quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Por um fio



A crise continua aqui em terras nipônicas para alguns setores . No caso , o meu. Apesar da economia japonesa estar entrando nos eixos aos poucos , algumas grandes empresas se deram muito mal com a crise . É o caso da Panasonic e da Cannon , empresas para a qual eu trabalho indiretamente. 
Ninguém mais está podendo competir com a China e a Coréia. 

Apesar da antipatia mutua entre o Japão e a China, aqui na terrinha dos samurais é normal encontrar vários produtos de origem chinesa. Para dizer a verdade, quase tudo que eu comprei nos últimos meses , sempre visando mais o custo do que o benefício, eram produtos made in China, desde calçados a secadores de cabelo. 

Não consigo entender esta japonesada? 
Se os chineses tiveram a ousadia de boicotar produtos de origem japonesa como forma de protesto à vàrias intrigas entre as duas nações , porque raios os japoneses não boicotam os chineses também e não comečam a produzir mercadoria boa e barata para o mercado interno japonês?

Vai entender a mentalidade dos japas...

Com toda esta concorrência dos países vizinhos , somada a era da informatização e dos avanços na telefonia móvel, ninguèm mais está querendo comprar cameras fotográficas digitais  por que  hoje em dia muitos celulares fazem fotos perfeitas em alta definição. Pecado! este é o setor para o qual eu trabalho... ainda. 

Desde que retornei ao meu antigo posto de trabalho (fugí   com o Tsunami de 2011) ha um ano e 3 meses , a empreiteira que eu trabalho já demitiu mais de 40 ou 50 pessoas , grande maioria de japoneses.

 Pois aí é onde mora o perigo. Somos em 5 estrangeiras na minha seção , e demitir japoneses  antes dos estrangeiros causa sempre um certo furor entre os japoneses que estão com a corda no pescoço . Obviamente que por esta razão "patriotica" dos japoneses , nós estrangeiros "deveríamos" ser os primeiros a sermos demitidos . Nada justifica um estrangeiro tomar o lugar de um japonês, isto é fato incontestável. Justo ou não, é assim que as coisas funcionam. 

Ninguém está acreditando que eu ainda não entrei na fila da faca, e para dizer a verdade nem eu. Seria consideração por parte dos japas? Não sei!

 Da ùltima vez que eu entrei na faca ( na mesmissima empresa) eu fui uma das últimas a ser demitida e uma das primeiras a ser recontrada ( após 5 meses) , e a primeira a pedir demissão no dia seguinte à recontratação. Bom, dá para perceber que existe uma estranha ligação de amor e ódio aqui que rola hà anos   com muitas idas e vindas. 

Até o final do mês de Dezembro ainda tenho a garantia do meu contrato, em janeiro do proximo ano vamos ver por onde vai caminhar esta estranha relação empregatícia de amor , ódio e patriotismo . 

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