Constanza Pascolato. Que mulher elegante!
Ao atingirmos uma certa idade, a temida meia idade , o melhor termômetro para sabermos se ainda somos desejáveis aos olhos masculinos é dar uma desfilada perto de alguma obra. É tiro e queda.
Não sei dizer se é a forma fisica ou a face de mulher madura , mas que os peões de obra te olham de soslaio e depois simplesmente desviam o olhar , isto é fato.
Todas as vezes que fui ao Brasil era sempre um teste para a minha autoestima. A cada retorno percebia reações diferentes. Desta última vez há um ano atrás era um tal de "senhora " pra cá, "senhora" pra lá, que me impressionou de certa forma. Fisicamente não mudei tanto, apesar de perceber em mim aquelas gordurinhas nos braços e uma barriguinha mais saliente. A diferença está mesmo é no rosto. A expressão de rosto cansado e sisudo é uma marca nesta fase da vida.
Apesar de me sentir invisivel , percebo aos poucos aquilo que eu sempre desejei das pessoas, ou melhor dizer , dos homens em geral. Um certo tratamento de respeito por uma mulher que já viveu muita coisa na vida e ainda está superando os próprios desafios sem pedir ajuda a ninguém.
Finalmente creio estar na fase das verdades ocultas, tornando-me invisivel fisicamente para ser notada pelas pessoas por aquilo que eu sou verdadeiramente em minha essência. Isto de forma alguma é algo negativo.
A cada ruguinha, a cada fio de cabelo branco . Gradativamente percebo o respeito das pessoas em geral , até mesmo no meu trabalho aqui em terras nipônicas. Parece que me tornei alguém mais confiável para os meus chefes e alguém a quem se deve respeitar pelos novatos.
Apesar de estar aceitando e curtindo esta nova fase , ainda continuo muito vaidosa e não deixo de cuidar da minha nova aparência de "senhora" respeitável. Unhas bem feitas, maquiagem corretiva e roupas discretas com um toque de jovialidade. O que importa nesta fase da vida é jamais perder a elegância, e isto, vale muito mais que um rostinho jovem e um corpinho sarado.
Muito mais do que aceitação, a cada nova fase da vida , aprendi que a adequação é o segredo para se viver melhor. Viver adequadamente a cada nova fase, a cada novo ciclo , sem violentar-se no intuito de " querer" retornar à aquilo que fomos para sermos apenas aquilo que somos .
Namantê!
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