segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

turista acidental

Hoje conversava com uma amiga no skype, ela acabou de voltar para o Brasil após quase seis anos vivendo entre a Itália e Londres. Assim como eu, ela absorveu muita coisa nesta vivência no país dos seus avós. Apesar das grandes diferenças culturais, não dá pra negar a herança que recebemos de nossos antepassados, que sejam eles europeus ou samurais. Eu por exemplo, voltei muito, muitíssimo educada e cheia de convenções, assim como os japoneses , e também muito mais louca do que antes. Penso que absorvi demais a maneira de encarar a vida dos italianos com quem eu tive contato por um longo tempo enquanto estive no Japão. Sem contar a minha passagem pela Suíça-italiana e as experiências inimagináveis que eu vivi por lá .

Apesar de toda esta vivência, inseridas em várias culturas e falando várias línguas ao mesmo tempo, oque me espanta é a dificuldade que estamos passando para nos readaptar ao nosso próprio país. Tipo, eu confesso que ainda me sinto uma turista de passagem pelo meu próprio país, assim como a minha amiga que está passando pelas mesmas dificuldades que eu passei. Não sei mais em que estágio estou na minha árdua tentativa de readaptação ao meu país. Não é nem uma questão financeira, ganhar bem e ter um nível de vida melhor. É muito mais do que isto. Aquilo que sinto falta hoje é de qualidade de vida e infelizmente o nosso Brasil por mais que cresça, ainda estará longe de nos proporcionar uma vida segura, sem violência, ruas limpas, opções de lazer e senso de civismo da população. Para quem nunca viveu em outro país é difícil compreender esta situação que acaba criando um paradoxo entre o querer estar no Brasil e o não querer viver no Brasil.

Como dizia a minha amiga: -" É melhor ser pobre no primeiro mundo do que ser pobre no Brasil”.

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