sábado, 15 de outubro de 2016

A cada viagem



Passaram-se 13 anos desde que parti pela primeira vez. Me lembro ainda hoje do momento em que adentrei naquele portão de embarque sozinha. Mal sabia eu que estava passando por um portal do antes e depois. Não era apenas uma viagem fisica , eu estava dando o primeiro passo para a descoberta de mim mesma. 

Seria preciso viajar , partir , se perder de si para entender as  transformações que ocorrem com quem vive a experiencia de partir em uma viagem sem data prevista para o retorno.  Perde-se muito, aprende-se muito. 

Não sei mais dizer ao certo quem eu era antes da minha viagem, ao mesmo tempo, isto parece não interessar a quem me conhece em terras estranhas. Paradoxalmente, ainda sou a mesma para aqueles que ficaram do outro lado do portal , e a impressão que tenho sempre é que a elas não lhes interessa quem sou hoje. Guardam de mim aquela imagem de antes, as historias de antes. 

Tanta confusão que separa um ciclo de vida e um oceano. Por vezes nem eu mesma sei mais quem sou , ou se devo um dia retornar . Fixar raízes se tornou um desafio , um sonho distante sem prazo de validade. 

Retornar será sempre uma possibilidade. Partir  será sempre um desejo oculto.

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