quarta-feira, 30 de julho de 2014

Viver de verdade, ou viver a realidade


Este periodo tem sido um pouco complicado para mim e para todos os meus amigos  e conhecidos, aqui em terras nipônicas. O desânimo parece que tomou conta de todos. Será alguma quadratura coletiva?

Em 2009 quando a crise japonesa estava chegando no seu auge, fiquei como louca tentando compreender o quê raios estava acontecendo nos céus. Uma quadratura T , com vários aspectos super hiper rígidos com Saturno, Urano ,Plutão e sei lá mais quantos planetas fazendo uma verdadeira salada de " coisas" ruins nos céus. Não deu em outra: demissões em massa , assim como na crise da década de 30. 

Desta vez, a quadratura parece estar centralizada apenas no meu setor, ou seja, não é o Japão que está em crise , apenas o setor que eu trabalho . Tinha que ser! Vai ser sortuda assim , lá longe!

Pressinto que outras provações ou batalhas vem pela frente. Isto parece realmente não ter fim. Não para a minha vida. Já até me conformei e parei de remar contra a maré. Se até aspectos de " terremotos" existem no meu mapa, pra quê ignora-los. 

Se eu tivesse lido o meu mapa ainda estando no Brasil, creio que eu jamais acreditaria nesta possibilidade. Terremoto? Imagina! Que mapa mais louco. 

Pois é , já vivi dois grandissimos terremotos em terras nipônicas, o de 1995 e o de 2011. Aliás, o de 2011 foi histórico, com direito a Tsunami e tudo. Isto só acontece de 100 em 100 anos, e tinha que acontecer bem na minha vez. 

Azar. Esta é a sorte que me persegue. Quando tudo parece correr dentro daquilo que planejei, acontece algo que detona tudo. Um terremoto ( poderes de Urano) na minha vida pessoal que me vira de cabeça para baixo.  Sem contar os terremotos da natureza, aqueles sísmicos mesmo. 

Esta semana conversando com uma amiga filipina que trabalha comigo hà anos ( filipinos são muito latinos) , ela comentou comigo sobre a sua má sorte no trabalho e na vida em geral. Começamos a rir porque apesar dela ter uma certa tendência a se lamentar da vida, ela tem  lá os seus motivos que não são poucos. Problemas de saúde na sua familia parecem ser realmente um karma maligno. A maioria de seus familiares tem  problemas de saúde relacionadas a câncer de todos os gêneros.

Quando ela começou ( outra vez) a se lamentar da vida, pensei imediatamente em dete-la, faze-la parar de se lamentar e dar conselhos otimistas como eu sempre o faço. Mas desta vez eu me contive. 

Claro que sempre dou aquele tapinha nas costas dela e procuro ser solidadaria , mas desta vez eu concordei com ela. Ninguém pode se dizer feliz e sortudo na vida ( se enganar) quando aquilo que ocorre ao seu redor é a confirmação da desgraça em forma de karma familiar. 

Desta vez, o meu conselho foi assim: - Ahahahaha! Vamos rir pra não chorar! E assim caímos na gargalhada, eu com a minha má sorte e a minha amiga com o seu karma familiar.

Chega a ser patético ser otimista demais quando a situação é totalmente ao contrário e queremos fingir que tudo está bem. Por vezes, o otimismo atrapalha a função do pessimismo que é a de nos obrigar  a enxergar as coisas como elas realmente são. Doa a quem doer, e a buscar saídas criativas. 

Quem disse que o pessimista não tem tiradas criativas? Tem sim, só não é expansivo demais. 

Os azarados de plantão deveriam ter o direito de se lamentarem  sem serem rotulados de chatos, e nem tão pouco serem discriminados pela má sorte que os persegue. 

Existe alguma lei que favoreça os azarados de plantão pra que não sofram preconceitos ? 

Acho que não! É muito azar...



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