sábado, 30 de outubro de 2010

toilet japonês


Antes de vir ao Japão já tinha ouvido falar dos toilets "toto", aqueles vasos sanitários típicos japoneses onde você tem que ficar literalmente de cócoras, mas nunca pensei que até nos dias de hoje eu encontraria tantos "totos" por toda a parte. Confesso que até hoje não aprendi a acertar a pontaria...de cócoras. Sei lá, acho que eu agacho pouco, ou agacho mais de um lado do que do outro,ou mais no canto do que no centro. Fala a verdade! Quando a gente está apertado pra ir no banheiro ninguém tá preocupado em acertar a pontaria...
O pior é que não bastasse o fato de termos que nos habituar a uma nova posição(cócoras) ,ainda tem alguns toilets do tipo "toto" que ficam em cima de um degrau. Você teria que subir no degrau, de costas pra porta , se equilibrar pra não cair lá de cima.Ah!Me poupe! Eu quero é paz nesses momentos de meditação.
E os toilets dos trens? Não sei se são todos assim, mas alguns tem esse mesmo tipo de vaso "toto" em cima de um degrau...e detalhe...uma janelinha na porta. Só não sei se a gente deve se posicionar de costas ou de frente pra janelinha que dá no corredor.Me poupe!

sábado, 23 de outubro de 2010

Sem muita paciência

Ultimamente eu ando sem muita paciência. Que novidade né! Eu vivo na beira do limite entre a tolerância e a grosseria. Se eu consigo me controlar sou muito gentil e educada, se eu não consigo chego a ser muito grossa . Então , pra evitar problemas e ressentimentos com as minhas queridissimas amigas eu ando fugindo de contatos muito próximos com a mulherada. Aliás, eu acho que já escrevi aqui em algum post que eu não suporto certas frescuras típicas da mulherada e que um homem que consegue suportar uma mulher em plena crise de TPM deveria receber um prêmio. Será por isso que o mundo está virando gay?
Pois , se nem eu que sou mulher ando suportando certas características típicas femininas, imagina os macho-chos?
Outro dia comentei com uma amiga que eu andava de saco cheio de certas frescuras e conversinhas sem pé nem cabeça das minhas amigas brasileiras e ela disse: - Nossa! Parece homem!
Já cheguei a pensar que eu tinha uma tendência meio sapatônica quando criança porque eu preferia sempre estar entre os meninos do que com as meninas . Não que eu gostasse de jogar futebol, bolinha de gude e subir em árvore, mas a companhia masculina era menos insuportável. Nunca briguei com um menino porque ele queria se apoderar das minhas bonecas ,ou porque ele queria ser sempre o centro das atenções.
É bem verdade que o meu carater capricorniano é meio macho-cho. Mas alguém nessa vida já viu alguma capricorniana ser dócil ,frágil e meiga? Eu nunca vi.
Parei de tentar ser dócil no contato com as pessoas, parei de me violentar. E sabe que eu me sinto bem melhor assim?
Ame-me ou odeie-me.E basta!
No final, aquelas pessoas que importam de verdade acabam sempre me amando assim como sou...intolerante ,porém sempre justa.
Como dizia um amigo meu: - Você é legal, mas pisa pra caramba!...:-)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

scommetto che smetto

Traduzindo em português seria: Aposto que desisto. É mais um desafio criado pelo programa Piatti Chiari da tv suiça-italiana que estou acompanhando através da internet pra tentar smettere da fumare.
Eu pensava que não era assim tão dependente do fumo por fumar em media 15 cigarros por dia, mas segundo o programa ,acima de 15 cigarros o nível de dependência já é considerado alto.
Já fiz um grande progresso ao diminuir a quantidade de nicotina de 8mg para 6mg e agora cheguei a 4 mg. Mas ainda a quantidade de cigarros por dia não mudou em nada.
É dificil deixar de fumar em um país como o Japão, onde as pessoas fumam excessivamente dentro de seus carros . Todos os restaurantes ainda tem área para fumantes , em frente as lojas de departamentos, de conveniência , escritórios , e tantos outros lugares tem sempre um cinzeiro público te convidando a fumar. Sem falar nas maquininhas de cigarro espalhadas por todos os cantos.
O mês de outubro começou com um aumento nos preços dos cigarros, uma alta de 40%. Já que a força de vontade não funciona pensando nos malefícios a saúde que o tabagismo provoca, então vamos começar a calcular os malefícios que o tabagismo provoca no bolso.
Scometto che smetto...piano...piano...
Link do programa:

