domingo, 6 de abril de 2014

integração em terras estrangeiras



É interessante como as pessoas de toda a parte do mundo se dispoēm a fazer videos e postar no youtube com tamanha facilidade. Eu já pensei em fazer um video falando sobre algum aspecto curioso aqui do Japão, mas eu creio que eu me perderia no meio do video. 

Encontrei um video muito legal de uma brasileira que vive na Suiça. Ela é casada com um suiço-alemão e nos seus videos ela comenta sobre todo o seu percurso atè chegar a se casar com um suiço e ir viver na Suiça. 

O mais interessente nos videos desta brasileira é que ela consegue transmitir muito bem o que é viver e se integrar na cultura local, sem ficar fazendo comparações com os costumes brasileiros.

 Ela parece ter entendido muito bem como são os suiços e a sua mentalidade. Coisas que eu percebi  também, mas não tinha certeza se era cultural, sazonal ou proposital. 

Muitas vezes quando conhecemos e nos relacionamos com alguém de outra cultura , vamos logo procurando as semelhanças e acabamos por ignorar completamente as diferenças , que geralmente causam grandes confusões desnecessárias e desconforto. 

Em um dos videos ela comenta sobre a naturalidade com que os suiços se despem na frente dos outros, que seja na praia, no lago, ou numa sauna. Ela por ser brasileira claro que ficou horrorizada , mas entendeu que a nossa mentalidade " brasileira" é que sensualiza tudo de forma exagerada . 

No video ela relata uma ocasião de quando ela esteve em um Hotel na Austria, talvez o mesmo que eu estive. Lá os suiços e os alemães ja pegavam o elevador só de roupão para ir a sauna e chegando na entrada da sauna já se despiam do roupão e andavam peladões de um lado ao outro. 

Não deu em outra! Assim como eu , ela se retirou por não se sentir confortável em ver tanta gente pelada. Para ela foi até pior porque ela foi a sauna com a familia do marido, e ver a sogra, a cunhada e o cunhado pelados não foi uma experiência muito " natural" . 

Nestas situações, quem se sente ridículo é quem está vestido e com a mente podre. 

São pequenos detalhes comportamentais que até ignoramos ou fazemos de conta que é normal para nós, mas que faz parte de uma mentalidade completamente diferente. Um dia , esta tal mentalidade vai fazer toda a diferença na convivência. 

Seria talvez como ir ao dentista aqui no Japão. Não é normal para mim, entrar no consultório e encontrar mais 4 cadeiras ocupadas e o dentista se dividindo entre mim e mais 4 pacientes sem nem trocar a luva. Não dá!!!

Os médicos japoneses e os dentistas tem o hábito de deixar uma ficha para ser preenchida ( annaminese) . Você preenche a ficha e relata superficialmente o que está ocorrendo para uma assisitente , o médico ou dentista vem, nem te pergunta nada e já começa a fazer o seu trabalho. 

Muito impessoal para o meu gosto, e além do mais, pode dar margem para vários diagnosticos  errados. Não dá!

É nestas horas que percebemos o quanto a mentalidade local é diferente. Ou você se adapta a ela ou será sempre um pontinho verde no alto de um prédio. Ou seja, uma azeitona tentando suicídio. 

Enquanto não tivermos total consciência de tais diferenças, por vezes, sutis demais, ou pouco frequêntes , a nossa integração com a cultura local será um grande e eterno desafio. 

Dois anos, é o periodo minimo para a integração de uma pessoa em terras estrangeiras. Dois anos também é o período de reintegração para quem volta para sua terra Natal. 

No total , fazendo um cálculo simples, seriam 4 anos entre integração, transição  e reintegração . 

Tempo demais não é mesmo? 

O perigo está em se perder na fase de transição, entre uma cultura e a outra. 

Chega a um ponto que já não sabemos mais a oquê estamos tentando nos integrar e acabamos mergulhando em uma transição que não tem mais fim. 




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