quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Manhãs de inverno

       



Manhã chuvosa, abro a janela e aquele ventinho gelado de começo de inverno querendo arrepiar- me a alma. Decididamente, o clima altera os meus ânimos. Desânimo total.

Na minha opinião as estações do ano deveriam ser apenas duas: o verão e a primavera. Nada de invernos rigorosos e nem outonos sombrios. Talvez, como o clima do Brasil, onde nem se percebe quando termina o outono  e começa o inverno. É tudo uma coisa só. 

Aqui em terras nipônicas o clima é bem definido e quando passam- se os tres  meses de cada estação, na virada do dia 21 , percebe- se nitidamente a chegada  de uma nova estação. Talvez por isso , as pessoas aqui sejam tão metódicas ( certinhas)  e os brasileiros tão zuados e sem regras definidas. É culpa do clima.

Para dizer a verdade, até suporto tais  viradas do inverno japonês, acho que me acostumei. Aquilo que me causa profundo desânimo é o tempo nublado com o céu totalmente cinza. Pode chover rios, trovejar, ventar e a temperatura despencar,  contando que o céu esteja azul . Dificil , só se fossem chuvas de verão, ou alguma mensagem dos céus nos alertando para um possível terremoto. 

Eh, quem é bom observador dos céus japones , sabe que quando algumas nuvens estranhas aparecem nos céus em meio a um azul anil , ou quando a temperatura aumenta de repente no inverno , é sinal de terremotos. Eu já comprovei esta sabedoria popular duas vezes em terras nipônicas.

Hoje a temperatura minima é de 5 graus e a maxima de 11 graus. Nem está tão frio ...ainda, mas o céu, este sim, está feinho. Gris. E a minha alma também vai formando contornos acinzentados. 

Se somos realmente parte de um "todo" , e somos regidos por forças invisíveis que regem a natureza e seus ciclos, hoje em especial, não queria estar tão conectada ao " todo". 

Vou fechar a janela e ignorar o " todo". 

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