Desde que retornei aqui em terras nipônicas, mais precisamente em Osaka, a terra dos yakuzas, tenho passado muito nervoso em função da má educação e da grosseria dessa gente desta cidade. Trabalhar com os japoneses desta região se tornou um grande martírio, mas eu tinha que aguentar. Quem mandou se aventurar do outro lado do mundo sem dinheiro?
Todos os dias ao sair para o trabalho começei a orar e pedir a Deus que afastasse de mim todo o mal, e realmente como eu havia comentado em um post anterior "Ele" afastou de mim uma japonesa que parecia endemoniada. Até hoje não sei aonde ela foi parar. Nem perguntei.
Porém, restaram outras japonesas (inclusive brasileiras) menos endemoniadas que estavam pisando nos meus calos e testando a minha paciência capricorniana que já é curta por natureza. O jeito foi pedir a Deus que me desse paz e tranquilidade para poder conviver com com elas. Não funcionou. Por mais que eu orasse as velhas chatas me perseguiam e me provocavam do nada. Coisa de louco! Começei a estressar e achar que eu não tinha mais saída a não ser aguentar aquela gente estressada, antipática e mal-humorada por mais uns 6 mêses. Tarefa quase impossível. Já estava no limite da minha paciência capricorniana.
Eu acredito que nesta vida nada é por acaso, mas eu fico me perguntando o que é que eu vim fazer aqui? Acho que nada!
Na realidade foi uma forma de eu voltar para o Japão com a passagem paga pelo povo daqui de Osaka e depois me mandar para Shizuoka, terra aonde eu fiz muito amigos japoneses e fui sempre muito bem recebida . Nunca poderia imaginar que os meus chefes de Shizuoka me quisessem de volta porque eu já fui demitida uma vez , no auge da crise, e depois eu me demiti duas vezes sem nem cumprir aviso-prévio. Na minha cabeça era pouco provável que eles me aceitassem de volta , e nem tão pouco pensei em retornar para Shizuoka em função dos inúmeros terremotos que ocorrem por lá. Muito mais do que aqui em Osaka.
A oração bem direcionada e bem intencionada tem poder. Fui chamada para voltar a trabalhar em Shizuoka imediatamente. E eu nem estava procurando emprego.
Uma amiga japonesa de Shizuoka soube através do facebook que eu estava no Japão e ela comentou comigo se eu não gostaria de retornar ao trabalho porque no momento estavam precisando de pessoas para fazer "kensa" (controle de qualidade) e eu respondi a mensagem dizendo que no momento eu estava muito comprometida aqui em função da dívida que contraí para pagar a minha passagem. O asunto morreu aí, no facebook.
Hoje, após quase um mês em Osaka e depois de muita tensão no trabalho e muito estress, decidi ligar para algumas amigas de Shizuoka para relaxar um pouco e poder falar com gente mais agradável. Conversei ao telefone com a mesma amiga que me convidou para retornar ao trabalho em Shizuoka . E conversa - vem, conversa - vai , ela novamente me chamou para retornar a Shizuoka porque a minha ex-chefe já sabia que eu estava aqui no Japão e me queria de volta para trabalhar como "controller", ou kensain como chamam aqui no Japão (inspetora de controle de qualidade). Eu aceitei!
Esta semana estarei de mudança para Shizuoka-ken. Terra aonde sempre fui muito bem recebida e fiz muitas amizades com japoneses legítimos da região. Devo confessar que, após ter trabalhado em três cidades diferentes (Osaka, Shizuoka e Saitama), os japoneses de Shizuoka são muito mais amáveis do que os japoneses de Osaka , que aliás são muito grossos. É a única cidade aonde os motoristas de taxi são super simpáticos e falam pelos cotovelos. Cidade de gente interiorana , simples e amistosa. Hoje eu compreendo as diferenças. Nem todo japonês é ruim, quer dizer, tem japonês pior aí. E cada região do Japão, assim como no Brasil, as pessoas se comportam de forma diferente. É o mesmo que querer comparar um nordestino com um paulistano. É muita diferença, apesar de serem todos brasileiros. É impossível generalizar.
Hoje, finalmente, é o primeiro dia que eu pude sorrir,após quase um mês de tensão total por aqui. Realmente, esta cidade não é para mim, e nem tão pouco o ambiente de trabalho super hiper carregado, inclusive entre os brasileiros. Não gosto disso!
Oque completa a minha recente sensação de felicidade momentânea (ninguém é 24 horas feliz), é saber que estão providenciando um apartamento da rede de apartamentos do" Leo Palace",que eu simplesmente adooooro. Passava todos os dias aqui em frente da imobiliária do Leo Palace de Osaka sonhando com o dia que eu teria dinheiro para locar um apartamento desses e pagar as taxas de locação. Não precisarei pagar nada!
Decididamente, a oração bem direcionada e bem intencionada tem muito poder. Orei tanto para que Deus me livrasse de todo mal e me ajudasse a me direcionar aqui em terras nipônicas, sem dinheiro, sozinha e estressada até o meu limite. Não pedi em oração um novo emprego, nem pedi que eu pudesse morar em um apartamento da rede Leo Palace, só pedi em oração que "Ele" me tranquilizasse e me direcionasse nesta minha nova empreitada em terras nipônicas. A minha oração foi atendida de uma forma que eu não esperava.
Amanhã o escritório de shizuoka provavelmente vai me ligar para acertar os detalhes da minha mudança para Shizuoka. Eu nem sei como se faz para viajar de trem bala de Osaka para Shizuoka. Me parece que mesmo de trem bala se leva em média 3 horas ou mais. Não importa! Quem tem boca vai a Roma! E eu já fui.
Deus, muito obrigada por atender as minhas orações. Nesta vida, nada, absolutamente nada é por acaso.
Um comentário:
Poxa vida, faz uma oração destas para mim :)
Realmente nada parece ser ao acaso... Agora após estes dias difíceis ,no mínimo, vc vai dar mais valor ao lugar onde vai...
BOA SORTE!!!
Postar um comentário