei lá.

Aos poucos você começa a ouvir uma historia aqui, outra alí , e começa a achar que realmente a japonesada não bate muito bem da bola. 

Como se já não bastasse aquela moda doida entre os jovens de Cosplay , que è se vestir como os personagens dos mangás e sair na rua. O cosplay até poderia ser considerado cultural, afinal este é o país dos mangás. Mas e o resto do povo que é aparentemente normal e não segue modismos?

Hoje, assistindo a um programa de tv fiquei pasma ao saber sobre a vida de uma advogada de 36 anos que é super competente , cheia da grana e que se apresenta em um programa de tv semanal .

Ela tem verdadeira  adoração por um personagem de desenho animado japonês que se chama Funachi . É um boneco que não parece com nada. Se fosse o Bob Sponja, ou os Bananas de Pijama, eu até entenderia, eles tem forma de algo. 

Mas a esquisitice não é o fato dela gostar deste personagem , apesar da idade e da profissão. O problema é a quantidade de bonecos que ela tem deste personagem no seu quarto de trabalho , juntamente com livros de direito e um computador. 

Ah, mas aí você vai dizer : - E daí? Ela gosta de colecionar bonecos.

Tá. Mas aos 36 anos de idade, atuando como uma competente advogada , chorar  diante das cameras de tv só porque o Boneco preferido estava com um pé rasgado, não é demais?

Segundo a reportagem do programa , ela começou a gostar deste boneco desde que ela se divorciou  e se enfiou de cabeça no trabalho, esqueçendo até mesmo de quem era, e o ùnico acontecimento feliz em sua vida após o divorcio foi assistir a um programa infantil de tv onde se apresentava o tal boneco que não tem forma de nada. 

Deu pra sacar a neura da advogada japonesa? Pura carência pós divórcio , e ela decidiu que o objeto merecedor de todo o seu afeto seria um boneco. 

Aqui no Japão as pessoas tem muita dificuldade em fazer amigos e até mesmo pessoas conhecidas na mídia levam uma vida solitária. 

Espero não ficar igual, e se um dia ficar carente e tiver que eleger um boneco para suprir as minhas carências afetivas espero encontrar algum que tenha ao  menos formas humanas. 

domingo, 15 de junho de 2014

A Copa e o Mundo



Quem disse que não vai ter Copa? 

Tanto teve que está tendo . Nossa! esta frase está em que tempo?

Eu nunca fui de acompanhar os jogos da Copa do Mundo, mas eu sei lá o que me deu este ano. Quando a partida entre Brasil x Croácia começou eu jà estava indo dormir e nem assisiti direito o jogo , mas a cada Goallllll, eu acordava  para torcer pelo Brasil. 

Pôxa, aquele menino o Neymar é bom mesmo. Aqui no Japão o povo fala muito dele, que ele é isso e que ele é aquilo. Só porque è bom de bola e tem milhões. Para mim, é a primeira vez que o vejo atuando em um jogo. 

Como eu disse, não sou de acompanhar muito as partidas porque eu não gosto muito de futebol. Aquele monte de marmanjos correndo atrás de uma bola nunca teve muita graça para mim. Mas desta vez, bateu o instinto de torcedor acidental. Começei a assistir todos os jogos de países que me interessavam. Obviamente o Brasil, que será sempre o nosso orgulho, a Itália que é um país que amo culturalmente, e sempre estará entre os meus preferidos , e o Japão. 

Apesar de ter torcido muito pelo Brasil e um "pouquinho" para a Itàlia. O time que me prendeu a atenção do começo ao fim quando entraram em campo foram os japoneses. 

Tecnicamente falando, o time japonês tem pouquissimas chances de vencer alguma partida com larga vantagem. Eles tem que comer mais arroz com feijão e serem mais agressivos . Já começa a desvantagem por aí. E outra, não cometem muitas faltas e nem ficam de bate-boca com o juiz ou com adversários. São muito corretos e pouco agressivos. 

Torci até o último instante pelo time japonês e cheguei até a me emocionar com a cara dos jogadores no final da partida. Cara de desalento, típico de japonês quando não consegue cumprir uma missão. 

É muito engraçado como o japonês admira e idolatra o futebol brasileiro, assim como eles amavam e idolatravam a Ayrton Senna. Eu, por consideração e agradecimento a tanta admiração pelos nossos atletas , não poderia de maneira alguma deixar de torcer pelo Japão e seu astro principal o Honda , que é atualmente do Milan da Italia. 

Aliás, ele é o único que tem cara de quem vai pra cima, o resto tem cara de bonzinhos e nem assusta ninguém. 

Que coisa...meu conceito em relação aos japoneses mudou muito e nem tinha percebido. Torci pelo Japão muito mais que pelo Brasil. Afinal, é o país do meu pai e de meus avós paternos e maternos. 

Este é o país que me recebeu muito bem, apesar de alguns preconceitos, e ainda me receberam de braços abertos mesmo depois que dei uma de covarde e fugi do país , quando houve o terremoto de 2011, e jurei não voltar nunca mais. 

Quando retornei a esta terra, mais precisamente para o povo de Shizuoka (tudo gente boa) , na mesma cidade e no mesmo trabalho que eu literalmente abandonei, os japoneses em unanimidade me receberam com um : Okaeri, que quer dizer , " bem vindo de volta". 

E eu posso ignorar tamanha acolhida? Não posso! 

Aliás, na Suiça tambèm, a cada vez que eu retornava era um tal de " bentornata" , que significa a mesma coisa de Okaeri. Me sentia sempre como se eu estivesse  retornando  para casa. 

Estranhamente não senti isso no Brasil. Ou serà que as pessoas não tem o hàbito de dizer isso? Não sei, nem percebí, mas eu acredito que não ouvi esta frase mágica no Brasil não. Estranho não sentir que está voltando para casa no próprio país. 

Desse  jeito é bem capaz de eu ( por um acaso da vida) ir parar na Africa e me sentir muito mais em casa do que no meu próprio país. 


sábado, 14 de junho de 2014

Vida monótona



Acho que estou ficando velha ou estou sofrendo alguma metamorfose natural. Estou começando a gostar da vidinha monótona. 

Ultimamente tenho percebido em mim algumas mudanças de comportamento, do tipo apreciar flores, admirar o céu, gostar daquilo que faço no meu trabalho e da minha rotina em geral que é bem monótona. Se bobear nada muda por aqui nem com terremoto. 

Planos? Não tenho. Está praticamente impossível planejar algo em um curto espaço de tempo e realiza-lo, então decidi relaxar e viver um dia atrás do outro da melhor forma possível, sem stress, nem cobranças e nem prazos. 

Claro que sempre existe aquela preocupação com o amanhã e algumas idéias na cabeça, mas nada que tire a minha tranquilidade do hoje, o amanhã pode esperar e as atitudes necessárias serão tomadas no seu devido momento. Sempre foi assim mesmo, as minhas reações são automáticas e instintivas, então pra quê estressar com planos se na hora "H" vou fazer tudo diferente?

Viagens? Nada de viagens por enquanto, as finanças não me permitem, aliás, não me permitem muitas coisas que eu " gostaria" de fazer. E daí? Vou ficar frustrada? 

Além de impossibilitada vou ter que ficar frustrada também? Não. Deixemos estas " vontades" para um momento mais oportuno e enquanto não chega esta oportunidade , porquê não apreciar a tranquilidade da monotonia  do hoje?

Transformar aquilo que antes incomodava em algo prazeroso, este é o segredo de se viver bem monotonamente e espantar a ansiedade. 

O dia hoje está super ensolarado e sem ventos. Ótima oportunidade para pegar a minha magrela e pedalar por mais de 30 minutos até a outra cidade para ir comprar um pouco de produtos brasileiros. Assim aproveito e pego um pouco de sol porque estou parecendo uma lagartixa e queimo as calorias do prato de pasta que comi ontem que estava de-li-ci-oso . 

Companhia? Até tenho , mas tem certas coisas que sempre preferi fazer sozinha, assim não preciso me preocupar com horários e vou onde eu  quero a hora que quero. Totalmente auto-suficiente. 

É nestes momentos de nenhum compromisso e liberdade total para administrar o que faço com os meus horários livres  que me sinto  muito bem na minha própria companhia. Claro que companhias agradáveis sempre são bem vindas, mas para dizer a verdade, não são tão necessárias. 

Mais a tarde uma amiga ficou de passar em casa. Vou preparar alguns petiscos e comprar umas latinhas de cerveja para jogar conversa fora. Parece que ela está precisando conversar, está estressada . Aquela coisa de sempre, medo de perder o emprego, dúvidas com o futuro , contas que não param de chegar e lá,lá, lá...

Bom, é normal termos estas preocupações , mas as contas não vão deixar de vir todos os meses, o desemprego ainda não bateu à porta e o futuro...ahhh..o futuro , este a gente deixa para pensar amanhã. Quando não se é quadrado, a gente sempre se vira. 

Creio que as minhas seções de indução durante o sono estão funcionando de alguma forma. Estou mais tranquila ultimamente. Não digo otimista , mas as minhas preocupações com coisas que ainda não aconteceram foram para o espaço, trazendo tranquilidade e nenhuma ansiedade. 

Dei uma olhada nos meus aspectos astrais e percebo que desta vez sou eu quem está mandando nelas. Alguns aspectos muito favoráveis estão aspectando por estes dias. Mais uma prova de que harmonizar com as forças do Universo amenizam aspectos ruins. E para chegar a tal ponto de harmonização é preciso estar relaxado e de bem com a vida. Mesmo que as contas não parem de chegar e a nossa vida social esteja quase a zero .

Levando esta vidinha monótona aprendi a apreciar muito mais as coisas simples e me satisfazer com aquilo que até antes parecia pouco, e na verdade era muito. 

Vidinha monótona, eu te adoro! 




No país do Sol nascente


                                                No país do Sol nascente 

São pouquissimas as vezes que trabalho até até as 4 ou 5 da manhã, carga horária de 10 à 12 horas. Aqui no Japão é normal trabalhar tantas horas e em turnos alternardos. 

As vezes quando volto do trabalho, sempre as 2 da manhã , é normal cruzar com algum doido correndo de madrugada. Ou são velhinhos aposentados, ou gente que trabalha em turnos alternados, ou são doidos mesmo. 

Ontem decidi fazer 2 horinhas extras e sair do trabalho as 4 da manhã. Aqui no Japão já é verão e neste horário o sol já está nascendo. 

No meio do caminho percebi uma luz muito forte que vinha do alto da ponte que cruzo sempre quando volto de bicicleta para casa. Não conseguia identificar que luz era aquela, pareciam dois focos de luz muito brilhantes e de um amarelo ouro intenso. 

Mas será que colocaram iluminação na ponte? Ou serão aqueles balōes japoneses de Matsuri ( festividade japonesa) ?

Me aproximando mais do local, a luz foi se dissipando, sumindo literalmente. Era o reflexo do nascer do Sol que estava refletido em uma das janelas do predio mais alto da região e que visto de um certo ponto dava a impressão de vir do prédio como se fosse uma super lâmpada emitindo luzes douradas. 

Fiquei intrigada e começei a procurar o Sol. Mas de onde ele está refletindo aquela luz dourada tão intensa? 

Chegando ao meu prédio pude finalmente ver onde ele estava escondido. Obviamente que ele estava atrás de mim, se eu via o seu reflexo a minha frente. Mas sabe como é, paulista , vivendo sempre entre imensos arranha-céus e muita poluição nunca para para observar o céu e pensar onde  o Sol nasce . 

Aqui na região onde eu moro a cidade é bem pequena e praticamente não tem prédios. Pode se observar todo o céu e suas manifestações diariamente. Outro detalhe, aqui o céu é sempre de um azul límpido e anil, mesmo no inverno. O nascer do Sol no verão é fantástico e o pôr do Sol também. 

Por várias ocasiões pude fotografar os céus japoneses ao entardecer, um verdadeiro espetáculo de cores que nunca vi na minha vida estando em São Paulo. 

O nascer do Sol já é uma ocasião mais rara . Normalmente a esta hora já estou me preparando para dormir e nem abro a janela. Ontem a experiência foi tão inusitada e fantástica que parei em frente ao meu prédio e fiquei tomando fotos do nascer do Sol. 

Vou tentar ficar acordada até as 4 da manhã e esperar o Sol nascer para ver se consigo algumas fotos com mais efeito . 

E pensar que tive que viver toda uma vida ( em São Paulo) me privando de contemplar estes pequenos espetáculos da natureza,  que após um dia largo de trabalho fazem toda a diferença. 




A Filosofia de vida alla brasileira


                  Bezerra da Silva e sua canção filosófica : Malandro é malandro, mané é mané.


A cada vez que abro o meu facebook , se abre uma enxurrada de noticias sobre o Brasil, muito mais do que fotos e mensagens de amigos e familiares, aquilo que enche o meu mural são notícias fresquinhas vindas do Brasil e do mundo.

Se eu disser que por vezes fico horrorizada com as notícias seria exagero?

Claro que é fácil estar sentado diante de um computador a quilômetros de distância do Brasil, vivendo em um país civilizado e ficar criticando ou se horrorizando com certas atitudes "brasileiristicas", mas como já me disseram uma vez (estando no Brasil): - Não gostou? Volta de onde você veio.