http://www3.rsi.ch/pattichiari/node/1947

Deu um tiuti na tecla SAP


Ontem não sei o que acontceu comigo, não conseguia expressar uma frase inteira em japonês sem cometer erros de concordância. Acho que deu pane no meu computador cerebral.
Pra dizer a verdade eu ando de saco cheio de ter que me expressar em tantas linguas ao mesmo tempo.Não é sempre que eu entendo tudo e muitas vezes não consigo me expressar claramente em todas as linguas. Isso me dá um nervoso!
Pior ainda quando as pessoas insistem em falar comigo como se eu dominasse 100% da língua. Isso acontece frequentemente com o japonês e o italiano. Mas será que as pessoas não sabem que existem níveis de aprendizado da lingua estrangeira e que dificilmente uma pessoa dominará 100% de uma lingua que não seja a sua lingua mae apenas de forma autodidática?
Eu tenho percebido que as minhas colegas de trabalho(japas) ficam impressionadas ao saber que eu não consigo ler o Kanji, aquela escrita japonesa cheia de pauzinhos, e que preciso da ajuda delas. Mas se eu não sou japonesa e nem estudei no Japão, como é que eu vou saber ler o Kanji minha gente? Agora, eu sou um gênio?Isso me irrita!
O meu nível de conversação deve estar lá pelos 60 ou 70% ,mas a escrita morreu nos 30% , e nem tenho a intenção de melhora-la.
Como se não me bastassem os meus colegas japas e a língua japonesa ainda tem "aqueles" que falam a lingua italiana sem nem serem italianos. Eh! pra quem não sabe ,existe um pedaçinho na europa que apesar de não fazer parte da comunidade européia também fala italiano. Lá nesse pedaçinho de terra também sofro o mesmo problema.
Mas será que as pessoas nunca ouviram falar que o conhecimento de outras linguas se dividem em níveis e que atingir um grau elevado requer muita pratica e estudo?
Tem gente ainda que comete o absurdo de contar piadas pra mim em japonês ou fare una battuta em italiano achando que eu vou entender e morrer de rir. Isso me cansa!
Eu nunca contaria uma piada brasileira pra um japonês porque sei que eles não entenderiam o sentido, até o senso de humor é diferente. Então, me poupem de tantas exigências linguisticas!

Inveja alla italiana

Tem certas características típicas nas raças que eu ainda não compreendo. Por exemplo a inveja alla italiana. A impressão que dá é de que eles (os macarronis) estão sempre invejando o jardim do outro, ou seja, o carro do vizinho, a casa do amigo, a mulher do vizinho, e assim vai...
Será a mania deles de viver de aparências?
E as conquistas? Para eles o doce "sabor" da conquista tem um certo toque anti-ético que os estimulam a dedicarem-se de corpo e alma a conquistarem qualquer coisa que seja melhor do que aquilo que se possui. Ou seja, a mulher do outro é sempre melhor do que aquela que está em casa. Já ouvi algumas histórias sobre traições alla italiana que no mínimo mereceriam fazer parte da obra literária de Nelson Rodrigues.
Nunca diga a um amigo ou pretendente italiano(quello vero) que você está interessada por alguém, pior ainda se você estiver apaixonada por alguém que não seja ele. Isso causará uma súbita inveja macarrônica que o levará a conquista-la a qualquer preço. E sabe por que? Só pra poder sentir o sabor doce da conquista. Passado alguns meses após a conquista esse efeito macarrônico obsessivo passa como em um passe de mágica. E você fica a ver navios...
Bem...eu como já conheço muito bem a raça (do norte ao sul) , já estou vacinada e nem me impressiono mais com a quantidade de e-mails (poéticos) e algumas chamadas telefônicas que ando recebendo da macarrônia.Nem tô,pra eles!
A inveja é um sentimento que eu abomino!

