Quando vivemos fora do Brasil as notícias que nos chegam através da mídia sempre são muito mais impactantes do que quando vivemos dentro da realidade brasileira.
A impressão que tenho é que quando vivemos no Brasil, somos praticamente obrigados a viver comodamente , seguindo o curso natural do estilo brasileiro de viver.
Não sair nunca à noite sozinha, olhar para os lados antes de abrir o portão de casa, andar com a bolsa bem presa debaixo do braço e rezar todos os dias antes de enfrentar as ruas. Nunca se sabe o que vai acontecer.
Quando eu vivia em São Paulo, todos os meses eu era assaltada, ou me roubavam minhas bijouterias ( pareciam ouro) ou sofria um assalto coletivo no ônibus, ou simplesmente abriam um buraco na minha bolsa ( com gilete) sem eu nem perceber. Sem contar as tantas histórias de amigos que tiveram seus carros roubados.
Bom, isso foi hà uns vinte anos atrás, hoje em dia não existem mais trombadinhas de rua. Agora , o crime na grande São Paulo é mais organizado . Os assaltos são feitos por grupos organizados. A violência evoluiu e talvez até a condição de vida de tais meliantes tenha melhorado significativamente. Seria o bolsa família? Hoje eles possuem carros , motos e todo um aparato.
Estranhamente, leio sempre nos noticiários de que a classe D subiu para a classe C , e assim suscessivamente. Seria obra do governo ou do crime organizado? Sei lá! Às vezes tenho a impressão de que tudo isso faz parte do " todo", e não poderia ser diferente .
Tá aí uma das razões pela qual eu não faço a mínima questão de voltar a viver no meu Brasil. Prefiro viver com a eminência de um grande terremoto no Japão do que viver todos os dias me escondendo do perigo nas ruas da minha São Paulo. Antes ter a Natureza como adversária do que um assaltante armado.
Outro fator determinante e que eu não abro mão, é viver entre gente educada e civilizada ,sem distinção de classes sociais . Ser pobre não é sinônimo de má educação . Discordo quando dizem ( no Brasil) que a educação é questão de berço . Para mim, quem é educado é! É questão de caráter e não de berço.
Ainda sinto falta de muitas coisas do Brasil, e nem só de pontos negativos o Brasil é feito, mas na vida devemos ter escolhas, e por enquanto, não tenho a mínima vontade de reviver o meu Brasil.
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