Este comentário mal educado veio de um colega de trabalho quando eu estive no Brasil. É verdade que eu estava em um meio de gente pra lá de mal educada e cheia de malandragem, os vendedores de Consórcio de uma empresa que já tem mais de 25 anos no mercado.

Já trabalhei na área administrativa de grupos de Consórcios e sei bem como funcionava a malandragem neste meio. A única empresa de consórcios honesta que trabalhei penso que foi na Yamaha administradora, mas mesmo assim os vendedores faziam cada coisa inacreditável para " levar vantagem" .

Muita coisa mudou desde o período que trabalhei em administradoras de Consórcios, muitas administradoras foram fechadas, leis foram criadas para proteger o consumidor e o Banco central tomou as rédeas do seguimento. E adiantou?

Eu na minha inocência , cheguei a acreditar que finalmente o sistema de Consórcios estava funcionando conforme a lei e quando do meu retorno ao Brasil há  2 anos atrás , tentei apostar neste seguimento que parecia ter se renovado e  estava passando por um grande "boom" nas vendas de imóveis residenciais.

O sistema de Consórcio em sí é uma ótima opção para quem quer fazer uma poupança forçada , porém , na minha humilde opinião com o mercado imobiliário sofrendo grandes altas e baixas, fica difícil saber se o valor contribuído durante anos , terá realmente poder de compra no futuro.

Independente da funcionalidade do sistema de consórcios, aquilo que pude perceber nitidamente estando neste meio é que o vendedor de consórcio mente, ludibria, e quer sempre levar alguma vantagem sobre o possível investidor. Em contrapartida, também percebi que os futuros candidatos a consorciados também querem levar alguma vantagem sobre os outros integrantes do grupo.

O vendedor mente, promete coisas impossíveis , e o comprador faz que acredita na promessa, para mais para frente cobrar o mentiroso...ops...o vendedor.

Em uma das visitas a clientes juntamente com a minha equipe pude presenciar o fechamento de venda de duas cotas no valor de 400.000 reais cada uma, para uma única pessoa, um engenheiro.
A intenção era a de aumentar as probabilidades de contemplação com as duas cotas por meio de lance máximo na duas cotas e obter o valor total de 800.000 reais em um prazo de 3 meses. Como se procederia isto?

Não consigo entender a engenharia da malandragem, mas por aquilo que entendi, em função do valor alto de lance máximo ou de quitação , o consorciado receberia em um curto prazo o valor investido e mais os dois créditos totalizando o valor de 800.000 reais e continuaria pagando as prestações mensais corrigidas pelo índice da construção e com este valor ele compraria um imóvel à vista.

O interessante no ato da assinatura do contrato é que o futuro consorciado deve assinar uma declaração dizendo que o vendedor não lhe prometeu absolutamente nada fora do contrato, ou seja, coisas do tipo contemplação instantânea. O futuro candidato a consorciado aceitou os termos e assinou. Percebem a conivência?

Depois quando algo dá errado o culpado é o vendedor que o enganou com promessas. Quem está certo em uma situação como esta? o pobre consorciado enganado que se fingiu de João sem braço no ato da assinatura do contrato ou o vendedor que prometeu algo fora dos termos de funcionamento normal do sistema de consórcio?

Quem estava querendo levar vantagem aqui?

A resposta para  tal questão duvidosa é : todos.

Quis citar este exemplo que vivi em terras brasileiras para ilustrar a verdadeira mentalidade e a filosofia do " levar vantagem em tudo" e do "jeitinho brasileiro" que por mais que criem leis, façam uma varredura em sistemas podres que não funcionam mais, o mal sempre volta.

Ela tem raiz na cultura e na filosofia de vida de cada país. E qual é mesmo a filosofia de vida brasileira?

Desde quando eu estudava na escola pública brasileira eu ouvia os meus professores dizerem que o governo não investe em educação porque querem que os brasileiros sejam eternamente incultos e fáceis de manejar. Muita coisa mudou de uns anos para cá e se no passado era praticamente impossível uma pessoa de renda familiar mínima ingressar a Universidade , hoje a realidade é bem outra. Muita gente tem acesso aos estudos Universitários ou de formação técnica.

Então , porque será que o brasileiro continua tão inculto como há 30 anos atrás?

Mais uma vez o governo brasileiro usou de sua filosofia " o jeitinho brasileiro' para facilitar o ingresso dos jovens brasileiros à Universidade. A intenção é aumentar o grau de escolaridade do país. E a qualidade do ensino?Ah, isto é apenas detalhe, o governo fez o seu papel , no mais, cada um que se vire por aperfeiçoar aquilo que o governo não ofereceu.

A verdadeira educação não se mede pelo ingresso a uma Universidade, a verdade educação vem de berço, vem do aprendizado nos primeiros anos de vida escolar, vem da consciência ainda que precoce de valores verdadeiros herdados por nossos pais. No momento que a semente é plantada ela crescerá tal qual o seu meio.

E porque será que até hoje, passados tantos anos, nenhum governo conseguiu tirar as crianças das ruas e oferecer-lhes melhor educação, melhor alimentação. Porque será que  não criaram até hoje leis que obriguem as crianças em idade escolar a frequentarem  uma escola primária com o risco de pagamento de multas e punições para os responsáveis?

Porque será que a raiz de todo mal, a educação precária nas escolas brasileiras ainda não mudou em absolutamente nada?

Fala-se muito em complexo de vira-latas . Será que o brasileiro realmente sofre de complexo de inferioridade e por ter este perfil oculto em sua personalidade se apega tanto a filosofia do "levar vantagem"?

Quem tem este desejo oculto dentro de si, tem que estar sempre em evidência, se destacando por algum feito para se diferenciar dos outros. Levando vantagem de alguma forma para provar o seu valor e o seu nível de esperteza, que cá entre nós, nada tem a ver com inteligência.

Quem tem complexo de inferioridade , ou complexo de vira-latas que seja, sempre culpará a  alguém por sua incapacidade de realizar  feitos . Imagine uma nação inteira com esta mentalidade.

Da-lhe Dilma, a culpa é do PT. Amanhã do PSDB, do PV, e do PQP. E a sua parcela de culpa está adormecida aonde?

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Copa do Mundo também é cultura



Primeira vitoria brasileira na abertura  da Copa, e lá fui eu trabalhar com a minha camiseta verde amarelo para comemorar sozinha. É, eu sou a única brasileira no prédio onde eu trabalho.

No caminho percebi alguns olhares curiosos, os japoneses já conseguem identificar as cores da bandeira brasileira por causa da Copa do Mundo . Japoneses são vidrados no futebol brasileiro. 

