quinta-feira, 5 de julho de 2012

Se eu pudesse...

Se eu pudesse eu fugia desta terra e das obrigações civis. Estou falando da burocracia que é viver, e morrer também em sociedade. Melhor seria se voltassemos a era das barganhas, aonde todo mundo trocava qualquer coisa sem precisar pagar por nada e nem comprovar a procedência.
Não me bastasse o pouco tempo que me resta para agilizar a minha documentação (visto) e a minha viagem que está programada para o final do mês, agora estou tendo que correr contra o tempo para dar entrada no inventário do meu falecido pai. Eu nem preciso dizer que não tenho aqueles papéis que às vezes são verdinhos, às vezes rosadinhos , com marcas d'agua e que representam numerários para barganhar com advogados e cartórios. O que me resta então? Madrugar na porta de uma casa que se chama: Defensoria Pública, munida de um "zilhão" de documentos para tentar dar início ao tal do inventário gratuito, que de gratuito não tem nada. Gratuito para mim é quando não se paga absolutamente nada, o que não é o caso aqui. Se a justiça é gratuita para quem declara ser pobre , como é que o pobre, além de já ter sofrido uma perda familiar, ainda tem que levar uma facada na hora de pagar o imposto de transmissão causa mortis?
Está explicado porque pobre continua pobre mesmo depois de receber uma herança. Simplesmente porque ele não tem condições de pagar os impostos para receber tal herança. Nas novelas da Globo é sempre tão chique ser "herdeiro". Rico deixa testamento e o contesta quem pode. Pobre deixa legados, aceita quem quiser.

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