Ser ou não ser, eis a questão

Pra variar as minhas relações profissionais andam muitissimo bem obrigada. Parece que os astros estão mesmo contribuindo para que eu mantenha uma certa harmonia no meu ambiente de trabalho. Para muita gente pode até ser pouco e não representar absolutamente nada, mas para mim é uma grande vitoria poder vencer e ser respeitada no trabalho ,mesmo sendo uma estrangeira em terras nipônicas.
A vida inteira cresci com o meu pai (japonês da gema) criticando o meu jeito de ser e de pensar .Nunca fui uma típica filha de japoneses ,submissa, cordial, obediente e atada as tradições .Muito pelo contrário, eu era a ovelha negra da família e sempre me recusei a aprender e a viver as tradições dos meus pais. Eu, particularmente penso que se uma pessoa deseja manter as tradições familiares não deve nunca sair de seu país de origem e imigrar para terras longinguas com tantas diferenças culturais. Ou você se adapta, ou volta para o seu país e pronto.Tem até uma outra opção: vai viver nos Estados Unidos, onde as pessoas vivem em grandes comunidades separadas naturalmente pelas suas origens culturais.
Desde que cheguei no Japão sempre me senti muito brasileira e com um orgulho de se-lo, que nunca tive enquanto vivia no Brasil, só fui me sentir orgulhosa do meu país quando eu o deixei.Afirmo e reafirmo que sou brasileira com muito orgulho, apesar das minhas origens 100% nipônicas.
Ultimamente, os meus colegas de trabalho (japoneses) insistem em dizer que eu não sou brasileira e sim japonesa. Será que eu fui finalmente aceita por eles?
O japonês é uma raça declaradamente preconceituosa que não gosta muito de se misturar com outras raças, a não ser que seja americano ou europeu. Eles destestam os latinos (peruanos, bolivianos, paraguaios, uruguaios e etc) porém percebo que existe um certo respeito com relação a nação brasileira.
No proximo mês a japonesada está programando um pequeno jantar entre os colegas de trabalho (só japoneses) e euzinha sou a única estrangeira na lista dos vips. Eles, os japas, não querem de forma alguma que estejam presentes os nikkeis brasileiros ou peruanos. É preconceito declarado ou não?
Por um lado fico muito feliz por ter sido finalmente aceita entre eles, mas ao mesmo tempo me sinto ofendida. Não fui aceita entre eles por ser brasileira, muito pelo contrário, fui aceita por eles por ser filha de japonês legítimo.
Neste momento estou vestindo a camisa...ops...o kimono de gueisha, amanhã sabe se lá...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

mulher só pensa em dinheiro?