Pasmem! o preferido dos japas é o Ronaldinho Gaúcho, mas nesta Copa só se fala em Neymar.

Quando eu estava no vestiário, um colega japa que já trabalha comigo hà quase 5 anos olhou para a minha camiseta e me perguntou porque eu estava usando uma camiseta do Brasil?

Achei estranha a pergunta, afinal todos, absolutamente todos os japoneses assistiram a partida inicial da Copa , ou ouviram falar da vitória brasileira. 

Eu respondi que era para homenagear o Brasil que havia vencido a sua primeira partida contra a Croácia. 

Ele continuou com aquela cara de interrogação que só japonês sabe fazer, com a boca aberta. 
- Qual a sua nacionalidade? me perguntou o japa boquiaberto.
- Brasileira, você não sabia? Respondi indignada.
- Não. Pensei que você fosse... filipina. 
- Quêêêêêêê????????

O japa trabalha na minha seção hà 5 anos e nunca nem passou pela cabeça dele que eu sou brasileira. Chocada! Decepcionada! Horrorizada!

Como pode o tipo conviver comigo no trabalho todos os dias , já me ouviu falando em português e nunca nem passou pela cabeça dele que eu seria brasileira e não filipina?

Dei um desconto e apesar da decepção deixei passar, afinal ele é um simples operário, não tem muito estudo e nem conheçe outras culturas e linguas, nasceu no interior do Japão e quase não sai da sua cidadezinha. 

No Japão não importa muito o nível de estudo da pessoa, eles nunca sabem dizer se o Brasil fica na America do Norte ou na América do Sul, e alguns juram até hoje que nós brasileiros falamos em espanhol. Tive a prova disto quando um engenheiro que também já trabalhou comigo veio me perguntar se eu era brasileira ou portuguesa. 

O engenheiro chegou a esta fantástica conclusão porque eu disse a ele que a minha lingua madre era o português. 

Mas afinal, eu tenho cara de quê aqui na terra do Sol nascente? 

Voltando ao meu colega tapadinho, que se surpreendeu ao saber que eu sou brasileira e não filipina, graças a minha camiseta verde e amarelo com a bandeira do Brasil estampada no peito. Ele me contou que hoje pela manhã percebeu pela primeira vez qual era a nacionalidade de seus vizinhos de apartamento quando o carro de um de seus vizinhos amanheceu com uma bandeira do Brasil pendurada no retrovisor . 

Pelo menos a Copa do Mundo já está começando a servir para divulgar as cores da nossa bandeira pelo mundo. Agora, todos os japoneses já sabem aonde fica São Paulo, a cidade sede da abertura da Copa do Mundo 2014 e das manifestações contra o governo  e do trânsito caótico. 

Copa do Mundo também é cultura.



quarta-feira, 11 de junho de 2014

Esquisitices alla japonesa


Observem as perninhas da primeira japinha à esquerda, esta é a pose mais sexy no conceito japonês



Para variar só um pouquinho vou falar mal de japonês...hahaha

Hoje discuti com uma amiga sobre a mentalidade e forma de ser de algumas  japinhas, colegas de trabalho. Claro que eu não tenho o direito de querer mudar a mentalidade local, mas não gosto de injustiças e frescuras em excesso, e isto não tem nada a ver com " ser cultural". É frescura demais, mimimi demais e basta!

Um colega japinha vem sempre sendo criticado pela sua forma alegre, despojada e comunicativa de ser. As japinhas não gostam de gente assim , e logo querem discriminar, criticar ou isolar o pobre coitado. 

Mas o que ele faz de tão grave para ser repelido pelas pessoas? Segundo a minha amiga ele é " shitsukoi". Tive que ir procurar o significado desta palavra no google tradutor , e a tradução ao pé da letra é persistente. 

Pelo pouco que conheço do rapaz, ele é acima de tudo, muito comunicativo e confiante. Coisa rara entre os japinhas que trabalham comigo, além de ser super prestativo e extremamente extrovertido. Coisa que não é normal entre os japoneses. E Cadê o defeito ?

Persistência? Não entendi a colocação. 

Na minha opinião ele tem é muita personalidade, não é igual à todos e realmente ele se destaca pela sua forma de ser que no mínimo é original. 

Quando eu defendi o japinha dizendo que talvez o " defeito" estivesse nas garotas japonesas que são muito não me toques não me reles, a minha amiga se ofendeu. 

E ainda para apimentar mais o meu comentário soltei essa: - Se eu fosse homem eu detestaria este tipo de mulher cheia de frescuras inúteis. 

As japinhas da região onde eu vivo são muito tímidas, silenciosas, convencionais, inseguras, e cheias de não gosto disso, e não gosto daquilo. Não são poucas as japonesas que não conseguem engolir comprimidos, não conseguem mastigar coisas muito redondas , tipo ervilha, e a grande maioria se assusta com tudo que é diferente demais. 

Não consigo compreender uma pessoa que não consegue mastigar ervilhas porque são redondas demais e ficam dançando na boca. ??????

É esquisitice demais!!!

Quanto a minha outra amiga japa que não consegue engolir comprimidos, já dei a dica para ela moer os comprimidos e misturar com água, mas ela se recusa a tentar. 

As japinhas inventam limites demais no seu próprio dia-a- dia com "coisinhas" pequenas demais. Algumas tem manias muito estranhas, mas muito estranhas mesmo. 

Estas esquisitices japonesas podem ser uma tendência    japonesa de serem eternamente Lolitas. As japas adoram ser infantis porque isto é considerado sexy por aqui. Tipo usar sapatos de um número maior e sair arrastando os sapatos na rua como uma criança, ou parar com as pernas meio arqueadas para dentro como criança, ou encher o painel do carro com bichinhos de pelúcia.

Deus me Livre e guarde destas manias e esquisitices japas!!

No meu conceito, as japinhas do meu trabalho se sentem intimidadas na presença do japinha falante e em uma atitude infantil ( Lolita) de fugir daquilo que representa uma ameaça ou um desafio para elas , inventam mil defeitos que lá no fundo no fundo as estiga. Emfim, morrem de um tesão reprimido pelo rapaz! hahahahaha. Essas japinhas!

Se ele é assim tão desagradável ( é bem simpático o tipo) , apenas por sua persistência, eu sou o quê?



segunda-feira, 9 de junho de 2014

A moralidade brasileira



Em um post qualquer, escrevi sobre a moralidade brasileira e seus paradoxos. O Brasil passa a imagem para o mundo de que é super liberal em todos os termos, principalmente na questão sexual. 

Bem, eu sempre tive esta impressão também. Mas as coisas não são bem assim. A mentalidade brasileira é aquela do faça oque eu digo mas não faça oque eu faço. 

