quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Perdendo as raízes

Hà mais de 4 anos eu comecei a escrever este blog, com o intuito de trocar idéias sobre intercâmbio. O meu primeiro post em 2008 foi sobre a minha primeira viagem a Itália. Não foi bem um intercâmbio, na realidade fui fazer um curso rápido de língua italiana em Florença que incluia também alguns temas culturais.
A minha intenção era o de trocar idéias e dar dicas para quem pretendesse viajar sozinho pela europa, mas aos poucos o meu blog foi  se transformando no meu diário de bordo. Nem eu me lembrava mais das coisas que andei postando por aqui. Poesias, videos de canções em italiano, alguns comentários e críticas sobre a cultura japonesa, alguns detalhes sobre a minha experiência de "tentar" viver na Suiça-italiana, o meu retorno imprevisto ao Brasil entre tantas outras ocorrências imprevistas na minha  vida nestes últimos anos, e principalmente a minha transformação à cada vivência. Está tudo registrado aqui.
Lendo os meus posts mais antigos parece até que eu já estava prevendo que eu não ficaria muito tempo no Brasil desde o primeiro dia que aterrizei em terras brasileiras. Era uma sensação que me perseguia , ou uma idéia fixa . Hoje , do outro lado do mundo (outra vez) tenho a mesma sensação de que não ficarei aqui por muito tempo. A sensação é tão forte que eu nem me dei ao trabalho de decorar meu apartamento. Imagina gastar meu suado salário para refazer a minha morada e ter que me desfazer de tudo como o fiz hà 2 anos atrás. Desta vez vou ficar bem avulsa mesmo. Nada de comprar coisas que não dá para levar em viagem. No máximo mais 2 malas de viagem.
Esta sensação é típica de quem perdeu a pátria e não se encontra mais em lugar algum, ou qualquer parte do mundo é também o nosso lar.
Dizem que quem viaja está sempre buscando a sí mesmo. Viajar é sempre bom, mas eu não aconselho ninguém a passar mais de 1 ano fora do proprio país. É muito fácil perder as raízes e ficar sempre com aquela sensação de "peixe fora d'agua". Por um lado, integrado a sociedade local , trabalho, novos amigos, mas por outro lado totalmente inadaptável aos hábitos locais. Pronto! Aí está armada a confusão e a gente não sabe nunca mais para aonde voltar...

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