sábado, 10 de julho de 2010

redirecionando


Outro dia falava com uma amiga japonesa e ela me perguntou se eu realmente pensava em ir embora daqui.Respondi imediatamente:-Mochiron!(obviamernte).E ela me questionou o porque da vida no Japão ser assim tão kurushi(sufocante) para nós brasileiros e descendentes.
A verdade é que nós nipo-brasileiros não viemos ao Japão por amor a cultura, a mentalidade local, ou com planos de trocarmos a nossa pátria tropicalesca pela pátria do sol nascente.A vida parece que não avança...nem no aspecto profissional, nem no aspecto pessoal.O povo japonês é muito metódico em tudo e até mesmo as opções de diversão no arquepélogo são as mesmas ha anos, e ninguém parece estar sedento de muitas mudanças.Coisa normal no Brasil, as mudanças, as transformações, as tendências que se fazem sentir claramente : a abertura.Enfim...só não avança no Brasil quem não quer.Em contra-partida ,no Japão não existe essa abertura em nenhuma área. A começar pela dificuldade da língua que nos limita a levarmos uma vida de semi-analfabetos no primeiro mundo.
Após a crise mundial,agora um pouco estabilizada, muita coisa mudou por aqui, e a primeira coisa que os japoneses fizeram é fechar mais portas ainda para os estrangeiros que vivem aqui.Se as portas já eram poucas, agora existem menos ainda.
Percebo que, o fato de eu ser descedente direta de japoneses ,meu pai é japonês legítimo de fukushima-ken, e falar a língua local, ainda me respeitam um pouco e não me julgam apenas como mais uma estrangeira que está tirando um posto de trabalho que poderia ser ocupado por uma japonesa legítima.Sorte a minha?
Nos últimos mêses estou repensando e redirecionando a minha vida(a curto prazo), para poder regressar ao Brasil. Definitivamente a forma que os japoneses encaram a vida e a vivem não me agrada em nada. Falta tempo pra viver...é muito estranho ,mas é assim.
Bem...a mentalidade local é a do primeiro o trabalho, depois o trabalho e quando sobra um tempo,mais trabalho. É a mentalidade local e enquanto vivemos aqui devemos respeita-la...ou deixa-la...

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