sábado, 11 de outubro de 2014

Pais & Filhos

                     


Ontem, saimos de carro para resolver mil coisas burocráticas. A minha amiga foi resolver questões bancárias, a sua irmã ao médico e eu fui fazer meu registro na prefeitura. 

No meio do caminho "saltou" um comentário dentro do carro sobre como somos parecidos com os nossos pais,  e que o nosso caráter também vem impregnado de genes paternos e maternos.

Já faz um tempo que a minha amiga reclama que o seu  filho  é irresponsável, esbanjador e tem mania de grandeza. Pois e, se eu dissesse à ela que ela também é assim, será que ela  se ofenderia?

Achei melhor me calar e tecer críticas em relação a mim mesma. Eu admiti que tenho tudo de ruim de meu falecido pai e que a minha filha herdou de mim algumas características negativas que me irritavam muito. Está nos genes e não hà  como fugir. 

Com o passar do tempo ( idade madura) e o autoconhecimento , fui percebendo que aquilo que eu mais abominava nos outros era apenas o reflexo do pior de mim mesma. 

Aquilo que eu não suportava nos outros era tudo aquilo que eu também era e não sabia administrar dentro de mim, ou que eu não tinha consciência. 

Dei um passo bem grande quando percebi e aceitei tais caracterįsticas em mim mesma. Agora estou na fase do policiamento de mim mesma. Logo entrarei na fase do " acho  que mudei" , para só depois entrar na fase da transmutação e da verdadeira mudança no meu modo de pensar e me relacionar com o mundo. 

Não , eu não quero ser como os meus pais. Quero ter a capacidade de entende-los , aceita-los e respeita-los justamente por ter nascido geneticamente igual à eles , e por ter tido a sorte de evoluir  a tal ponto de perceber tais semelhanças e compreender que um dia eles também foram filhos .


"Sou uma gota d'água

Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem
Mas você não entende seus pais

Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer"

Legião Urbana . 

Nenhum comentário: