domingo, 27 de abril de 2014

Encarando a realidade


Vamos encarar a realidade. Ninguém pode ser feliz em um país com mentalidade oriental. E não me refiro apenas ao mundo que eu vivo no momento, o ocidente é mais livre em todos os termos.

Sabado fui trabalhar, como sempre , e ainda fiz 2 horas extras. Logo chega um colega japa que estava fazendo horas extras durante toda a semana em uma outra seção. Ele estava sem dormir desde sexta- feira. 
Fiquei pensando...

Mas o japa é jovem, tem 24 anos, tem profissão ( é cabeleireiro) , é simpàtico, falante e inteligente. Porque será que em pleno sàbado ele prefere ir trabalhar do que aproveitar o final de semana?

Tem um outro japa que me intriga também, ele não é contratado como todos nós, ele é funcionário vitalício , e se não me engano , ele é formado em engenharia na Universidade de Hiroshima. Também é um tipo simpàtico , bonito ( coisa rara), jovem ( 31 anos)  e inteligente, mas ele prefere ficar enfiado no trabalho do que aproveitar a vida. Não são raras as vezes que ele fica telefonando de casa as 2 da manhã para o trabalho . Mas dorme pensando no trabalho?

Bom, pelo menos nos feriados prolongados ( existe isso aqui) , ele vai para a sua cidade na casa dos pais, o que é bem comum por aqui. Nos finais de semana os apartamentos ficam vazios. Todos retornam para aquilo que eles chamam de ( dikka) , ou a casa de origem familiar. 

Enfim, o que eu quero dizer é que todo mundo faz as mesmas coisas, pelo menos nas regioēs distantes das grandes metrópoles como Toquio. Aqueles que sabem e podem aproveitar melhor a vida viajam para países estrangeiros com seus guias turísticos para fazer compras e ver momumentos histõricos. Nenhum japonês se aventura a sair de mochila por este mundo à fora sozinho. Dizem que é em função da língua, mas eu particularmente penso que eles são " cagões" mesmo. 

E para nós estrangeiros que vivemos neste país?
Pelo menos na minha opinião, a rotina é algo maçante, e por mais que você queira viver de outro modo não hà como escapar deste clima que fica no ar. 

O trabalho ainda é prioridade em terras nipônicas e o sistema funciona assim. Não há como fugir de tal mentalidade mesmo em época de crise quando até sobra tempo para o lazer. Parece que tudo está entrelaçado e se você não se dedica a muitas horas de trabalho não poderà desfrutar de seus poucos momentos de lazer. Claro, falta grana. 

Muitos japoneses ainda trabalham naquele sistema quase escravo que não se recebe absolutamente nada por tempo de serviço. São os funcionàrios temporários que muitas vezes trabalham toda uma vida em uma mesma empresa sem receber benefício algum do governo. 

Eu acho sacanagem, uma empresa refazer o contrato de alguém por periodos de 2 meses por seguidos anos e não indenizar um funcionário quando da sua demissão.

O sistema japonês funciona assim hà séculos , apesar de algumas mudanças na lei, na prática a mentalidade é a mesma e tudo continua igual. 

E quem é que pode ser feliz assim?

Outro detalhe que me espanta em épocas de globalização da economia , é a tendencia japonesa de não unir forças com outras nações vizinhas por questões políticas do tempo da guerra. Como pode um atraso mental destes contribuir para o avanço do país?

Está mais do que comprovado que em épocas de crise é preciso inovar e correr riscos. 

Inovar? Correr riscos? 

Japoneses odeiam estas coisas. E como é que se vive em um país sem abertura mental para o novo?

Não se vive, se vegeta. A exemplo dos meus colegas japoneses que são ainda muito jovens , mas não possuem autonomia para inovar absolutamente nada. 

E viva- se com isso. Quem mandou escolher o Japão como a segunda casa?








Nenhum comentário: