Vivo no Japão já a algum tempo e ainda não aprendi a guardar os nomes dos japoneses. É um tal de Takahashi, Mochida, Ishibashi, Yushimatsu, Takamachi , e tantos outros nomes difícieis de guardar que eu levo um tempo para aprender.
Ainda não sei o nome de muita gente nova no meu trabalho. Desde que eu voltei , depois de uma pausa de 1 ano e meio, muitos funcionários são novos com menos de um ano de firma. E eu sei lá, o nome desse povo?
Ontem uma amiga minha japonesa que está de licença me perguntou quem estava trabalhando a noite comigo. E eu sei lá o nome dessa gente?
Tem um japinha que eu já conheço ha mais de 2 anos, mas ele é funcionário da Asahi Techno glass, e agora trabalha conosco na mesma seção. Eu o cumprimento, ele me cumprimenta, conversamos e tudo, mas eu não sei o nome dele ainda.
Todos os funcionários usam um crachá pregado na roupa e no mural da minha seção tem um quadro com nomes, fotos e a função de cada um. E eu lá sei ler aquilo?
Enquanto eu conversava com a minha amiga japonesa ao telefone, ela insistia em saber quem estava trabalhando à noite , e eu não sabia dizer quem. Começei a tentar descreve-los. Mas como descreve-los se eles são todos iguais?
É como quando eu fui a polícia japonesa, tentar descrever um tarado que me abordou na rua enquanto eu voltava de bicicleta para casa.
- Como era a pessoa? Me perguntou o policial.
- Era japonês. Respondi
- Alto, magro? Insistia o policial.
- Normal. Respondi.
- Qual a cor dos cabelos dele? Insistia o policial.
- Cabelos negros, curtos,lisos.Normal.
- Tinha barba? alguma coisa que o identifique?
- Não, ele era um tipo normal. Respondi. Japoneses raramente usam barba.
- E a roupa dele? Insistia o policial.
- A roupa? Era normal, como a todos. Calça escura, camiseta e bonè.
- Como era o boné dele? Me perguntava o policial.
- Ah, normal, como esses que os japas usam, tipo de jogados de beisebol. Respondi.
- Qual a idade média dele? Seguia me perguntando o policial.
- Ehhhhh, talvez uns 30, ou 40...talvez 28????Japoneses nunca aparentam a idade que tem.
- Tem que ter algo que o identifique. Insistia o policial.
- Não, sei. Ele era um tipo normal...japonês. Respondi, já meia arrependida de ter ido a polícia.
Com toda esta descricao que eu dei na polícia, vocês acham que a polícia moveu um dedo?
A conversa com a minha amiga não foi muito diferente também. Era um tal de descrever o jeito da pessoa e não suas caracteristicas físicas, e a minha amiga do outro lado da linha tentando adivinhar....
O problema aqui no Japão é que quando algum corte de cabelo está na moda, todos fazem o mesmo corte, a mesma tintura e são poucas as japas que usam o cabelo negro natural. Todas pintam os cabelos e todas tem a pele branquissima porque não gostam de se bronzear. Aí fica difícil né! Todo mundo igual, mesmo quando eles querem ficar diferentes. Affff...
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