Dizem que homem só pensa em sexo e mulher só pensa em dinheiro.Será?
Se reduzirmos o ser humano aos seus instintos mais primitivos pode ser que sim.
Toda vez que o assunto é homem, tem sempre uma que abre a boca pra falar alguma asneira do tipo:" -Se ele fosse rico seria melhor."
No meu conceito, relacionar-se com um homem só porque ele é rico tem lá as suas vantagens ,mas também não é de graça,ou seja, tudo na vida tem um preço. Claro que se o cara fosse um gentlegan ,mão aberta , daqueles que adora encher de presentes a amada seria um sonho, mas nem sempre as coisas funcionam assim. Ninguém é tão trouxa ao ponto de ficar enchendo alguém de presentes sem ter nenhum interesse por detrás. E se o cara é rico , no mínimo é inteligente o suficiente pra saber muito bem o que pode esperar das suas pretendentes a "dondoca" materialista.
Já tive discussões oméricas com amigas que me julgavam por não ter aceitado algumas propostas loucas de homens riquissimos que sempre vem com o pacote completo : pretensão e machismo.Não quero generalizar, mas normalmente "os velhos ricos" que as minhas amigas se referem sempre vem com esse pacote.Será que elas tem consciência disso?
Talvez esse conceito de se dar bem na vida amarrando um velho rico seja um conceito muito antigo do tempo das nossas avós, onde as mulheres eram obrigadas a se casar e depender completamente dos maridos.Nesse caso, realmente era melhor optar por um homem de posses. Obrigação por obrigação, melhor um rico que um pobre. Porém os tempos mudaram e a mulher atual tem uma profissão, o seu proprio dinheiro e uma independência que era impossível de alcançar no tempo das nossas avós.
Nesta semana comentando com uma amiga sobre a situação econômica da Suiça, o conhecidissimo paraiso fiscal, onde os políticos (inclusive os nossos) e milionários escondem o seu tesouro, comentei com ela sobre a riqueza dessa raça que se nota apenas andando nas ruas. Porshes e Ferraris pra tudo que é lado, coisa que eu nunca vi no Brasil nem nos bairros mais ricos de São Paulo. Eu fazia um comentário sobre as diferenças socio-econômicas dos dois países e ela (a minha amiga) soltou essa:" - Quem sabe se você conseguir ficar por lá, você não arruma um outro mais rico?Afinal você merece ser feliz."
Naquele instante o sangue me subiu a cabeça . Primeiro porque eu não falava sobre "homens", e segundo porque riqueza material não é sinônimo de felicidade , e terceiro porque se eu já arrumei um "velhinho" não tão rico e estou feliz assim, no mínimo ela deveria desejar que eu fosse feliz com ele e não reduzir a minha atual escolha afetiva a uma conta bancária suiça. A riqueza material é sempre bem vinda, mas a afinidade pra mim é muito mais importante pra poder administrar uma relação duradoura. Tarefa complicada, pelo menos pra mim, com riquezas materiais ou não.
Às vezes fico pensando cá com os meus botões. Será que sou eu que inspiro um certo materialismo?Mas se nem carro eu nunca tive, imagine uma ferrari? Nem saberia o que fazer com uma. O meu materialismo ( no meu conceito) tem limites. Não sou medíocre, mas nem tão pouco materialista ao ponto de me sacrificar por tais conquistas.
Aliás, se eu fosse materialista eu não andava de bicicleta...emprestada. Eu sou é pão- dura e parece que ninguém percebeu ainda essa sutil diferença entre o materialismo e o pão-durismo...

sábado, 16 de outubro de 2010

Vênus na 6

Como sempre observo os aspectos planetários que influenciam a minha vida, e muitas vezes eu duvido deles porque por muitas vezes alguns aspectos mais rápidos são anulados por outros mais longos dificultando a percepção de qualquer influência concreta na vida diária.
Hà meses um aspecto me intrigava, a minha Vênus na casa 6 que é particularmente relacionada ao setor profissional. A grosso modo eu interpretaria a Vênus na casa 6 como um periodo de harmonia ou enamoramento no local de trabalho. A harmonia realmente se faz presente neste periodo, mas será que se estenderia a um enamoramento?
Curiosamente o clima no meu trabalho tem sido de um certo enamoramento sim e só eu não tinha percebido, talvez porque atualmente os meus interesses estejam voltados a outros setores.
Esta semana me contaram que o "japinha" da engenharia anda interessado por mim. Na realidade eu já tinha percebido que ele simpatizava muito comigo, mas nunca passou pela minha cabeça que ele poderia ter algum interesse por mim fora da esfera profissional.
Muito bem, o "japinha" é poderoso e influênte no trabalho ,então o negócio é ir levando ele com aquele famoso jeitinho brasileiro e não perder a oportunidade de tê-lo como um aliado neste periodo instável da economia japonesa.
Eu como boa capricorniana, que não dá pontos sem nó , vou me aproveitar desta influência astral pra garantir os meus contatos de" enamoramento trabalhistico"...:-)
O segredo de se beneficiar com a astrologia está na capacidade de perceber as influências astrais e usa-las a nosso favor. Afinal de contas, nada dura pra sempre...

