quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
Trabalhar com japoneses
Na terra dos comedores de miojo lamen a palavra pro-atividade é praticamente inexistente, ou ela serve apenas para quem tem uma posição de comando dentro das empresas . Ser pro-ativo no Japão é sinonimo de inconveniência quando não se ocupa um cargo de chefia. Portanto, o maximo que um funcionário do baixo escalão pode ser é "puxa- saco" , que aliás, não é mal visto por aqui.
Inovar no ambiente de trabalho é muito mal visto quando já existem regras pre-determinadas , a unica pessoa que pode mudar as regras da metodologia do trabalho é o chefão, e para conseguir convencer o chefão de que o seu metodo funciona , a unica maneira é ir se chegando de mansinho e puxando o saco de leve . Não é dificil conquistar a confiança de um chefão japonês quando usamos o metodo habitual japonês da puxação de saco, mas não espere que ele te agradeça por suas idéias inovadoras.
O grande problema em quase todos os ambientes de trabalho no Japão é a falta de uma comunicação mais objetiva entre chefes e subordinados. Os japoneses fazem reuniões todos os dias , escrevem relatorios , mas na maioria das vezes apenas o chefe fala e os outros apenas ouvem silenciosamente. Tais reuniões seguem por dias, semanas, meses à fio , sem que ninguém abra a boca para perguntar , questionar ou discutir sobre o assunto. E assim os problemas não resolvidos na reunião anterior seguem intactos até que venha alguma reclamação do auto escalão da empresa ou até mesmo de clientes e fornecedores.
É comum observarmos em grandes empresas funcionários vitalicios que são verdadeiros robôs que só funcionam sob o comando de um lider, e por mais que o lider esteja assumindo posturas equivocadas na solução de problemas os seus subordinados se submetem a segui-lo , aceitando todos os comandos sem nem ao menos questionar, obedecendo a comandos como se fossem verdadeiros robôs . A submissão aos chefes , e as regras ja implementadas é tanta que chega a ser absurda.
Se existem regras elas devem ser respeitadas por mais incoerentes que sejam. Afinal, este é o país das regras e da hierarquia social.
O que não dá para aceitar nesta cultura é a falta de iniciativa e o comodismo , até mesmo de alguns chefões , quando o assunto é rever conceitos. A cada dia novas regras são criadas para tentar solucionar problemas ja existentes , mas o conceito sempre será o mesmo.
Este é o país da cultura milenar , e por mais que estejamos no seculo XXI , o Japão ainda tem enraizada em sua cultura conceitos do século passado que não vão de acordo com a globalização.
Dizer que o Japão é um país de cultura milenar onde o velho e o novo andam de mãos dadas é puro romantismo. Até andar de mãos dadas não é muito comum por aqui.
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