terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Entre o céu e o inferno

                             
                         Praia de areia em forma de estrelas - Okinawa 


Dois meses se passaram desde que aterrizei em terras Okinawas. O trabalho no Hotel segue daquele jeito: entre o céu e o inferno. 

Neste periodo muitas coisas aconteceram, entre elas, trabalhar no limite de minhas forças como nunca fiz na vida , e por um salário tão mediocre que dá até vergonha de dizer que fui capaz de me submeter a tanta labuta por tão baixa remuneração. 

Apesar do salario baixissimo e do trabalho excessivo, pude viver momentos maravilhosos ao ar livre. Sem dùvida alguma a natureza me reenergiza e me tranquiliza a alma. Como é bom andar descalço pela praia , a agua morna ( mesmo no inverno) , o ar puro , e as vislumbrantes   cores do mar de Okinawa. Uma hora azul anil, uma hora verde esmeralda. 

Faltam poucos dias para eu deixar este paraiso, e de certa forma, apesar dos pesares e de todo estress fisico e emocional que passei por aqui, Okinawa vai deixar saudades.  

Sim, eu me demiti do Hotel. O desgaste fisico e emocional foi demais para mim , e para poupar-me de futuros desgastes preferi jogar a toalha. Além do mais, eu estou com fama de " katte na hito" , expressão que os japoneses costumam usar com frequencia para descrever pessoas que não são lá muito submissas. A submissão é ponto crucial em terras japonesas para não bater de frente com alguma autoridade, no caso, um chefe . 

No Brasil uma pessoa assim poderia ser denominada como pró-ativa, aqui em terras nipônicas a coisa muda de figura, chega a ser ofensivo demais para eles.

Apesar das queixas e das criticas pelo meu modo de ser( meu caráter) e agir, eu não penso em mudar  mais este traço típico da minha personalidade para agradar a gregos , troianos e japoneses. Respeitar a cultura local é uma  coisa, anular-se para ser aceito é outra bem diferente. Buscar adaptar-se a um novo ambiente sempre leva um certo tempo, inibir  o proprio carater para agradar as pessoas é violentar-se demais. 

Enfim, tenho ainda 10 dias para aproveitar a natureza e fazer ao menos um terço daquilo que me propus a fazer enquanto estivesse por estas terras, curtir o mar de Okinawa e sua exuberante beleza natural. 






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