Meu Sol na casa 8 explica muitas das experiências que vivenciei ao longo dos ultimos 10 anos, e talvez a maior delas foi o desapego.
A princípio pensei que fosse sofrer muito com a falta daquilo a que eu estava habituada. Inclusive pessoas na minha vida, um ex-, a minha filha, a minha poodle. Imagina, eu tratava a minha poodle como se ela fosse uma filha. Quando a minha poodle se foi (morreu de velhice), eu estava aqui, do outro lado mundo. Nem quis saber os detalhes ,mas no fundo eu já sabia que já estava chegando a sua hora . Fiquei triste, mas procurei não pensar, nem lembrar. Desapegar.
Sofri um pouco, mas aos poucos fui compreendendo a necessidade de nos desapegar para não sofrer . Desapeguei tanto de tudo que agora não sofro mais com as despedidas , e nem tão pouco sofro ao ter que deixar meus pertences por este mundão à fora por falta de espaço na mala de viagem. Consegui resumir a minha vida em duas malas de viagem, o resto ficou por aí. É desapego demais para um ser humano. Ao mesmo tempo, penso que a vida, ou o destino estejam me preparando para algo que eu ainda não sei dizer oque é. É tanto desapego na minha vida que na maioria das vezes, sei e percebo que as pessoas me julgam uma pessoa fria e indiferente. Na realidade não é bem a frieza e nem indiferença que cobrem a minha alma. Muito pelo contrário, sofro com o sofrimento alheio, sou altruísta ,leal e muito humana nos meus julgamentos. A diferença é que eu compreendi o desapego como filosofia de vida e a aplico na minha vida de forma natural. Muitos destes aprendizados foram subtraídos de leituras de livros budistas. Fiz um mix do zen budismo(japonês), o chan (chines) o budismo de Nitiren (japonês) e o tibetano do Dalai Lama.
Eu, mesmo sem saber, estava me preparando para o meu salto maior nesta vida que seria o de viver longe de casa, em um outro país e sozinha. Eu não poderia jamais ser feliz do outro lado do mundo, vivendo sozinha distante dos amigos e da minha familia se eu não tivesse aprendido o valor do desapego na minha vida. É claro que eu sofro com as separações, a distância, e a falta que as pessoas me fazem, mas nunca é por muito tempo. Procuro sempre transformar esta falta em "saudade".
O Sol na casa 8 não representa apenas a necessidade de desapegar-se do seu meio, mas também rege as grandes transformações (internas) na vida de um individuo que possui este aspecto.
Eu já passei por uma grande e longa transformação interna e isto não se deve a idade madura, e sim as minhas leituras e a minha busca pelo meu autoconhecimento.
O Sol na casa 8 também tem relação com mortes, heranças e legados deixados por outros. Sempre dei muita ênfase a este detalhe, esperando apenas o momento de receber alguma herança. Sou desapegada mas não sou boba. O meu desapego é no sentido de não sofrer por algo que perdi e não por algo que eu ainda não tenho.
Com tanta força plutoniana transformando a minha vida e o meu self , hoje posso me considerar uma pessoa melhor, ou seja, nunca deixo de tentar melhorar como ser humano sem me prender a rótulos e apegos desnecessários que só contribuem para aumentar a nossa ansiedade e tirar a nossa serenidade.
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