quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Aquilo que nos comove

Nestes últimos anos tenho percebido em mim uma super hiper falta de sensibilidade para com os sentimentos alheios. Por mais que a situação fosse realmente de uma certa comoção eu permanecia inabalável, inatingível, insensível e mais todos os "ins" que se possa imaginar. Mas isso não era somente com relação aos outros, acontecia com relação a mim mesma também. Tipo, eu não me comovia nem comigo mesma. Tanta frieza capricorniana associada a minha total e completa determinação de dar um rumo novo a minha vida me transformaram em uma pessoa insensível que só se comovia assistindo a filmes ou novelas com teor dramático e sensacionalista, nada mais me fazia demarrar uma lágrima se quer.
Ontem, lendo algumas mensagens no facebook de amigos me desejando sorte , de filha reclamando, e de uma meia dúzia de parentes que ainda me querem bem, apenas uma mensagem me fez derramar lágrimas, assim subitamente. Eu estava no cyber café e então tive que disfarçar e conte-las.
A mensagem era de uma tia minha que mora no Brasil , aonde fiquei hospedada por todo o tempo que estive no Brasil e aonde fui muito bem recebida . Até mais do que eu mereço!
Na mensagem ela dizia que ainda tinha a impressão de que eu estava voltando para casa à noite, como eu fazia todos os dias, voltando da longa viagem diária entre Mogi das Cruzes e São Paulo à trabalho. Então pensei na solidão que deve ter tomado conta daquela casa enorme aonde a minha tia vive . Uma simples mensagem de poucas linhas porque ela ainda não consegue digitar direito no Ipad foram o suficiente para me comover.
Não são palavras, nem tão pouco atitudes , se bem que isso conta muito, mas é o respeito que temos pela outra pessoa que nos faz sentir mais proxima à elas, não importando a distância física. A minha tia conseguiu me comover. Justo eu que sou "osso duro de roer", como ela mesma diz.
Confesso que são pouquissimas as pessoas que quero ver sempre bem e que conseguem tocar a minha alma, o resto como eu sempre digo, são só aderessos. Mas também, não é nada difícil se apaixonar por uma pessoa como a minha tia. Sempre alegre, super altruísta, inteligente , divertida e super ativa. Já percebi que eu só consigo ter admiração por pessoas batalhadoras e inteligêntes, com quem se pode conversar sobre tudo, mas principalmente sobre como nós nos sentimos e com um belo toque de reciprocidade. Eh, porque não adianta nada eu usar a orelha do meu interlocutor pra desabafar sem ouvir o que ele pensa e sente também.
Aprendi muito com a minha tia sobre solidariedade e altruísmo, durante o periodo que vivi em sua casa. Pena que eu não estava em um estado feliz para aproveitar toda essa reciprocidade, mas mesmo assim valeu a pena a convivência.
Outra" pessoinha" (eh, ela é gente também) que me faz muuuuita falta é a Mel, a poodlle da minha tia que tinha por mim um amor quase que incondicional. Eu disse, "quase", porque este amor foi conquistado com muitos passeios pela rua, muito colo, muitos biscoitinhos e resto de danone.
Gente! ainda bem que eu sou desapegada e desencanada porque senão, teria sido muito difícil deixa-las.
E a vida segue!!!

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