O brasileiro não tem a mentalidade aberta para questões sexuais, o brasileiro apenas sensualiza e erotiza seus relacionamentos . Tipo aqueles romances super erotizados de Nelson Rodrigues que passavam no Fantástico. Quem se lembra?

Eles adoram piriguetes e popozudas , mas vai chamar a irmã de um cabra qualquer com esses adjetivos?

Mulheres que usam vestidos curtos e roupas decotadas são vagabundas, mas eles adoram ve-las estampando as capas de revistas masculinas. Metem o pau, mas não deixam de comprar .

Brasileiro é um machista  pós moderno. Se adaptou muito bem aos tempos modernos sem perder a essência. 

O brasileiro não tem boa memória para lembrar de políticos que um dia formaram cartéis, que roubaram os cofres do governo e os reelegem. Nem  se lembram também daqueles , que um dia defenderam os interesses do povo . 

O brasileiro tem boa memória para lembrar do filme de início de carreira da Xuxa, e julga-la nociva e sem moral para os pequenos. 

O brasileiro ainda julga aquela moça do vestido Rosa que foi expulsa de uma faculdade por ser um tanto exibicionista e que se aproveitou desta oportunidade para brilhar nas páginas de todos os jornais , revistas e programas de tv. Mas qual foi mesmo o grave crime que cometeu esta moça para ser tão criticada?

Ahhh, sim, ela se aproveitou de uma ocasião, foi oportunista ,corajosa e criativa. E daí?

Conduta moral? A conduta moral desta moça não é diferente de uma grande maioria da população brasileira. A diferença é que ela se assume. E cá entre nós, ela é bem esperta. Merece a minha admiração. Não tenho falsos pudores e admiro quem sabe utilizar os neurônios a seu favor, mesmo falando o português errado. 

E a moça que foi apedrejada e linchada no Guarujá, só porque uma meia dúzia de doidos " alucinou" que ela era uma bruxa ou macumbeira que roubava crianças?

É incrível a capacidade que o ser humano tem de julgar as pessoas através de sua ótica limitada, de seu conhecimento de mundo, de suas verdades absolutas e de seu falso moralismo. 

Brasil, tá na hora de acordar, de ter uma postura decifrável, de vender uma imagem mais adequada à realidade e a mentalidade brasileira. 
 
O mundo ainda se espanta ao saber que no Brasil ninguém faz topless, e nem nada nú no mar sem correr o risco de ser preso por atentado ao pudor. 

Brasil, mostra a sua cara!
 



Stress linguístico



Não sei se isto ocorre com todas as pessoas que vivem em países estrangeiros e são obrigadas a falar e ouvir por 24 horas uma língua que não a nosssa língua madre, e  por vezes somos pegos por um stress linguístico . 

Durante toda a semana eu me comunico somente em japonês, e a noite deixo sempre a tv ligada por causa dos noticiários de terremoto que podem vir a qualquer momento, e não estar com a tv ou o  celular ligados é desaconselhável em terras nipônicas. Eu que jå passei por grandes terremotos por aqui, fico sempre em alerta. Enquanto estou em casa , a tv está sempre ligada, e obviamente os noticiários são em japonês. 

Para amenizar este excesso de japonês, procuro assistir alguns videos no youtube, os meus preferidos são o do Porta dos Fundos e seu humor escrachado. Morro de rir, coisa difícil ao assistir programas de humor japonês. O senso de humor é diferente e seria preciso conhecer mais a fundo a  cultura japonesa para poder rir de alguns programas de humor que para mim são " idiotas" demais. Claro que isto é cultural, cada país com o seu senso de humor. 

O pior para mim é fazer- me entender e ter uma comunicação livre de obstáculos com os japoneses. Sempre fica a impressão de ter uma "parede" que me impede de saber com quem realmente estou falando. Sempre escondem algo, não por maldade, mas eles são assim, os japoneses. Não são espontâneos como os brasileiros e tantas outras raças. 

Com tanta dificuldade na comunicação, não só por eu não dominar 100% da língua, mas muito mais pelas diferenças no modo de compreender algumas situações ( mentalidade) , falar com um japonês se torna uma coisa um tanto o quanto desinteressante sob o aspecto da espontaneidade na comunicação interpessoal. 

E como faço para dizer as minhas amigas japas que eu não quero falar em japonês ao menos nos meus dias de folga? Seria deselegante no mínimo. 

As japas me convidam gentilmente para virem me visitar em casa, ou sair para beber ( eu odeio) no estilo japonês, sentados no chão, comendo comida caseira japa e enchendo o caco de cerveja. E quando eu me recuso a ir beber com elas , logo dizem que não compreendem o porquê, já que eu bebo vinho toda a semana. 

Se elas se dispusessem a ir a um restaurante italiano para apreciar um bom vinho eu iria com todo o prazer, ou ir aos tantos cafés onde se podem apreciar uma variedade imensa de chás e cakes , mas encher o caco de cerveja ou qualquer outra bebida não é a minha praia. 

Para os japoneses encher o caco e beber até cair no chão é uma forma de se liberarem, serem um pouco mais espontâneos e depois jogar a culpa no alcool. É cultural. Eu tô fora. 

Percebí na convivência com os japoneses de que eles são muito cabeça- duras. Tipo, se aprenderam que uma coisa é assim, não pode ser assado. Aceitar e aprender com as diferenças culturais também é algo difícil para eles conseguirem absorver e compreender, não necessariamente aceitar, mas perceber que diferenças existem em toda a parte. 

A mentalidade japonesa é muito coletiva, e se todo mundo anda na via da esquerda, aquele que decide andar na via do meio é no mínimo persona non grata. Ao mesmo tempo que criticam, invejam quem tem a coragem de ser diferente. Dualidades japonesas. 

Com tudo isso, eu tive que inventar uma desculpa para uma amiga japonesa que insiste em vir me visitar em casa nos meus dias de folga. É a segunda vez que eu dou um chega pra lá na coitada, mas quem ē que aguenta tamanha falta de espontaneidade nos relacionamentos? Eu não tenho paciência, mas ao mesmo tempo fico com pena da japa. 

As vezes tenho vontade de dizer às minhas amigas  japas o que sinto na convivência com elas , mas sei que estarei sendo injusta e também não entenderiam o meu ponto de vista. Seria preciso usar muito bem as palavras ( em japonês) para fazer- me entender. Então, deixa isso pra lá! 

Vou inventando desculpas e assim a vida transcorre...naturalmente. 

sábado, 7 de junho de 2014

A língua do chucrute ( Sauerkraut)


                                                       Sprechen Sie Deutsch ? 

Para manter a mente sempre ocupada dos agitados mentais de plantão, nada melhor do que aprender uma nova língua. E quanto mais difícil melhor. 

