Sophie é uma menina de 5 anos que nasceu em uma pequena cidade do inteiror de Sao Paulo com pouco mais de 10.000 habitantes, chamada Bocaina. Única filha mulher entre três irmãos do Senhor Alberto Tordelli , um agricultor de 55 anos que é casado com Malvina Ferreira Tordelli , 10 anos mais jovem e dona de casa. Sophie por ter crescido entre os seus irmãos e os coleguinhas de seus irmãos era uma menina que aprendeu a jogar futebol, atirar de estilingue, jogar bolinha de gude e tantas outras brincadeiras de meninos. Sophie não era muito delicada e nem tinha modos de menina, parecia mais um menino entre os outros .
Sua mae se ocupava com os outros irmãos que ainda eram pequenos, Alberto de 2 anos e Antonio de 4 anos . O mais velho, Giovanni já em idade escolar só chegava em casa quase na hora do almoço e depois saia para ajudar o pai na lavoura.
Sophie permanecia quase sempre sozinha , um pouco na casa grande, um pouco na roça, brincando com os sabugos de milho. Sophie gostava de fazer tranças nos sabugos de milho e fingir que eram bonecas. Sophie nunca teve uma boneca .
A situação na lavoura do Senhor Alberto ia de mal a pior e a cada dia a comida parecia ficar mais escassa na casa grande. Um dia Sophie estava brincando na roça quando começou a sentir muita fome e voltou para casa , pois havia se lembrado que sua mae nao lhe havia servido o café manhã, um pedaço de pão e um copo de leite como o fazia todas as manhãs .
Quando Sophie voltou para a casa grande Dona Malvina enxugava o rosto, parecia chorar. Sophie se aproxima da mae preocupada e a mae lhe dá um tapa. Sophie cai ao chão sem entender e começa a chorar. Dona Malvina chacoalhou Sophie para que ela parasse de chorar ,mas Sophie não parava. Outro tapa que fez Sophie cair ao chão e ferir-se. Dona Malvina parecia endemoniada aos olhos da pequena Sophie que não conseguia entender porque sua mae estava assim tão alterada.
Quando Sophie voltou para a casa grande Dona Malvina enxugava o rosto, parecia chorar. Sophie se aproxima da mae preocupada e a mae lhe dá um tapa. Sophie cai ao chão sem entender e começa a chorar. Dona Malvina chacoalhou Sophie para que ela parasse de chorar ,mas Sophie não parava. Outro tapa que fez Sophie cair ao chão e ferir-se. Dona Malvina parecia endemoniada aos olhos da pequena Sophie que não conseguia entender porque sua mae estava assim tão alterada.
-Menina mal criada. Você comeu todo o pão que estava escondido no armário? Foi você?Responde!!!
Sophie havia comido um pequeno pedaço de pão que estava escondido no armário da cozinha por estar com fome. Mas foi só um único pedaço. Porque será que a sua mae estava assim tão nervosa? era um pedaço tão pequeno que mal deu para matar a fome de Sophie.
Naquele dia, Sophie ficou de castigo, do lado de fora da casa, à noite toda. Com fome e frio.
Mas porque será que tenho que ser castigada por sentir fome? Pensava Sophie enquanto soluçava aos prantos do lado de fora da casa grande.
Alguns meses se passaram desde a surra que levou por ter comido um unico pedaço de pão. A situação na lavoura do Senhor Alberto andava pior do que antes , a safra não foi boa e com as geadas toda a plantação de alface estava comprometida.
Sophie, aos 5 anos de idade não podia compreender oque estava acontecendo , mas Sophie sentia fome e a cada dia foram se tornando mais longas a espera por uma refeição. Seu irmão mais velho Giovanni, às vezes saia á tarde para brincar de estilingue já que na lavoura não havia mais oque se fazer. Um dia desses Giovanni voltou com um passarinho morto, que havia atingido com o seu estilingue. Dona Malvina preparou o passarinho para seu irmão. Parecia delicioso, o cheiro de frango invadiu a casa grande. Mas o passarinho era pequeno e seu irmão não quis dividi-lo com Sophie. Pobre Sophie, gritou, esperneou e seu irmão comeu sozinho o passarinho. Fome,fome,fome.
Sophie começou a achar que a sua mae escondia a comida para dar aos irmãos . O Senhor Alberto nunca estava mais em casa, saia todos os dias e voltava tarde. Trabalhava em outra roça.
Sophie esperava todo os dias o pai para saber se ele trazia algo para o jantar que estava ficando cada dia mais escasso, mas o Senhor Alberto voltava de cabeça baixa e nem olhava para a filha.
Sophie começou a pensar que estavam fazendo um complô para engana-la e não lhe dar comida. Fome, fome, fome. Porque seus pais se tornaram assim tão cruéis e não lhe davam mais comida?
Um dia Sophie com tamanha fome bebeu todo bule de café que havia em cima da mesa. Nem de café Sophie gostava, mas era a única coisa que havia para enganar a sua fome. Ás vezes Sophie mastigava água do poço para fingir que era comida. Aprendeu de seu irmão, Giovanni.
Ao entardecer quando voltou a casa o Senhor Alberto, Dona Malvina dá um grito de dentro da Casa Grande: - Ahhhhh! Aquela mal criada bebeu todo o café!
