quarta-feira, 21 de julho de 2010

IJIME

Não, eu me recuso a aceitar que isso seja apenas uma herança cultural. Quando eu vim pela primeira vez aqui na terra dos samurais com a minha filha morria de medo dela sofrer o tal do IJIME, ou seja, retalhação, humilhação e exclusão do meio social. Ouvia falar tanto que fiquei quase neurótica com medo de manda-la a escola japonesa. Dito e feito, ela sofreu "ijime" na escola japonesa e pela primeira vez na vida eu a vi tão triste, tão envergonhada de ser brasileira e quase depressiva. Graças ao bom Deus, nem todos os japonêses tem um coração de pedra e o maior apoio que ela recebeu na época foi da sua professora japonesa.
Me lembro que conversamos muitas vezes por telefone e ela me pedia sempre mil desculpas em nome dos japoneses pelos maus-tratos que a minha filha havia sofrido na escola ,e se desculpou também pela falta de eficácia da própria escola de conter esse tipo de problema. Enfim, esse mal já é cultural e o "ijime" não é coisa só de crianças do primário, a coisa vai longe até mesmo no ambiente de trabalho.
Hoje , percebi o quanto os japoneses sabem ser cruéis quando nao gostam de alguém, ou simplesmente não vão com a cara de alguém, gratuitamente sem nem mesmo conhecer o alvo do seu "ijime".
Como é que pode? Pessoas adultas com mais de 30 anos fazendo retalhação às mais jovens e principalmente às novatas só porque não foi com a cara?
Duas garotas que trabalham comigo foram retalhadas e literalmente excluidas (uma japonesa e uma brasileira) socialmente. O "ijime" ainda nem começou, mas a meta é faze-las pedir as contas. O mais surpreendente (desprezível) é saber que os chefes estão torcendo para que as duas se demitam e ainda ficam fazendo comentários maldosos pelos corredores.Gente!Não é mais fácil e mais civilizado demitir as duas ?De onde é que vem tanta maldade?
Não ir com a cara de alguém é normal, mas perseguir, debochar e retalhar não faz parte do meu mundo. Coisas do primeiro mundo...
Giapponese sangue del mio sangue...ma vaff....e poi io che sono preconcettuosa? Ma vaff...anche voi che pensano così...

6 comentários:

Criska disse...

E eu pensando que o povinho (japa) daqui (Brasil) era diferente do daí... Acho que nem quero mais estudar no Japão.
Senti preconceito no nihongakku daqui por ser mestiça, adulta e ainda não falar japonês. Eles discriminam nikkeis que não sabem japonês, mas estão há anos no Brasil e nunca aprenderam o português. Povinho difícil, hein?
Acho que vou para Itália que deve ser mesmo bem melhor...

Anônimo disse...

Minha filha tem 8 anos e tá passando por ijime, o q vc fez, não queria me sujar com a comunidade, mas não vou deixar assim.

Anônimo disse...

Isso depende muito... eu sou brasileiro, fui para o japão, sempre fui muito bem tratado pelos colegas, e pelos professores.

Anônimo disse...

Afinal, não podemos discrimar um pais inteiro, por causa do povo que não seguem as regras..

É a mesma coisa que eu falar, que não quero ir para o brasil, porque todo mundo é maconheiro, e vão entrando nas escolas atirando e matando todo mundo.

lol

Anônimo disse...

o pior e que no brasil também tem muito isso, não é certo discriminar todos por causa de algums, mas e sempre bom tomar cuidado...

Anônimo disse...

Japanese Maniako have heard the sound of the toilet.
Hard ijime