quinta-feira, 26 de julho de 2012

Silencios ocultos


Quando eu era criança as minhas emoções eram tão intensas e os meus pensamentos tão conflituosos que quando eu ficava por alguns minutos pensando, pensando, e ruminando com os meus botões eu tinha a certeza de que eu estava me comunicando com as pessoas , ou seja, eu achava que tinha falado algo que nem cheguei a falar e esperava sempre que as pessoas me entendessem, e quando elas não me entendiam eu ficava "irada". Nem me lembro quantos anos eu tinha quando percebi a diferença entre "falar" verbalmente e o "falar" mentalmente. Para mim era a mesma coisa e não entendia por quê as pessoas ignoravam as minhas falas silenciosas.
Cresci e aprendi a diferença entre verbalizar e mentalizar, mas confesso que eu ainda penso e sinto muito mais do que falo ou expresso em gestos. Hoje, na idade pseudo-madura , aprendi a fingir que não estou mais sentindo aquelas emoções intensas e que já não tenho mais aqueles pensamentos conflituosos de quando eu era criança. Aprendemos a camuflar as emoções, mas como eu sempre digo e afirmo: A nossa essência sempre será a mesma. Apesar da calma aparente e do auto-controle adquirido em anos de leitura, meditação e isolamento, tem momentos que a "chispa" aparece e não dá para fingir e silenciar a "ira". Queria poder ter mais controle sobre isso, mas nem tudo na vida é perfeito. Ao menos eu já não atiro mais vasos contra a parede e não sofro mais de insônia. É uma grande evolução.

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