Desta vez optei pelo Alemão. Sei lá se um dia terá alguma utilidade na minha vida. Talvez seja como o italiano na minha vida. Só serviu pra pedir pizza na Itália e fazer alguns " contatos" italianos e suiços. 

Aprendendo o alemão estarei ampliando mais o meu raio de ação na Europa. Poderei atravessar os limites da suiça- alemã, passar pela Alemanha , Austria, e por tabela conhecer outros países que também falam línguas de origem germânica. Tipo Finlandia, Belgica e Holanda. 

Mas gente do céu! Que utilidade teria  na minha vida hoje, aprender esta língua de doido que eu odiava ouvir nas rádios da suiça- alemã?

E quando eu ouvia esta língua nas ruas? Me dava até calafrios. 

Eu gosto de testar os meus limites. Esta é uma das razões, mas a razão principal penso que seja a falta do que fazer...haha. 

Mente vazia é oficina do diabo. Prefiro estar queimando os meus neurônios e enlouquecendo a minha mente com idiomas impronúnciáveis do que estar pensando na leveza do ser. 

Talvez eu tenha dentro de mim um complexo de rejeição ou inferioridade . Todas as vezes que decidi aprender uma nova língua foi para provar para mim mesma que eu posso ser eu mesma em qualquer língua. E o principal, me defender em qualquer língua. 

A sensação de não estar entendendo nada é insuportável. Passamos sempre a impressão de sermos limitados, quase burros , quando alguém de uma língua que desconhecemos nos dirige a palavra e não conseguimos balbuciar nada, absolutamente nada. 

Mas como eu estava dizendo...

Aprender uma nova língua amplia horizontes e nos impede de estar pensando naquilo que poderia ser, ou poderia ter sido. Aprender uma nova língua é terapia ( quando não tem utilidade prática) , ajuda a manter a mente ocupada, estressa, mas afasta o estress da vida normal, do tédio, do vazio que bate na alma de quando em quando. Aprender uma nova língua é quase um estado de meditação, é preciso educar a mente para o novo aprendizado. 

E a maior vantagem. É grátis. Até um certo ponto. Até você começar a pensar nesta nova língua e querer aperfeiçoa-la, querer títulos. Não é o meu caso. 

Ouvi muita gente dizer que o alemão é uma língua quase impossível para se aprender de forma autodidática . Depois que li o Blog de uma garota que começou a estudar alemão sozinha apenas para poder cantar uma música em alemão, eu me animei. 

Começei a mergulhar nos verbos mais usuais, como o estar/ ser, que em alemão é a mesma coisa. Veja só, para eles, estar e ser é a mesma coisa. Ser chato e estar chato é a mesma coisa. Interessante. 

E como será que se faz para  dizer que não "somos", apenas " estamos"? Será que na Alemanha um chato é eternamente chato?

Abaixo uma tabelinha de como usar o verbo sein no presente. 

Mas cá entre nós!  Tinha  que ter tanta variação assim? Haja ginkobiloba! 

Verbo sein estar/ ser 

AlemãoPortuguês
ichbineusou/estou
dubisttués/estás
er/sie/esistele/elaé/está
wirsindnóssomos/estamos
ihrseidvóssois/estais
siesindeles/elassão/estão

quarta-feira, 4 de junho de 2014

A Lei da atração


Quem já não leu " O Segredo" ou ouviu falar sobre a Lei da Atração? Creio que todo mundo. Eu li o livro e também assisti alguns videos sobre o assunto que por sinal é muito interessante. 

Algumas pessoas já nascem com uma capacidade inata de atrair fortuna, fama, sucesso e amor. Mesmo que as coisas deem errado , tal pessoa está sempre atraindo acontecimentos positivos para a sua vida. 

Nasceu com a buzanfa virada para a Lua. Assim dizem. 

Na realidade tem mais relação com o caráter e a postura da pessoa do que outra coisa. É claro que existem aquelas pessoas que nasceram em berço esplendido, onde nunca faltou absolutamente nada. Familia bem estruturada, vida financeira tranquila e uma infância feliz. Assim fica mais fácil, mas nem este detalhe irá reger  a vida de tal indivíduo para sempre. Tudo dependerá da nossa postura e mentalidade no decorrer de nossas vidas.  Ou seja, simplificando, tudo dependerá das nossas emoções.

Um exemplo simples.

Você recebeu uma grande oportunidade de trabalho que iria mudar a sua vida, mas por insegurança decidiu desistir, ou até tentou , mas não teve paciência o suficiente para esperar os resultados e decidiu mudar o percurso, buscando algo mais adequado para o seu momento. Pronto! Uma atitude ( ação) leva a outra e aquela oportunidade ficou para trás. Talvez esta mesma situação seria bem diferente com uma pessoa que possui outras características no caráter e no modo de agir e sentir as suas emoções. 

Tudo na vida gira através de nossas emoções. Preste atenção e perceba, se o seu ânimo é duradouro, se você é determinado, otimista e paciente. 

Existe uma sutil diferença entre aquilo que desejamos ser e aquilo que sentimos ser. É como ter o dom de atrair riquezas. Pare e pense se você realmente tem a imagem do dinheiro entrando em sua vida como uma coisa fácil, ou se julga que o dinheiro só vem com muito esforço. O dinheiro é um inimigo que deve ser conquistado a duras penas , ou um amigo que bate a sua porta naturalmente?

Você tem medo de perde-lo , como se ele fosse  um marido galinha que pula de galho em galho, ou tem a absoluta certeza e confiança emocional de que você poderá sempre reconquista-lo?

Medos, os nossos medos nos bloqueiam e administram as nossas vidas, sem que nos apercebamos. 

No amor, ocorre absolutamente o mesmo. Você sente amor por sí mesmo e seu interior é abundante mesmo estando sozinho , ou é uma pessoa carente de afetos?

Você quer , ou você tem este sentimento dentro  de si?

Quando atraímos pessoas que estão bem longe daquilo que imaginávamos para nós, vem aquela velha pergunta:  - Mas eu mereço?

A resposta é sim. Dificil admitir, mas é bem nesta linha que segue a nossa vida . 

Você deseja um grande amor na sua vida, faz de tudo para agradar mas só atrai gente interessada em sexo e aventuras? Perceba se você não está vibrando ( emoções) mais sexualmente do que amorosamente. 

E bem difícil conseguir perceber tal postura em sí mesmo quando não nos conhecemos bem. Julgamos estar sempre agindo da forma mais correta, mas as nossas emoções vão em sentido contrário, criando vibrações desconexas e atraindo situações  e pessoas igualmente desconexas. 

Facil falar! Difícil é por em prática uma atitude mental e emocional mais harmoniosa em nossas vidas sem perder o fio da meada. Constância emocional. 

