sábado, 1 de novembro de 2008

A super produção japonesa

Como em toda crise econômica precedente na história mundial,quem sofre com esta "bomba" são os pobres.Nem poderia ser diferente.A corda sempre rompe do lado mais fraco.
Apesar de não conhecer nada sobre economia, não ter bola de cristal, e nem ter o habito de ler jornais, as crescentes e rápidas mudanças na economia japonesa estão provocando um efeito nos meus orçamentos que eu poderia chamar de..."rombo sem fundo".
Aqui na terrinha dos samurais suicidas que se suicidavam em massa em nome da honra, o impacto da crise econômica mundial deve estar criando novas mentes suicidas em algum lugar. Só que a honra agora é outra.
As mudanças já eram sentidas e esperadas, ha algum tempo, só que o impacto das medidas do governo foram repentinas,causando desemprego em massa em algumas regiões do arquipélago japonês.
Hoje,nós ,meros trabalhadores compreendemos que o poder de compra do japonês estava atrelado as suas horas extraordinárias de trabalho.Dizer que se ganha bem no Japão é mera ilusão.O japonês,aquele comum que trabalha em fábricas e tem carro do ano e viaja todo o ano de férias com a família para o exterior é aquele que estava com a economia familiar toda atrelada as suas horas extras de trabalho.Sem elas ele não teria esse mesmo poder de consumo.
Claro que este ponto de vista é um ponto de vista meu. Leiga em qualquer assunto relacionado à economia global.
Agora eu me pergunto?Se a causa maior do problema econômico japonês está na sua super produção, que teria criado um déficit entre o número de bens produzidos e a demanda da exportação de tais produtos para o Tio San,que diga-se de passagem já estava mal das pernas bem antes do 11 de setembro.Por que que os samurais não diminuíram a produção bem antes deste impacto?
E por que continuaram sendo credores dos Estados Unidos, se tudo indicava que o Tio San entraria em colapso mais cedo ou mais tarde?
E por que permitiram que os chineses tomassem a frente do mercado como os seus maiores concorrentes ?
Explicarei o meu ponto de vista, de simples dona de casa(descartável) e trabalhadora assalariada nesta terra do "Maria vai com as outras".
O japonês nunca tomará a frente de nada porque ele não confia no próprio taco, precisa sempre estar seguindo alguém ou alguma tendência pra se afirmar.Ele nunca tem idéias criativas pra buscar saídas de emergência e nem tão pouco é aberto a novas idéias e normas.Porém,na minha opinião, a pior característica deste povo é a mentalidade do "zangyo"(horas extras).É bonito fazer horas extras e dedicar boa parte do seu tempo ao trabalho.Aquele que te dignifica e te sustenta.
Por detrás da famosa dedicação do japonês ao trabalho e as duras e árduas horas de labuta,está a ociosidade declarada somente para cumprir horas a mais de dedicação.Na realidade,muitas empresas de porte médio no Japão paga 25% à mais para os seus funcionários cumprirem algumas horas extras que na realidade não representam um crescimento real na sua produção. Nota-se perfeitamente esta mentalidade quando um japonês te pergunta quantas horas você poderá trabalhar, e não o quanto poderá produzir em tais horas extras.
Mas esse povo controla a produção de seus bens por horas de trabalho ou por quantidade de produção?Me explica!
Outro grave problema aqui é que o japonês produz sem nem saber se precisa mesmo produzir tanto.Organização e métodos parece que passou longe daqui.Claro que estou falando de empresas de pequeno e porte médio,mas não acredito que as grandes multinacionais japonesas tenham uma mentalidade muito diferente.Talvez tenham gente mais preparada e competente de fato,mas no fundo todos tem a mesma postura.É cultural.
E as perdas? Sinceramente não sei dizer como eles administram as suas perdas na produção.Outro dia assisitia a um programa na tv japonesa e vi uma cena inacreditável.Quilos e mais quilos de alcachofra sendo jogadas fora só porque o formato delas não era em um padrão vendável.Só porque as pobres das alcachofras estavam meio tortas e o que se vê nos supermercados é sempre aquele padrão,sempre retinhas e verdinhas.Pode um absurdo desse em plena crise econômica mundiallllllllllll?
E o pior é que o consumidor japonês(a dona- de- casa)nem está preocupado com o formato das alcachofras se o preço for menor,mas os produtores de alcachofra decidiram que não é bonito vender assim. Que estupidez!
E os impostos sobem, e a soja sobe, e o arroz sobe e a gasolina sobe,diminuindo a cada dia o poder de compra do povo japonês .
E aonde é que esse povo vai parar?
Seria melhor que eles parassem de inventar e fabricar tantos robôs, que no final de alguns anos de uso viram sucata ,porque aqui não se aplica na prática a palavra " manutenção" , e começassem a enxergar as necessidades mais básicas do momento atual.
Imagina.Necessidade básica é coisa de país de terceiro mundo e isso com certeza não se aplica aqui no país do desperdício ...ops...quis dizer de primeiro mundo.

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