quinta-feira, 5 de março de 2015

As voltas que a vida dá



Há 4 anos atrás, quando houve aquele terrível terremoto,  seguido de um avassalador tsunami que destruiu boa parte do noroeste do Japão, eu jurei pra mim mesma que jamais voltaria a pisar em terras tão tremulas. Praticamente saí fugida do Japão ( Shizuoka) para a Suiça. Lá na Suiça me chamavam até de refugiada . 

Da Suiça, por questões pessoais decidi regressar ao Brasil e tentar a vida por lá. Insisti durante um ano e meio, mas as coisas no Brasil estavam muito estranhas e o ritmo lento do país me incomodava muito. É estranho dizer, mas países de primeiro mundo tem um outro ritmo, as coisas acontecem ( para o bem , ou para o mal) em um ritmo mais acelerado. 

Como as coisas estavam lentas demais no Brasil, eu decidi voltar para o Japão, ou melhor dizer, deixei na mão do acaso , e lá fui eu para Osaka. Não durei nem 15 dias no trabalho e pedi socorro ao meu antigo empregador na provincia de Shizuoka. E lá fui eu de volta para Shizuoka. 

Passados dois anos e com a diminuição na produção , fui demitida pela segunda vez. No periodo em que fiquei no seguro desemprego decidi ir conhecer Okinawa. No fundo eu queria morar por lá, e como sempre,  busquei na internet uma oportunidade de trabalho fixo por aquelas terras maravilhosas. 

Foi ótimo ter ido a Okinawa em pleno inverno japonês. Em Okinawa o inverno é super ameno e haviam dias que parecia que estavamos em pleno verão.

Por inúmeras razões acabei desistindo do trabalho em Okinawa e novamente pedi socorro ao meu antigo contratante. Por coincidência ou obra divina, eles estavam justamente precisando de mais uma pessoa. 

Cá estou eu de novo em Shizuoka, no mesmo trabalho que abandonei hà 4 anos atrás , sem nem cumprir aviso prévio, na mesma cidade, e por coincidência no mesmo apartamento que me alojei quando começei a trabalhar aqui, há 8 anos atrás. 

É muito estranho pensar que, dei tantas voltas no Globo , vivi tantas situações, jurei não voltar nunca  mais para esta cidade, e acabo voltando ao mesmo lugar. 

Apesar das minhas tentativas de me livrar desta província ( Shizuoka) e deste país, todas as vezes que retorno a Shizuoka é como se eu estivesse voltando para casa. 

O mais reconfortante  de retornar a esta cidade e ao mesmo trabalho , é que todas as vezes que eu retorno sou recebida com um " Okairi" , que em japonês quer dizer, bem vinda de retorno a casa. 

Voltas e mais voltas. Vamos ver por quanto tempo dura o meu retorno por estas bandas...

 
              Meu  antigo apartamento, todo reformado e 50% mais barato. 

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