Àqueles que compreendem o amor de forma passional,quase visceral,
sabem que o amor(nestas condições) se apresenta sempre miope.Ele não
enxerga nada,ignora as imagens embaçadas,enxerga tudo com um fundo
de nevoa,e por isso mesmo cria grandes dramas apaixionados por esta incapacidade de ver as coisas claramente.Mas ele sabe que aquilo que enxerga(ou não enxerga)não é verdadeiramente real...não tem formas definidas,mas talvez por isso mesmo se atira mais e mais no escuro.Ele se move comandado por instintos irracionais ,idealiza o irrealizável e sonha com o objeto de seu amor insólito.
Toda pessoa com os pés firmes na terra e a cabeça encima do pescoço sabe que um amor que começa assim de forma visceral não tem tranquilidade e nem tão pouco duração,mas o amor quando se apresenta dessa forma não enxerga nada.Ele sempre acredita que algo pode mudar e mesmo que não mude nada e que não seja para sempre ,ele insiste em prosseguir cegamente...
Como dizia Vinicius: "Que não seja imortal,posto que é chama.Mas que seja infinito enquanto dure..."
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