Meu novo trabalho aqui em terras nipônicas não tem sido fàcil, nem tanto pelo tipo de trabalho, mas pelas horas de trabalho. Eu nunca que pensei em regressar ao Japão , e em apenas 15 dias de recèm chegada ao país do Sol nascente , ter que começar a trabalhar duro em turnos alternados e com uma carga horária de 12 horas diárias.
Parecia até que eu estava pressentindo algo de ruim quando a minha amiga me perguntou se eu não começaria a procurar trabalho. Eu estava enrolando com medo de ligar pra algum contratante e logo de cara me chamarem pra um trabalho desses.
Fuçei na net, procurei o trabalho que me parecia mais leve , com poucas horas de trabalho , e finais de semana livres . Estava tudo acertado para a entrevista em uma grande fabrica de cosméticos japonesa (Pola) . De repente, o contratante muda de idèia, sabe se là por que razão , e decide me colocar em outra vaga. Justamente esta que estou agora, com 12 horas diárias e turnos alternados de dia e de noite.
Estou entrando no meu segundo mês nesta vida louca , e por mais incrivel que pareça, estou aguentando firme o ritmo, apesar de ter dias que eu simplesmente não consigo dormir e vou trabalhar sem dormir mesmo. Não, não é facil aguentar um dia inteiro de 12 horas sem nem ter pregado o olho, mesmo assim não faltei nem um dia se quer .
De onde vem tamanha disposição fisica? Sei lá! Devem ser os meus aspectos em Marte e os energéticos que estou tomando.
Mesmo com esta vida louca dedicada somente ao trabalho, dores nas costas, noites e dias mal dormidos, a recompensa vem nos meus dias de folga. A tranquilidade é total!
Dentro do meu apartamento, ao som de mantras indianos, alguns videos de besterol da Kèfera , outros das Gagas de Ilhèus do Pânico e os últimos capítulos imperdíveis de "A regra do Jogo" , vou passando os meus dias de folga com muita, muita paz e tranquilidade.
Não é que é perfeito estar sozinha, mas viver sozinha é simplesmente o PA-RA-Í-SO.
Já escrevi em outros posts que o meu sonho de consumo quando adolescente era o de morar em uma kit e de preferēncia sozinha. Morria de inveja de algumas poucas amigas que viviam sozinhas em pequenos apartamentos no centro de São Paulo . Cheguei a ir ver um apartamento proximo a Av. dr. Arnaldo , quando eu tinha apenas 17 anos, pra dividir o aluguel com mais umas tres pessoas, na maioria estudantes . Só fui ver , porque eu não tinha condičões de pagar nem 1/4 do aluguel e me manter. Frustação total quando caí na real e percebi que o meu destino era continuar morando na casa de meus pais, sem liberdade alguma.
Dá pra perceber o quanto me sinto feliz de viver no meu canto , apesar de tudo que passo aqui em terras nipônicas? É como se fosse uma recompensa pra mim.
Talvez pra a grande maioria das pessoas que vivem , trabalham e moram em pequenos apartamentos aqui do Japão tal situação não faça diferença alguma, mas pra mim , a diferença está em poder gozar os meus dias de folga no silêncio do meu apartamento.
Acho que a ùnica coisa que eu sempre quis de verdade nesta vida era morar sozinha, e apesar da vida dificil no japão, com pesadas horas de trabalho, solidão, falta de lazer , dificuldades com a lingua, terremotos , tsunamis e cia., esta sensação de recompensa é a que faz toda a diferença nos meus dias de folga. Eu amo!
Obrigada meu Deus , por todos estes momentos de recompensa
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