os dentes dos japas part II

Não tem jeito, eu tenho que falar. Ainda fico muito impressionada com a situação dos dentes dos japoneses. Mas que coisa marrom meio esverdeada é aquilo nos dentes deles,minha gente?
Claro que no Brasil já vi gente sem dentes, com dentes tortos ,cariados e o caramba ,mas nunca tinha visto tudo isso numa boca só e ainda por cima meio esverdeado. Não quero estar aqui afirmando que todo o japonês tem os dentes assim,mas digamos que...90% da japonesada que eu conheci tem os dentes assim. Talvez seja a classe mais pobre que tenha os dentes detonados, mas até a classe mais rica tem os dentes ao menos tortos ou amarelados. São pouquissimos os japas que eu conheci que tinham um belo sorriso branco de dentes certinhos. Acho que uns dois.
Talvez por isso dizem (os proprios japas) por aqui que o Japão não é um país que curte muito beijar. Dessa vez devo concordar com eles. Nem morta eu beijava numa boca nessas condições.
Observando os apartamentos e as casas antigas do Japão dá pra perceber o quanto eles eram preocupados em escovar os dentes. Nas casas mais antigas não existia um lugar próprio pra este hábito diário. Graças a Deus os apartamentos mais novos são diferentes.
O engraçado é que nos supermercados tem sempre uma vasta prateleira com tantos produtos pra higiene bucal, desde fio dental, pastas variadas ,escovinha interdental ,escova de dentes que funciona a bateria e tudo mais que se possa imaginar. Então, quem é que compra esses produtos?
Os meus colegas de trabalho japas é que não são...
Bom, dentes tortos já sabemos que é da raça, mas e a cor marrom esveardo?
Será que a minha hipótese é justa? Excesso de fungos adquirirdos pelo hábito de comer peixe cru e algas do mar?
Talvez a culpa seja da pratica odontológica. Aqui no Japão um dentista atende vários pacientes ao mesmo tempo. Éh! Parece um abatedouro e os pacientes ficam todos enfileirados em cadeiras individuais esperando o atendimento enquanto o dentista se reveza entre uns 3 ou 4 pacientes ao mesmo tempo. Inacreditável não?
Coisas do primeiro mundo...fazer o que?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E assim a vida passa...


Todos os dias chego no trabalho e impreterívelmente devo cumprimentar algumas amigas que trabalham comigo, então eu faço aquela via sacra internacional, vou passando e cumprimentando em espanhol, japonês e português. Vou girando o setor todo e o chefe só de olho em mim. Imagina perder 20 minutos todos os dias pra ficar de fofoquinha.
Sou muito observadora e assim vou passando pela seção e sentindo os ânimos de todas as minhas amigas. Hoje uma amiga minha começou a se lamentar (de novo e sempre) comigo com aquele olhar meio cabisbaixo, sobrancelhas caídas e aquela famosa expressão de cachorro sem dono. Ela é uma filipina, descendente de japonêses, espanhóis e chineses, (a mistura não foi muito boa), que veio de uma vida pobre e difícil nas Filipinas pra tentar a vida na terrinha dos samurais. A pobre é casada com um homem doente quase impossibilitado de trabalhar e ainda por cima tem um filho pequeno pra cuidar .Que karma!
Como sempre ela começou a se lamentar do excesso de trabalho, das preocupações e dos problemas de saúde (não só dela como do marido) que o estress está provocando nela. Agora ,além de outros problemas de saúde ela está começando a sentir falta de ar. Deus do céu! O que eu poderia fazer por ela?
Não conseguiria me imaginar vivendo a vida que ela leva com tanta má sorte e ainda por cima ter que trabalhar todos os anos sem nem menos poder tirar umas férias. Desde que a conheci eu já viajei 3 vezes à passeio, e ela só uma vez pra levar o marido em estado gravissimo pra ser operado no seu país.
Gostaria de poder ajuda-la (dinheiro não,por favor) de alguma forma. Mas como?
Queria poder ajuda-la a encarar a vida com mais otimismo e perseverança, mas na situação dela a palavra otimisto não cabe, talvez esperança fosse mais compatível com a situação, e perseverar é o que ela mais tem feito trabalhando anos à fio sem faltar nunca.
Percebi na minha amiga que o stress dela tem tirado até mesmo as poucas horas de sono que ela tem pra repousar e repor as energias. Ninguém consegue dormir tranquilo e profundamente com um milhão de coisas na cabeça. Gostaria de poder ajuda-la a entender que preocupações não pagam contas e apenas contribuem para tirar o nosso sono. Mas como dizer isso a uma pessoa que já está viciada a pensar em problemas e que vem de uma outra cultura?
O não pensar é uma arte que se aprende com muita disciplina mental e que a longo prazo nos traz tantos benefícios à saúde. Afinal de contas, todas (fora as hereditárias e as contagiosas) as enfermidades que criamos no nosso corpo são geradas dentro da nossa mente. Aquela mesma mente louca que não para um segundo de pensar.
Mas nesse mundo imediatista , quem teria a paciência de se dedicar a essa prática meditava? Além do mais, as pessoas tendem sempre a confundir meditação com reflexão, uma coisa não tem nada a ver com a outra. E quem sou eu pra ficar aqui explicando como funcionam esses processos mentais?Ninguém.
E assim a vida passa...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Apaixonei!