No Brasil eu conheci um senhor dentro de um onibus de viagem. Ele , muito simpático começou a falar sobre " a Lei da atração " e logo parou. 

- Não. Não vou falar sobre este assunto porque você não vai entender e vai achar que eu sou louco.

Eu insisti e ele prosseguiu com o assunto, que aliás, eu já conhecia e me interessava muito. Não porque li no livro " The Secret" , mas porque era muito próximo daquilo que aprendi com a filosofia budista. 

Assim como eu, o tal senhor havia provado da tal " Lei da atração " durante um certo período com a sua mudança mental e postura na vida. Ele atraiu muita abundância financeira em sua vida, mesmo sem estar trabalhando. 

Apesar de tanta abundância, ele me confessou que é muito difícil manter esta mesma postura que o fez atrair tamanha abundância. Pronto! Ele estava com medo de não conseguir manter tal postura por largo tempo. Já começava alí um bloqueio. Vai saber como ele está hoje. Talvez na estaca zero.

Equilibrio e constância emocional. Parece papo de livro de auto-ajuda, mas perceba se você não seria mais "sortudo" se fosse mais estável emocionalmente em algum aspecto da sua vida. 

Tá aí a minha reflexão de hoje. Percebi muitos bloqueios em mim que são obra do meu subconsciente. Já é um bom começo...perceber. 



Choque cultural



Quem decide ir viver em outro país deve estar sempre preparado para o tal do choque cultural. Ele não surge logo nos primeiros meses , afinal, nos primeiros meses ainda estamos na fase da descoberta, da fascinação e do tudo novo. 

Normalmente as pessoas e até nós mesmos somos muito tolerantes com as diferenças culturais nos primeiros meses , até mesmo porque é bem divertido para ambas as partes. Aos poucos quando você vai começando a viver uma vida normal e a interagir com as pessoas no trabalho, na rua, na escola, e em outras situações é que você começará a sentir o que é esse tal de choque cultural.

Após a fase do deslumbre e da novidade, é preciso deixar de ser quem somos para viver de forma mais amena os choques culturais que virão pela frente. E são muitos.

Aqui no Japão o meu maior problema foi aprender como funcionava a hierarquia em terras nipônicas. Logo no meu primeiro trabalho free  tive que enfrentar algumas situações assustadoras. Ninguém nunca me avisou que eu impreterívelmente teria que dizer uma palavra mágica logo ao adentrar em um novo trabalho. O tal do yoroshiku Onegai Shimasu, que é uma saudação que se faz demonstrando   respeito e consideração pela pessoa. Sempre que formos pedir algum favor devemos dizer esta frase.

Como eu nem imaginava que no Japao existiam estas convenções a este ponto, eu só cumprimentava e ficava calada. Aiaiaia, sofri bulling várias vezes por ser mal educada , no conceito deles. 

O meu segundo choque cultural foi no Hospital. Eu fui fazer um exame de sangue só para confirmar o resultado de um exame que fiz no trabalho e para saber a opiniao de um médico. O médico de plantao me disse que o exame estava correto e que não havia necessidade de fazer outro. Quando eu insisti   que queria fazer outro exame  mesmo assim , o médico faltou gritar comigo e me mandar sair da sala. 

Só depois uma amiga minha veio me dizer que eu não deveria ter mostrado o papel do exame de sangue que fiz no trabalho e fingir que era a primeira vez. Ela fez o exame e eu não. 

Um outro choque foi no dentista. Aqui os dentistas japoneses atendem 4 cadeiras ao mesmo tempo, como se fosse uma linha de montagem e quase não conversam com o paciente. Preenche-se uma ficha de anaminese e quem te faz as perguntas é a assistente dele. 

Quase todos os consultorios médicos também são assim. Rarissimas  vezes eu pude explicar diretamente ao médico o que eu estava sentindo. Totalmente impessoal. 

São situações corriqueiras que acabam até nos chateando , mas se no país onde você se encontra as coisas funcionam assim, não é você ( estrangeiro) que vai ditar as regras. Você aceita e pronto!

Outra situação que me deixou super hiper chateada foi quando eu fui ao Supermercado na Suiça, acompanhada de um suiço e um alemão. Na seção de legumes e verduras eu toquei ( não apertei) um champignon  fresco sem ter o cuidado de por um saco plastico ou uma luva. Nossa! quase fui crucificada em pleno Supermercado, como se fosse a coisa mais nojenta que um ser humano poderia fazer em vida. 

E ainda me disseram: Você costuma fazer isso no Japão? Tocar as frutas e os legumes frescos com as mãos sujas?

No Brasil eu não só tocava como apertava. No Japão eu procuro não tocar tanto em absolutamente nada que não esteja  embalado ( quase tudo  está), mas se eu decidir tocar em uma maça e não levar ninguém vai me crucificar. 

Outra coisa que eu odiava logo que cheguei aqui no Japão era a forma como os japoneses comiam Lámen  ( o famoso miojo) , chupando o macarrão vigorosamente com 4 chupadas por vez. Eu tinha verdadeiro nojo disso. Aos poucos fui percebendo que todo mundo chupava o Lámen e que esta forma de comer é para melhor saborear o caldo do Lámen. 

Eu até hoje evito chupar o Lámen para não me habituar a chupar tudo como o fazem os japoneses, mas eu penso que já peguei o jeitinho na convivência. Falar de boca cheia também é considerado normal aqui. 

Com tanto choque cultural e novos hábitos culturais, com certeza quando eu voltar ao Brasil vou estar  usando luvas ao ir ao Supermercado , comendo espaguete com dois pauzinhos e falando de boca cheia. 

Seria o choque cultural ao inverso. Que aliás, já aconteceu comigo em um restaurante japones no Brasil. Eu fui levantar a tigela para comer o arroz com pauzinhos ( ohashi) assim como o fazem os japoneses , mas quem estava a minha volta achou aquela atitude grosseira. 

Enfim, o que é certo ou normal em uma cultura pode ser inadmissível em outra. E o seu cérebro fica como? 

Enquanto não nos decidirmos em qual cultura nos fixar, com certeza chegará um momento em que o nosso cérebro dará um " tilt" e não lembraremos mais de quem éramos antes de tanto choque cultural.  

Da condição de estrangeiro passaremos a condição de " nômades". 

terça-feira, 3 de junho de 2014

A filosofia do achismo


Será que é possível reconhecer a cultura de um país através de  manifestações e comentários em geral em sites de relacionamentos?

Todas as últimas notícias que leio sobre o Brasil vem de páginas do facebook , como a revista Veja, Exame, Isto é , e outros canais da internet. O meu facebook virou página de notícias do mundo. Além das paginas brasileiras, eu também recebo news da Itália , de Portugal ( euronews) , da Suiça e de jornalistas brasileiros radicados no Japão. 

Mesmo com tanta informação bombando na minha página, eu ainda me sinto alienada em relação a economia mundial. Assunto que me interessa muito por estar vivendo em um país ( Japão) que está em plena reforma econômica após perder o posto de segunda maior potência econômica para os chineses. 

Apesar da dificuldade em entender assuntos relacionados a economia mundial e suas tendências, eu procuro ao menos ter uma idéia do que se passa por aqui e em outros países asiáticos. Afinal, o Japão é uma ilha, mas nem por isso está imune as mudanças econômicas no mundo. 

Aqui no Japão não existem  grandes surpresas em relação a economia do país. Tudo parece ser tendencioso , e quando o governo japonês anuncia algum plano futuro , a coisa realmente acontece de forma paulatina , tendenciosa e ordenada. Isto não quer dizer que a população japonesa esteja totalmente de acordo com todos os planos do governo, mas as tendências são sempre muito claras e elas acontecem a médio e largo prazo. 

Agora, vai ler as notícias que chegam do Brasil. Não dá para entender absolutamente nada. A mídia brasileira deixa sempre a impressão de ser sensacionalista, e quem lê uma matéria na Veja, tem que abrir a Isto é, ou a Exame para saber se a história é contada com imparcialidade ou se tem dedo de interesses políticos. 

Quer acrescentar mais a sua informação e ler também os comentários para saber qual a mentalidade dos brasileiros no momento atual?

Qualquer acontecimento, que seja ele nacional ou internacional, a culpa é do PT. E as ofensas ( quase de ordem pessoal) à Presidencia da República?

Ser contra a política de governo é uma coisa, ofender a pessoa da Presidente da República com palavras de baixo calão mereceriam no mínimo uma ação por danos morais. 

Confesso que fico pasma com a "liberdade de expressão" do brasileiro que manifesta opiniões ofensivas , cheias de "achismos" e nenhum respeito com o ser humano. Seja ele, negro, branco, político, religioso , gay, homofóbico ou atriz de filme pornô. O brasileiro sempre tem um comentário ofensivo de ordem pessoal á fazer com fundamento na filosofia do " achismo brasileiro". 

O brasileiro criou esta expressão : Eu acho que é. 

Quem acha não pensa. Crê sem questionar. Generaliza, e ainda por cima deixa um ponto de interrogação para que o outro "ache" o que quiser. 

Não quero aqui defender aqueles que não merecem o nosso respeito e admiração, mas existe uma grande diferença entre discordar e ofender . 

Então, será que dá para pintar o retrato do brasileiro através das redes sociais? 





segunda-feira, 2 de junho de 2014

Conversas da titia


                            Vó Benta e tia Anastàcia - Sitio do pica-pau amarelo. 



Conversando ao telefone com a minha queridissima "titia" , contei a ela que havia conhecido um tipo muito interessante de uma outra cultura. Ela logo disse: - Mas outra vez?

Titia é uma mulher de 62 anos , super pra frente ,inteligente e realizadissima financeiramente, as custas do seu próprio trabalho.  Enviuvou aos 33 anos com dois filhos pequenos para criar. No meio do desespero de ficar sozinha e mal  vista como a "viuva" da família ela se apressou a unir-se a um outro companheiro, mas lá pelos 50 e tantos anos ela decidiu que se virava bem melhor sozinha e se tornou adepta da seita : "Antes  só do que mal acompanhada". 

Hoje, ela vive bem sozinha ( em termos) , mas sempre reclama de não ter uma companhia para viajar. Ela já viajou o mundo e só não viajou mais por falta de tempo e companhia. Para mim, titia é um exemplo de mulher independente e determinada. 

Voltando ao assunto dos meus "conhecimentos" interculturais, titia já não se surpreende mais quando eu digo a ela que conhecí um árabe, um turco, um alemão ou qualquer outro pretendente a intercambista cultural afetivo. Porém ela sempre questiona as intenções dos meus futuros pretendentes a "intercambistas culturais". 

- Mas ele não se importa com a diferença de idade porque não quer casar, se quisesse casar teria problemas. Assim retrucou- me titia. 

Mas cá entre nós! Eu nunca fui uma casamenteira, vamos admitir. E não há mal algum em não ter uma inclinação ao matrimônio. Não somos melhores ou piores por não ter este " ideal" como prioridade na vida. 

Existem relacionamentos e relacionamentos, e cada qual tem o seu valor. Não quero afirmar que eu sou uma " ficante" compulsiva. Nem gosto deste modismo brasileiro do "ficar". Aposto em relacionamentos sem rotular ou determinar o tempo de validade. O importante para mim é a qualidade da relação, a boa comunicação , o respeito e o momento. Se o momento pede apenas aventuras, assim será, e se o momento pede maior comprometimento assim deve ser. Simples assim.

Mas titia, apesar de ser uma mulher já idosa e super pra frente, é conservadora em questões afetivas. Creio que a grande maioria dos brasileiros também é. O brasileiro vive dividido entre a liberdade ( por vezes libertinagem) e um certo conservadorismo .

Ficar para titia por exemplo, nunca ter se casado ou apesar de já estar na casa dos trinta não ter nenhum pretendente fixo ainda causa um certo embaraço para muitas brasileiras. As pessoas cobram. Pior para a ala masculina que logo são rotulados de frouxos ou boiolas. No Brasil tudo é coisa de boiola. Incrível!

Eu particularmente não vejo mal algum em viver a solteirisse prolongada, só penso ser uma pena que muitos jovens dos seus 20 aos seus 30 e poucos anos continuem sozinhos sem aproveitar a melhor fase da vida sob um aspecto sexual. Sexo é bom e faz bem a saúde , a pele e a auto-estima, e ter um namorado que é a perfeição da combinação quimica vale muito mais do que 20 anos de matrimônio convencional. Eu disse um namorado, não ficante e nem pretendente a  suposto futuro marido. 

A vida tem muito mais a oferecer do que um matrimônio convencional com filhos, marido, sogra, cunhadas e toda aquela parafernália que vem junto. Criar as nossas próprias opções de relacionamentos deveria ser uma coisa natural, sem cobranças e nem rótulos. 

Não há vergonha nenhuma em estar solterissima  por anos, ou viver um caso fogoso e apaixonante por anos à fio sem fins de compromisso. O mais importante, sob o meu ponto de vista, é não se privar     jamais das nossas necessidades mais bàsicas em nome dos bons costumes e do conservadorismo de nossas titias, pais ou avós. 

O importante é ser sempre discreto com a própria vida , porque em qualquer cultura, seja no Brasil, na Europa ou no Japão, puta é puta.