Houve um tempo em que eu me perguntava com frequência se o destino existia?. Coisas de uma adolescente rebelde e sem causa. Talvez naquele tempo eu tenha sido influenciado por aquelas fotonovelas italianas , as edições de contos românticos , e muita sessão da tarde assistindo filmes épicos. Mas a verdade é que eu ansiava por uma vida fora do comum , de grandes feitos, grandes acontecimemtos , muita aventura e romance. Como nos filmes românticos da sessão da tarde.
A minha realidade era bem diferente da minha expectativa de ter uma vida cheia de emoções e aventuras. De casa eu ia para a escola e da escola eu ia para casa. Às vezes eu tinha que lavar a louça do almoço , passar a enceradeira na sala e lavar o banheiro. Minha maē me dizia que menina que não gosta de lavar a privada cresce feia. Lavei muita privada até os meus 12 anos. Depois , já não me importava mais se seria bonita ou não.
Meu passatempo preferido era viver lendo contos românticos. A minha maē deveria ter me proibido de ler tanta fantasia e ler mais livros educativos . Talvez , hoje eu tivesse uma mente mais lógica e não me questionasse tanto sobre o destino.
Destino ou livre-arbítrio. O que dá no mesmo. Parte de nosso destino já está traçado até mesmo antes de nacermos. Ninguém tem o livre- arbítrio de escolher onde , como e quando nascer. O nosso papel dentro do nosso destino é simplesmente de como iremos vivencia-lo.
Saturno é o meu regente , e como tudo , onde tem a mãozinha rígida de Saturno as coisas não acontecem por si só. Onde não houver disciplina não haverá ordem , e onde não há ordem não haverá progresso ou prosperidade. Isto é de fato algo que percebo nitidamente no curso da minha vida. Quando solto as rédeas de Saturno para respirar um pouco, me divertir e desfrutar da vida relaxadamente , a conta vem. É como estar remando contra a maré e soltar os remos. A canôa fica a deriva e sabe- se lá onde ela vai atracar. Num paraiso de frutas tropicais e praias paradisiacas? Com a regência de Saturno duvido muito que algo assim tão desfrutável ocorra.
Após a minha descoberta de que o destino existe, fui perdendo aos poucos aquela ilusão de querer viver o que não estava reservado para mim. É tipo , querer ter nascido rica , se nasci pobre. Querer ter olhos azuis se nasci com os olhos castanhos. Querer ter ganhado na loteria , se nunca apostei. O nosso querer também tem limites.
Dá para ficar rico mesmo sendo pobre? Dá. Depende do nosso esforço e da nossa sorte . Dá pra ter olhos azuis? Dá. Basta comprar lentes de contato coloridas. Dá para ganhar na loteria? Dá . Se apostarmos com frequência as nossas chances aumentam . As nossas chances de mudar o nosso destino está condicionada a lei de causa e efeito, ao mesmo tempo ela està atrelada ao nosso karma de vidas passadas. Não bastaria o meu livre-arbítrio para mudar aquilo que estava escrito.
Parece meio fatalista, mas esta é a realidade sem romantismo do que é o destino. Dá para dar uma melhoradinha aqui, acolá . Mas se o seu karma imutável é viver uma vida simples , comum, rotineira e cheia de percalços , nem ganhar na loteria te livrará do seu destino.
Aceita que dói menos!
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