Fazia tempo que eu não via na tv uma figura tão carismática como o Doctor Rey, aquele cirurgião plástico famosissimo de Bervely Hills que nasceu pobre , vivia na Lapa(de baixo) assaltando lojas e teve a sua vida completamente mudada quando foi levado para os Estados Unidos por alguns missionários mórmons. Nem preciso ficar aqui contando a história do Doctor Rey porque ele mesmo faz questão de contar em todas as entrevistas.
A princípo ele me pareceu meu "afetado", meio boiola, mas na realidade ele é um metrosexual pra lá de vaidoso. Mas o que mais me surpreende nele é a sua espontaniedade ao falar,mesmo errando pra caramba no português e com um sotaque carregadissimo, ele impressiona pela simplicidade no jeito de se expressar. Talvez ele ainda seja um garotão de 49 anos, mas com a cabeça muito à frente do seu tempo. O Doctor Rey é sábio, além de inteligente e bonito.
Eu pra tirar as minhas dúvidas com relação ao caráter dessa figurinha, fui consultar o mapa natal dele. Realmente, ele não faz tipo não. Ele é assim mesmo como se apresenta na tv, e nem adianta a oposição começar a meter o pau nele dizendo que ele faz o tipo "doutorzinho rico altruista" pra vender a imagem , porque ele é uma pessoa altruista que se preocupa de verdade com as crianças carentes. Está escrito no mapa natal dele.
O que eu acho mais engraçado nele é a forma como ele lida com a sua fama e o seu dinheiro. Não parece em nenhum momento estar afetado com a fama e o dinheiro, muito pelo contrário , parece que para ele isso é apenas uma consequência óbvia da sua dedicação ao trabalho.
Em uma entrevista na Radio Jovem Pan , o Doctor Rey quando questionado se a sua mulher gastava muito dinheiro , ele respondeu: " - A minha mulher gasta muiiiiito.Ela me fez comprar uma cozinha de 1 milhão de dolares e ela nem sabe cozinhar."Ainda por cima o cara é bem humorado. Apaixonei!!!

