quinta-feira, 30 de maio de 2013

Quando a névoa passa


No meu conceito de existência, aquilo que sentimos ou pressentimos  sempre foi mais importante do que aquilo que vemos , ou imaginamos. Existe uma grande diferença entre pressentir e imaginar coisas. A nossa imaginação é muito fértil , para o bem ou para o mal.
Quer um exemplo? 
É como estar apaixonado por alguém e não enxergar nada mais ao redor, mas lá no fundo sabemos que as estruturas da relação são inexistentes. É como estar preso no ar e se deixar levar por este momento. Basta um sopro e a gente vai para a direita, para a esquerda, para frente , para trás , ou em diagonal. Quando os ventos param de soprar, caimos em terra e aquilo que se encaixava perfeitamente aos nossos mais íntimos desejos da alma parecem nem ter existido um dia. 
Quando os véus da imaginação caem é que nos damos conta de que tinhamos construído verdadeiros castelos de areia sem nenhuma base estrutural. Aquilo que era perfeito um dia deixa de ser perfeito e já não conseguimos mais nos "imaginar" vivendo aquela vida de antes, ou idealizando aquela pessoa de antes. A realidade vem como uma foice cortando este sublime elo entre a realidade daquilo que vivemos e a fantasia daquilo que desejamos. Tudo se torna inadequado. 
Não sou contra a ter ideais de vida, muito pelo contrário, mas para o idealista o trabalho é sempre maior. Não dá para ficar sentado esperando que as nossas expectativas se construam por sí só, ou que algum fato ou ocorrência mágica nos favoreça de alguma forma. Seria preciso estar perfeitamente em harmonia com o todo para que ocorrências deste tipo aconteçam em nossas vidas. 
As minhas fichas cairam! Demorei anos para perceber que eu estava vivendo aquilo que eu "queria" viver, ignorando todo o resto. E confesso, foi bom demaisss! Mas pequei em um pequeno detalhe: esqueçi de trazer estes momentos para a minha vida real, construindo bases firmes para que eu pudesse me expandir em alguma direção. 
As oportunidades existem em todos os campos das nossas vidas, mas é preciso prestar atenção e ouvir aquela voz que vem não se sabe de onde nos sussurrando ao ouvido: - Esculta, minha filha! Não é bem isso que você está imaginando. Abre os olhos!

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