Não se fazem mais filósofos como antigamente.
Os nossos filósofos brasileiros mais se parecem com estudiosos da filosofia alheia, ou seja, eles conhecem muito sobre filósofos da antiguidade , mas é muito difícil encontrar algum que se destaque por sua originalidade , um modo de pensar e entender a vida que vai além daquilo que já sabemos.
Será que em outras épocas já descobriram tudo que havia para ser desvendado e compreendido pela humanidade e não restou mais nada?
Filosofia em grego traduzido quer dizer, " amor a sabedoria". E aonde estão os nossos "sábios" filósofos tupiniquins?
Percebo muitos estudiosos e intelectuais que conhecem muito sobre o assunto , mas aquela visão quase que tridimensional da vida como a um todo é virtude de poucos.
Para mim, os poetas são muito mais filósofos do que os próprios filósofos da atualidade, que se limitam a serem apenas um grupo de intelectuais que conhecem muito, mas sabem pouco.
Oscar Quiroga, não é poeta, nem filósofo. Astrólogo e psicólogo formado pela PUC , que se denomina um autodidata, é muito mais filósofo do que toda a ala de filósofos com formação acadêmica.
Já havia visto algumas reportagens com ele, onde ele me surpreendeu com a sua visão e o entendimento sobre astrologia.
Em um dado momento da reportagem quando ele foi questionado sobre " destino" , ele foi tão claro e irônico , que se eu ainda tinha dúvidas quanto a minha visão de " destino" e livre - arbítrio , naquele instante se diluiu.
- Se eu nasci para ser um ser humano, não posso querer ser uma girafa, e por mais que eu me esforce, nenhuma girafa iria me levar à sério.
Esta foi a resposta de Quiroga, se referindo ao " determinismo" , ou aquilo que já está pre- estabelecido e que nem com todo o livre-arbítrio conferido a nós seres viventes seria possível mudar.
Como eu já havia estudado um pouco sobre a filosofia budista, não foi difícil compreender de imediato , que existem dois " carmas" na vida de um ser humano: o mutável e o imutável.
Em uma outra entrevista , respondendo sobre destino e os caminhos certos à serem elegidos por nós, ele soltou mais esta:
- O caminho certo? Sem dúvida alguma é o da alegria.
Claro que ele não se referia a aquela alegria artificial que encontramos por várias vezes em situações criadas por nós para satisfazer o nosso ego. Ele se referia a aquela alegria que vem naturalmente, aquela sensação de bem- estar e satisfação quando fazemos alguma escolha na vida. Ou seja, aquilo que alegra o coração.
Como sempre, parei para refletir sobre a minha existência e os caminhos que andei elegindo. Talvez eu fosse mais " feliz" se eu não refletisse tanto, mas por um outro lado, talvez a minha existência seria vazia demais para contar um conto.
Mais uma vez, uma luz se acendeu. Se a alegria é a escolha certa, então errei outra vez nas minhas escolhas.
Será que eu não estou tentando ser uma girafa, e ainda não aceitei que não posso ser?
Questionamentos , são apenas questionamentos, de uma provável candidata à girafa filosófica.
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