sábado, 9 de outubro de 2010

Aquilo que atraímos


Ontem estava assistindo a um resumo daquele reality show da record. Parece que hoje em dia tudo é reality show. Em um dos episódios a Monique Evans, falava sobre os seus relacionamentos e a propensão que ela mesma tem de atrair apenas pessoas mais jovens do que ela.
Bom minha gente, nem precisa ser psicólogo pra sacar logo de cara que ela atrai só "meninos" mais jovens porque ela ainda não cresceu né?
Mas será possível uma mulher aos 54 anos de idade ainda não ter amadurecido?
É tão possível que Monique Evans ainda é uma "menina"que não conseguiu acompanhar o avanço do relógio cronológico.Mas, cá entre nós, menina aos 54 anos?
O vazio que paira na sua vida seria o reflexo das suas próprias atitudes infantis que não condizem com a sua idade. Imagina uma mulher chegar aos 54 anos ,quase beirando os 60 e ainda atrair garotinhos?Se fosse eu acho que pirava. Não que eu tenha algum preconceito contra relacionamentos com uma grande diferença de idade, mas normalmente essas mulheres que se relacionam com homens muito mais jovens fazem o papel de mae, tia ou irmã mais velhas para os "garotinhos" em fase de crescimento,ou seja, ela tem que ser mais madura emocionalmente para que o relacionamento funcione.Coisa que não ocorre com ela e o resultado de tamanha discrepância(faz tempo que nao uso essa palavra) emocional nos leva apenas a um fim: o vazio.
Isso me fez refletir sobre aquilo que eu ando atraindo pra minha vida, a nível de relacionamentos. Não estou atraindo garotinhos, mas tá meio esquisita a coisa...:-)
Ultimamente tenho atraido só gente complicada , de caráter forte e de origem estrangeira. Vai saber o que está ocorrendo comigo nesta fase da minha vida emocional...
Será que não dava pra eu começar a atrair "dindim", enquanto eu me defino emocionalemente? Acho que não né! Eu não penso muito em coisas materiais e pra começar a atrair "dindim" teria que exalar materialismo ...naturalmente...


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Violência em São Paulo

Quando vivemos em um outro país, distante das mazelas de uma grande metrópole como São Paulo, até acabamos por esquecer o quanto é difícil conviver com tanta violência nas ruas.Eu moro em uma cidadezinha pacata no interior da cidade de Shizuoka hà 7 anos, onde nem estação de trem existe. Violência? O que é isso?
Posso andar sozinha a noite sem me preocupar com nada, apenas os "chikans" , que já escrevi em outro post, posso deixar a minha sacola de compras do lado de fora do mercado que ninguém mete a mão. Só a bicicleta que é bom não bobear...:-)
Hoje abri o meu yahoo e vi uma notícia que me fez recordar o tempo que eu enfrentava imensos engarrafamentos na Raposo Tavares por causa de perseguições da polícia a bandidos com direito a tiroteio e tudo. O mais incrível é que essas coisas eram tão frequentes e normais que eu nem me preocupava e continuava dormindo dentro do ônibus, como se nada estivesse acontecendo do lado de fora. E os assaltos a mão armada dentro dos ônibus?E os trombadinhas assaltando os carros em plena hora do almoço na Avenida Paulista?
Tudo isso era tão normal e corriqueiro pra mim que eu nem me importava. Hoje, depois de anos vivendo aqui no Japão que de violento mesmo só tem os terremotos ,fico pensando se eu serei capaz de sobreviver em São Paulo novamente, ignorando toda essa violência como eu o fazia no passado. Penso que não.
Agora, uma coisa é certa. O trânsito de São Paulo e os transportes coletivos melhoraram significativamente , mas tentar uma fuga de carro nas ruas de São Paulo é coisa de retardado né!

http://br.noticias.yahoo.com/s/08102010/48/manchetes-perseguicao-tiros-levam-panico-sao.html

Relações diplomáticas


Agora que sou uma mulher de relações internacionais, uma verdadeira porta-voz da ONU, procuro sempre ter mais cuidado ao julgar o comportamento e o caráter das pessoas quando me relaciono mais estreitamente. Se é que me entendem...
Costumamos julgar as pessoas á partir daquilo que vivemos, aprendemos e herdamos com os nossos pais , a nossa cultura e etc. À partir do momento que abrimos as portas para o desconhecido, julgar o caráter de alguém se torna uma tarefa pra lá de diplomática. Tendemos sempre a fazer comparações e julgamentos comportamentais das pessoas sem nem lembrar que o "tal" é de outra raça, outra cultura ,até mesmo de outro clima. Pequeno detalhe logístico e climático que influencia muito o humor de cada povo.
Confesso que eu tendo sempre a fazer comparações do tipo: - Os italianos são mais afetuosos, os suiços muito frios , os japonêses muito mecânicos , os latinos (bolivianos,peruanos,colombianos etc.) muito briguentos etc. Fico sempre comparando todas essas raças entre elas e acabo sempre crendo que a melhor raça é a minha: A PAULISTANA...:-)
Ultimamente estou tendo que usar luvinhas de pelíca pra me relacionar com as pessoas e procurar "pensar" primeiro , antes de julgar qualquer atitude ou comportamento que seja estranho, "culturalmente falando". Difícil não?
Como é difícil aceitar uma outra cultura!!!Mamma mia!
Antes de me relacionar com tantas culturas diversas, a questão dos relacionamentos era apenas um detalhe a ser melhorado com o aprendizado da língua estrangeira e a boa comunicação.Me enganei...
Talvez a melhor forma de se relacionar com as pessoas ,"internacionalmente falando", é fazer o tipo diplomata e nem querer aprofundar muito as relações exteriores porque inevitavelmente entraremos em choque(cultural) em algum momento. Ou você aceita e respeita a cultura e o caráter dessas pessoas e as diferenças culturais como um detalhe que acrescenta algo de positivo ,ou travam- se infinitas batalhas culturais que na prática só servem pra dificultar o nosso dia à dia ...e... teóricamente falando, de "verdades absolutas"(dependendo do ponto de vista) não possuem nada.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

