segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Vida de "anarfa" in Japan



Às vezes eu fico pensando se a vida de um "anarfa" no Brasil é igual a de tantos brasileiros que vivem aqui na terrinha do sol nascente...

Será que se eu fosse " anarfa" no Brasil eu sofreria tanto quanto sofro aqui, ou seria mais light pelo fato de não saber ler , mas saber falar?

O meu japonês é intermediário , mas ainda sofro para aprender e pronunciar algumas palavras , assim como de entender certas expressões. A escrita também é intermediária, já que sei ler  e escrever em katagana e hiragana , mas o kanji ainda é um grande emaranhado de risquinhos.

No meu trabalho me atribuiram a função de medir pontos de lâminas de vidro para confecção de lentes para iphone. Detalhe: tudo no windows em japonês , depois os dados devem ser salvos no excel , em japonês. Levei umas três semanas para entender o que eu estava fazendo , memorizar os nomes dos clientes em kanji e os comandos básicos do programa para medição. Eu tive que memorizar já que não leio kanjis. A minha unica  vantagem é que os lotes estão todos em alfabeto romano. Facil para mim, dificil para os japas que não estão muito habituados a teclar tanto em alfabeto romano.

Para quem é "anarfa" de kanji , não tem outra solução ( mais imediata) do que decorar os ideogramas como se fossem desenhos. Pelo menos é assim que eu me viro.

Com os preparativos para a minha viagem para a Tailandia topei com uma exigência bem chatinha do país. A tal da vacina contra a febre amarela para portadores de passaporte brasileiro. Pesquisei em varios sites onde tomar a tal da vacina em Shizuoka , mas as informações em portugues não me indicavam nenhum hospital habilitado para tomar a vacina e receber o cartão amarelo de vacinação em inglês nas proximidades. O jeito foi traduzir no google tradutor o nome da vacina e pedir para uma amiga japa pesquisar em sites de hospitais de Shizuoka. Mas calma lá! Nem tudo é tão simples assim . Eu desenhei o kanji da vacina , mas ela não conseguia ler o kanji. Tem isso também entre os japas. Eles sabem ler , mas nem sempre sabem o significado correto.

O nome da vacina contra a febre amarela é Ounetsu byou wakuchin, e como eu havia escrito em letras romanas Onetsu sem um "u" , ela não conseguia entender . Além do kanji que ela não conseguia decifrar, ne! Pequenos detalhes que fazem toda a diferença.

A solução para este problema foi traduzir a pagina do Hospital de Shizuoka no google tradutor . E não é que funcionou?

Santo google tradutor que sabe mais kanjis do que a minha amiga japa!Amém!

Não fosse o google tradutor eu estaria literalmente perdida aqui em terras nipônicas . O google tradutor traduziu tudo perfeitamente. Mesmo " anarfa" de kanjis , quem se propoem a pesquisar incessantemente no google sempre encontra uma solução.

Texto do site do Hospital de Shizuoka-ken e o kanji de febre amarela . Não entendeu nada? Pergunta pro google!



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