terça-feira, 1 de novembro de 2016

É karma




Já ouviram dizer que quanto mais fugimos de uma pessoa ou situação mais se tornam presentes ?
Só pode ser karma, algo que veio para nos ensinar  a visualizar e entender tal pessoa ou situação de uma outra maneira. Mais sábia, quem sabe?
Desde pequena eu odiava o jeito autoritário, machista e totalmente parcial da mentalidade japonesa de meu falecido pai. E onde é que eu vim parar para pagar meus karmas? No ninho dos comedores de miojo . No âmago da sociedade vertical, onde a hierarquia é bem definida e não adianta querer tentar pular do nivel mais baixo dessa tal hierarquia para o alto. A queda pode ser desastrosa. 

Aqui na terra do Sol nascente , existem regras muito bem claras na sociedade que  devem ser respeitadas . Se o seu chefe te diz algo, você deve apenas dizer : Hai! Um "sim" respeitoso e obediente. Detalhe: mesmo que ele esteja errado e que você não concorde com ele , deve sempre dizer : Hai! De preferência com a cabeça baixa. Se você teve uma idéia genial para melhorar o trabalho e poupar tempo , mas o seu chefe não concorda, nem tente argumentar. Engula a sua idéia e a guarde para usa-la quando estiver em terras tupiniquins, onde é mais bem visto um funcionário com pro-atividade. Em terras nipônicas pro-atividade é sinal de desrespeito com o seu superior . Quem manda é ele , não você. 

Submissão total é a palavra chave . Bom funcionário é aquele que se submete ao seu superior sem restrições. 

Para nós brasileiros, o melhor a fazer é nem se relacionar muito com os japoneses no trabalho, talvez até não dominar a lingua seja a melhor opção. Não respondemos impetuosamente quando não sabemos falar e nos limitamos ao "Hai". 

Karma dos meus karmas. Quanto mais quero fugir de tamanho autoritarismo japonês , mais me vejo cercada por eles. Sempre tem alguém querendo me dizer o que è certo e o que é errado , o que devo fazer e o que não devo fazer de forma injusta e prepotente.

My God! Será que o meu karma é aprender a ser submissa e não ter opiniões ? 

Se este é realmente o meu verdadeiro karma em terras nipônicas, creio que vou leva-lo para a outra vida. Dificil aceitar aquilo que é injusto com base em graus hierárquicos . 

Seria um desafio para através da submissão atingir um certo grau de humildade?

Se assim for, entrei na escola mais rigorosa que alguém poderia ingressar, a terra dos samurais. Por outro lado  , o rigor nos auto-disciplina . Disciplina, submissão e humildade, esta deve ser sem duvida alguma a minha liçào karmica aqui em terras nipônicas. 

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