i miei legami

Não tem jeito, parece que essa raça dos macarronis veio mesmo pra ficar na minha vida. Eu creio que tudo na vida tem uma razão de ser, e nada , mas absolutamente nada daquilo que vivemos é por acaso.
Os italianos podem ter mil defeitos (e como eles tem) , mas eles tem uma capacidade intuitiva que nenhuma outra raça tem. Talvez seja isso que me prende tanto a essa raça, essa empatia instintiva que "purtroppo" não encontrei em nenhuma outra raça que eu tenha conhecido. E olha que eu já conheci várias.
Hoje falando com um amigo italiano ao telefone, depois de mêses sem nem ter notícias do dito cujo, ele foi capaz de perceber no tom da minha voz que algo não andava bem. Incrívelmente sensitivo o macarroni bolognese.
Mesmo estando tão distante do mundo e isolada em um arquipélago penso que continuarei sempre parlando l'italiano... de um jeito ou de outro...
Ahhh! i miei legami italiani! Não tem jeito!

sábado, 2 de outubro de 2010

Aprendendo a cuidar da vida


Nas minhas andanças em busca de sabedoria (budismo) ,f omos questionados se realmente sabiamos cuidar da nossa essência . Eu trabalhava, pagava as minhas contas, estudava (quando a grana permitia), namorava, saia com amigos, tinha planos e objetivos materiais bem concretos e ainda por cima eu era pai e mae ao mesmo tempo. Eu pensava que sabia cuidar muito bem da minha vida e que em via das circustâncias até que eu me virava muito bem. Ledo engano...
Em uma das reuniões de palestra fomos desafiados a cuidar de uma planta, que representaria simbolicamente a nossa essência . Coisa mais ridícula não?
Cuidar de uma planta é a coisa mais fácil do mundo.Basta colocar água.Pensei.
Então, comprei uma planta dessas que sobrevivem dentro de casa à sombra. Não é que depois de algumas semanas a plantinha que estava verdinha amarelou e morreu seca?
Eu me esquecia frequentemente de regar a plantinha e quando me lembrava colocava tanta água na coitada que até hoje não sei dizer se a planta morreu seca ou afogada. Talvez as duas coisas.
Fiquei com tanta vergonha de admitir que eu não sabia cuidar de uma simples plantinha e nem menos da minha essência que não contei o resultado do teste à ninguém da comunidade. Depois dessa experiência traumática nunca mais comprei plantas.
Um dia uma amiga (mexicana) que passou um tempo hospedada no meu apartamento me aparece em casa com uma plantinha (uma muda) em um vaso. Quando ela se foi esqueceu de levar os temperos apimentados , a tequila mexicana e a plantinha...
Já se passaram 4 mêses e aquela mesma mudinha de planta cresceu tanto que parece mais uma samambaia cheia de caules. Será que finalmente eu aprendi a cuidar da minha essência?Parece que sim.
O único detalhe que me atormenta é que além dessa mudinha , a minha amiga mexicana me deixou também um tipo de cactus que ela colheu na rua. Segundo ela o tal cactus sobreviveria mesmo sem água. O cactus morreu...