Outra vez Sophie leva uma surra daquelas e fica de castigo do lado de fora da casa, e o seu crime era sempre o mesmo ...sentir fome. Mais surras e mais noites do lado de fora da casa. Sophie já estava quase se acostumando e já não chorava mais. Sophie começa a se revoltar e a odiar os pais.
Algo mudou dentro de Sophie. Ela não consegue mais comer nada sem botar tudo para fora. Sophie continua sentindo fome, mas não consegue mais deixar nada dentro do estômago. Com o tempo Sophie adoece, perde muito peso e começa a sofrer de inanição. Sophie quase morre por falta de alimentação ou assimilação do pouco que comia, já que ela vomitava tudo oque comia. O Senhor Alberto preocupado com o aspecto da filha que a cada dia perdia mais peso e não conseguia mais comer nada. Levou- a ao Hospital e por conselho dos médicos seus pais foram obrigados a melhorar a sua alimentação com mais nutrientes. Sophie estava feliz, apesar do estado de fraqueza causado pela inanição. Agora ela podia comer coisas gostosas com a autorização dos médicos e dos pais.
Sophie começou a comer, mas já era muito tarde. O nosso corpo reage aos nossos sentimentos e o pequeno corpo de Sophie havia criado um bloqueio na traqueia e nenhuma comida passava por lá. Somente líquidos: sopas, sucos, iogurtes e maçãs raspadas.
Um longo periodo de exames , idas e vindas ao hospital começaram a fazer parte da vida deste pequeno ser agora com apenas 6 anos de idade. Sophie começou a tratar de sua saúde, mas aos poucos começou a sentir algo muito estranho que ela mesma não sabia explicar. Sophie começou a se sentir culpada por estar doente. Seu pai, o Senhor Alberto parecia sempre muito aborrecido ao leva-la ao hospital todas as semanas para os exames. Na volta , ele corria na frente e dizia: - Vamos menina mole. Tenho muito oque fazer ainda.
Sophie não conseguia acompanhar os passos rápidos do Senhor Alberto. Sophie se sentou perto da ponte que dividia a cidade e enquanto seu pai caminhava sem nem olhar para trás, Sophie teve uma idéia. Se jogar da ponte e dar fim a este calvário. Sophie estava começando a sofrer de depressão.
Sophie , apenas uma menina de 6 anos de idade e já pensava em se suicidar. No momento que Sophie subiu nas grades da ponte, ela ouve um grito. Era seu pai, gritando do outro lado da ponte :- Para de fazer hora menina, isso não é hora de brincar.Vamos logo ou voce fica aí sozinha.
Para uma menina de 6 anos, não foi nada fácil decidir entre se jogar da ponte ou ser deixada sozinha do outro lado da cidade sem saber como voltar para casa. Sophie desceu das grades e correu em direção ao pai, que já estava a uns 500 metros de distância.
Alguns meses depois, finalmente a cirurgia de Sophie foi marcada. Teriam que seda-la para abrir caminho na sua traquéia . A cirurgia correu muito bem e finalmente Sophie começou a comer e a engordar novamente.
Sophie cresceu, foi para a escola, teve uma adolescencia normal, mas carrega consigo até hoje o trauma da fome, a culpa que a fome lhe causou, a primeira experiência de tentar suicídio aos 6 anos de idade, sem que seus pais nem percebessem. Ela queria morrer para não causar mais tantos problemas aos seus pais.
Sophie hoje é uma mulher madura, aparentemente normal que tem algumas crises existenciais e tem como herança desta fase infantil, o complexo da gula. Sophie não é gorda , mas não consegue dividir nem um pedaço de pão com ninguém sem se sentir lesada. Não pode ver uma mesa farta que ela quer comer tudo mesmo sem estar com fome. E quando tem fome, costuma passar mal , perde peso e ainda crê que um dia poderá por fim a propria vida quando chegar o momento certo.
Sophie hoje é uma mulher madura, aparentemente normal que tem algumas crises existenciais e tem como herança desta fase infantil, o complexo da gula. Sophie não é gorda , mas não consegue dividir nem um pedaço de pão com ninguém sem se sentir lesada. Não pode ver uma mesa farta que ela quer comer tudo mesmo sem estar com fome. E quando tem fome, costuma passar mal , perde peso e ainda crê que um dia poderá por fim a propria vida quando chegar o momento certo.
Sophie tenta ser uma mulher normal, mas tem guardado dentro de si a sensação de exclusão pelos seus pais, de ser um peso , uma menina má. E por isso nunca foi a preferida de nenhum dos pais, nunca foi amada pelos pais.
Sophie hoje não sofre de nenhuma doença, parece ter uma saúde de ferro, mas o seu mundo interior é cheio de complexos da infância. Sophie ainda pensa que não merece ser amada. Sophie não aprendeu a amar.
Baseado em fator reais.Sophie é hoje uma mulher madura que não consegue vencer os complexos adquiridos na infância , faz análise, meditação, yoga e ainda assim não consegue se livrar dos fantasmas da sua infância. Sophie não consegue amar e nem se permite ser amada.
Baseado em fator reais.Sophie é hoje uma mulher madura que não consegue vencer os complexos adquiridos na infância , faz análise, meditação, yoga e ainda assim não consegue se livrar dos fantasmas da sua infância. Sophie não consegue amar e nem se permite ser amada.
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