segunda-feira, 27 de outubro de 2014

As voltas que a vida dá part II



Quase um mês completo de " repouso" forçado, ou melhor dizer, voluntário. Eu poderia ter começado a procurar um novo emprego hà 2 meses atrás, quando recebi o meu aviso previo, mas decidi deixar as àguas rolarem. Além do mais, o seguro-desemprego aqui do Japão é bem confortável para quem está querendo descansar um pouco desta rotina louca de trabalho-casa, casa-trabalho e se dar ao direito de descansar pelo menos um mês com remuneração. Coisa impossível aqui no país dos escravos orientais. 

O meu seguro me dá direito a 6 meses completos de remuneração caso eu não encontre trabalho e como eu ainda estou para completar um mês , não estou com muita pressa até receber ao menos uma parcela inteira a que tenho direito. 

Na semana passada recebi um email do responsavel pelo recrutamento  de pessoal para o Hotel onde eu queria trabalhar em Okinawa , no extremo Sul do Japão a mais ou menos 250 kilometros de Taipei na China e a sei lá quantos kilometros de distância da cidade onde eu vivo. É preciso se deslocar de avião e depois de navio para chegar a esta ilha. 

Ainda estou aqui pensando se seria uma boa ideia me afastar de tudo e dos poucos e fiéis amigos que tenho por aqui. Afinal, não ē o mesmo que trocar de cidade, a ilha é longe demais, praticamente na China, e a minha vida daria uma outra guinada de 360 graus. Claro que, se eu não me adaptar ao trabalho, a região, e a rotina da ilha , tenho a opção de desisitir , pagar os custos da viagem e voltar para cá. Tambēm não ē garantia de que eu me darei bem no trabalho e corro o risco de ser demitida no primeiro mês. Dizem que o novo gerente é chato e exigente, e os antigos funcionários estão se demitindo. Tudibom!!!

Enfim, riscos. Ou se atira de cabeça , ou morre-se na dúvida. 

A minha maior dúvida no momento é o de sair do conforto do meu status quo, de desempregada assegurada por um longo periodo de seis meses e o desafio de começar uma nova empreeitada em uma ilha isolada no Japão. Talvez até sem internet, esta é a parte mais dolorosa . Claro que o Hotel possui wi-fi para os clientes , mas no meu alojamento com certeza não chegaria nem sinal de fumaça. 

Optar entre o novo e o velho. Este tem sido o meu dilema nestes ultimos meses. E para dizer a verdade , eu sempre acabo optando pelo novo. 

É mudança demais , mas lá no fundinho da alma eu sei que posso me adaptar . Confio nas minhas decisões, por mais que pareçam insensatas para muita gente. Afinal, o meu desejo era o de um dia poder conhecer as ilhas paradisiacas de Okinawa sem gastar muito dinheiro. 

E agora que o sonho está se tornando realidade e me obrigando a enxergar esta oportunidade sob um aspecto mais concreto ( contrato de trabalho) estou querendo arregar?

E tem mais, o tal Hotel é considerado um Brand Hotel , ou Hotel de 5 estrelas que possui uma rede de Resorts por todo o Japão com uma filosofia ecológica bem interessante. 

Confesso: Eu quero ir, mas estou com medo do novo e do totalmente desconhecido. 

No fundo, talvez seja exatamente este " medo" que me desafia e me impulsiona para frente todas as vezes que a minha coragem inventa de tirar férias. 

De toda a forma, nestas horas eu sempre me conduzo por aquela velha  e sabia filosofia popular :" Que seja oque Deus quiser."




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